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Poesia Assimétrica

Poesia é formada essencialmente por versos (ou linhas). Elas podem ser agrupadas em estrofes. A técnica poética envolve principalmente a rima, a métrica e o ritmo, que está relacionado à métrica.

Na maioria das vezes, sinto que se espera da poesia uma estrutura simétrica, pelo menos daquela poesia que não chutou modernamente o pau da barraca. Especialmente em poesias mais longas e/ou mais técnicas mesmo, como ocorre na Literatura de Cordel.

Na verdade, não devíamos estar tão preocupados com a simetria. O provável gênero poético mais famoso do mundo, o soneto, é assimétrico: tem duas quadras (estrofes de quatro versos) e dois tercetos (estrofes de três versos). Meus cordéis costumam ser muito simétricos, mas já vi cordéis assimétricos muito bacanas.

Outra "regra silenciosa de simetria" diz respeito à métrica. Quanto a essa, já escrevi sonetos (e outras poesias) que chamei à época de heterométricas, mesclando duas métricas em uma mesma poesia. Por exemplo, em O Duelo da Estrela:

A espada pesa, o ombro
Não é o aço
Mais um passo, um tombo
E outra reza

Ou no Cárcere da Arte:

Você pelas margens do meu caderno
Não te quero
Em juras e loucuras sem sentido
Como uma musa d'além desse mar

O estilo de cantoria popular Toada Alagoana também oferece essa dupla métrica. Partindo de uma sextilha, se intercalam três versos menores, que funcionam como eco (rimando inclusive) com os versos que não teriam rima, caso se mantivesse como sextilha. Para entender melhor:

O cordel é poesia
Todo dia
Tem um poeta nascendo
MC, tem repentista
Sonetista
A arte desenvolvendo
Nossa arte e cultura
Traz a cura
Pra um mundo quase morrendo

A estrutura de certas estrofes pode servir também para demarcar capítulos, para determinar momentos e climas da poesia, recurso que pode ser bem útil em uma poesia mais longa. Letras de música também costumam ter pegadas diferentes, nem que seja apenas para diferenciar o refrão do restante.

Ah, e a poética assimétrica está na Literatura de Cordel há muito tempo, é só ver uma peleja antiga.

-- Cárlisson Galdino

Special: 

É Cordel/Não é Cordel

No cenário do Rap tem uma turma que não gosta de inovações. Acho que a essa altura esses, chamados pelos novos de "guardinhas do Rap", já estão mais calmos. O lance é que "donos do gênero" existem independente do tipo de arte. Assim como tem no Rap, tem os do Metal, tem os da Ficção Científica e, claro, tem os da Literatura de Cordel.

Antes de entrar no assunto, para fechar a referência a Rap, deem uma olhada nessa música excelente de Raphão Alaafin:

A origem da Literatura de Cordel, até onde vi, é controversa. Nota-se isso com ainda mais nitidez quando a gente pesquisa arte popular fora do Brasil. Na Espanha tinha os Romances de Cego, mas arte em livretos populares existiu em vários países. França, Inglaterra...

Leandro Gomes de Barros é um dos maiores nomes (talvez o maior) na Literatura de Cordel brasileira. Aparentemente, quem começou a utilizar a sextilha (estrofes de seis versos rimando só os pares - xAxAxA -, o estilo mais utilizado por Leandro Gomes) foi Silvino Pirauá de Lima, que criou também o subgênero Romance de Cordel. O pouco que vi de sua obra tem vários estéticas, até quadras ele usava.

É dito que Literatura de Cordel é formada por Rima, Métrica e Oração. Hoje entendo o que é essa horação: linearidade ou narrativa. Assim como freestyleiro é rapper, não concordo com quem pensa que repentista não é cordelista. Inclusive, martelos, galopes e outros são bem mais sofisticados do que a  sextilha. Isso pra mim não descaracteriza o cordel, do contrário: o engrnadece.

Nessa história de "é cordel"/"não é cordel", penso que cabe julgamento de opinião sobre qualidade técnica e preferências, mas quem realmente pode se dizer dono do cordel a ponto de decidir quem tem direito de se dizer cordelista ou não? Ou, como diz o Raphão, "enquadrar a rima do mano"? Tem quem queira impor regras com mais rigidez até do que a Academia Brasileira de Literatura de Cordel.

Hoje eu só tenho o pé atrás e estranho quando vejo um "cordel em prosa", sem verso. Mas confesso que me incomoda não ter um nome para chamar isso, principalmente depois de ver que esse tipo de criação já teve seu lugar mundo afora. Claro, eu chamar de cordel não significa que eu admire e curta todo cordel que vejo...

-- Cárlisson Galdino

Special: 

O Tio dos Diálogos

Estava revisando Escarlate III quando me deparei com uma inovação estilística de que nem me lembrava mais. Tem a ver com diálogos.

Existerm várias formas de expressar diálogos em um texto, isso é fato. Qual a melhor? Depende. Para texto teatral, por exemplo, é bom o formato com o nome do personagem antes da fala:

A sala está montada com uma iluminação parcial

Clarice: E aí? O que você tinha para me dizer?

