John Real

Era uma manhã de domingo. Não uma manhã de domingo como as manhãs de domingo da maioria das histórias. Não era uma manhã de domingo ensolarada, nem uma manhã de domingo pacata. Por outro lado, não era uma manhã de domingo estranha, como aquelas que já denunciam que algo anormal está prestes a acontecer. Era simplesmente uma manhã de domingo.

Seu nome era John quando ele caminhava entre os rochedos próximos à sua casa, de onde podia ver o mar.

As ondas teimavam em quebrar à muralha de pedras, liberando aquele cheiro de mar e umidade, por mais que as pedras se impusessem firmes.

Havia alguma coisa estranha nesses rochedos pouco antes. Eram meio... vivos! Ou se tornariam vivos, talvez quem sabe até não tenha passado de um simples sonho. John se senta para ver melhor o mar.

Não que John fosse tão magro e balançasse ao vento a ponto de não conseguir ver direito ao longe, mas porque "ver melhor" às vezes toma tempo, e cansa.

Lá está a linha do horizonte, diferente do que ele lembrava. Bem, estava na forma de linha mesmo, que é a forma que John acredita que ela deveria ter, e não fazendo aquela curva como se fosse uma montanha. É, talvez o que vira antes tenha sido mesmo um sonho...

O céu está ali com seu azul e seu punhado de nuvens espalhadas. Ainda bem, devo dizer! Na lembrança de John aparentemente não havia nuvens espalhadas. Nem mesmo um céu onde as nuvens pudessem se espalhar.

Ao olhar ao longe, os olhos de John notam uma caravela próxima dos rochedos, com duas velas ou seria a vista turva. Volta-se diretamente para a caravela e esta some. Olha ao longe, a caravela aparece. Olha para ela, ela some.

Agora já não dá mais pra dizer nada. Qual o conforto do horizonte e do céu se na lembrança de John havia essa caravela "não encarável".

John então se levanta frustrado com os rochedos, o céu, o horizonte e a não-encaravela. Dá as costas para o mar, cujo horizonte se curva à sua saída. E deixa esses rochedos, que suspiram aliviados como se lhes tivesse sido tirado um peso das costas.

E John volta para sua casinha de madeira, fechando a porta para que o céu possa, sei lá, dar uma volta. E John pensa que talvez esta seja uma boa hora para mais um chá...

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