eneassílabos

Os Tempos Antigos

Dos tempos antigos, que saudade!
Quando era paz um pouco de chão
Ter família e uma plantação
Não havia outra necessidade

Que saudade, mesmo! Que saudade!
Mesmo entre homens de tanta ambição
Quando a guerra era a solução
Longe ou sob a chama da verdade

Mas é hoje a vida tão ignota
Numa guerra, que lado escolher?
Qual lado é o justo não se nota

O que vale? Ganhar? Se render?
Se a vitória às vezes é derroa
E é vitória não se sabe o quê!

-- Cárlisson Galdino

Uma Mesa

Ela vem, me olha com olhar de quem
Não tem nada a ver comigo ou com ninguém
Devagar caminha levando sua taça
Senta do outro lado a me olhar com graça

Sob as velas ela sempre me seduz
Como fosse seu desejo fazer jus
À tal fama de que mesmo sendo bela
Não se entrega nunca, nega tudo nela

Quem me dera possuir seu corpo um dia
Ela me sorri e sempre diz que não
E lembrar o tanto que se aborrecia
Pelo atrevimento de tocar sua mão

Que será que passa na sua cabeça
Por que nunca aceita se entregar a mim
Entre nós dois sempre se estende uma mesa
Mas que mais parece um muro de Berlim

-- Cárlisson Galdino

Nossos Raios

Nossos passos sem compasso passam
Pouco importa o que inimigos façam
Nossos passos alcançam a estrada
Pouco importa a porta fechada

Nossos olhos verão o infinito
Dessa ilha seu grito bonito
Nossos olhos lerão o ilegível
No invisível, ler o horrível nível

Nossos sonhos chegarão ao Sol
Pelo espaço, então o girassol
Abrir-se-á, se há força vital

Nossas almas já almagamadas
Do magma sãs, almas amadas
Síntese do cinturão de Zeus

-- Cárlisson Galdino

Astro Ilusionista

A noite e seu manto que cobrem o chãoLágrima Lunar
Revelam estrelas e ninguém entende
A noite e seu brilho e por isso temem
Sem ver que é a noite que traz a razão

O Sol pinta o dia e corrompe a visão
Aquece e consola, mas qual o sentido?
A noite é escura e fria: é preciso
O azul do dia é uma ilusão

Todos amam Sol e temem o escuro
O escuro é a origem, que dizem, do mal
O calor do dia nos salva do apuro

Mas veja: espaço é vazio, o normal,
Que fica escondido por um azul muro
Qual dos astros é mais honesto afinal?

-- Cárlisson Galdino

Special: 

Viagem a Marte

Que hão de buscar eles lá no MarteLágrima Lunar
Se há tanto pra verem onde passem
Que vinte mil anos não bastassem
Pra que a Terra vissem: cada parte

Que força que os move desse jeito?
Talvez o mistério acumulado?
Ou o náutico coração herdado
Bate incandescente em nosso peito?

Se de içar há mesmo, o astrobote
Só desejo que por vosso plano
O vosso caminho tenha volta

Se um dia o Sol brilhar bem mais forte
Se ouvirá talvez de um marciano
"Que hão de fazer lá na Terra morta?"

-- Cárlisson Galdino

Special: 

Sublime Farol

Bela Luna, não te vás agoraLágrima Lunar
A noite 'inda não chegou ao fim
Tem pena de quem por amor chora
Tem um pouco de pena de mim

Não te vás agora, bela Luna
Não vás dormir em teu áquo leito
Vê na natureza: cada duna
Pede a luz que emana do teu peito

Bela Luna, não te vás agora
Pois preciso dos teus brilhos nús
Ainda é cedo, bela prateada

Não te vás agora, bela Luna
Pois somente com a tua luz
Pode vir a mim a minha amada

-- Cárlisson Galdino

Special: 

Rio sem Crimes

Traficantes vem com armas da polícia
Com seus crimes limpando toda a cidade
E o escândalo é desfeito na notícia
E fingimos todos que isso é novidade

No final, não há certeza da verdade
Se pararmos pra pensar por um segundo
A "notícia" era uma necessidade
O dever de casa da Copa do Mundo

Todos sabem que esse crime é só sintoma
De um gigante esquema de corrupção
Que há décadas pinota e ninguém doma
O sintoma sumiu da televisão

Pode até ser esta mesmo a situação
Dos poderosos que estão por traz de tudo
Se essa copa dá mais lucro pro ladrão
Por 5 anos o tráfico esteja mudo!

-- Cárlisson Galdino

União

Os céus olha, pasmo com a belezaBala de Fuzil
Do céu, dos astros que a ele dão vida
À guerra que não será vencida
Assiste ele de sua fortaleza

Não crê às vezes ser filho da Terra
Tanto o fascinam astros que giram
Mal sabe que também o admiram
E só por ele seguem co'a guerra

Mas em 'nexplicável sinfonia
Os astros se unem, numa explosão quase
De novos tons-formas se vestia

E à Terra mandaram um raio que
Ao chão apontado e, nesse dia
O espaço o levou pra junto a si

-- Cárlisson Galdino

Special: 

A Terceira Bala

Todos tentam disparar e nadaBala de Fuzil
Nada sai e resolvem lutar
Pelas armas deixaram espadas
Terá que ser ao modo vulgar

E com fúria fazem a peleja
Com seus punhos, braços e suas pernas
As de mesa, frascos de cerveja
Destruindo assim toda a taverna

Mas o líder de novo atingido
Pelo além pra ir sem despedida
Uma chance de mudar a vida

Mas o líder sequer dá ouvidos
A bala tenta na terceira vez
É dessa vez uma bala perdida

-- Cárlisson Galdino

Special: 

Páginas

Subscribe to RSS - eneassílabos

Warning: PHP Startup: Unable to load dynamic library '/opt/php56/lib/php/extensions/no-debug-non-zts-20131226/pdo.so' - /opt/php56/lib/php/extensions/no-debug-non-zts-20131226/pdo.so: cannot open shared object file: No such file or directory in Unknown on line 0

Warning: PHP Startup: Unable to load dynamic library '/opt/php56/lib/php/extensions/no-debug-non-zts-20131226/pdo_mysql.so' - /opt/php56/lib/php/extensions/no-debug-non-zts-20131226/pdo_mysql.so: cannot open shared object file: No such file or directory in Unknown on line 0

Warning: PHP Startup: Unable to load dynamic library '/opt/php56/lib/php/extensions/no-debug-non-zts-20131226/php_pdo_odbc.dll' - /opt/php56/lib/php/extensions/no-debug-non-zts-20131226/php_pdo_odbc.dll: cannot open shared object file: No such file or directory in Unknown on line 0