Celso: Para quê a pressa? Podíamos aproveitar melhor o vinho antes de entrar nesse assunto.

Para quem não lembra ou não viu, foi a estratégia que adotei para Warning Zone.

Existe a forma das aspas, onde as falas ficam entre aspas. E existe a dos travessões:

A sala está montada com uma iluminação parcial

- E aí? O que você tinha para me dizer? - Clarice encara o recém-chegado Celso

- Para quê a pressa? Podíamos aproveitar melhor o vinho antes de entrar nesse assunto.

Como se vê, uma desvantagem deste método (assim como o das aspas) é que, por não ter na notação um espaço já certo para dizermos quem falou, precisamos complementar o texto com essa informação.

Não gosto de usar aspas porque prefiro utilizá-las para narrrar pensamentos.

Além desta desvantagem, existem outras. A principal que vejo é a continuidade da fala, com ou sem interrupção. Vamos voltar um pouco. Se você utiliza travessão ou aspas, precisa identificar quem falou.

- E aí? - Clarice pergunta.

- E aí o quê? - Celso responde, olhando de lado.

- O que você queria? - Clarice insiste.

- Ah, sim, sabe o Flavio? - Celso pergunta a encarando.

- Não, que Flavio? - pergunta Clarice, tentando puxar pela memória.

- Aquele da praça! - Celso tenta explicar melhor.

Como você pode facilmente notar, fica muito cansativo um texto assim. Por isso, é comum utilizar o mínimo possível de referência a quem falou. A gente tenta deixar claro quem falou primeiro e em segundo então subentende-se que as falas se alternam. Só se torna necessário descrever algum comportamento diferente complementar de algum dos interlocutores. Vê se não melhora:

- E aí? - Clarice pergunta.

- E aí o quê? - Celso responde, olhando de lado.

- O que você queria?

- Ah, sim, sabe o Flavio?

- Não, que Flavio?

- Aquele da praça!

Eu acho muito melhor. Mas isso leva ao problema de que eu falava. O que chamo de fala continuada acontece quando você narra uma fala e logo em seguida narra outra fala do mesmo personagem. Exemplos:

Flavio: Você não vai beber?

Clarice simplesmente não responde.

Flavio: Então eu vou tomar o restante do vinho.

Clarice não comenta nada.

Flavio: Tá, era Otávio e não Flávio. Você está certa!

Clarice: Está vendo? Eu não conheço nenhum Flávio da praça. Agora o Otávio já é diferente. Eu me lembro daquele dia que a gente saiu pra tomar sorvete e passamos na banca de revistas. Ele estava encostado naquela estátua de... Como é que chama mesmo? Daquele político antigo da cidade! Enfim, o Otávio é primo do Juarez, se você se lembra. É, acho que não. Mas ele estudou com a gente no segundo ano. Otávio tinha uma mania de ficar ouvindo conversas dos outros pra depois escrever histórias mudando só os nomes dos personagens, o que eu sempre achei muito inadequado. Expõe intimidades da gente! Mas ele chegou a publicar histórias assim. Quer dizer, não foi em livro, foi em um blog. E... Você não vai falar nada?

Então temos dois tipos de fala continuada. A primeira é a pausa na expectativa de uma fala do interlocutor, que não vem. A segunda é a de uma fala muito grande, que seria de muito mais confortável leitura se apresentada em mais de um parágrafo.

Na notação dos travessões, eu tenho resolvido o problema assim:

- Você não vai beber?

- ...

- Então eu vou tomar o restante do vinho!

Acho que funciona bem para esses casos. Já para as falas naturalmente longas, uma solução pode ser o uso de aspas para a continuação da fala.

- Está vendo? Eu não conheço nenhum Flávio da praça. Agora o Otávio já é diferente.

"Eu me lembro daquele dia que a gente saiu pra tomar sorvete e passamos na banca de revistas. Ele estava encostado naquela estátua de... Como é que chama mesmo? Daquele político antigo da cidade!"

Isso por um lado resolve, mas por outro confunde se você já está utilizando aspas para pensamentos. Se você já vem utilizando aspas para os diálogos, dependendo de como você atribui fala aos personagens pode gerar confusão também. Aí que entra o tio! O tio seria um travessão alternativo (que só funciona para quem, como eu, utiliza o caractere de hífen e não o longo) que representa continuação da fala anterior! A fala vazia (reticências) continua sendo interessante para representar que havia uma expectativa de fala. Veja como fica o exemplo:

- Você não vai beber?

- ...

- Então eu vou tomar o restante do vinho.

- ...

- Tá, era Otávio e não Flávio. Você está certa!

- Está vendo? Eu não conheço nenhum Flávio da praça. Agora o Otávio já é diferente. Eu me lembro daquele dia que a gente saiu pra tomar sorvete e passamos na banca de revistas. Ele estava encostado naquela estátua de... Como é que chama mesmo? Daquele político antigo da cidade!

~ Enfim, o Otávio é primo do Juarez, se você se lembra. É, acho que não. Mas ele estudou com a gente no segundo ano.

