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Politicast - Um podcast sobre notícias e opinião

Visitem politicast.info

Um dos projetos que tinha para este ano está começando a acontecer: um podcast sobre notícias e opinião, tratando de política de uma maneira própria, tentando enxergar os acontecimentos e notícias com a sensatez que pudermos.

O primeiro episódio já está no ar e traz a primeira parte da discussão sobre impeachment. O audio não está tão bom, mas acho que vale a pena uma ouvida pela discussão.

Politicast está sendo conduzido por Cárlisson Galdino e Sivaldo Paulino e está acessível em politicast.info. Não deixem de visitar e opinar!

Da Necessidade da Regulação da Mídia

Quando se fala que a grande mídia brasileira constitui um quarto poder e que eles manipulam a informação descaradamente, sinto como se os mais jovens vissem nisso alguma "teoria da conspiração". Infeliz e tragicamente, não é.

Minha percepção dessas distorções vem da época em que cursei universidade, por volta da virada do milênio. Lembro quando estava envolvido e empolgado com a causa do Software Livre e saiu na Veja matéria para desmerecer a solução. Baseada em opinião, mas opinião de gente "desinformada", apresentada como fato. Daí, temos greves nas universidades e nenhuma cobertura na imprensa. Isso para citar alguns casos, mas o resumo é o seguinte: quando estamos em uma realidade bem específica e a grande mídia trata essa realidade de uma maneira injusta (seja omitindo fatos relevantes ou distorcendo informações) é que percebemos o que acontece com a grande mídia no Brasil. A maioria dos que denunciam essa postura da grande mídia o fazem por ter vivenciado situações assim. Isso não é de agora e nunca parou, pelo contrário, com o medo da Regulação e com o oportunismo em torno do atentado ao Charlie Hebbo, eles estão mais manipuladores do que nunca!

Sobre o Charlie Hebbo, cabe um comentário rápido. A Revolução Francesa foi um evento de enorme impacto na história da França e do mundo. Não gosto da linha de humor do Charlie Hebbo, considero ofensiva e de mal gosto, mas creio que a visão que eles tenham de Liberdade exige que opinião desse tipo seja respeitada. Posso estar errado quanto a isso, mas para mim isso explica tal permissividade. Na minha opinião, o que houve foi a junção de duas "forças naturais". Como censurar a crítica à religião em um país que fundamentou os princípios de Liberdade, Igualdade e Fraternidade se libertando da Monarquia, da Nobreza e da Igreja? Como evitar que extremistas religiosos revidem a ações que eles consideram insuportavelmente desrespeitosas? Este é um ponto.

A despeito disso tudo, o que está havendo no mundo (principalmente no Brasil) é uma onda oportunista que tenta trazer a comoção em torno do Charlie Hebbo para a bandeira da Liberdade de Imprensa. O que houve na França foi terrível, mas foi um atentado pontual em resposta a uma ofensa, não foi uma "tentativa de calar a imprensa". No máximo, foi um alerta exigindo respeito com o que é sagrado para eles.

Mas voltemos à regulação da mídia. Luis Nassif tem um conjunto de artigos muito reveladores sobre a Veja, que ele reuniu no que chamou de Dossiê Veja. Partindo para a Globo, temos uma emissora de TV que nasceu e cresceu absurdamente na época da (e devido ao apoio à) Ditadura Militar. Quando tive conhecimento dessa parte de sua história, tive resposta para uma dúvida que trazia desde a adolescência: por que a Globo controla tanto sua equipe, de modo que ninguém cita outras emissoras, mesmo em notícias relevantes? É como se eles não reconhecessem a existência das outras. Isso não é apenas curioso, mas assustador: se uma emissora tem controle da informação a ponto de fingir para o seu público que não existem outras, que outro tipo de manipulação/omissão/distorção eles serão capazes de fazer (com maestria) sempre que lhes for conveniente? O documentário Muito além do cidadão Kane é outro material que fortemente recomendo.

