desarmamento

Referendo: Vitória da Publicidade

Mais uma vez, lamentavelmente, vemos uma decisão importante para o futuro do Brasil sendo decidida pela performance de publicitários. Não me incomodaria se o Não ganhasse por argumentos, com as pessoas entendendo realmente o que está acontecendo. O que me incomoda é que decisões importantes caiam na arena do marketing, o que termina fazendo com que o lado mais rico (capaz de contratar um bom marketeiro) vença.

A opção do Sim ou do Não neste referendo, assim como candidatos, não são marcas de sabão em pó. O que está em jogo é o nosso futuro, e eu já cansei de ver como brincam com isso.

No caso específico deste último referendo, o que houve foi que a bancada do Não contratou um grande publicitário (no sentido apelativo da palavra): Chico Santa Rita. Desde o início ele arquitetou as propagandas do Não. Só um detalhe: ele foi o responsável pela publicidade na reta final da campanha de... Fernando Collor.

Falácias e palavras de ordem, com a evocação do medo de os bandidos invadirem nossas casas. Esse pacote foi o que garantiu a vitória. E o que João Moreira Salles havia dito na gênese da campanha acabou se concretizando: "Quem souber lidar com a questão do medo vai ganhar".

Eu fico pensando o quanto a população é fraca em entendimento de discurso (eu me incluo um pouco aí, já que meu estudo nessa área apenas começou). E como seria este referendo se ao invés da briga das propagandas coloridas contra os documentários assustadores tivéssemos tido debates e opiniões de sociólogos e outros estudiosos relevantes...

E assim se encerra esse capítulo da nossa Democracia. O povo é chamado a decidir, mas não acha bom. E pelo Sim ou pelo Não, que vença o mais apelão.

Referendo e as Falácias: Parte II

Agora há pouco conversava com um grande amigo via Jabber a respeito do desarmamento. Ele citou uma frase que resume bem o que estou sentindo nessa enorme campanha, que mais prima pela confusão, por estatísticas (com E minúsculo) e achismos que pela análise do Estatuto do Desarmamento:

Todos os argumentos do Não são sofismáticos... Principalmente com Generalização, petição do princípio, apelo à humanidade e ataque direto.

Por favor! Não vamos julgar ouvindo só um dos dois lados!! Principalmente se esse lado for o da Veja. Veja este artigo publicado no site http://www.revistaforum.com.br/...


O jornalismo covarde de Veja e o silêncio profissional

Por: Renato Rovai

Há algum tempo a revista Veja vem se esmerando em publicar pseudo-reportagens que desancam personalidades públicas, movimentos sociais e partidos políticos que tenham qualquer viés progressista e de esquerda. Para isso, vale tudo. Porque isso é liberdade de imprensa, sustentam seus editores.

Na edição (1.925) desta semana, Veja decidiu fulanizar o debate a respeito do desarmamento fazendo de sua capa um cartaz pelo voto no “não”.

Entre os “sensacionais” argumentos para defender tal tese, o panfleto semanal dos Civita diz que “Antonio Gramsci, fundador do Partido Comunista Italiano, listou o desarmamento da população entre as providências essenciais para garantir o controle totalitário” e que “Hitler desarmou os alemães e os povos dos países ocupados, mas distribuiu armas entre milícias fiéis ao regime”. Ainda: "Nas zonas rurais brasileiras, longe dos postos policiais, [as armas] servem para sitiantes e fazendeiros defenderem suas propriedades de assaltos, invasões do MST e dos ataques de animais predatórios a seus rebanhos e criações. É por isso, com certeza, que os sem-terra apóiam o desarmamento". Evidente que não vale a pena polemizar com argumentos de impressionante nível, mas por outro lado, é preciso começar a fazer algo para combater esse tipo de jornalismo farsante e sangue azul de Veja.