~ Otávio tinha uma mania de ficar ouvindo conversas dos outros pra depois escrever histórias mudando só os nomes dos personagens, o que eu sempre achei muito inadequado. Expõe intimidades da gente! Mas ele chegou a publicar histórias assim. Quer dizer, não foi em livro, foi em um blog. E... Você não vai falar nada?

Pois é, esta solução eu bolei quando escrevia Escarlate III, há alguns anos. Hoje revendo, achei uma solução interessante e gostaria de registrar aqui. Vai que mais alguém também tem essas mesmas dificuldades e essa solução pode ser útil.

-- Cárlisson Galdino

Special: 

Legitimidade Cultural

É um erro gigantesco e antigo, não apenas recorrente mas insistente, esse costume de intelectuais de se meterem a julgar o que é Cultura, o que é válido. A percepção do que é artístico e o que não é é altamente subjetiva. Às vezes chega a parecer cristalinamente clara, outras nos deixa em grande dúvida. O principal problema desse julgamento é que, sendo subjetivo, está à mercê de todos os nossos preconceitos e visão de mundo.

Não me entenda mal. Eu já fui assim de querer separar a arte em duas. É frequente essa tentativa de classificar tudo em cultural e industrial, ou “alta cultura” e “popular”, ou “na brinca” e “na vera”, ou “acadêmica” e “leigo”, ou seja lá como se queira separar. Às vezes é uma forma de nos separar dos demais, de nos distinguir. Talvez nem seja por vaidade, mas apenas para dar uma valorizada no quanto investimos em estudo da língua, de técnicas e métrica. Mas sabe a real? Nem eu nem você tem legitimidade para definir qual arte vale e qual não vale. E quer saber o quê mais? Hoje acredito que ninguém tenha!

O sujeito que se sente erudito e bate no peito para falar que defende a norma culta do Português se esquece que o próprio Português nasceu do Latim Vulgar. O sujeito que reclama da música, valorizando apenas gêneros cult como o Jazz, esquece que o Jazz teve origem popular, filho dos negros estadunidenses. E origem não muito diferente tiveram o Rock, o Samba e a Bossa Nova. E nenhum desses estilos foi bandeira dos ditos cultos de seus tempos.

Tem temas e tipos que também costumam sofrer muito preconceito. Um bom exemplo de tema é a Sexualidade. Tema polêmico e motivo para muitos rebaixarem obras da condução de artística, como se as duas características fossem “obviamente excludentes”. Quem protesta contra exposições de Nu esquece que desde que existem expressões visuais o nu é representado em obras reconhecidas. Sem contar que a arte tem sim um papel de impactar a sociedade.

Desde que certos tipos de obra puderam ser produzidos para as massas, veio a visão de que este tipo de produção não era “arte de verdade”, mas “industrial”. A Música como produto sofreu com isso, assim como o Cinema. Se a possibilidade de ser reproduzida automaticamente for realmente um critério para desmerecer um tipo de obra, podemos decretar o fim da Arte como um todo, pois descontadas as características preciosistas que beiram a imperceptibilidade, não sei que tipo de obra hoje está a salvo dessa característica.

Mas vamos voltar à questão de popular versus erudito. Acredito que o estudo aprofundado em uma arte se torna uma ferramenta com grande potencial de agregar ao artista, uma ferramenta a mais. Assim como o entendimento do mundo a seu redor, o consumo de outras obras, inclusive de outras artes. Tudo são ferramentas, que podem ajudar o artista a produzir sua próxima obra. Mas a falta de alguma dessas ferramentas não impede a expressão. Fosse assim não teríamos instrumentistas compositores virtuosos e autodidatas, de origem simples. Nem preciso citar exemplos, creio que você conheça algum. A falta do estudo formal pode dificultar, mas está longe de impedir a Arte. Do contrário, o domínio desse estudo não cria um artista por si. Se o mero conhecimento de técnicas bastasse, seria muito fácil termos programas de computador produzindo arte sozinhos. Não que não possamos ter programas assim no futuro, mas isso já é outra história...

Tudo isso que coloco é opinião e percepção. Você tem todo o direito de concordar ou discordar, integral ou parcialmente. Por fim, ainda tenho um tato para definir o que considero arte e o que não considero, mas tento ver os motivos que podem estar envolvidos nesse julgamento. E sei que esse julgamento é pessoal meu e que essas obras por aí vão continuar sendo ou não sendo arte independente do que eu pense. E que é meu direito gostar delas ou não, independente de serem arte, ou de eu pensar que são.

-- Cárlisson Galdino

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Este artigo foi publcado na edição de 2018 do Informativo ACALA

Special: 

GTD no Zim

Este artigo foi traduzido do artigo Getting Things Done, publicado no Manual do Zim. Se você não conhece o Zim, trata-se de um excelente wiki pessoal para desktop. Recomendo conhecer!

GTD no Zim

A metodologia GTD basicamente trata de manter listas de tudo tipo de afazer com que você precisa se preocupar. A ideia é que quando tudo o que precisa ser feito é registrado em uma lista, você fica em paz porque não tem que manter essas coisas na mente o tempo inteiro. Entretanto, é essencial que você possa acessar as listas e manuseá-las para saber sempre o que tem pra fazer em seguida, a qualquer momento, estando disponíveis o tempo e as ferramentas necessárias.

