Acaba de ser lançado o Manifesto Neocordelismo. Concebido por mim e Zé de Quinô, com apoio e contribuições de outros participantes do Laboratório da Rima, este manifesto fala de um novo cordel, que respeita o antigo mas olha para o futuro. Entendemos Literatura de Cordel como cultura e, por isso, viva! O que significa que se mexe, se molda e se expande.
O logo que improvisei para o manifesto representa um chip de computador com um lampião e o Sol, simbolizando a mistura de elementos tradicionais com a tecnologia sem negá-los, mas somando.
A partir de agora também o endereço cordeis.com, que antes redirecionava para o meu site, agora tem uma página apresentando o manifesto e quem o apoia. O manifesto está exposto para leitura simplificada na própria página de seu lançamento e também é oferecido por lá em formato PDF para download. Confira lá como ficou!
Escrito em 2012 e publicado no meu site pessoal, o cordel Planeta dos Vampiros ganhou uma nova edição este mês, desta vez impresso.
Como tenho feito em novas edições de cordéis, ele passou por nova revisão e terminou ganhando umas 2 ou 3 estrofes novas, em meio às pequenas correções.
Este mês também lancei 2 kits de cordéis, cada um com 12 livretos:
Kit Cordelista: pensado em quem quer trabalhar produção de cordel em grupos (professores e oficineiros), o kit vem com um exemplar do cordel Como Fazer um Cordel, um exemplar de um cordel surpresa (para exemplo) e 12 exemplares do Meu Cordel, um livreto em branco para facilitar a criação do seu próprio cordel.
Kit Bardo 2018: 1 exemplar de cada um dos 12 títulos de minha autoria que foram lançados em 2018 para comercialização.
E ainda tenho outra novidade! A partir deste mês, meus cordéis (os novos e as novas edições dos antigos) terão autoclassificação indicativa. O que é isso? Bem, é quando o próprio autor julga qual o publico alvo recomendado para a sua obra e coloca essa informação para seu público. Defini 3 categorias apenas:
Livre - sem restrição de leitura
Adolescente - pode conter assuntos complexos, técnicos, violência, palavrões.
Adulto - coisas mais pesadas, como descrição de cenas de sexo e viiolência de forma mais detalhada.
Essa classificação é apenas uma sugestão para ajudar especialmente quem compra cordel para outros lerem (para filho, por exemplo). Mais uma inovação que espero que ajude aos leitores dos meus cordéis. Vamos em frente! Em 2018 eu voltei a produzir bastante e em 2019 tem bem mais!
Umas novidades. Publiquei este mês meu título Como Fazer um Cordel. É um cordel que ensina o passo a passo para quem quer entender como funciona e começar a fazer seu próprio cordel também! Além deste, também está lançado o Meu Cordel, um livreto em branco para facilitar a criação de um cordel de até 24 estrofes.
Também foram feitos kits cordelista. Pacotes que incluem 1 exemplar de Como Fazer um Cordel, 1 exemplar surpresa, mais 10 exemplares do Meu Cordel. Esse kit foi pensado para uso em oficinas de cordel e atividades similares.
Breve à venda na Papelaria Central e bancas de revista de Arapiraca!
Quanto ao novo cordel, já está disponível também em formatos digitais, podendo ser adquirido na Xinxii.
No último dia 20, durante o II Colóquio Internacional em Educação, Saúde e Cultura, da FERA, a Academia Arapiraquense de Letras e Artes teve solenidade, com posse de dois novos membros efetivos. Fiquei responsável pelas palavras de boas vindas aos dois. Para tal, fiz um cordel de apresentação.
Como a solenidade foi transmitida e gravada pela TV Oops, vocês podem ver a declamação deste cordel no vídeo abaixo (tentei configurar para começar já da minha fala. Se não deu certo, basta pular para 1h 15min mais ou menos.
Aqui segue o conteúdo do cordel:
Eu pergunto pra você Você conhece a ACALA? Academia de Letras E Artes de Arapiraca? A sigla é quase isso Ela tem o compromisso Com nossa cultura, saca?
Criada em 87 Para dar o incentivo Pra nossa cultura andar Como um organismo vivo Hoje ela se apresenta Com cadeiras, são quarenta Para membros efetivos
E é nesta bela noite Que nós vamos receber Dois artistas que se juntam A esta casa de Saber Cada um numa cadeira Para a Academia inteira Junto com eles crescer
Um deles já vem chegando De uma outra academia De outro tipo, de estudo E traz na biografia Mais de cinquenta artigos Científicos escritos É cientista que cria
O outro não fica atrás Também muito produziu Ele vem do jornalismo E nos blogs investiu Sua produção danada De matéria publicada Ele tem mais de duas mil!
