Um Herói Paulistano

Special: 

Nove horas da manhã, segunda-feira. Ele sai de casa como todo dia, de terno e com uma pasta. Em sua cabeça, os problemas de contabilidade da empresa onde atua. Contas que não batem. E como se não bastassem todos esses problemas, ainda tem a sua esposa: os dois tem brigado muito ultimamente. Seus pais, que são do interior, exigiram que ele fosse para as festas de comemoração aos trinta anos de casados, e justo nesse dia há uma apresentação importante na empresa, e o chefe exigiu a presença de todos.

Com tanta coisa na cabeça, como Fred prestaria atenção ao seu redor? É claro que não notou o moleque se aproximando como quem não quer nada.

- Ei! Ladrão!

Grita, mas para quem? O moleque corre com a pasta, levando os papéis e o notebook, antes de Fred chegar ao carro. Fred bota a mão na cabeça. Tão distraído que não viu a aproximação do moleque. Nem viu que o ar estava mais puro por ali, a paisagem não estava tão cinza.

O delinquente mirim vira a esquina, olhando para os lados desconfiado, quando bate na parede e cai.

Parede? Ele se levanta assustado e pega a pasta novamente. Olha para a frente e não há parede alguma. “Tenho que pegar leve com a cola, véi” Ele corre de novo e bate mais uma vez na parede invisível.

Atordoado, ele se levanta devagar e olha para trás. Tudo que vê são as pessoas ao seu redor paradas, olhando para cima. Olha para cima...

- Tufão...

Tufão vem descendo suavemente no ar, com aquela roupa azul brilhante. Um azul tão bonito e forte, é como se até o Sol brilhasse com mais gosto para ele. A visão dura pouco, pois logo em seguida ele leva um soco de um punho invisível. Tufão aterrisa. A pasta vem voando até sua mão e ele caminha, dobrando a esquina.

Fred já vinha, com expressão assustada ao ver a reação das pessoas por ali. Tufão lhe entrega a pasta.

- Espero que ele não tenha quebrado nada.

Fred recebe a resposta e não tem palavras para agradecer. Tufão se vira de volta, sempre com aquele ar imponente e com um sorriso discreto no rosto. Um sorriso de quem faz o que gosta de fazer. Dá alguns passos apressados até a esquina e olha o corpo do jovem delinquente caído.

- Bom, pessoal! O show terminou! Tenho que ir entregar uma encomenda na Febem. Tenham um bom dia, cidadãos!

Um pequeno tufão se forma em volta do corpo do jovem por uns instantes e logo que ele se encontra a alguns centímetros do chão, o pequeno ciclone some. Tufão sobe pelos ares e o corpo do jovem sobe junto. Os dois logo somem de vista.

Pouco a pouco a cidade vai voltando ao normal. Inclusive a poluição reaparece aos poucos. Aquela velha poluição que quase se pode pegar, a velha marca da cidade que é uma das maiores do mundo.

Fred vai para o trabalho como um robô, ainda sem saber como reagir a tudo o que aconteceu. A multidão se desfaz aos poucos e só se ouve comentários do tipo “você viu o que ele fez?” “É bom a cidade estar protegida!”

Todos espantados seguem no seu dia a dia de sempre. Não tem como não manter um pouco de sorriso no rosto. Eles vão naquela sensação de que estão em uma cidade ao menos um pouco mais segura...

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