Se não estiver familiarizado com o livro sobre GTD, você pode procurar por aí pela internet a respeito: há inúmeros sites tratando do tema. Para resumir, veja o diagrama de fluxo de como seria tratada uma tarefa em GTD:

A metodologia GTD deixa espaço para o usuário escolher como implementá-la e que ferramenta utilizar. Você pode fazer isso usando algum software gerenciador de tarefas, mas também pode simplesmente usar papel e caneta. Há muitos softwares projetados especificamente para GTD, mas zim não é um deles. Entretanto, a vantagem de utilizar um editor mais genérico como o zim é que fica mais fácil adaptá-lo ao modo como você quer que esse gerenciamento seja feito. O ponto negativo é que você precisará de um pouco mais de disciplina, comparado com o uso de uma ferramenta específica para GTD. Porém, aqui apresento como eu faço.

Como eu implemento GTD no Zim

Organização do Caderno

Primeiro crie um novo caderno para ser utilizado especificamente como um gerenciador de tarefas. Crie páginas para várias categorias. Eu uso “Projetos”, “Gaveta” e “Arquivo”, respectivamente para os projetos em execução, engavetados e descartados. Há duas páginas especiais, uma chamada “ENTRADA”, que é o local genérico para qualquer novidade que chegue no gerenciamento de tarefas, e outra chamada “Tarefas” (que é uma subpágina de “Projetos”), com uma lista genérica de tarefas que não estão ligadas a nenhum projeto em particular.

 

ENTRADA
+ Projetos
  |-- Tarefas
  |-- Projeto em atividade 1
  `-- Projeto em atividade 2
+ Gaveta
  |-- Ideia 1
  `-- Ideia 2
+ Arquivo
  |-- Projeto antigo 1
  `-- Projeto antigo 2

Eu tenho muitas páginas no nível de topo do caderno, com várias listas. Elas não contém tarefas, exemplos são uma lista com livros emprestados ou uma lista com ideias para presente de aniversário. Se você tem muitas dessas listas, considere colocar uma seção em separado “Listas”. É importante que essas listas não contenham tarefas.

Adicionalmente, acho útil manter uma seção com anotações também. São poucas informações que eu encontro que podem ser úteis para múltiplos projetos. Você também pode escolher usar um caderno inteiro à parte para fazer isso e manter separadas do gerenciamento de tarefas as suas anotações.

Definindo Tarefas

Como eu mencionei antes, tarefas singulares e pequenas vão para a lista “Projetos:Tarefas”. Mas tarefas que são mais complexas ou tenham múltiplas subtarefas se tornam projetos e esses recebem suas próprias páginas como subpágina da seção “Projetos”. Essas páginas de projeto podem ter páginas-filhas, por exemplo, com informações relacionadas.

Uma das vantagens da edição livre é que você não precisa saber o que está acontecendo com a tarefa desde o início. Alguns projetos eu comecei como um projeto com objetivo bem definido, outros eu comecei como tarefas avulsas, até que eles ocupassem muito espaço e fossem movidos para suas próprias páginas.

Para definir tarefas individuais, eu uso caixas de seleção. Isso força a descrição principal a caber em uma linha, o que é bom para garantir que cada tarefa se refira claramente a uma ação física. De fato, junto da caixa de seleção pode vir um parágrafo inteiro ou muitas subpáginas com os detalhes todos. Se a descrição soar mais como um tópico do que com uma ação, provavelmente ela precisa ser dividida em itens menores, que sejam ações de fato. Você só deve definir tarefas dentro da seção “Projetos”, mas pode colocá-los em qualquer lugar da página. Por exemplo, se você usa uma página filha da página do projeto para preparar a ata da reunião e você pegou algum item, simplesmente coloque uma caixa de seleção do lado – não é necessário navegar até a lista principal de tarefas.

Agora para pegar uma visão geral de todas as tarefas, ative o plugin “Lista de Tarefas” e marque a opção “Considerar todas as caixas de seleção como tarefas”. Isso mostrará uma lista plana das tarefas definidas por todo o caderno e ordenadas por prioridade. Adicionalmente, tarefas podem ter etiquetas para que possam ser filtradas. Etiquetas parecem com “@trabalho” ou “@casa” e aparecem na mesma linha que a caixa de seleção, na descrição da tarefa. Você pode usar a etiqueta “@espera” para tarefas que você precisa marcar mas estão agora esperando algo ou a ação de alguém.

Tarefas-itens também podem ter um prazo de vencimento, que será mostrado na lista de tarefas. Mas eu não uso isso – esses prazos sempre vão mudando de qualquer forma. Prioridade pode ser associada com “!”, mas não use isso demais, lembre-se que quando tudo é prioridade, na verdade nada é prioridade. Prioridade é para colocar uma tarefa como mais importante que as outras para depois podermos adotar o ritmo habitual.