Este é Marcio Martins Natural de Canapi Trazendo uma longa história De muito contribuir Com as questões sociais Veja se não é demais Vou listar, favor ouvir
Lá para 2003 Foi secretário geral Em sindicato a favor Do trabalhador rural Ajudando o cidadão Contra toda exploração Que o deixa sempre mal
Por seis anos pelo menos Pelo que pude contar Márcio Martins foi eleito Pro Conselho Tutelar Ajudando aquela gente Que é criança, adolescente Ao seu direito usar
Já apresentou programa Em rádio comunitária Foi professor, palestrante Censo na Agropecuária Pra terminar, bem ligeiro É jornalista e blogueiro Ele anda em toda área
O seu livro foi lançado Nos espaços populares Como a Feira Literária Também em outros lugares Quem quiser adquirir IndignAÇÃO aqui Deve ter uns exemplares
O outro novo acadêmico Igualmente interessante Vem do ramo da Enfermagem E não é principiante De um estudo que prospera Professor daqui, da FERA É Fillipe Cavalcanti
Pedagogo e enfermeiro Mestre em Educação Foi pra Letras e Linguística Aumentando a formação Muito artigo publicado Evento pra todo lado Até em outra nação
Tem dois livros publicados Com aparente expertise A Enfermagem no Brasil (É o tema, que se avise) Sua formação (atual) Diante do Capital Que se impõe quando tem crise
O segundo livro segue Bacana igual o primeiro No mundo neoliberal Ele trata do enfermeiro E da sua formação Preso nessa situação O enfermeiro brasileiro
E o Fillipe faz questão Por sentir necessidade De falar do compromisso Que leva com seriedade De levar de forma ativa Transformação positiva Para a Coletividade
Depois de falar um pouco Dessa dupla que é tão cara Me despeço e concluo Agora essa minha fala Vamos festejar depois! Sejam bem-vindos os dois Novos confrades da ACALA
E se o pessoal lá no Céu resolvesse montar uma estação de rádio? De vez em quando chegaria artista novo para se apresentar por lá, mas eles precisariam de um bom radialista.
Partindo desse ponto, meu amigo e colega cordelista Ronaldo Oliveira escreveu o cordel A Chegada de Zé do Rojão no Céu ou a Rádio Celestial. O cordel é tão grande que tem dois nomes. Falo isso brincando, mas o cordel tem pouco mais de 100 setilhas.
Na poesia, Ronaldo desenvolve o enredo numa pegada "Auto da Compadecida". Com capa de Fagner Alexsei, revisão de Tania Maria dos Santos e diagramação+impressão do Castelo do Tempo, o cordel pode ser encontrado na Banca Fox, na Bodega do Rojão e na loja de conveniência do Posto Jota Pinto (tudo isso aqui em Arapiraca).
Comecei a publicar livros digitais na loja Xinxii, principalmente cordéis. Se você quiser contribuir financeiramente com este autor, pode adquirir um dos livros digitais lá publicados. Todos disponíveis em PDF e ePub, sem DRM.
Os cordéis mais recentes estão publicados apenas no formato impresso e na Xinxii. Quanto ao material mais antigo, que está disponível já sob uma licença permissiva Creative Commons, além da diagramação para boa leitura, tenho acrescentado algum adiciional exclusivo.
Os cordéis estão com capas "colorizadas". As novelas em folhetim foram publicadas inicialmente aqui no blog, um episódio por semana. Este conteúdo estou removendo do blog. Os que já estão publicados sob licença permissiva, coloco em e-book na Biblioteca do Bardo, no Issuu e no Archive. Na Xinxii estou colocando aos poucos, agregando valor com conteúdo complementar.
No dia de publicação desta postagem estavam publicados na Xinxii os seguintes livros:
Onde pra Sempre hei de Morar - fusão das letras de trabalho iniciais da minha antiga e inativa banda Infinnita, reunidas e costuradas na forma de um cordel
Pensamentos de Porão - cordel de ficção, com um certo vampiro desabafando no porão-confessionário
Sonetos Cordelares - coletânea de sonetos cordelares, modalidade que mescla a poética de soneto com a dos cordéis
Esta semana ocorreu a primeira edição da FLIARA - Feira Literária de Arapiraca. Hoje será o encerramento da feira, que já rendeu 3 dias.
Fui convidado a participar da mesa de abertura, onde tive o prazer de dividir espaço com José Inácio, Cosme Rogério, Marta e Igor (além de também poetas, trabalhando na organização), e dos colegas cordelistas Cícero Manuel e Zé de Quinô.