Quem perde credibilidade com isso não é só o veículo. Ao aceitar silenciosamente que o senhorio use a seu bel-prazer um título, desconsiderando os princípios legítimos que permitem recortes de posicionamento à publicação, mas não autorizam a invenção pura e simples de aspas ou teses, quem perde mais é o profissional jornalista.

É por isso que me darei ao trabalho de tratar de dois exemplos desta edição, deixando de lado a aberração maior que foi a capa pelo não ao desarmamento.

Quando um Otávio Cabral compara membros do governo à turma do Sítio do Pica Pau Amarelo e escreve assim: “o governo vendeu a mãe, o pai e a mulher no primeiro turno”, descreveu um dos coordenadores da campanha de Rebelo, num surto de franqueza. “No segundo turno, ofereceu a irmã mais nova.” Não só ele se demoraliza. Ridicularizamo-nos todos. Se esse Otávio Cabral tem coragem de assinar uma matéria cujo enredo é ridicularizar personalidades públicas sem o menor constrangimento e direito à defesa para as partes envolvidas, por que não publicaria o nome de um “dos coordenadores da campanha de Rebelo”. Explico: porque inventou a frase para dar suporte ao texto.

Da mesma forma como faz Diogo Mainardi, na mesma edição. Ele conta sua viagem a Brasília e narra a cobertura da eleição da presidência da Câmara e, ao fim, registra: “Aldo Rebelo acaba de ser eleito. Os mensalistas atiram-no para o alto. Todos os deputados com quem falei hoje – foram mais de trinta – o consideram um perfeito idiota. Por isso estão tão felizes. Por isso não o deixam se espatifar no chão”.

Por que a covardia de Mainardi não lhe permite dar nome àqueles que consideram Aldo um perfeito idiota? Porque mente. Ele não só não ouviu isso de trinta deputados, vou além, nem falou com quinze enquanto por lá esteve. Por motivos óbvios, eu e tantos outros colegas jornalistas, também estávamos em Brasília no dia das eleições da Câmara. Espero que outros também o digam. Vi esse Mainardi como um ratinho, encostado no fundo do plenário, por horas, falando baixinho e olhando pro chão. Parecia ter medo que alguém lhe fosse cobrar honestidade ou coisa do gênero. Algo ridículo. Deu umas zanzadas pelo salão verde e voltou para o seu esconderijo. Depois dessa sensacional “missão jornalística”, foi para o seu laptop e “corajosamente” escreveu aquilo que o chefe adoraria ler. E ofendeu a quem o chefe gostaria de ofender. Sem ter compromisso com o real, só com sua corajosa missão de agradar a quem lhe garante a coluna.

Esse jornalismo farsante e sangue-azul de Veja não atenta apenas contra os valores da democracia e da ética profissional. Ele ainda abre o caminho para que outros veículos passem a fazer o mesmo e expõe ao ridículo a imprensa enquanto instituição e o jornalismo como profissão. Os tiros do padrão Veja de jornalismo estão sendo dados enquanto o silêncio acomodado da maior parte dos jornalistas segue impávido. Parece que é assim mesmo, que faz parte do jogo. Não é. Não se pode deixar que seja. Os profissionais mais jovens ainda merecem um desconto. Os mais experientes, calados, são cúmplices. Estão ajudando a desmoralizar a profissão. E pagaremos todos por isso

Este artigo é de responsabilidade de Publisher Brasil Editora e Publicidade Ltda.
Todos os direitos reservados. Este artigo pode ser reproduzidos, desde que citada
a fonte. Publisher Brasil 2003

Referendo e as Falácias: Parte III

Aqui segue uma coleção de assuntos tentando rebater falácias comuns na defesa do Não.

Lembro antes que este assunto é complexo e que os dois caminhos têm riscos. Mas não está claro que um tenha mais riscos que o outro. O que está claro é que o Sim está apelando para o lado emocional, enquanto o não lista uma série de falácias para tratar do assunto. Vamos a alguns argumentos empunhados orgulhosamente por defensores do Não.