Sabe o que é engraçado? Os grandes veículos de mídia esperneiam diante da possibilidade de uma regulação, evocando a liberdade de imprensa, quando são eles que mais movem protestos contra blogueiros. Curioso, não?

Deixando um pouco as emissoras e revistas, temos outro problema sério no Brasil: a Constituição proibe que políticos sejam donos de veículos de informação, mas na prática uma grande porcentagem dos que nos representam em Brasília quebra essa regra. Lembre-se das famílias Magalhães (Bahia), Sarney (Maranhão) e Mello (Alagoas), só para citar alguns.

A grande verdade é que no Brasil não temos liberdade de imprensa, mas sim um "monopólio de informação e opinião", restrito a algumas poucas famílias, que fazem parte das mais ricas do Brasil. E a coisa só piora. Se não conseguirmos aprovar a regulação da mídia, sabe lá onde vamos parar...

Atualização: vejam, num caso mais atual, a cobertura dada pela Globo sobre a falta de água em São Paulo.

Special: 

1pouco+ 0 - Operação Lava Jato

1pouco+ 0 - Operação Lava Jato

Fiz um mapa conceitual nesta possível nova sessão do Cordeis.com, explicando um pouco sobre a Operação Lava Jato. Tentarei, nesta sessão, trazer uma imagem ou uma estrofe de martelo agalopado (ou os dois, como aconteceu hoje). Cliquem na imagem para ver o mapa inteiro ou cliquem na imagem nos anexos, mais abaixo.

Roubalheira é um câncer no Poder
Que faz nosso país passar tão mal
É preciso mudança estrutural
Na política, em como proceder
Desse mal não é pro Brasil morrer
Há quem torça pro pior, bem feliz
Uma elite que escolhe o que diz
Uma imprensa que só mentiras traz
É preciso aprender 1pouco+
Pra mudar mais e mais nosso país

  • Brasil 247 [1]
  • Carta Capital [1] [2]
  • Congresso em Foco [1] [2]
  • Diário do Centro do Mundo [1]
  • Folha [1]
  • O Globo [1]

P. S.: Ainda estou testando o formato...

Politicamente correto, política e Duvivier

Último dia 12 Gregorio Duvivier deu uma entrevista coletiva antes da Feira do Livro de Porto Alegre. Partes da entrevista foram publicadas pela Radio Software Livre. Nela, dois pontos interessantes e que batem com a forma como vejo as coisas há muito tempo:

  • Patrulha do  Politicamente correto. Perguntaram o que ele achava do movimento que fala de uma "patrulha do politicamente correto". O que ele diz resume brilhantemente tudo: "Quem reclama do politicamente correto em geral não são as vítimas do politicamente incorreto. Dificilmente você vai ver um negro dizendo que tem saudades da época em que faziam piadas racistas com ele. 'Ah, que saudade da época que me chamavam de crioulo', você não vai ver isso. Quem tem saudade é o branco, heterossexual, morador do sudeste, homem, que vai dizer 'saudade da época que podia zoar todo mundo'. Quem reclama da patrulha não percebe que não é uma patrulha, é um processo de conscientização, evolutivo, civilizatório do humor que está acontecendo."
  • Política.  "A gente parar de encarar a política como um lugar que você vota e responsabiliza alguém pra lutar por você por quatro anos."

Apesar de o audio ser curto, outros pontos são tratados e vale a pena acompanhar.

Special: 

Notas pós-eleições

Parabéns ao PSDB. Se o que vocês queriam era dividir o Brasil, vocês conseguiram. Mesmo após as eleições, o ódio continua. São pessoas mesquinhas anunciando nas redes sociais pequenas vinganças ("não vou botar dinheiro na caixinha de doações de fulano porque ele votou na Dilma"), e agora os protestos (pequenos) pedindo o impeachment da Dilma, indo contra uma decisão democrática.

