cordel

Novo Cordel: A Rainha Gelada

As princesinhas cresceram
Felizes na brincadeira
Mas a Regina, mais velha
Sem querer, fez a besteira
Tocando o braço da irmã
Pareceu uma geladeira

Quase Rebeca congela
Da cabeça até o pé
Era um poder de mutante
E Regina nem deu fé
Que isso tudo tinha a ver
Com aquele picolé…

Este novo cordel narra uma versão alternativa da história da Rainha da Neve. Próxima da versão da Disney, Frozen, mas ocorrida em um reino fictício no Nordeste brasileiro.

Aproveitando o período político, resolvi imprimir uma tiragem do cordel Despolítica Futebol Clube, que escrevi em 2015. Este cordel já está disponível aqui no site, mas a versão impressa traz um complemento, atualizado para 2018.

Special: 

Cordel: Patrimônio Cultural

Ontem a Literatura de Cordel foi "tombada" pelo IPHAN, o Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional. O mesmo instituto que lida com prédios tombados, para quem não lembra.

A partir de então, Literatura de Cordel passa a ser reconhecida como Patrimôinio Cultural do Brasil! Um reconhecimento importantíssimo para essa arte popular.

Curioso que, segundo artigo publicado no próprio IPHAN, Literatura de Cordel abrange também a música e a ilustração, no que concordo muito! E é dito que a Literatura de Cordel é fundamentada em três elementos: métrica, rima e oração. Isso me lembra o RAP, que é Rítimo And Poesia e, mais ainda, as três bases do soneto de Camões: Saber, Engenho e Arte. Mas o que me deixou curioso mesmo foi essa oração. Compara-se a declamação de um cordel à reza de uma novena? É oração gramatical? Espero entender melhor esse conceito no futuro.

Special: 

Isso é Brasil (cordel)

Impressa tiragem do cordel inédito Isso é Brasil. Escrito em 30 setilhas de redondilhas maiores, traz uma crítica à nossa sociedade. É minha contribuição para as reflexões no "mês da pátria" deste ano, onde temos eleições perigosas e quando a Ciência e a História são exterminados por puro descaso. Pra vocês, o comecinho:

A História do Brasil,
Não a história real,
Mas aquela que é tratada
Hoje como oficial
Nasceu da ocasião
Da grande navegação
Partida de Portugal

Encontraram e foram embora
Até que num certo instante
Resolveram ocupar
O nosso país gigante
Assim as capitanias
Hereditárias surgiam
Cada qual, um governante

Desde esses primeiros passos
Peço a você atenção
O Brasil ficou marcado
Pela grande exploração
De terras e toda a gente
Por um rico exigente
Que do Rei ganhou cessão

Special: 

Uma Noite no Lago de Jade, um Cordel Interativo

Imagine ler um cordel de causo onde você pode escolher que decisão o personagem principal vai tomar. Desse jeito, o cordel terá um final diferente, dependendo das suas escolhas. Entendeu a ideia? Apresento a vocês o conceito de Cordel Interativo!

No mundo do RPG (jogos de representação), existe o conceito de Aventura Solo, ou Livro-Jogo. Segundo a Wikipédia, "Um livro-jogo (também conhecido como "aventura solo") é uma obra de ficção, que permite que o leitor participe da história, fazendo escolhas eficazes." Este é o conceito que estou trazendo para o universo do Cordel.

Meu primeiro título de cordel interativo se chama Uma Noite no Lago de Jade e é uma história de terror, narrada em verso (como se espera de um cordel), agrupados em quadrões. Já está à venda nas bancas de revista de Arapiraca!

Com vocês, o comecinho:

Hoje vou contar um conto
Sobre um sujeito bem tonto
Que dormiu, passou do ponto
Acordou, era bem tarde
Estava noutra cidade
Nanica, dava pra ver
Cobrador mandou descer
“Bem-vindo ao Lago de Jade”

- O que aconteceu comigo
“Dormi, preciso de abrigo”
Na rua tinha um mendigo
No chão bebendo cerveja
Talvez cachaça, que seja
Era melhor procurar
Casa do prefeito? Um Bar?
Uma pousada? A igreja?