Pra finalizar, eu gosto de adicionar uma estimativa de prazo à descrição da tarefa. Isso força você a pensar se a tarefa é realmente uma tarefa física associada a um conjunto de esforço ou não. Também pode funcionar para motivá-lo a resolver uma tarefa quando falta apenas meia hora para você ir pra casa.

Gaveta e Arquivo

Projetos que estão sendo encubados são definidos como subpáginas na seção “Gaveta”. São projetos para os quais eu ainda estou coletando ideias, mas que não requerem nenhuma ação ainda. Não contém qualquer tarefa – lembre-se que só seções de “Projetos” deveriam conter tarefas. Assim que eles passem a envolver tarefas, eles são simplesmente movidos da “Gaveta” para a seção “Projetos”.

Projetos que estão finalizados, abandonados ou travados devem ir para a seção “Arquivo”. Não devem conter mais nenhuma tarefa aberta. Quando restam tarefas em um projeto que pretendo arquivar, eu as marco com um [x] para deixar claro que não serão feitas.

De fato, você é perfeitamente livre para mover os projetos de volta do “Arquivo” para “Projetos” quando um projeto é abandonado, dependendo de surgirem novos interesses.

O ponto principal em separar projetos ativos em “Projetos” dos não-ativos emm outras duas seções é que a qualquer mommento você sabe exatamente em que coisas você está trabalhando, apenas dando uma olhada na pasta “Projetos”. Isso também ajuda com as revisões regulares recomendadas no GTD.

Extensões

Eu também uso o plugin Diário para ter uma página de diário para cada dia com anotações das reuniões, etc. Itens das reuniões podem permanecer aqui, mas esse uso é um pouco estranho quando temos uma seção ENTRADA. Pelo menos eu posso me referir às notas de discussão de uma certa data a partir da página de um projeto, etc.

Resumo

  • Cada ação pertence a um projeto ativo. “Tarefas” é uma coleção de pequenas tarefas avulsas

  • Projetos ativos vão para a seção “Projetos”

  • Projetos ativos devem ter objetivos claramente definidos que possam ser avaliados quando concluídos, e marcados com “finalizado” em certo momento

  • Projetos não ativos vão para a “Gaveta” ou o “Arquivo”

  • Cada ação deve ter uma caixa de seleção – possíveis consequências de ações podem ter marcadores comuns caso não tenham ação associada

  • Etiquetas em ações são usadas para gerar listas

  • Algumas listas que não envolvam tarefas podem ter suas próprias páginas, como “Empréstimos”

Sobre Novas e Velhas Besteiras

Mascarado

Um dia disseram que mulheres seriam fracas demais para exercer a Medicina. Que esta profissão era “obviamente” apenas apropriada para homens. Foi-se um tempo em que mulheres não passavam de meras posses de alguém (entenda-se: de algum homem).

Um dia disseram que índios não tinham espírito. Negros também não. Escravizar não seria um crime, muito pelo contrário, pois entre os serviços que os escravos prestariam, eles teriam contato com a “civilização”, sendo pouco a pouco instruídos e catequizados.

Eles levavam mulheres e as puniam por “despertar desejo nos homens”. Puniam e puniam até não ver mais mulheres e sim farrapos de gente, sem dentes e deformadas. Tratavam de queimar o bagaço humano em praça pública. E diziam que eram bruxas, que bruxas eram feias e que bruxas eram más. As torturas na Terra, diziam, diminuiriam as torturas que esperam pelos infiéis no pós-vida. Era uma época de deslumbramento da Cruz com o Poder.

O Poder sempre foi envolto em mentiras. Reis e imperadores já foram divindades na Terra ou por elas indicados. Sangue azul não era apenas uma metáfora. Quanta mentira já foi dita… Hoje ainda se diz que o futuro de uma nação está nas mãos de uma única pessoa, responsável por tudo o que acontece do lado de cá das fronteiras.

As fronteiras… Fronteiras de uma terra pretensamente descoberta, assim ao acaso, como quem não quer nada. Como se ventos desviassem navios por distâncias transcontinentais (nem que fossem marinheiros bêbados!). Como se Pindorama não tivesse pessoas e não fosse já a nação de centenas de povos.

Já disseram que houve um grito heroico no Ipiranga, capaz de nos libertar e nos dar soberania, apartando-nos de Portugal. Claro, o pagamento de 2 milhões de libras esterlinas à pátria dominante deve ter sido um mero detalhe neste quadro.

E ainda há quem pense que é de hoje que lideranças políticas brasileiras resolvem as coisas com dinheiro, nas entrelinhas, longe dos holofotes.

Ainda há quem queira justificar as torturas do período de governo militar e ainda peçam seu retorno pelas ruas, que vexame! Torturas e assassinatos que, como estão escondidos aos montes debaixo do tapete, dizem não terem havido. Tortura por interrogatório ou sadismo? Pouco importa, deveriam ser crime contra a humanidade.

Diziam que o golpe era um contragolpe os que defendem o indefensável. Diziam que comunistas comiam criancinhas e que naquele período não havia corrupção.

Quanta coisa já foi dita e quanto mito já caiu... Quantas crenças deixaram de ser religiões para se tornar mitologias? Será que a fé do antigo heleno em Athena era menor que a fé do contemporâneo beato cristão? Quem pode saber?