O pior é ver como age o PSDB depois das eleições. Continuam com aquela conversa de que a campanha do PT foi cheia de mentiras. O princípio deles é muito simples: "vamos mentir à vontade e vamos acusar o outro de mentiroso antes de sermos acusados. Assim, quando eles nos chamarem de mentirosos, ninguém vai dar valor. Vai parecer briga de moleque." E assim foi e, por incrível que pareça, continua funcionando.

O que fica no fim disso tudo é a certeza de que o Governo não pode mais ser "uma mãe" como tem sido com os meios de comunicação. Liberdade de expressão existe e deve existir, mas todos são responsáveis pelo que dizem. Que usa sua liberdade de expressão para mentir e acusar pessoas e governos sem ter qualquer embasamento ou prova deve ter seu direito de expressão preservado, mas deve, também, responder criminalmente por calúnia. Espero que o Governo aperte os meios mais mentirosos, fazendo-os responder quando cabível. Afinal, todo esse rebanho que pede por "liberdade de expressão" e "ditadura militar" ao mesmo tempo não se juntou por acaso, mas conduzido por "imprenças" irresponsáveis e manipuladoras.

Para concluir, fiquem com a piada feita pela equipe do Rafinha Bastos (se preferirem, vejam a piada completa):

Special: 

Manifestação Pró-Dilma em Arapiraca

Caminhada pró-Dilma em Arapiraca

Ontem se reuniram alunos, professores e técnicos da UFAL, da UNEAL e do IFAL (dentre outros participantes) para fazer uma caminhada no centro de Arapiraca a favor da Dilma. Como é sabido, a maioria não é ptistas, mas quem pesquisa o que representa cada candidato sabe muito bem o que nos espera se o outro candidato vencer. Quando Dilma falou de universidades e escolas técnicas no último debate, por exemplo, o candidato mudou de assunto para creches.

Pergunto: qual o compromisso que seu governo (que na época pré-Lula sucateou as universidades no intuito de privatizá-las e criou uma lei proibindo o próprio Governo Federal de criar sozinho novas escolas técnicas) tem com a Educação no Brasil?

Termino este post com uma parte do discurso de um professor da UFAL na ocasião: "A Dilma subiu nas pesquisas e a bolsa caiu, o dólar subiu. Quem de vocês se incomoda com a Dilma estar na frente nas pesquisas? Ninguém! Isso não afeta o povo! Quem está incomodada é a elite! Vocês que pensam em votar no outro candidato, façam um exame de consciência. Pensem bem em quem influenciou vocês a votarem no outro. Foi o patrão, dizendo que seria melhor pra empresa? A Dilma é que tem propostas para o povo."

Special: 

Um Golpe Branco no Brasil

Somos um país que ainda não resolveu bem seus problemas. Temos uma ditadura que não foi investigada adequadamente (há forças enormes contrárias a isso). Temos uma elite que ainda não aceitou o fim da escravidão, que todos somos iguais (o que volta e meia é visto na forma dos mais diversos e agressivos preconceitos). E temos uma mídia que manipula informação. Já foram chamados de PIG (Partido da Imprensa Golpista) e de 4º Poder. Bem, se você conhece tudo isso, vai entender o que está havendo no país.

João Goulart (o neto) disse, há semanas, que Dilma estava prestes a ser vítima de um Golpe Branco, de maneira similar ao que sofreu seu avô. Em entrevista (leia, caso se interesse) ele explica o conceito e detalha melhor suas impressões. Golpe branco é um golpe utilizando-se de meios cuja legalidade não seja exatamente violada. Segundo ele, que disse que não é petista, mas se preocupa por ver a História se repetir, o golpe é empresarial e monopolista.

Vejam o cenário: a imprensa (como se fosse novidade) tentou primeiro vender Marina como a catalizadora dos protestos dos últimos dois anos (a autoproclamada "nova política", termo que cada vez mais se mostra mais fruto de Marketing do que de conceitos formais). As pesquisas mostraram suas unhas.