O Desarmamento e A Proibição

Primeiramente, o que está em questão é A Proibição da Venda de Armas no Brasil. O Estatuto do Desarmamento já está em vigor, faltando apenas esse ponto para definirmos.

O porte de arma já é crime inafiançável, e não será permitido se neste Referendo prevalecer o Não. Portanto, nem se cogita liberar o porte de arma no Brasil.

Tirar o Direito de Ter Arma

Esta é uma forma de apelo ao Nacionalismo e ao Sentimento de Liberdade. Mas como assim direito de decidir ter uma arma? Quem pode decidir isso? Um cidadão "de bem"? E quem atesta que ele é mesmo "de bem"?

Qualquer proibição ou concessão de novo direito que se queira fazer pode se transformar numa frase do tipo Querem tirar o direito de X. Portanto, prefira analisar a questão por ela mesma, desvinculando-se do apelo da expressão.

Ademais:

  1. quem já tem arma, poderá continuar com a arma em casa;
  2. quem precisar de arma realmente poderá adquirir arma diretamente com as Indústrias;
  3. inclusive quem mora em zona rural, de pouco policiamento, ainda poderá ter arma, como está previsto no estatuto.

O Comércio de Armas Movimenta a Economia

Legal, não? As drogas movimentam um mercado de submundo. Não deveríamos legalizar todas as drogas também não?! E a venda de órgãos, de bebês... Movimentaria a economia mais!

O Referendo é Caro!

  1. O referendo está planejado há muuuito tempo. Não convém dizer que o Lula quer desviar atenção do mensalão ou baboseiras do tipo.
  2. Não está em jogo se teremos ou não um referendo. Se o referendo fosse um *Referendo para Definir se Faremos um Referendo Contra a Proibição da Comercialização de Armas no Brasil*, há boas chances de que eu votasse Não, dados os gastos envolvidos. Mas votar Não neste referendo não vai fazer economizar o dinheiro nele investido.
  3. Votar Não só por birra sem analisar a questão é muitas vezes mais desperdício do que foi organizar este Referendo. O dinheiro foi gasto. Se não concorda, exerça seu direito de cidadão e proteste contro isso de outra forma. Se tiver que votar, que vote numa escolha sincera e analítica.

Arma é Proteção

Ter uma arma em casa dá sensação de proteção, mas quantas vezes é proteção e quantas é estopim de uma trajédia? Os dois lados querem mostrar que têm certeza de que sabem a resposta, mas a resposta é: é difícil saber, e a série de contos narrados pelos dois lados simplesmente não ajuda a trazer luz à questão.

A verdade é que ter arma não é necessariamente proteção. Às vezes o é, outras vezes não.


Vou votar Sim e cada um escolha no que vai votar, mas não sem perceber o que está sendo feito e dito a respeito, as mentiras e verdades. Não é uma escolha óbvia como muitos crêem. É muito complexo mesmo. Já fiz minha decisão. Boa sorte para vocês nas suas.

Referendo e Desarmamento: Cuidado com as Falácias

Há alguns minutos publiquei aqui palavras contra o desarmamento. Deixei-me levar pelos argumentos apresentados sem pesquisar a veracidade dos dados, pois tratava-se de um trabalho acadêmico de um amigo o intermédio por meio do qual tive acesso a tais informações. Parece-me que estava equivocado.

Por e-mail tem circulado uma lista de fatos históricos que se sucederam a um desarmamento, por Marcello Holand. Cuidado com esses argumentos! Não chequei todos ainda, mas o que fala da Austrália (diz que a criminalidade aumentou em 300% após a lei de controle de armas) é totalmente irreal: confira o que diz relatório do Instituto de Criminologia Australiano (governo federal): http://www.aic.gov.au/publications/tandi2/tandi269t.html.

