decassílabos

Intercepção

E segue andando à próxima cidadeBala de Fuzil
Levando nas costas suja riqueza
Mas nessa cidade entra, não invade
Vai à taverna e procura uma mesa

O sol já saiu de seu áureo berço
Ele se senta e pede uma bebida
E bebe enquanto resta só um terço
Para chegar sua tropa enfurecida

Bebe somente pra comemorar
Uma, duas, e outras a tomar
Quando resolve ir pra outro estado

Se levanta e então paga a bebida
Pega a grana e caminha para a porta
E por três homens é interceptado

-- Cárlisson Galdino

Special: 

Condução

Às vezes as balas tomam alguémBala de Fuzil
E esse alguém segue o que elas queriam
Chegando ao final previsto, porém
Sem transformar os que as conduziam

Quando essas balas de fuzil o ferem
Há que fazer o que elas 'tão querendo
Porém não basta chegar ao que querem
Há que se ver as forças o movendo

-- Cárlisson Galdino

Special: 

Interpretação

Ele prefere deixá-lo sozinhoBala de Fuzil
Viu em seus olhos brilhos apagados
Então se vira e retoma o caminho
Pra trás, um homem ainda em pedaços

Quando pensou em matar o andarilho
Naquela hora em que seus olhos via
Quando já tinha o dedo no gatilho
Viu: era aquilo que o homem queria

Por isso o deixou vivo na cidade
Se disparasse um tiro de fuzil
Seria o homem feliz de verdade

Como castigo o deixou e partiu
Atingiu-no a bala da piedade
Mas não foi piedade que sentiu

-- Cárlisson Galdino

Special: 

Bala da Piedade

A face do mal se ergue no fuzilBala de Fuzil
O inimigo segue em ato insano
Eis que o pouco do que tinha de humano
Por um momento essa luz reluziu

Enquanto mirava o sujo andarilho
Por um momento seus olhos fitou
Viu que ele nem ao menos hesitou
Viu que seus olhos perderam o brilho

Era um viajante errante e sem classe
E não era essa a primeira cidade
Saqueando tudo por onde passe

Agora cheio de serenidade
Distanciou o fuzil de sua face
O atingira a bala da piedade

-- Cárlisson Galdino

Special: 

Face a Face

Mais uma vez no horizonte o sol nasceBala de Fuzil
Quando ele chega a uma nova cidade
Cidade a qual um exército invade
Mas a dor fez com que ele não notasse

É uma nova manhã e o sol nasce
Mas a maldição que há tanto o invade
O faz andar sem saber a verdade
Por mais que do lugar se aproximasse

E chega à cidade enquanto o sol nasce
Gritos lhe chegam, chegando do norte
Mas pelo norte ele espera que passe

Assustados fogem à toda sorte
Quando o inimigo lhe mostra a face
E lhe ameaça de instantânea morte

-- Cárlisson Galdino

Special: 

O Andarilho

Seguiu a andar sozinho desde entãoBala de Fuzil
Tanto que até pensou em se matar
Mas isso só iria piorar
A sua já infeliz situação

Andando só sentia a maldição
Sentindo-se também o próprio mal
Que chegou a matar qual um animal
Sem conseguir conter a frustração

O Sol já não era mais alegria
E toda aquela dor o perseguia
Fôra tomado por tanto tormento

E a partir daquele dado momento
Durante o dia, da luz se escondia
E ao cair a noite, as trevas temia

-- Cárlisson Galdino

Special: 

O Bote do Tigre

Correndo num terreno arborizadoBala de Fuzil
Um tigre então alcança seu caçador
Segundos pelo tempo ampliados
Sobre ele salta com fúria e vigor

Um bote desse tipo certamente
Daria fim fosse qual fosse o ser
Quer fosse um animal ou fosse gente
Decerto esse tal tigre iria vencer

Pedaços viraria a ousada vítima
Igual no mar se morre um voador
Por tão enorme e má força marítima

Mas seu futuro lhe foi traidor
Num ato de uma injustiça legítima
É morto por fuzil o vencedor

-- Cárlisson Galdino

Special: 

Correção

Pobre homem, que agora ao chão cai em prantoBala de Fuzil
Vendo o corpo inerte largado ao canto
O corpo de sua esposa tão querida
O de quem, sem querer, tirou a vida

E só depois de crime, arrependido
De tal arma uma vez ter conseguido
É que percebe o quanto estava errado
Ao por tanto tempo só ter matado

Ele se vê como um ser desgraçado
Ajoelhado no chão ainda chora
Destruira o que lhe era mais sagrado

Antes de ao céu mandar o corpo embora
Deve acertar as contas c'o passado
Do alto da ponte jogar a arma fora

-- Cárlisson Galdino

Special: 

Oxe! Eu vou também! (pra Pasárgada, ué!)

o tempo que não passa nessa noite
que noite mais sem graça essa de agora
só resta a TV e a Internet
além de uma vontade de ir embora

ouvindo um brega podre do vizinho
e a molecada brinca na calçada
o tempo que não passa, mas que droga!
tem nada pra fazer, sabe o que é nada?

um jogo aparece com promessa
de trazer diversão, o que admiro
em pouco tempo não aguento mais
jogar com lobisomem nem vampiro

já zerei uns jogos de mega drive
(ninguém joga isso aqui, estou sozinho)
já perdi tantas vidas pelas ruas
já enjoei de sonic e ligeirinho

que noite mais sem graça essa de agora
o tempo que parou, será feitiço?
acho que vou embora pra Pasárgada
(nem me pergunte onde diabo é isso)

Pasárgada sim é um lugar legal
quem garantiu foi Manoel Bandeira
é uma zona só, que nem te conto
terra da foleragem e bagaceira

e aqui tou escrevendo porcaria
(vou esconder que isso foi por mim feito!)
quiçá em Pasárgada também consiga
inspiração pra escrever direito

-- Cárlisson Galdino

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