Aurora de Prata

O brilho suave nas formas curvas e estranhas evocam um poder ancestral. Um poder quase magnético na forma em prata que balança sob seu pescoço. E os olhos de todos são atraídos para esta estranha relíquia.

- O que você quer?

- Traga-me algo... Álcool, mas não tão forte. E nem me venha com cerveja anã!

O jovem se senta em um banco em frente balcão enquanto em todos os lugares da taverna se discute quem seria esse estranho e que poderes esconderia seu estranho amuleto.

E entre todos esses grupos havia o grupo de Elliot, o Sagaz, um pirata de embarcação pequena e rápida, com tripulação reduzida, mas de alto nível. E, claro, seus olhos brilharam ao ver o objeto provavelmente encantado.

- Aranilla, vai até lá puxar conversa com ele e vê se descobre o máximo que conseguir sobre sua história e, principalmente, seus pertences.

Aranilla, como uma jovem elfa sexy que era, acata a idéia e se levanta, dirigindo-se ao balcão onde está o recém-chegado.

- E aí, meu jovem... Procurando aventuras por essas bandas?

- Talvez... - Ele responde. - E você teria algo a me oferecer?

- Talvez. - Ela se acomoda do seu lado. - De onde vem? E que tipo de aventuras procura?

- Venho de uma terra além do mar. E minha busca, creio, está além do horizonte que vêem seus olhos élficos.

- Curioso... Mistérios e mistérios... Adoro isso! - Seu braço se aproxima do ombro do estranho - Isso dá um pouco de graça à nossa... Eternidade.

Ele finalmente pára e a olha nos olhos. Os traços suaves da face de Aranilla têm um efeito quase hipnótico. Seus cabelos verdes, em fios leves e soltos, só potencializam esse efeito.

Por mais de um minuto ele a vê ao seu lado, com um leve sorriso no rosto.

- O que deseja de mim? - Finalmente ele fala, baixo e firme, quase quebrando o encanto de Aranilla. Ela o olhava como um lobo ao encontrar sua presa. E quase confiara na vitória por ter visto a presa antes de ter sido vista...

- O que desejo? - Ela tira os olhos dele por menos de um segundo, voltando com eles ainda mais sensuais. - O que acha que desejo?

Ele não parece reagir.

- Desejo conviver com mistérios. Por acaso mistérios não te intrigam e excitam?

Nesse instante chega o barman com a cerveja pedida.

- Aqui está. De Wadregic. Não é anã.

- Tenho certeza que não.

O barman olha para a elfa. Após uma comunicação rápida por gestos, ele traz uma caneca de cerveja da mesma procedência e vai para outro canto do balcão, agitando a cabeça levemente.

- Esses longos anos têm me mostrado como mistérios podem ser intrigantes... E como de um mistério podem nascer dois ou três...

O rosto já distante, do jovem humano, é suavemente trazido de volta, pelas pontas dos dedos. E logo está ele novamente preso pelo encanto de Aranilla.

Logo as palavras que deixam seus lábios não mais importam. Não consegue mais compreendê-las. Não sabe se é distração ou se Aranilla começou algum encantamento em uma língua élfica. Mas que importa?


- Estranho?! ... Ô meu filho! Acorda, né?!

- O quê... - A imagem começa a se formar. Um homem de uns vinte anos também, mas em uma armadura escura, apoiado sobre uma espada, de pé. - Onde está...

- Ah, se liga aí, meu irmão! Aquela guria não é pro teu bico não!

- Onde...

- Ih, já tô vendo... Tu não é daqui mesmo, né xará?! Seguinte: aquela elfa é do bando de Elliot, não sei se já ouviu falar. Nós somos da guarda da cidade, tá ligado?

- "Nós"? - ele olha ao redor e vê mais algumas pessoas vestidas daquele modo, fazendo perguntas em vários cantos do bar.

- Quem é você afinal? - Uma voz feminina lhe chega. Ao se virar se depara com uma garota vestida como os outros, com uma armadura. Com ar um tanto rude. - E o que faz aqui?

- Pô, Kanny! Deixa eu acabar, né? Seguinte dois: aquela elfa é minha, tá ligado? Pode esquecer dela.

- E-e... Não... acredito...

- Quê? Ela levou seu colar? Aproveite que a gente tá aqui pra dar queixa.

- É o... - o jovem se contém quando prestes a falar o nome do seu raro artefato - É importante.

- Sei que é. Tava só brincando!

- Parece que ela fugiu e deixou Elliot na mão.

- Como, Kanny?