Ainda não chequei os outros argumentos, como já disse. Devido a essa revelação (Australia), resolvi transcrever toda a parte relevante (alegação de fatos) do texto. Quem tiver fontes que confirmem ou neguem esses argumentos, favor comentar!


  • (V/F) Em 1929, a União Soviética desarmou a população ordeira. De 1929 a 1953, cerca de 20 milhões de dissidentes, impossibilitados de se defenderem, foram caçados e exterminados.
  • (V/F) Em 1911, a Turquia desarmou a população ordeira. De 1915 a 1917, um milhão e meio de armênios, impossibilitados de se defenderem, foram caçados e exterminados.
  • (V/F) Em 1938, a Alemanha desarmou a população ordeira. De 1939 a 1945, 13 milhões de judeus e outros "não arianos", impossibilitados de se defenderem, foram caçados e exterminados.
  •  
  • (V/F) Em 1935, a China desarmou a população ordeira. De 1948 a 1952, 20 milhões de dissidentes políticos, impossibilitados de se defenderem, foram caçados e exterminados.
  • (V/F) Em 1964, a Guatemala desarmou a população ordeira. De 1964 a 1981, 100.000 índios maias, impossibilitados de se defenderem, foram caçados e exterminados.
  • (V/F) Em 1970, Uganda desarmou a população ordeira. De 1971 a 1979, 300.000 cristãos, impossibilitados de se defenderem, foram caçados e exterminados.
  • (V/F) Em 1956, o Camboja desarmou a população ordeira. De 1975 a 1977, um milhão de pessoas "instruídas", impossibilitados de se defenderem, foram caçados e exterminados.
  • ( Falso) Há doze meses o governo da Austrália editou uma lei obrigando o proprietários de armas a entregá-las para destruição. 640.381 armas foram entregues e destruídas, num programa que custou os contribuintes mais de US$ 500 milhões. Os resultados, no primeiro ano, foram os seguintes: "Os homicídios subiram 3.2%, as agressões 8.6%, os assaltos a mão armada 44%. Somente no estado de Victoria, os homicídios subiram 300%...
  • (V/F) O mesmo está acontecendo no Reino Unido. País tradicionalmente tranquilo, onde até a polícia andava desarmada, adotou o desarmamento da população ordeira. Pesquisa realizada pelo Instituto Inter-regional de Estudos de Crime e Justiça das Nações Unidas revela que Londres hoje é considerada a capital do crime na Europa. Os índices de crimes a mão armada na Inglaterra e no País de Gales cresceram 35% logo no primeiro ano após o desarmamento. Segundo o governo, houve 9.974 crimes envolvendo armas entre abril de 2001 e abril de 2002. No ano anterior, haviam sido 7.362 casos. Os assassinatos com armas de fogo registraram aumento de 32%. A polícia já está armada.
  • (V/F) Nos Estados Unidos, onde a decisão de permitir o porte de armas é adotada independentemente por cada estado, todos os estados com leis liberais quanto ao porte de armas pela população ordeira têm índices de crimes violentos em muito inferiores à média nacional, enquanto os estados com maiores restrições ostentam índices de crimes violentos expressivamente superiores à média nacional. Washington, onde a proibição é total, é a cidade mais violenta dos EUA.
  • (V/F) Você não verá as informações acima disseminadas na imprensa local. Com honrosas exceções, a imprensa está fechada com as ONGs internacionais que pregam o desarmamento, por mais perigoso e ineficaz, Deus sabe com que propósitos. Armas em poder da população ordeira e responsável salvam vidas e defendem propriedade. Leis de desarmamento afetam somente a população ordeira.
  • (V/F) Em 2003, com a aprovação do absurdo Estatuto do Desarmamento, o Brasil iniciou o processo de desarmar a população ordeira. Salvo engano, isso quer dizer Você. E se você não lutar contra isso, você ou sua família poderão ser as próximas vítimas indefesas.
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