Como seriam poemas para Twitter?

Pássaros

Já se foi o tempo dos poemas longos, narrando aventuras épicas em centenas de estrofes. O mundo mudou muito. Pessoas persistentes sempre aparecem, aqui e ali, mas hoje quem quer perder horas e horas lendo uma só poesia.

Acho que o sentimento é de que há muita coisa lá fora esperando por nós. Um sentimento que nos faz acompanhar vários feeds RSS (que a maioria já abandonou) e nos faz seguir mais pessoas nas redes sociais do que podemos acompanhar. Também tenho a impressão de que esse sentimento casa muito bem com o Capitalismo, nos fazendo ficar de olho nos lançamentos. Sejam filmes, livros, jogos ou a tecnologia da próxima TV. Ou o próximo iPhone. Vivemos em estado de alerta, como bombeiros esperando um alerta de incêndio a qualquer momento. Com a diferença que esse incêndio em particular é nas nossas carteiras...

Mas estávamos falando de poesia, não é? Qual seu papel na nossa nova sociedade? No mundo 2.0? Ou seria já o mundo "pós 2.0"?

A poesia tem muitas formas. As poesias épicas se tornaram cordéis com o tempo. Soneto se estabilizou como forma prática. Há ainda o Haikai e seus três versos. A poesia deve se curvar ao Twitter? Qual seria a metrificação pós 2.0? Ao invés de publicar uma poesia e usarmos tags "soneto" e "decassílabo" vamos escrever palavras em um só verso-tweet resumido com hashtags tipo #poem #3/4?

Nesses novos tempos parece que tudo precisa ser resumido. Fico me perguntando às vezes se é uma necessidade real ou inventada em nossas cabeças, reforçadas pelo frenético efeito manada, pelo clima de urgência em que vivemos. Resumir, resumir...

Pra que escrever ensaios complexos se "tudo já foi escrito"? Não precisamos falar sobre os temas, basta passarmos um link e está tudo bem. No Twitter tem até quem se limite a postar o link, sem título ou assunto...

Ei, sabe que essa ideia de poesia-tweet pode ser interessante? Saca só:

  • Ela anda todo dia pela casa. Quase morre quando vê uma barata. E nem sonha que a recíproca acontece

O que seria isso? Uma poesia de 3 versos em métrica 4/4! É! Você lê (até porque ninguém tem tempo pra declamar hoje em dia) ta-ta-TA-ta ta-ta-TA-ta ta-ta-TA-ta. Ela anda todo dia pela casa. Parece meio maluco, né? É, poesia é assim mesmo.

Hmmm... Vou pensar melhor no assunto. Talvez termine levando a sério essa ideia. Ou será que a moda do Twitter tá com os dias contados e eu deveria pensar em um video-poema?

Imagem do post: birds, de Sharon Drummond.

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