Neste ponto, o leitor precisará fazer a primeira escolha (e claro que há outros momentos de escolha além deste durante a leitura). A história segue diferente, dependendo de qual dos quatro caminhos o leitor escolheu:

  • Procurar a casa do prefeito
  • Procurar um bar
  • Procurar uma pousada
  • Procurar uma igreja
Special: 

Cordel Palestra #1

Este cordel foi escrito para ser apresentado na solenidade de lançamento do Informativo da Acala, edição de 2018. Nele são citados os cordéis: Cordel Digital, Cordel da Burguesia, É Rap ou é Repente? e Lampião Elétrico, todos criados pelo mesmo autor que aqui as apresenta.

Cordel Palestra para o Lançamento do Informativo ACALA 2018

Saúdo os confrades e os convidados
Saúdo a todos aqui nesta sala
Vim contar um pouco dos cordéis que faço
Sou Cárlisson, membro também da ACALA

Houve um tempo muito antigo
Que poeta tinha ideia
De escrever longas histórias
Fosse o leão da Nemeia
Odisseu e suas dores
Ou grandes navegadores
Era a tal da epopeia

No Brasil, esse trabalho
Coerente e genial
De romancear em versos
Tem lugar especial
No Nordeste da nação
Vivo em uma tradição
Trazida de Portugal

Falando muitas verdades
Contra rei e coronel
Ou fazendo o povo rir
Só de pegar no papel
Há livros que são achados
Em um cordão pendurados
Levam nome de cordel

Tem mulher que virou bicho
Tem medroso e assombração
Tem disputa de viola,
De goela e munição
Tem relato corajoso
Do inferno endoidando todo
Quando chegou Lampião

Esta é uma amostra de um trabalho meu
Que tenta explicar de uma forma legal
Cordel e sua história até os dias de hoje
No mundo high tech, o Cordel Digital

Cê sabe o que é Burguesia?
Sente que vou te explicar
Sabe um sujeito bem rico
Que juntou tanta quantia
Que luxa e viaja o mundo
Sem trabalhar um segundo
Esta é a tal burguesia
Com sua ganância fria

O que eles querem no fim
Matar o povo de fome
Enquanto ganham dindim
Em cada vez mais quantia
Sem peso no coração
Mesmo com sangue nas mãos
Enquanto houver Burguesia
Não vai haver Poesia

Eu fiz esse cordel
Cordel da Burguesia
No tema que Cazuza
Fez música algum dia
Explicando os conceitos
Pra quem não conhecia
No cordel mais recente
É Rap ou é Repente?
Explico novamente
Comparo as poesias

Ande pelo interior
Do Nordeste e ali veja
Nos cantos mais esquecidos
Ali cultura verdeja
Pois é sábio de verdade
Quem reconhece a arte
Onde quer que ela esteja

E o que é mais intrigante
E também muito me anima
É notar a semelhança
Co’a cultura nordestina
Nesses versos vou tentar
Isso melhor explicar
Vê se eles não se aproximam

Eu falo é do hip-hop
Um movimento que existe
Desde os anos de 70
E até hoje ainda vive
No Rap, DJ que é sua
Música, e dança de rua
E na arte do grafite

Gosto de escrever
Dando explicação
Mas tenho também
Os cordéis que são
De causo contado
Ou de ficção
Como esse onde falo
De um novo Lampião

Lá para o ano dois mil
E duzentos e dezoito
A bandidagem à solta
Mata por água e biscoito
A polícia também cala
Simplesmente mete a bala
Naquele que é mais afoito

No Hotel Aclamação
Pelo entardecer do dia
Pelo andar quarenta e dois
Duas pessoas havia
Em um clima de tensão
Esperando a confusão
Lampião e Miss Maria

- Parece que já chegou
“O bando de Nascimento”
Foi falando Lampião
Ainda no mesmo assento
A polícia ele avistava
Vamos ver o que se dava
Com eles nesse momento

- Hoje a gente pega eles!
“Era certa e informação
Com nossos quarenta homens
Nem vamos dar condição”
Falavam policiais
E outro ainda disse mais
- Hoje apaga o Lampião!

Assim eu termino a participação
Dou muito obrigado pela paciência
Quem quer ler cordéis pode encontrar nas bancas
Mas pela Internet também têm presença
Sou Cárlisson, digo que pra além de mim
Tem mais cordelistas na cidade sim
Tentando se unir pra fazer diferença

--Cárlisson Galdino

Special: 

Novo cordel impresso: É Rap ou é Repente?