No terceiro dia, no relançamento de obras da ACALA, lancei mais um cordel inédito: Todas as Artes do Mundo. A proposta do cordel é apresentar a numeração das artes. Todo mundo conhece a sétima, mas e as outras seis? E quem sabia que tem mais quatro pra além das sete? Daí, fiz o cordel.
Quem que nunca ouviu falar? Pois se vê por toda parte A contagem na cultura Falando das sete artes Sem mistério, sem dilema A sétima é o Cinema Quem não sabe vive em Marte
Porém quanto às outras seis? Talvez que ninguém conheça Pois eu procurei saber Vou falar, é uma promessa Dessas sete artes que havia E as novas, que eu nem sabia Que tinha quatro além dessas
Mil novecentos e doze Riccioto, com um gesto Anotou as sete artes Lançando num manifesto Quase depois de cem anos Apareceu ser humano Querendo falar do resto
À venda na FLIARA, comigo e, em breve, nas bancas de revista de Arapiraca. (em breve meus cordéis também estarão à venda em formato digital. Aguardem!)
Quanto à feira, é um evento que Arapiraca já devia ter há anos. Tudo correu bem (imagino o trabalho que deve ter dado pra a equipe) e torço para que o FLIARA se torne uma tradição, com novas edições nos anos vindouros. Parabéns à equipe!
Já está sendo colocado nas bancas de Arapiraca meu novo trabalho em cordel: Sonetos Cordelares. Trata-se de uma experimentação que mistura o conceito de soneto com os modos do cordel. Este livreto não traz um enredo único como um cordel convencional. Ao contrário, é composto por 15 sonetos deste tipo proposto.
Um soneto é uma poesia tradicionalmente composta com métrica, rima e chave de ouro, em catorze versos. A métrica geralmente é em decassílabos ou alexandrinos. A estrutura dos catorze versos varia a depender da vertente do soneto: o italiano é composto por duas quadras e dois tercetos, enquanto o inglês tem três quadras e um dueto. Há soneto monolítico também. A chave de ouro, para quem não sabe, é o último verso, que dá um desfecho impactante, surpreendente, condensador ou, de alguma outra forma, maneiro.
O soneto cordelar que proponho segue as seguintes regras:
Métrica: escrito em redondilhas maiores, que são os versos de sete sílabas poéticas, a métrica mais seguida na Literatura de Cordel
Estrutura: continuam sendo catorze versos, mas são organizados em duas setilhas (aquelas estrofes de sete versos), diferente das encontradas no cordel apenas em um ponto, na rima
Rima: a setilha de cordel segue o esquema de rima xAyABBA. Traduzindo: os versos 2, 4 e 7 rimam entre si; os versos 5 e 6 também rimam. A do soneto cordelar segue esse esquema e acrescenta uma nova rima entre os versos 1 e 3, que eram livres. O esquema fica sendo ABABCCB
Desfecho: misturando o estilo mote com o de chave de ouro, os dois últimos versos do soneto cordelar têm o efeito de desfecho da ideia toda
Apresentação: para diferenciar das estrofes que compoem uma poesia de cordel maior, proponho o uso de moldura no soneto cordelar.
E é isso! Se você tem curiosidade sobre esse tipo de poesia, aqui no blog já publiquei alguns sonetos cordelares (não necessariamente presentes neste novo livreto), como A Nova Matrix e Meme News.
O cordel Mister Chip também ganhou uma edição impressa. Esta edição conta com uma reestruturação completa da obra, que teve a métrica reajustada e agora está formada por 33 sextilhas (mas a história é a mesma).
Há muito tempo que existe Povo folgado e gaiato Com costume de mentir Para não pagar o pato Inventam algo de alguém Talvez para se dar bem Esse é o tal do boato
Assim começa o meu novo cordel, O Mundo das Fake News, que publiquei no Archive para quem quiser ler ou baixar (em PDF, ePub e outros formatos). Nele tento traçar a história dos boatos antigos (pré-escrita) até as fake news dos dias atuais.
Excepcionalmente para este cordel, também estou publicando, desta vez aqui no site, a versão em PDF para impressão.
Espero que vocês apreciem (e que esse cordel ajude algumas pessoas a perceberem o buraco onde já entramos, ajudando um pouco a lidar com isso e buscar uma saída dele).
Ah, se você resolver imprimir e distribuir, você não precisa, mas eu ficaria feliz se me dissesse a tiragem que foi feito. Agradeço também a Flávio e Lenilda, que opinaram no primeiro rascunho.