Claro que há várias coisas questionáveis:

  • Por que um escândalo envolvendo a Petrobrás foi agendado para o período eleitoral?
  • Por que a imprensa nada fala sobre o Aeroporto de Claudio, as rádios do Aécio (só foi descoberto que eram dele devida à Lei Seca: o carro que ele dirigia estava registrado para a rádio. Ou seja, além dos investimentos secretos na rádio do governo de Minas em sua gestão, há o problema de bem não declarado), o nepotismo, entre outros escândalos?
    Sabe o que é curioso? Apesar dos escândalos envolvendo o PT, não conheço um ao qual a Dilma esteja diretamente envolvida. Já do outro lado, além dos escândalos históricos do PSDB, temos esses já citados, envolvendo diretamente o candidato.
  • Por que foi planejado para essa época o lançamento de uma comédia política, falando de mensalão e coisa e tal?
  • Agora, após os diversos apoios do Aécio não terem afetado as pesquisas a seu favor, veio a notícia de que os tucanos temem que o assunto das rádios prejudique o candidato. O que acontece de novo? Agora é o TSE quem se opõe aos "ataques", proibindo a veiculação de propagandas falando do Aeroporto e dando a entender que "não vai tolerar baixaria". Ora, a imprensa não cumpre seu papel de informar, de maneira imparcial, a população; agora a candidatura rival fica legalmente impedida de tocar no assuno? É muita conveniência...

Além de tudo o que já sabemos sobre a política neoliberal do PSDB e como ela desfavorece 90% da população em nome da Economia e dos investidores (vejam a História do governo FHC em capas de jornais e o caso divulgado pelo Wikileaks), temos agora um candidato que é apoiado pela imprensa, pelos bancos, pela elite (será que pelo TSE também?), com casos que precisam ser investigados, mas que tem cara de pau e cinismo para escapulir durante um debate (não, o Aeroporto de Claudio não foi para benefício da população local ou a chave não estaria há 4 anos com o tio do candidato).

Falam de Ditadura do PT, mas foi o governo do Aécio que controlou a imprensa mineira para que nada desagradável fosse dito a seu respeito, além de evitar que qualquer CPI o investigasse.

Sinceramente, todos tem direito de se indignar com o PT (no primeiro turno, eu mesmo votei na Luciana Genro), de preferir economia aberta e privatizações a distribuição de renda e programas sociais; mas dá pra ter ideia do que o filho de Aécio Cunha, que foi membro da ARENA, é capaz.

Não tenho ligações com o PT. Este post é apenas mais um desabafo perante todo esse cenário injusto que foi construído. No segundo turno apoio o PT, em parte em reconhecimento ao avanço na distribuição de renda; em parte por não desejar para o nosso país um presidente com tantas (des)qualidades.

P. S.: Recomendo que leiam também a carta aberta de um professor de "CEFET-RJ", publicada no blog do Sergio e que vejam este documentário.

Special: 

Presidentes e a Memória do Povo

Presidentes e a Memória do PovoBaixe a versão em PDF

Já é fato conhecido
Uma lenda e se reforça
Que a História se repete
Daí ocorre uma joça
Pois o tempo e a correria
Atrapalham e certo dia
A gente esquece da nossa

Em ano eleitoral
É um circo de ilusão
Na TV os candidatos
Vão salvar nossa nação
Ora heróis, santos de ouro
Ora fofocando do outro
Falando de corrupção

Neste ano foram onze
Candidatos que chegaram
Pra debates foram sete
Que os programas convidaram
Pra TV, só tinham três
Mas tratemos dessa vez
Sobre os dois que lá restaram

São só dois os candidatos
No final das eleições
Mas não são só dois partidos
E sim duas coligações
Com um bando de partidos
Aliados, reunidos
Com esperanças e ambições

