Letra escrita em abril de 1999.
Eu não sei mais o que é certo e o que é errado
Quem está do nosso lado só pra dar uma de esperto
Eu não sei mais se eu corro ou se eu fico
Em cada segundo que passa, se eu vivo ou se eu morro
``Navegar é preciso, viver não é preciso''
Preciso de alguém que diga com precisão
Quem sou, quem somos, tenho urgência
Minha paciência é tão frágil quanto as nuvens
Preciso saber de que são feitas as estrelas
De sonhos, de coragem ou de força de vontade
Preciso saber quantas ondas tem o mar
Aposto: não são tantas quanto as minhas tristezas
Não gosto de agosto, tudo parece tão calmo
Se a calmaria é bem pior que a tempestade
A calmaria é o anúncio do tornado e furacão
E a solidão ainda é a pior tortura
Pra quê que eu quero quatro estações
Trezentas e sessenta e cinco não reduziriam minha dor
Seus olhos são pedras preciosas que refletem o céu
Mas a preciosidade não é nada no vazio
O frio bate à minha porta, onde foi parar o Sol?
Nada funciona como eu quero
Tudo parece normal
Mas o frio insiste, eu abro a porta
A neblina me cega, mas o branco traz a paz
Se o mundo gira em torno do Sol
E o Sol gira em torno de Vega
Onde esse carrossel maluco vai parar?
Não importa, até lá o vento continua a bater à minha porta
Trazendo calor ou frio quando eu não preciso
Mas prefiro assim
Os ventos calmos que espantam as tempestades
Não são os mesmos que atraem furacões
Mas é melhor assim
Estou só, no meio da floresta
Só resta um pedaço de pão
João e Maria já tentaram: não deu certo
E eu não pretendo cometer o mesmo erro
De contar meus passos
Melhor guardar o pão pra quando precisar
E continuar buscando uma saída
Minha vida é um carrossel maluco
Não sei quando vai parar
Mas até lá tento sair dessa floresta
E tentar esquecer o passado
E quem sabe, um dia aprenda de novo
O que é certo e o que é errado
-- Cárlisson Galdino
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