Frushige era um cara bem legal
Gostava de estourar com seu mangual
Cabeças de goblins e bichos feios
Um dia acertou o seu joelho
Foi ao doutor, que disse com tristeza
Que há muito tempo não sentava à mesa
Ia curar o mal da sua perna
Fazendo dela um prato à calabresa
Frushige saiu com uma só perna
Mangaram quando entrou na taberna
Mas ele retribuiu a gozação
Rodando o mangual e caindo ao chão
Foi quando um monstro chegou à cidade
Todo mundo fugiu como covarde
E só restou Frushige e o gigantão
Mas ele não se foi com a multidão
O monstro era uma cobra horrorosa
Com noventa presas venenosas
E mais de trezentas que eram quase
Frushige quase que tremeu na base
Frushige levantou o seu mangual
E a cobra sacou o seu fio dental
Num golpe de monstro endiabrado
Deixou o Frushige todo enrolado
Frushige não podia mais lutar
Foi então que começou a pensar
Chamou de covarde o agressor
"Só tenho uma perna, meu senhor"
A cobra então parou com a briga
E caiu de rir com a mão na barriga
Foi só então que ele percebeu
"Ela tem menos pernas do que eu"
E a cobra a tanto a gargalhar
Deu tempo de ele se desenrolar
Seu mangual não estava por perto
Felizmente Frushige era esperto
Pegou um palito de sua boca
E acertou em cheio a cobra louca
Ela arregalou seus treze olhos
O palito estava sujo de óleo
O óleo reagiu com o veneno
E fez o monstro ficar bem pequeno
Bastou a Frushige sapatear
Para o monstro ir pra outro lugar
"E nunca mais volte, seu monstro imundo"
A cobra era a maior cobra do mundo
Agora do tamanho de uma lesma
A vida do povo não seria a mesma
Todos comemoraram com alegria
Foi Frushige quem salvou o dia
E prometeram uma trégua eterna
Nunca mais ririam da sua perna
-- Cárlisson Galdino
Frushige
Enviado por bardo em 15. Outubro 2012 - 5:11
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