Já disseram que o Inglês é a língua mais falada no mundo por ser uma língua fácil. Não citam o fato de o posto já ter sido ocupado, bons tempos atrás, pelo Latim!

Já disseram que a culpa pelos crimes é dos mais jovens, ou dos mais pobres, ou dos mais negros. Muitos já disseram que é dos três, principalmente quando combinados. E que quando a polícia mata é porque coisa boa o pobre não estava fazendo. Salvem as sábias balas juristas do Brasil!

Já disseram que tudo o que é público não é de ninguém. É o caminho para a apropriação, depredação e desrespeito de quem, logo depois, aparece a reclamar da corrupção, irresponsabilidade e respeito de seus próprios representantes.

Disseram que não há políticos honestos e que o Estado é a culpa de todos os males. Que o Comércio é, por outro lado, a perfeita criação da natureza humana. Que uma vez solto, será capaz de se regular sozinho em prol de toda a Humanidade. Claro que sim, Pink! O Estado é corrupto e o Comércio é puro! E comércio é sempre socialmente bem intencionado, respeitando funcionários e clientes por iniciativa própria. Claro, claro…

Já disseram que os jornais são imparciais. E que todas pessoas nascem iguais. Como é possível, no decorrer da História, ter havido quem acredite em tanta besteira? Ops! Parece que ainda há...

-- Cárlisson Galdino

P. S.: imagem original modificada para o post.

Special: 

Senhas seguras e fáceis de memorizar com Diceware D12

Já faz alguns meses, tive contato com a técnica de geração de senhas seguras conhecida como Diceware. O princípio na verdade é bem simples: pegue uma lista de 6^5 palavras (7.776 para ser exato), um dado comum de seis faces e pronto! Você tem todos os ingredientes para gerar uma senha segura! Basta sortear umas 4 palavras pelo menos, sendo que cada palavra exige a rolagem do dado 5 vezes. A vantagem do dado é que a aleatoriedade fica garantida. Se quiser saber mais sobre o Diceware, recomendo o artigo no The Intercept tratando do assunto.

Olhando isso, eu pensei: bom, essa técnica é divertida! E acho que dá pra fazer ficar ainda mais interessante! Assim nasceu o Diceware D12.

O princípio do Diceware D12 é o mesmo do Diceware tradicional, com algumas mudanças importantes:

  1. Ao invés do dado de 6 lados, utilizamos um dado de 12 lados.
  2. Ao invés de uma lista de 7.000+ palavras, utilizamos tomos, que são agrupamentos menores, porém mais organizados, de palavras. Cada tomo contém 1.728 palavras, mas não é só isso: elas estão agrupadas em 12 páginas de 12 sessões, cada sessão com 12 palavras.
  3. Ao invés de uma lista só de palavras, você vai escolher que tomos utilizar e recomendo que adote um "tomo secreto" para tornar a senha ainda mais difícil de ser quebrada.
  4. Como nem todo sistema suporta senhas gigantescas, o Diceware D12 oferece um método alternativo para quando precisamos de senhas mais curtas (e ainda assim, um pouco sofisticadas e fáceis de lembrar)

O Diceware D12 está sendo publicado no Wiki Cordéis. Lá você pode ver as regras e tomos já existentes. Os tomos estão apresentados em 2 grupos: tomos comuns (de palavras fáceis) e tomos sofisticados (de palavras mais difíceis e incomuns). A proposta é que você utilize um tomo sofisticado (à sua escolha) como se fosse seu tomo secreto, caso não tenha um realmente secreto e exclusivo. Até o momento, você verá 3 tomos públicos comuns e 2 tomos públicos sofisticados. Usando 4 tomos, você já será capaz de criar senhas que se aproximam da segurança do Diceware tradicional.

Tá, e como funciona na prática? Vejamos: pegue os 3 tomos públicos e escolha um tomo sofisticado (vamos usar o Asteroides). Você precisará colocá-los em uma ordem desejada. Por exemplo:

  1. Tomo Machado
  2. Tomo Pimentel
  3. Tomo Queirós
  4. Tomo Asteroides

Vamos criar uma senha de 4 palavras, ok? Rolamos o dado e saiu 3. De acordo com a tabela no wiki, isso significa que usaremos o primeiro tomo, o Machado. Agora, rolamos 3 vezes o dado: 4, 7, 4. A palavra inicial será "sai".

Segura aí e vamos repetir o procedimento. Rolando, deu 2, ou seja, o mesmo tomo novamente. Rolando 3 vezes deu 3, 1, 6. A palavra é "vá".

Continuando as rolagens, agora sai um 12. Vamos usar o tomo Asteroides. Rolando 3 dados, temos 1, 6 e 2. A palavra é "Erato".

Como o tomo especial já apareceu, vamos tirá-lo da jogada agora para evitar que a senha tenha mais de uma palavra "sofisticada". Assim, sobram os 3 tomos na ordem em que já estavam. Rolando novamente, sai um 5. Pela tabela (agora vendo a coluna com 3 tomos), o tomo  será o Pimentel. A rolagem de 3 dados deu 4, 10, 10. A palavra será então "prédio".

