Planeta dos Vampiros

Vou te contar uma história:
Um dia olhando o espaço
Eu acabei visitando
O símbolo do fracasso
Um planeta esquecido
Vagando no céu perdido
Como um cadáver sem braço

Girando em torno de um Sol
Era um planeta sombrio
Era vermelho e azul
E aquele calor febril
Só de noite se acalmava
Mas nem sempre ele era frio

Havia dias no ano
Que de noite era normal
Vários banhos, muita água
Mesmo no escuro total
Debaixo de um céu cinzento
O calor era brutal

Pra compensar, outros dias
Chegava a chover granizo
Caia um frio de morte
Um dia assim, sem aviso
Gelando toda a cidade
Pedrando até o juízo

Era um planeta distante
De continentes e mares
De clima louco, inconstante
Poluição pelos ares
Poucas cidades gigantes
Deserto em todos lugares

Nesse planeta inteiro
Sonhos jamais tinham fim
Quando um sonho se cumpria
Já vinha outro e assim
Sempre sonhando, sem paz
Vivam uma vida ruim

Esses desejos que tinham
Cada sonho mais profundo
Era uma caixa na loja
Um pacote vagabundo
Os sonhos eram vendidos
Em qualquer shopping do mundo

É a TV que revelava
Ambições pré-fabricadas
Não conseguiam pensar
Além daquilo em mais nada
Só nos sonhos por comprar
É o que movia a manada

Eram pessoas vampiras
Que não saiam de dia
No túmulo de seus lares
De qualquer luz se escondia
Só de noite iam pro mundo
Trabalho, estudo e boemia

Eram pessoas vampiras
Não uso a palavra à toa
Quem conhece essa gente
Jamais dirá que são boas
Pra prosseguirem vivendo
Matavam outras pessoas

Vampiros sem ter família
Nem moral, nem coração
Quando caminham em grupo
Dividindo o mesmo chão
É só por conveniência
Por orgia, ou ambição

Nesse planeta distante
Que o dia é sempre tão quente
Só existiam vampiros
Nenhum tipo mais de gente
Eles matavam uns aos outros
Sem punição, livremente

Crianças que eles achavam
Atraiam com sorvete
Pra materem e ferverem
Em sopa como um banquete
A Lei de todo lugar
Pedia que isso se aceite

Mas veja que esses vampiros
No fundo não eram maus não
Se eles matavam uns aos outros
Era pra alimentação
Pois não havia mais gado
Galinha, nem plantação

Se eles não iam de dia
É pela fúria infernal
O Sol queimava sua pele
Até o Sol matinal
Os raios ultravioletas
Tinham passagem total

Toda a Terra poluída
Mares sem ter peixes mais
Poluição sem medida
Fumaça e gases letais
Terra de tantas doenças
De sofrimento, sem paz

E tudo o que lhes sobrava
Contra o sofrimento todo
Era a fé no consumismo
Era a esperança do povo
Que os fazia dormir
E acordar vivos de novo

Sem perceber que foi isso
Essa ganância sem igual
Que garantiu a ruína
De um lugar natural
Transformando o planeta
Numa cova espacial

Nem sempre foi desse jeito
Esse planeta foi vivo
Hoje morre pelo espaço
Cheio de verme nocivo
É o que as pessoas viraram
Eis que destino maldito!

Esse planeta já foi
Terra bem rica e feliz
Os mares cheios de peixes
Terra de plantas, perdiz
Animais de todo tipo
Terra que o homem não quis

Esse planeta vampiro
De crueldade no escuro
Não é uma novidade
Com canibais em apuros
Esse planeta de morte
É a Terra no futuro

-- Cárlisson Galdino

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