- Olha lá. - Ela aponta a porta da taberna, onde se pode ver dois homens conduzidos por soldados passando na calçada. - Pegaram Tinci e Vorto. Não foi planejado... Não com eles, pelo menos.

- Hmm... Meu irmão, cê vai ter que explicar direitinho que troço foi aquele que ela roubou... Ei, cê quando entrou não tinha cabelo preto não? E comprido?

- Bem, observador você é. Digamos que agora ela seja capaz de se disfarçar se parecendo como quiser...

- Hmmm? - o soldado pára um pouco, antes de soltar uma gargalhada.

Enxugando os olhos com os dedos, se vira de volta, ainda rindo um pouco.

- Você não conhece mesmo a Aranilla...

Kanny se afasta e permanece séria. Aproxima-se do barman para uma entrevista discreta.

Enquanto isso, na cabeça do jovem ainda há um zumbido. Seus sentidos não voltaram totalmente, como em um transe provocado por drogas. Ainda sente o mundo em um tempo estranho. Mas Gauddel, é este o nome do jovem, já começa a voltar a si.

Lembra-se claramente do seu querido artefato, a que chamava de Colar da Serpente... Lembra-se dos dedos deliciosos de Aranilla deslizando por sua pele. ...E pelo colar.


Não há mais pessoas na taberna além dos soldados, do barman e de Gauddel. Após a confusão, todos deixaram o lugar. Alguns meio que contra a vontade...

O tempo passou, não se sabe em exato quanto. Até que um dos soldados se aproxima de Kanny e fala algo.

Kanny acena chamando o parceiro, enquanto se dirige à porta. Gauddel também a segue.

- Rastros. Entraram na floresta.

- Hmmm... Que mal! Não é boa idéia ir atrás dos lobisomens, né?

- Isso se os boatos não forem verdadeiros.

- O quê? Caramba! Tinha esquecido! Fala da história do pacto de Elliot com os lupinos!? Ih, ferrou.

- Não sei porque o Prefeito quer manter essas criaturas... - Kanny desabafa. - Em seu lugar, já tinha mandado encomendar duzentas espadas de prata pra equipe e organizado uma investida. ...Se algo assim já tivesse sido feito, nossos problemas agora seriam bem menores.

- Bom, Kanny... O pessoal tá voltando pra base...

- Bem, se quiser pode ir. Ainda tenho assuntos a questionar. - E olha para o ainda abalado Gauddel.

- Ah, tá... Parceira... Somos uma equipe, não? Eu fico com você pra te dar apoio!

- Tudo bem. - E se volta mais uma vez para o jovem estrangeiro. - Ainda não me disse de onde vem. Nem quem és...

- E isso importa?

- Sim. - Responde Kanny, em tom sério. - Isso importa.

- Tá bem, que seja então. - Ele olha para a floresta. - Sou Gauddel, vindo do além-mar, da terra de Amara. Uma terra de outros costumes, onde bandidos são encontrados e presos.

- Dispenso seus comentários patrióticos. Todas as terras são assim para quem nasce e vive feliz nelas.

- Pô! Cês dois, hein?! Dá pra falar como gente não?!

- Ravius: era exatamente isso que eu ia lhe perguntar.

Os três se calam por um momento. A floresta chama sutilmente por sua presença... Eles contemplam o silêncio, ainda de onde estavam. Uma imersão na floresta, empreendida por seus espíritos.

Um brilho repentino, como uma explosão silenciosa no meio da floresta. É o que os três vêem.

- Ei!! Pera lá! - Ravius grita, mas Gauddel já entrou correndo pela floresta.

- Ei! Kanny!! - E Ravius terá que seguí-los.


- Kanny! ... O que tá... fazendo? - Ravius finalmente consegue alcançar sua parceira. Já estão dentro da floresta e percorreram um bocado. Gauddel ainda se encontra à frente, longe dos dois.

- Sabia que tinha algo... errado!

- Como assim?

- Ele está envolvido! ... Não notou? ... Como correu pra floresta... Ao sinal?!

- Não! ... Ele tá é doido! ... E você também! - Começa a diminuir o passo. - E eu também!

Um braço o puxa bruscamente em direção à rota.

- Vamos, Ravius! ... Não podemos perder... tempo...

Gauddel parou, e parece ter encontrado algo preocupante. Pelo menos preocupado ele está, diante de uma parte da floresta que logo é alcançada pelos dois.

- Que diabo! - Ravius deixa escapar diante daquilo que vê. Não é nada agradável a visão. Ainda paira o cheiro de carne e por todo lugar se vê peles e ossos. ...de pêlos.

- Agora eu estou começando a ficar preocupada. O que houve aqui?!