A senha que criamos foi "sai vá Erato prédio". Não transforme em frase tipo "sai, Erato, vá pro prédio". Parte da riqueza desse tipo de senha está no fato de a junção de palavras não fazer sentido, o que torna a senha mais forte. Como você pode ver,. é ainda uma senha relativamente fácil de ser memorizada.

Vamos criar uma usando o método alternativo? Então tá, considere os tomos na mesma posição em que estavam antes.

Rolando o dado saiu 7, o que nos leva ao Tomo Queirós. Sorteando palavras veio 10, 8, 8. A palavra é "proveito". Como ela tem 8 caracteres (mais que 4 e menos que 10, portanto), ela serve como está.

Vamos à primeira transformação. Rolando dois dados saiu 1, 7. Seguindo o método alternativo, devemos apagar a penúltima letra. A senha provisória é "proveio".

Para a segunda mudança a rolagem resultou em 5, 3. Devemos tornar maiúscula a terceira letra. Senha provisória: "prOveio".

A rolagem da terceira mudança: 8, 6. Alteração: trocar a quarta letra de traz para a frente com a antepenúltima. Senha: "prOevio".

A senha gerada foi "prOevio". É uma senha razoável. Como se vê, não apareceu caractere especial ou número (o método proposto às vezes os insere). Se achá-la fraca, você pode sortear mais alterações ou até alterar você mesmo. Por exemplo, transformando-a em "prOe^1o".

O método alternativo serve, inclusive, para tornar as senhas gigantes ainda mais difíceis. Nada impede que sua senha seja, por exemplo, "sai vá Erato prédio prOevio".

Este é o método sendo aplicado de forma pretensamente didática! Veja mais sobre o Diceware D12 no wiki! Espero que seja útil!

Ah, você pode estar pensando: "que louco isso! Mas eu não tenho um dado desses." Esses dados são vendidos em qualquer loja de RPG. E as regras trazem formas variantes de aplicação, ensinando você a emular um D12 com dados de 6 lados, cartas de baralho ou mesmo uma moeda! Dá uma olhada lá! E boas senhas! :-)

P. S.: Imagem do post.

João Ribeiro Lima

Na Academia Arapiraquense de Letras e Artes, ocupo a cadeira de número 37, que tem como patrono João Ribeiro Lima. Resgatei a minibiografia do meu patrono, que aqui publico. Fonte: livro Acala - História e Vida.


João Ribeiro Lima nasceu em Arapiraca, no dia 15 de julho do ano de 1889. Filho de Manoel Jacinto da Silva e de Antônia Maria do Espírito Santo. Irmão de João Jacinto da Silva, Afrígio Jacinto da Silva e Maria Jacinta da Silva.

Casou-se com Elvira Magalhães, com quem teve cinco filhos. Com o falecimento da esposa, teve o segundo matrimônio com Tereza Umbelina da Silva, do qual nasceram mais cinco filhos.

Sendo um homem trabalhador com visão futurista, foi um dos organizadores na criação no município de Arapiraca, ajudando a criar as primeiras leis municipais. Foi escolhido para ser o primeiro tabelião do município, quando criou o primeiro Cartório do primeiro Ofício em 30 de outubro de 1924, na ocasião da Emancipação Política do Município.

Participou do cenário político municipal. Foi eleito prefeito por duas vezes, de 1928 a 1930 e de 1945 a 1947. Por seus ideais sempre voltados para o progresso de Arapiraca, acima de tudo, do bem-comum. Dotado de uma ampla visão, objetivando sempre o crescimento e desenvolvimento do município. Apesar de ter tido uma trajetória política conturbada, foi brilhante no seu desempenho.

Exercendo a função de tabelião, trabalhou no Cartório até sua aposentadoria, quando seu lugar passou a ser ocupado por sua esposa, Tereza, que também dirigiu os trabalhos até a aposentadoria. Desta vez, foi sua filha Cyra Ribeiro que assumiu a função, administrando com competência o cartório, pois desde criança acompanhava o trabalho de seus pais. Até hoje continua liderando os trabalhos do conhecido Cartório do primeiro Ofício, situado no mesmo local Rua Lúcio Roberto no centro da cidade.

Em 28 de janeiro de 1933, o Cartório passou a ser de Registro Imobiliário de Arapiraca.

Entre as obras realizadas em sua gestão, transferiu o cemitério do Centro, onde hoje está construída a Concatedral Nossa Senhora do Bom Conselho, para o atual local, o Cemitério Pio XII.; abriu as ruas Dr. Domingos Correia, Dr. Pedro Correia, Monsenhor Macedo e a Rua Estudante José de Oliveira Leite, na época Expedicionários Brasileiros, cuja mudança de nome foi solicitada após a morte de um estudante do Colégio Bom Conselho nas praias de Maceió por afogamento, por colegas e amigos, como uma homenagem. João Ribeiro aceitou trocar o nome, mesmo contrariado, pois o nome “Expedicionários Brasileiros” para a rua central lhe trazia grande satisfação. Desta maneira, ocorreu a mudança do nome Expedicionários Brasileiros para Estudante José de Oliveira Leite. Expedicionários Brasileiros passou a ser o nome da rua do Cemitério Pio XII.