Mas quem lidera os dois grupos
Você já deve saber
O vermelho e o azul
PT e PSDB
Brigando na nossa tela
Pela faixa verde-am'rela
Sua glória e seu poder

Faz doze anos, você lembra?
Saía o PSDB
Deixando um gosto amargo
No que conseguiu fazer
Com muita corrupção
Como a da reeleição
Feita por FHC

O PT nos prometia
Mudar tudo quando eleito
Mas se corrompeu também
Mostrando o mesmo defeito
Petrobras é o mais recente
Que é mostrado pra gente
Seguiram do mesmo jeito

E fora da presidência
Não foram tão diferente
Como o aeroporto tucano
Do que quer ser presidente
Totalmente irregular
Pra parentes ajudar
Com o dinheiro da gente

O que eu quero mostrar
E não são só impressões
Pesquise bem na História
Ou lembre, nos beliscões
É que há enrolada nos dois
Discutamos então, pois
Suas propostas e intenções
Para entender o cenário
Acho que é fundamental
Explicar direita e esquerda
No contexto eleitoral
Pois temos centro-esquerda
E direita neo-liberal

A Esquerda é pelo povo
Por programas sociais
Gosta da democracia
Preza direitos iguais
Quer combater a pobreza
E todo o mal que ela traz

A Direita é para poucos
Ricos e conservadores
Dá mais valor ao Mercado
E à Bolsa de Valores
É a voz de toda a Elite
Dos que se acham melhores

A Esquerda quer espaço
Pra ONGs e associações
A Direita quer os bancos
E grandes corporações
A Esquerda é dos pobres
A Direita é dos patrões

O PT era de Esquerda
Hoje é menos do que antes
PSDB é Direita
Nisso os dois são bem distantes
E esse é um bom critério
Pra escolher seus governantes

Além de ser de Direita
Eles são neo-liberais
Privatizam o que tocam
Vê FHC lá atrás
Já falaram de um "radar"
Do que querem privatizar
Mas não dizem o que ele traz

Esquerda quer dar direitos
Para todos, em igual
Direita quer privilégios
Para a Elite social
Tanto é que é desse jeito
Que hoje há tanto preconceito
Na Direita radical

Nesses anos de governo
A classe pobre subiu
Quem antes não tinha nada
Hoje não é mais servil
Isso tudo incomoda
A elite, que faz moda
De odiar o Brasil

Pois o muito criticado
Bolsa família cresceu
É uma ajuda muito pouca
Mas cumpre um papel só seu
De levar dignidade
A parte da sociedade
Que nunca antes recebeu

Hoje as universidades
Estão em todo lugar
Com cursos e investimento
Que ninguém ia imaginar
Na época de FHC
Volta e meia eu lia que
Ele ia privatizar
A verdade é que há 12 anos
A direita se afastou
E a fome de poder deles
A tal ponto já chegou
Que eles querem a todo custo
Tomar o poder no susto
Com a Elite a seu favor

Uma coisa diferente
Vista nessas eleições
São as redes sociais
Onde perfis apelões
Feitos por publicitários
Convencem os usuários
Sobre suas posições

Pessoas que não existem
Mas parecem de verdade
Falam mal de um candidato
Ou mostram sua qualidade
Manipulando você
Bem melhor do que a TV
Pra guiar sua vontade

Só se engana quem evita
Pesquisar, ter consciência
A escolha do Governo
É a nossa incumbência
Se você é enganado
Vai no fim votar errado
E sofrer as consequências

Por exemplo, a Economia
Dos dois é bem diferente
O Ministro da Fazenda
Atual recentemente
Falou junto com o proposto
Do tucano, se o posto
For seu, de ser presidente

A crise que o Brasil passa
Vem sendo sim combatida
Mas respeitando o mais pobre
Sem gente ser demitida
Tendo gente pra comprar
Mercado não vai parar
É a expectativa