- E eu é que sei? - Gauddel fala, ainda paralisado.

- Agora cê tem que dizer o que foi que ela roubou! Sem lenga-lenga! - Ravius o segura pela camisa.

- Ei! Calma aí! Não sei como ela fez isso!

- Se preferir, eu posso ajudar sua memória.

- É sério!

- O que ela roubou? - Kanny pergunta em ar sério e formal.

- Ela... - Ravius o solta e Gauddel prossegue. - Olha, o que eu tinha era algo simples comparado ao que foi feito aqui. Eu não...

- Ora, vai dizer ou não!?

- Ravius... - Kanny intervém. - Você não sabe o que aquilo fazia, não é?

- Essa é boa! - Ravius braveja.

- Quer dizer, você mesmo aí disse que eu não sabia quem era a elfa. Ela pode ter outros meios!

- Como é?!

- Ele tem razão. E já estamos longe e é tarde. Melhor continuarmos. Ela deve estar por perto.

- Seria bom saber dizer lá na base onde é o esconderijo dela, mas é muito arriscado.

Kanny o olha de lado com uma pitada de desprezo às palavras de Ravius. E eles continuam.


Eles prosseguem, mas Kanny diz a seu parceiro, mais atrás de Gauddel, que fique de olho no estrangeiro, para a segurança de todos.

- Ei, o que é isso? - Mais uma vez Gauddel pára.

- O que foi agora... É...

Sim, era o Sagaz que jazia ali diante deles. Seu corpo estendido no chão, com sangue deixando sua virilha e o lado esquerdo do seu pescoço. Seu olhos estavam sem as pálpebras.

- Quem foi que fez essa merda!?

- É algo novo, certamente. Ou temos um novo elemento envolvido ou foi a elfa.

- Mas ela não pode! Não ela...

- Ravius, Ravius. Ela é uma elfa, você um homem. Ela é uma assassina, você um soldado. Você realmente achava que podia dar certo algum dia?! Ela nem conhece você! Vai por mim, esquece, tá bem? Vamos atrás dela. E não é pra recitar poemas que vamos fazer isso...

Ravius pára um pouco, olhando o corpo de Elliot no meio da estrada.

- Não foi ela, Kanny... Não pode ter sido... Ela nunca fez nada assim!

- Quantos anos você tem? Vinte? Trinta? Não importa: ela tem pelo menos 10 vezes isso. Portanto, tente não ser tão categórico em uma afirmação quando não conhece nem 10% da história.

- Pô, Kanny. Às vezes você também...

- Vamos logo.

- Fazer o quê? - Ravius se senta, chorando baixo. - Se ela não matou Elliot nem os lobisomens, a gente vai atrás de uma inocente.

- Foi ela, Ravius. E de qualquer forma, se for inocente disso, o que duvido muito, com certeza não é inocente das mais de cem acusações que constam lá na delegacia.

- Mas, pô... Se foi ela que fez isso tudo, você acha que a gente tem alguma chance?

- Deixa eu te dizer uma coisa. Os lobisomens estão mortos. Magia?! Pode ser! Mas há muitas armas que só afetam lobisomens. Eles viraram fumaça. Elliot?! Elliot não. Ele foi morto de uma forma mais natural. Então o que ela tem não afeta humanos necessariamente. E lembre-se: Elliot almoçou junto com Aranilla. Quem sabe que tipo de drogas e poções ela usou nele naquele almoço?! Agora, levanta essa bunda covarde daí e vamos atrás dela.

Kanny se vira, quando percebe que...

- Gauddel! Pra onde ele foi!?

- E eu é que sei?! Vamos voltar...

Kanny, já com raiva, se aproxima de Ravius e o faz se erguer à força.

- Vamos lá agora.

- Mas... Pra onde?

- Pra onde a gente tava indo. Pra serra.

- Pras... - Só agora Ravius se dá conta de que caminhavam mesmo em direção à serra. Aquilo não o tranqüilizava. A Serra do Lobo era conhecida já há muito tempo na região como um lugar perigoso, onde moravam os... Ah, é claro! Os lobisomens estavam mortos agora. Não deviam ter medo, deviam? Nem de quem ou do quê matou os lobisomens?

Ravius não acreditou muito na teoria de Kanny, por mais convincente que fosse. Ele não queria ter que acreditar em nada. Queria só voltar pra casa e descansar: era tudo o que queria. Mas não! Kanny tinha que cismar em ir atrás da elfa e do guri!

Já não se via o caminho com facilidade, e foi quando Ravius percebeu que já era noite.

- Kanny, já é noite...