Aos 70 anos, morre o João Ribeiro Lima, deixando assim seu nome gravado nas páginas da História do Município de Arapiraca.

Round Quantum

Encontrei esse artigo no meu arquivo antigo. Espero que seja útil para quem busca melhorar sua organização pessoal. É baseada em Pomodoro.


Chamamos de quantum uma unidade de tempo de cerca de 1 hora (com margem de 15 minutos para mais ou para menos). Para utilizar esta forma de organização, você precisará de um cronômetro (pode ser de relógio, um cronômetro de cozinha ou um software), além de duas listas de tarefas que precisará manter (mantenha da forma que for mais eficiente para você).

A primeira delas é a lista Hard, que tem as tarefas que realmente tem deadline e precisam ser concluídas em pouco tempo. As tarefas desta lista devem ser pontuais (cada tarefa por ser executada apenas uma vez. Ao ser executada, será removida da lista) e devem estar dispostas em ordem de prioridade: a mais urgente primeiro.

A segunda lista é a Soft, com tarefas importantes mas não urgentes, que tem flexibilidade no prazo de execução. Estas podem ser tarefas recorrentes (por exemplo “publicar artigo no blog”) ou não, e não precisam estar em ordem de prioridade. Recomendo que esta lista tenha no máximo 12 itens.

Comece o dia com 15 minutos dedicados a leitura de e-mail e notícias (ou entretenimento). Se não der para ver tudo, não se preocupe, ao fim de cada tarefa você terá mais 15 minutos.

A primeira tarefa do seu dia deverá ser uma tarefa da lista Hard. Pegue a primeira tarefa da lista, marque o cronômetro para trinta minutos e a execute. Ao término dos 30 minutos, você poderá estender o tempo para no máximo 30 minutos (e só uma vez). Após o tempo gasto na tarefa, pare. Se a tarefa foi concluída, risque da lista. Se não foi, verifique sua prioridade. Caso tenha adiantado bastante seu desenvolvimento e seja possível fazer isso, troque-a de lugar com outra da lista Hard (provavelmente você trocará de lugar com a segunda ou com a terceira).

Agora você pode empregar 15 minutos em contato com o mundo: ler notícias, ler e-mails, ver algum vídeo... De preferência, algo que seja prazeroso e que não explore as capacidades que já são exploradas pelas tarefas. Por exemplo, se você está trabalhando sempre escrevendo, gaste os 15 minutos em algo que não exija escrita de nada.

Para a próxima tarefa, verifique se há urgência na Hard List. Como você já concluiu (espera-se) alguma tarefa dessa lista, pode ser que haja margem para alguma tarefa da Soft List. Se você dispõe de muitos quantuns por dia para gastar nas tarefas, pode pensar em trabalhar de modo alternado: 1 quantum hard, um quantum soft, um quantum hard, um quantum soft... Se o próximo quantum será hard, repita o procedimento acima, como se fosse iniciar a primeira tarefa do dia.

Para o Quantum Soft, sorteie uma das tarefas da Soft List. Se você tem 12 tarefas, pode utilizar um dado de 12 lados (o mesmo para 4, 6, 8, 10, 20 ou 100 tarefas, para as quais existem dados). Para 13, você pode utilizar um baralho comum. É interessante que o último número do seu sorteio não seja uma tarefa, mas uma opção tipo “Hard List”, de modo que a Hard List tenha sempre uma chance de ser atendida novamente. Se não quiser usar dados, você pode usar softwares como o rolldice (GNU/Linux) e o Lancelot (Firefox OS) ou um site como o Random.org.

Com a tarefa sorteada, empregue 30 minutos em seu desenvolvimento. Da mesma forma que acontece com a Hard List, após esses 30 minutos você pode prolongar seu tempo (apenas uma vez) para mais 30 minutos. Se a tarefa for concluída e ela não era uma tarefa recorrente, então risque-a da Soft List. Se ela foi deixada pela metade, reavalie seu grau de importância. Pode ser interessante promovê-la à Hard List.

Por fim, mais 15 minutos a serem dedicados a outro tipo de atividade (informação ou diversão).

Reserve 15 minutos ao final do dia ou período para atividades de fechamento: registro do que foi feito em um diário de bordo, revisão das tarefas para o dia/período seguinte, etc.

Tarefas – especialmente da lista Soft – podem agrupar subtarefas. Se o número de subtarefas crescer muito, coloque-o em uma nova lista.

Para organizar as listas, você pode utilizar um arquivo de texto da sua ferramenta de escritório favorita; um caderno; arquivos de texto plano em uma pasta própria; ou um sistema de wiki pessoal. O bom deste último é que torna fácil o uso de listas adicionais, de modo a tornar as tarefas da lista Soft em meta-tarefas ou agrupamentos de tarefas.

-- Cárlisson Galdino

Imagem do Post: Clear glass with red sand grainer.

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