Cordel Futurista

No informativo mais recente da ACALA, meu texto é uma obra neocordel, que traz duas poéticas intercaladas. É praticamente um manifesto, chamado Cordel Futurista. Publico agora aqui também e espero que vocês gostem!

Quem vai dizer
Que isso daqui
Não é cordel
Que estou pinel
Não é pra valer
Que o que escrevi
Não é pra entender?

Cordel nasceu
Da cantoria
No meu Nordeste
Arte inconteste
Que apareceu
Até hoje em dia
Quanto cresceu!

Pode vir Leandro Gomes
Montado no seu corisco
Com cantadores de nome
Implicar com o que rabisco
Melquíades no seu pavão
Gritando igual um trovão
- Tua caneta eu confisco!

Mas o passado
Há tanto feito
Tem seu lugar
Pra sempre há
De ser lembrado
Tem o respeito
Tem um legado

Nobres senhores
Eu não invento
O que seria
Da poesia
Desses valores
Sem o talento
Dos cantadores?

Eram só quadras no início
Depois viraram sextilhas
Por estudo e compromisso
Se converteram em setilhas
Sempre melhorando a estética
Olhemos para a poética
Da cantoria e suas filhas

Não sabe nada
É inocente
Quem acredita
Que essa escrita
É limitada
Sete somente
Para a levada

Olha pro céu
Talvez cê veja
Que no início
Desse ofício
Feita em papel
Tinha a peleja
Já no cordel

Pois nos cordéis de peleja
De muito tempo se via
O estilo em que verseja
No mesmo cordel varia
Muda métrica e estrutura
Retrata a disputa dura
Simulando a cantoria

Tem humor raso
Tem de peleja
Educativo
Informativo
Cordel de causo
Credo de igreja
Tem sobre Espaço

Quem cria é gente
De todos cantos
Cada poeta
Tem sua meta
Bem diferente
Estilos tantos
Não é um somente

Por isso que a gente entende
Que olhando através do véu
Você verá de repente
Que entre a terra e o céu
Há um universo de estilos
Cores, rimas, temas, brilhos
De tudo vai no cordel

Cordel é fato
É um jornal
Cordel é vivo
É coletivo
É abstrato
Individual
É um barato

Cordel é livro
É arte pura
É embolada
Forró, toada
Reflexivo
É aventura
É interativo

Quem é vivo sempre mostra
Mudança, nova faceta
É disso que a gente gosta
Cordel tomando o planeta
O antigo preservado
E o novo, recriado
Em sonetos e estafetas

Tem o cangaço
Sertão, saci
Matuto, gado
Mas tá mudado
Já sem cansaço
Já está aqui
Ciberespaço

Cordel é ouro
Do nosso povo
Nossa cultura
Ninguém segura
Mas o vindouro
É forte e novo
Grande tesouro

Nosso futuro a um salto
Há muitos mundos além
Cordel irá bem mais alto
Neocordelismo é um trem
Que leva ao desconhecido
Pra terminar, te convido
Vem pra esse mundo também!

-- Cárlisson Galdino

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