 

Meu novo cordel se chama É Rap ou é Repente? e compara a culltura do hip hop com a cultura nordestina.

Tem muita gente que pensa
Que para ser escritor
Só seguindo norma culta
Popular é sem valor
Que o músico é irrisório
Se não tem conservatório
Não é bom compositor

 

Mas cultura é mais que isso
Arte simplesmente existe
Com estudo ou sem estudo
Mesmo sem aval da elite
Vai seguir sendo criada
Não importa o que a cambada
Desses ditos sábios grite

 

Pois antes de criticar
É bom olhar para trás
Romance já foi “besteira”
Rock “barulho demais”
Volta e meia arte surgia
Vinda da periferia
Foi assim até com Jazz

 

...

Aproveitei e imprimi alguns exemplares do cordel A Saga de um Encanador, que retrata, estágio a estágio, a jornada do Mario no clássico Super Mario Bros. Em breve nos pontos de venda em Arapiraca.

  • Banca do Argentino
  • Banca Fox
  • Lua de Jorge
  • Papelaria Central

Special: 

3 Cordeis na Biblioteca

Mais três cordéis chegando em livros.cordeis.com:

O cordel O Castelo de Zumbis é escrito em setilhas (estrofe de sete versos), em redondilhas maiores (sete sílabas poéticas), estilo este que é bem tradicional entre os cordéis.

O Cordel do GNU/Linux é escrito em sextilhas em rima x-A-y-A-z-A, usando redondilhas menores (versos de cinco sílabas poéticas).

O cordel Os Índios o Monstro do Espaço é escrito em setilhas (estrofe de sete versos) de versos octassílabos (versos de oito sílabas poéticas).

Special: 

Cordel Um Conto no Oeste

Um Conto no Oeste é um cordel um tanto antigo meu (de 2009, olha só! Quase 10 anos!), mas é um dos que gosto bastante e me orgulho, apesar da capa simplória.

Escrito em redondilhas maiores, em setilhas, ou seja, bem tradicional. A história, porém, é uma história fictícia de faroeste. Se você ainda não o conhece, recomendo! Agora disponível na Biblioteca Cordéis e no Archive.org.

Special: 

Anticomunismo, História e Literatura de Cordel

Pensei em colocar um nome diferente para a postagem, mas o nome do artigo já estava muito reduzido e completo, então fica ele mesmo.

O colega cordelista conterrâneo Zé de Quinô publicou na Revista Labirinto um artigo tratando de como a obra do Rodolfo Coelho Cavalcante (1919-1987) trabalhou temática anticomunista, por mais que o referido autor criticasse obras que se metem a tratar de política.

Impressão que me fica é que os conservadorismos estético, religioso, político, social e etc (menos o econômico, nos dias de hoje mas, se pensar bem, defender os acumuladores de capital e ir contra a redução das desigualdades é o maior dos conservadorismos) caminham muito juntos. E que não é de hoje que o discurso antipolítico e anti-ideológico é apenas uma máscara para esconder o posicionamento político e a ideologia dominantes. Seja um máscara colocada conscientemente ou não.

Bom, essas foram as minhas conclusões. Convido-o a ler o artigo e chegar às suas próprias. Quando o artigo engrena (depois da inevitável introdução de artigo), fica muito envolvente, prende mesmo.

Ah, sim. O nome de assinatura do artigo não é "Zé de Quinô" porque este é um nome artístico.

Páginas

Subscribe to RSS - cordel

Warning: PHP Startup: Unable to load dynamic library '/opt/php56/lib/php/extensions/no-debug-non-zts-20131226/pdo.so' - /opt/php56/lib/php/extensions/no-debug-non-zts-20131226/pdo.so: cannot open shared object file: No such file or directory in Unknown on line 0

Warning: PHP Startup: Unable to load dynamic library '/opt/php56/lib/php/extensions/no-debug-non-zts-20131226/pdo_mysql.so' - /opt/php56/lib/php/extensions/no-debug-non-zts-20131226/pdo_mysql.so: cannot open shared object file: No such file or directory in Unknown on line 0

Warning: PHP Startup: Unable to load dynamic library '/opt/php56/lib/php/extensions/no-debug-non-zts-20131226/php_pdo_odbc.dll' - /opt/php56/lib/php/extensions/no-debug-non-zts-20131226/php_pdo_odbc.dll: cannot open shared object file: No such file or directory in Unknown on line 0