Cordel da Burguesia

Cê sabe o que é Burguesia?
Sente que vou te explicar
Sabe um sujeito bem rico
Que juntou tanta quantia
Que luxa e viaja o mundo
Sem trabalhar um segundo
Esta é a tal burguesia
Com sua ganância fria

São os donos da indústria
Que fabrica o seu feijão
Donos de aviões, navios
Da terra e o que lá se cria
São os que lucram um zilhão
Com a tal corrupção
Esta é a tal burguesia
Com sua ganância fria

São os donos do Jornal
Revista e televisão
Mandam em qualquer juiz
Zoam a Democracia
Vereador ou presidente
Lhe obedece alegremente
Esta é a tal burguesia
Com sua ganância fria

Nem sabem o que é trabalho
Morrem de nojo do povo
Desde pequenos, criados
Com a maior mordomia
Pra conseguir mais dinheiro
Mandam matar um ligeiro
Esta é a tal Burguesia
Com sua ganância fria

O povo às vezes se ilude
Com o mundo da riqueza
Quando alguém fica ricaço
Se orgulha com alegria
Sem parar para pensar
Em como ele chegou lá
Só se torna Burguesia
Alguém de alma vazia

Se um sujeito abre uma empresa
Com uma ideia legal
E começa a se dar bem
Assim da noite pro dia
Chama a atenção por demais
De investidores chacais
Só se torna Burguesia
Alguém de alma vazia

Você pode ficar rico
Com trabalho e viver bem
Mas não consegue ir além
Sem pisar quem te servia
A riqueza do burguês
É o sangue do camponês
Só se torna Burguesia
Alguém de alma vazia

Se ainda assim o empresário
Quer tratar bem sua equipe
Não enrola seu cliente
Sem caixa 2, nota fria…
Fica pra trás de repente
No primeiro concorrente
Só se torna Burguesia
Alguém de alma vazia

Não existe bom burguês
Bilhões em gente que sofre
De doença e fome para
Cada burguês que se cria
Fortuna de um infeliz
Seriam pão pra um país
Só se torna Burguesia
Alguém de alma vazia

Quando existia um rei
Que foi contra a escravidão
Os burgueses reclamavam
Do prejuízo que viria
Armaram para trocar
Um rei por um militar
Os golpes da Burguesia
Já são um vício ou mania

Outro dia um presidente
Falou de reforma agrária
A burguesia surtou
E tudo se repetia
Um golpe na cara dura
Que virou a Ditadura
Os golpes da Burguesia
Já são um vício ou mania

Assim que sempre acontece
Quando sentem ameaça
Ou veem oportunidade
Às vezes por tirania
Em prejuízo pro povo
Nasce outro golpe de novo
Os golpes da Burguesia
Já são um vício ou mania

A burguesia é formada
Por bem pouquíssima gente
Mas sua voz chega longe
Iludindo a maioria
Que ao ouvir a voz que vem
Acha que é a sua também
A pequena burguesia
É pobre com fantasia

Burguês não é empresário
Dono de supermercado
Não é o advogado
Que juntou boa quantia
O médico também não
Burguês não tem profissão
A pequena burguesia
É pobre com fantasia

Burguês tem muito dinheiro
Não precisa trabalhar
Investe em título, ações
No mundo faz moradia
Se quebra alguma empresa
Não vai perder sua riqueza
A pequena burguesia
É pobre com fantasia

Se o povo inteiro padece
Doente, desempregado
O pequeno burguês sofre
Sem os clientes que havia
A burguesia verdadeira
Lucra de outra maneira
A pequena burguesia
É pobre com fantasia

A Burguesia detesta
Redistribuição de renda
Não quer escola gratuita
Nem saúde ou moradia
A tudo estão dispostos
Pra não pagarem os impostos
A luta da Burguesia
É contra a Democracia

Educação até vale,
Na cabeça do burguês,
Se for pra formar peões
Que trampe por mixaria
Quer a educação mudar
Pobre não pode pensar
A luta da Burguesia
É contra a Democracia

A Burguesia no Brasil
Nunca foi nacionalista
Veste de verde e amarelo,
E contra a soberania,
Entrega nossas riquezas
Pros States, suas empresas
A luta da Burguesia
É contra a Democracia

A Burguesia controla
Todo o sistema político
É quem manda no país
Com propina em demasia
Mas sua televisão
Cala essa corrupção
A luta da Burguesia
É contra a Democracia

O que eles querem no fim
Matar o povo de fome
Enquanto ganham dindim
Em cada vez mais quantia
Sem peso no coração
Mesmo com sangue nas mãos
Enquanto houver Burguesia
Não vai haver Poesia

A Burguesia é a Direita
Ela só olha pra si
A Burguesia é a Guerra
Como Cazuza dizia
Pro burguês ser feliz não
Existe conciliação
Enquanto houver Burguesia
Não vai haver Poesia

A falta do pão pro pobre
É que enriquece o burguês
Que rouba vidas e sonhos
Com tamanha covardia
Que usa jornais pra esconder
E tão legais parecer
Enquanto houver Burguesia
Não vai haver Poesia

Por isso digo: não muda
Se depender da Imprensa
Se depender dos Poderes
Só pra pior mudaria
A mudança é minha e sua
Só muda indo pra rua
Enquanto houver Burguesia
Não vai haver Poesia

– Cárlisson Galdino

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