A proposta do tucano
É mais fria e radical
Ele disse que o salário
Cresceu demais e isso é mal
(Vejam só que ousadia)
E que para a Economia
Ter desemprego é legal

Não votei nem num, nem noutro
Quem queria mudar tudo
Tinha melhor opção
Quando era primeiro turno
Mas só chega em primeiro
Quem investe mais dinheiro
Por isso, esse apuro

Há um boato antigo
Sobre anular eleição
Se muitos votarem nulo
Mas isso é uma ilusão
O TSE não dá valor
Nulo, branco, "não votou"
Tem igual situação

Por favor, não vote nulo
Por essa razão mostrada
Claro, você não precisa
Acreditar mesmo em nada
Do que hoje eu lhe falei
Pois a rede, hoje, sei
Já está muito bagunçada

Mas eu peço, por favor
Encare a grande missão
De pesquisar sobre tudo
E veja quem tem razão
Escolha o menos ruim
Pra cada vez mais, assim,
Sermos uma grande nação

-- Cárlisson Galdino

Special: 

Palhaços no Senado

Mais um pouco sobre a grande palhaçada que acontece na política brasileira. Enquanto eles permitem anonimato de doações em campanhas políticas (imagine o perigo que isso traz! afinal quem "doa" vai querer contra-partida depois, e quem "pagará" não será o político, mas o Estado, ou seja, nós!); eles acabam de votar pelo fim do anonimato na internet. Tem sentido? Isso bem que merece um cordel... Enquanto isso, vejam:

quem defende essa palhaçada de doações anônimas em campanha:

Adelmir Santana (DEM-DF)    - adelmir.santana@senador.gov.br
Alvaro Dias(PSDB-PR)- alvarodias@senador.gov.br
Arthur Virgílio (PSDB-AM) - arthur.virgilio@senador.gov.br
César Borges (PR-BA) - cesarborges@senador.gov.br
Cícero Lucena (PSDB-PB) - cicero.lucena@senador.gov.br
Eduardo Azeredo (PSDB-MG) - eduardoazeredo@senador.gov.br
Efraim Morais (DEM-PB) - efraim.morais@senador.gov.br
Epitácio Cafeteira (PTB-MA) - ecafeteira@senador.gov.br
Expedito Júnior (PR-RO) - expedito.junior@senador.gov.br
Fernando Collor (PTB-AL) - fernando.collor@senador.gov.br
Flexa Ribeiro (PSDB-PA) - flexaribeiro@senador.gov.br
Francisco Dornelles (PP-RJ) - francisco.dornelles@senador.gov.br
Garibaldi Alves Filho (PMDB-RN) - garibaldi.alves@senador.gov.br
Geraldo Mesquita Júnior (PMDB-AC) - geraldo.mesquita@senador.gov.br
Gerson Camata (PMDB-ES) - gecamata@senador.gov.br
Gilberto Goellner (DEM-MT) - gilberto.goellner@senador.gov.br
Gilvam Borges (PMDB-AP) - gilvamborges@senador.gov.br
Heráclito Fortes (DEM-PI) - heraclito.fortes@senador.gov.br
Jarbas Vasconcelos (PMDB-PE) - jarbas.vasconcelos@senador.gov.br
João Tenório (PSDB-AL) - jtenorio@senador.gov.br
João Vicente Claudino (PTB-PI) - j.v.claudino@senador.gov.br
José Agripino (DEM-RN) - jose.agripino@senador.gov.br
Kátia Abreu (DEM-TO) - katia.abreu@senadora.gov.br
Lobão Filho (PMDB-MA) - lobaofilho@senador.gov.br
Lúcia Vânia (PSDB-GO) - lucia.vania@senadora.gov.br
Mão Santa (PMDB-PI) - maosanta@senador.gov.br
Marco Maciel (DEM-PE) - marco.maciel@senador.gov.br
Marconi Perillo (PSDB-GO) - marconi.perillo@senador.gov.br
Marisa Serrano (PSDB-MS) - marisa.serrano@senadora.gov.br
Mozarildo Cavalcanti (PTB-RR) - mozarildo@senador.gov.br
Papaléo Paes (PSDB-AP) - gab.papaleopaes@senado.gov.br
Raimundo Colombo (DEM-SC) - raimundocolombo@senador.gov.br
Renan Calheiros (PMDB-AL) - renan.calheiros@senador.gov.br
Roberto Cavalcanti (PRB-PB) - robertocavalcanti@senador.gov.br
Romeu Tuma (PTB-SP) - romeu.tuma@senador.gov.br
Rosalba Ciarlini (DEM-RN) - rosalba.ciarlini@senadora.gov.br
Sérgio Guerra (PSDB-PE) - sergio.guerra@senador.gov.br
Tasso Jereissati (PSDB-CE) - tasso.jereissati@senador.gov.br
Valdir Raupp (PMDB-RO) - valdir.raupp@senador.gov.br

