Cícero Monthiel em seu Blog sobre Linux relatou que está se tornando comum usuários leigos de GNU/Linux ligarem tentando esclarecer dúvidas. O ponto sensível da questão, que discuto aqui, diz respeito à velha questão de o usuário ter ou não o dever de conhecer certas coisas sobre seu próprio ambiente de trabalho.
"Que sem acanhamento nenhum, continuarão por todo o sempre a nos pedir um help, a nos sugar conhecimentos. Por que eles apenas mudaram de plataforma, mas, não mudaram seu comportamento e seu sedentarismo no quesito aprender."
Primeiro, usuários não precisam, de fato, conhecer informática a fundo. Mas têm a obrigação de honrar seus próprios cérebros e saber ao menos decidir com base em mensagens do tipo "Você quer desligar o computador, reiniciar ou só sair da sua conta?".
Não acho que os usuários tenham a obrigação de saber o que é um terminal, mesmo que sejam usuários de GNU/Linux. Achar isso, de minha parte, vai contra o exemplo citado, mas não contra o que o fez evocar tal exemplo: as pessoas têm tido cada vez mais preguiça de pensar.
Não vamos nos enganar e comparar informática com mecânica. Preguiça de pensar é um problema sim. Você pode comparar conhecimento de hardware, redes e programação com mecânica, mas não "conhecimentos básicos de operação". Além do que, em grande parte dos casos, o bloqueio mental na operação do usuário não advém de dúvida técnica, mas sim de dificuldade na interpretação da mensagem que o programa apresenta.
Infelizmente para os leigos, computador não é uma "máquina de escrever com telinha". E ignorar sua complexidade não vai apenas tornar o usuário dependente de técnicos para coisas simples. Também vai deixar o usuário vulnerável a vírus, crackers e, principalmente nos dias de hoje, golpistas virtuais.
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