A História de Cristina Braga

Special: 

Era seu aniversário de 15 anos e, ao sair do shopping, ganhara de um velho estranho uma estranha pedra presa em um cordão, pouco antes de o sujeito desaparecer...

Uma pedra... Seu sonho era uma moto. Uma moto como as de seus amigos, com quem gostava de sair de vez em quando.

A ida ao shopping havia sido uma fuga. Nunca imaginou que ganharia... uma pedra. O dia ia ser longo no salão de beleza. Ela odiava isso tudo. Aquela velha sensação de que estava perdendo a juventude e que devia sair pelo mundo conhecendo lugares e pessoas ficava ainda mais forte no salão de beleza.

Era uma pedra, com formato de pedra, a sua pedra. Não era polida. Mas um lugar nela tinha a forma de amarrar um cordão preto.

Independente de shopping ou pedra, Cris não conseguira escapar do salão de beleza... A reserva havia sido feita logo cedo por sua mãe. Ao fim, todos diriam ter valido a pena a demora. Todos menos ela.

Enfim, chega em casa acompanhada de sua mãe Susana.

- Mão!? Que que é isso?!

- Sua roupa para hoje

- Eu vou usar isso?!

- É... espero.

- Quem teve essa brilhante idéia?

- Pensei que quisesse algo diferente... Optei por um modelo mais... selvagem! Não combina com você?

- É no que dá eu deixar você escolher minhas roupas... Tudo bem, fazer o quê? Eu visto isso... Mas daqui pra frente quem vai escolher minhas roupas sou eu.

- Que bom que está amadurecendo! Sabia que isso iria acontecer mais cedo ou mais tarde. Ei! O que é isso?

- O quê... Ah, é uma pedra.

- Eu sei que é uma pdra, mas... Comprou hoje? Onde?

- Não foi assim uma...

- Filha! Olha a hora! ... Põe essa pedra, vai ficar linda.

- Só faltava essa... Além da roupa ridícula querer que eu saia com uma pedra no pescoço...

- Vai combinar direitinho. Prove! Se não gostar, não use. ...vou me trocar. Com outras roupas essa pedra é ridícula mesmo, mas pra essa vai ser o colar perfeito... Vai parecer a Betty dos Flinstones. Até daqui a pouco, filhinha.

"Uma pedra... Aposto como os convidados vão rir da minha cara... Mas espera. A mãe tava certa. Cai muito bem com essa roupa. Vou provar... Excelente! Ficou meio... Bizarro. Pareço uma..."

- Aaahhhh!

Ela ia dizer bruxa, mas seu rosto mudou e Cristina se viu diante de uma das jovens bruxas que vira em um filme qualquer. Era ela própria...

- Algo errado, filha?

- Não! É... Vou já!

- Ficou linda! O que disse da pedra? Foi o complemento ideal. Vamos?

- Já, já...

Termina de se preparar e desce. Recebe convidados e a festa transcorre. A surpresa é o presente: sua tão sonhada motocicleta.

"Será que estou no lugar certo? Parece loucura, mas o que aconteceu comigo no quarto... Será que essa pedra é mágica? Aquele homem me entregou uma pedra mágica! Então existe mesmo esse tipo de coisa... Ele certamente sabe quem sou! Eu não sou... normal! Eu sou alguém especial, uma "escolhida"! Que história mais maluca! Parece até roteiro de filme ou gibi! Será que é verdade? Se eu recebesse ao menos um sinal..."

Imediatamente cai a rede elétrica da casa. "Era só disso que eu precisava."

Cris entra em casa, vai ao quarto e junta algum material. Uns metros de corda, umas mudas de roupas, binóculos, um saco de dormir, um estojo de primeiros socorros... Tudo em uma mochila enorme, que usava quando ia praticar escalada com o pai. Joga também na mochila - mais conveniente seria o termo comprimiu - alguns utensílios de higiene pessoal, sete pilhas... A lanterna - que usa duas - continua em sua mão. Acrescenta também sua bolsa, que continha, além de artefatos de beleza, quatrocentos e cinqüenta reais.

Após fechar, coloca a mochila nas costas, pega um cantil e desce as escadas rumo à cozinha. Enche o cantil com água mineral e sai de casa - com a lanterna desligada e já guardada na mochila.

Deslizando por entre os convidados, alcança sua moto. Já de capacete sobe e liga a chave. Sai. Sai a quase atropelar os presentes. E foge de casa em busca de sua própria vida de aventuras. Foge porque escolheu esse caminho. Uma escolha que talvez não tenha sido só sua...

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