Agora, a excelente carta aberta ao senador Mercadante, escrita por Raphael Tsavkko:


Prezado senador Mercadante,

Escrevo estas linhas para parabenizá-lo e agradecê-lo por ter, em caráter irrevogável - e pela segunda vez seguida - voltado atrás em uma de suas decisões, enfim, em ter mentido para seus eleitores e demais brasileiros de bem.

Tudo bem, compreendo - ou tento compreender - a primeira traição, afinal, ao abdicar - em caráter irrevogável - da liderança do partido, "Vossa Eçelência" talvez perdesse a chance de passar a mão em excelentes oportunidades de neg..., quer dizer, em excelentes emendas parlamentares e talvez ficasse um pouco afastado, alienado até, da "boquinha" parlamentar. Eu jamais poderia exigir tal coisa! Sei que "ética" não é algo bem visto entre seus colegas de parlamento.

É compreensível, talvez até aceitável, afinal todos sabemos como funcionam as coisas aí no Senado. Ser honesto, para seus pares, é mal visto e não poderíamos pedir para "Vossa Eçelência" que fosse intencionalmente mal visto. Dizem que mal olhado é realmente ruim! Aliás, veja o que aconteceu com Celso Daniel por tentar ser honesto ou, ao menos, denunciar algumas falcatruas inocentes, não funciona, não é mesmo?

Pois bem, tentamos aceitar a primeira traição, mas esta? A censura à internet é inaceitável. "Vossa Eçelência" nos impediu de saber quem são os Senadores que votam pela nossa censura, senador Mercadante!

"Vossa Eçelência" nos impediu de conhecer, através do voto nominal, quem tem a cara de pau de censurar a voz do povo, a internet. Os saudosistas da ditadura, os que se perpetuam indefinidamente no poder, os que ganham pelo voto de cabresto e pela ignorância do povo, submetidos eternamente à esta situação por suas "representações"!

Desculpe, Senador, mas esta traição não pode ser perdoada. Acreditamos em "Vossa Eçelência" quando dizia que iria levar nossa voz, a de centenas, milhares de ciberativistas, até o Senado e iria barrar o projeto do AI5 Digital do Senador Azeredo.

Não esperávamos mais esta traição, o ato de compactuar com a falácia do direito de resposta no ambiente virtual! Senador, me explique, como acreditas ser possível o direito de resposta no twitter? Serei eu obrigado a escrever algo que um Senado ou Deputado queira por eu tê-lo supostamente ofendido? E onde fica minha liberdade de expressão, meu direito de não escrever o que não acredito?

Senador, realmente acreditas que os dinossauros do Senado sabem o que é o Facebook, o Twitter, quiçá o Orkut? Estas figuras nefastas ainda pedem às suas secretárias para imprimir os e-mails que lhes chegam diariamente! E "Vossa Eçelência" foi tão facilmente enganado!