- Silêncio. Não volto daqui sem meu troféu.

- Troféu?! Do que cê tá falando?! Olha...

- Silêncio. Estão ali.

- O que tá vendo?

- Luz... Veja você mesmo.


Gauddel estava de pé, parado, olhando a pedregosa subida da serra. Totalmente imóvel enquanto Aranilla passava os dedos suavemente sobre seus ombros, indo para trás dele.

- Sabe, tenho que te agradecer por ter te conhecido. - Aranilla fala, em baixos sussurros ao ouvido de Gauddel. - Você mudou a minha vida... Com a Aurora de Prata sei que nada pode me deter.

Ela fala enquanto olha carinhosamente para o colar prateado que ora pertenceu a Gauddel.

- Sabe, você tem muitos truques... Seus cabelos e sua aparência eram outras. Não sei como fez isso. Queria poder também... Mas não importa.

Caminha lentamente ao redor de Gauddel, que parece sob efeito de algo estranho: imóvel como uma estátua de cera.

- Caro estrangeiro... Consegui me livras de vez da praga que era o Elliot. Não sabe como isso me alegra. - Sorri discretamente e continua, falando baixo, quase mais para si que para o Gauddel, mesmo estando tão perto. - Dá até pena de te privar do presente da Terra. Mas eu preciso...

Ela pára um pouco, olhando seu querido artefato.

- Mas antes, caro estrangeiro... Veja isso.

Uma explosão prateada toma o lugar e logo se vai, deixando uma luz tênue e doce. Aranilla envolve Gauddel com o braço direito e o arrasta junto à pedregosa parede da serra. Afasta-se um pouco da parede, ainda conduzindo Gauddel, que parece não estar mais nesse corpo.

- Está vendo, caro estrangeiro? São velhos amigos que viviam no meu pé. Isso mesmo. Viviam, não mais me seguirão.

Kanny está ali, congelada. A boca aberta e o braço em gesto, mas parado no ar, olhando para Ravius, também parado.

- É bom poder parar o tempo. Você nem imagina quantas formas existem de eu ficar rica com a Aurora de Prata, estrangeiro...

Aranilla arranca uma orelha de Ravius com um delicado punhal. Ele continua paralisado.

Algum ruído parece vir de cima da serra. Baixo, e Aranilla não se importa com isso.

- O tempo agora me obedece. Foi assim, caro estrangeiro, que me livrei daquele idiota. E é assim que farei minha fortuna.

"Devo lhe agradecer pela Aurora de Prata, mas... Acho que acabou."

Ela o conduz até junto aos rochedos e encosta Gauddel nas pedras. O barulho se repete.

- Como gratidão te darei uma morte rápida. Quanto àqueles dois, vou me divertir um pouco ainda...

Com habilidade de um escultor, Aranilla, em vários cortes, arranca a cabeça de Gauddel e se volta para os seus dois amigos.

- Bom, está feito. Agora é a vez de vocês dois.

Mal se afasta um passo dos rochedos e o barulho se torna maior. São pedras. Pedras que rolam serra abaixo.

Aranilla não teme, pois sabe o que fazer. Vira-se para as pedras já caindo e um brilho de prata explode.


Uma dor... Uma dor no braço. Distante e cada vez mais próxima. Kanny abre os olhos. Antes que possa esbravejar contra a má sorte, vê à frente.

Sim, uma pedra acertou seu braço, e dói muito. Mas sua má sorte não foi tão má quanto a dos outros.

Kanny vê seu parceiro estirado no chão em uma poça de sangue. Pedras. Foram as pedras. Mais à frente, outro corpo.

Sim, é Aranilla que jaz também A elfa atropelada por pedras e mais pedras. Só o corpo de Gauddel, junto ao rochedo, não foi atingido pelas pedras, mas não traz mais a cabeça junto a ele...

Kanny olha com lamentação o corpo de seu colega Ravius e se dirige ao de Aranilla.

Seu braço não quebrou, apesar de doer muito. Kanny se abaixa perto de Aranilla.

- Acho que não vai mais precisar disso, sua vaca! - E retira o artefato do pescoço da elfa, colocando-o com dificuldade em seu próprio pescoço.

Kanny se ergue e confere a cena mais uma vez. Lamenta com raiva e se vira. Irá à cidade. Eles não devem sair daqui até amanhã e amanhã Kanny poderá mostrar onde estão o grande pirata Elliot e sua comparça e assassina Aranilla.

Kanny caminha para longe dos rochedos, calmamente segurando seu braço direito. E uma cimitarra prateada começa a se formar acompanhando suas costas, ao alcance de suas mãos...

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