micro

Ele chegou correndo e apressado e entrou no laboratório de informática. Rapidamente se sentou e plugou sua prótese dentária na porta USB.

- O que está fazendo? - perguntou-lhe a mariposa do canto da parede.

- Eu ain aon! - tentou responder o estranho, ainda em posição incômoda pela porta USB do computador.

- Humanos são estranhos. - retrucou a mariposa, pouco antes de levantar voo e começar a bater a cabeça na lâmpada fluorescente da sala.

Então, ele se deteve em sua própria tarefa. Precisava copiar aquele arquivo. Tinha que copiar! Ele sabia muito bem que os astronautas, os homens das cavernas e os ursos de pelúcia estavam lá do lado de fora, ansiosos por aquele arquivo. Precisava fazer download do Google!

Mas antes que iniciasse o download, ele tira a boca e ajeita o maxilar. Sim, concluíra! Todo o conhecimento do mundo estava ali, no seu dente! Agora ele poderia enfrentar a fúria das criaturas da Revolta Redonda. Agora ele tinha o Dente do Saber.

Estranhamente, e sem que ninguém pudesse dar uma explicação plausível para o fato, aquela Internet que sempre fôra rápida começou a apresentar uma irritante lentidão e por exatos dez anos, mesmo com mudanças de servidores, serviços, lâmpadas e reposicionamento dos móveis na sala, não se fazia um download que preste por aquelas bandas. Apenas no dia exato em que faziam dez anos desde o estranho incidente, a Internet voltou ao normal naquela sala...

Continua...?

Ainda estava amanhecendo. O Sol batia na janela e acordei com o barulho. Naquele quarto ainda pouco iluminado o Silêncio reinava. Levantei-me para começar o dia.

Caminhei até a cozinha, onde o Café da Manhã me esperava. Um Café forte com Macaxeira e Carne. Para não ser diferente, o Café mais uma vez ganhava de mim na quebra de braço. E após ter me alimentado e me achar disposto para enfrentar aquele longo dia, regressei ao quarto para me arrumar.

- Eis pois mas que droga! - Eis a tragédia! De tanto reinar, o Silêncio terminou por quebrar meu telefone celular...