Pense apenas por um minuto, como o TSE irá julgar os milhões de pedidos de resposta que sem dúvida surgirão? Como verificar o twitter, os milhões de blogs? Quem vai realizar todo este trabalho?

Não me diga que já está programada a contratação por debaixo dos panos de milhares de trabalhadores - filhos, sobrinhos, netos, namorados das primas de oitavo grau dos senadores - para especificamente censurarem a internet? Teremos milhares de funcionários temporários recebendo megasalários verificando 24 horas o conteúdo de todo e cada blog, perfil de mídia social e twitter dos brasileiros atrás de possíveis direitos de resposta?

Mas não só isso, Senador, você aprovou o fim do anonimato! Veja bem, "Tsavkko" é apenas um apelido, por mais que eu assine também com meu nome verdadeiro serei privado do meu direito a usar um nome qualquer? De assinar só com uma alcunha? E quem simplesmente posta anonimamente para não sofrer pressões familiares ou no ambiente de trabalho? Será proibido de se expressar, deixou de ser sujeito, cidadão?

Compreenda, Senador, eu não apóio o anonimato para livrar a cara de criminosos ou de "trolls", mas tampouco posso compactuar com a proibição completa desta opção que tem sua validade, seu sentido. Aliás, existe uma coisa muito simples chamada IP, é fácil descobrir quem está por trás de qualquer postagem sem que esta precise assinar como tal. Mas seria pedir demais aos Dinos do Senado para sequer tentar compreender como a internet funciona.

O engraçado nessa história é que o Senado não hesitou em aprovar o anonimato para doações de campanha! Um Senador pode receber dinheiro sujo, dinheiro de origem duvidosa e não terá de prestar contas em momento algum! Mas quanto ao nosso direito de nos expressar sem nos identificar... Censura! O que é mais perigoso, um blog anônimo falando da chuva que cai lá fora ou um Senador recebendo milhões de dinheiro de corrupção? O Senado deu seu veredito!

Fernando Rodrigues nos chama à atenção para um fato interessante:

"Não deram a devida atenção a um outro contrabando no texto feito por Azeredo. Ele e Marco Maciel (DEM-PE) só concordaram em desidratar o 57-D porque tinha incluídoo todas as restrições para vídeo e áudio em debates na web (que estavam no artigo 57-D) em outro trecho da lei. Dessa forma, a principal, repito, principal restrição normativa à web foi totalmente mantida para o período eleitoral do ano que vem. Não há como conceber a cobertura da eleição pela internet sem usar imagem e áudio de debates. No Brasil, essa será a regra --a menos que o portal, site, blog etc. se disponha a dar espaço igual a todos. Uma anomalia.
Mercadante depois disse que tinha entendido que havia um acordo para que, com a definição de internet livre no artigo 57-D, ficaria “prejudicada” a equiparação da web ao rádio e à TV para debates. Azeredo desdenhou. Deu de ombros. E nada.
Fica a lição. Em votações importantes no Congresso não se pode entender nada. É preciso fazer acordos muito claros."

Resumindo, a censura permanece.

Senador, como "Vossa Eçelência" foi tão facilmente enganado? E digo "enganado" apenas para ser simpático, porque não há desculpas para a aprovação deste projeto nefasto e ridículo. Para os Senadores e políticos em geral, doações anônimas, que não deixam rastros, corrupção ativa e legalizada, para os ciberativistas e usuários de internet no geral, a censura, a proibição.

Os tempos negros da ditadura, pelo visto, não chegaram ao fim, o Senado encarna o que há de pior, perpetua a censura.

Mas admito, depositamos muita fé em um político e nos esquecemos que, por definição, político não é de confiança. Também erramos. Imagina então quando depositamos alguma confiança em um político que já tinha tão descaradamente mudado de opinião em troca de deus sabe o que.

Obrigado senador, não nos esqueceremos de sua ajuda nas próximas eleições.

E isto sim é em caráter irrevogável.

Special: 

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