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BrOffice Farm - A Revolução dos Bichos

Antes de mais nada, preciso dizer que não sou membro efetivo nem da comunidade BrOffice, nem da ONG BrOffice.org. Conheço o trabalho do Claudio Ferreira Filho (por alto, de longe, mas conheço) desde a época em que a comunidade se chamava OpenOffice.org e nem se pensava em ONG. Hoje contribuo apenas com o projeto da Revista BrOffice, através da série Redblade, que vem sendo publicada lá. Penso eu que é mais uma contribuição deles me cedendo espaço do que uma contribuição minha fornecendo material, mas enfim...

Tive o prazer de conhecer pessoalmente essa personalidade do Software Livre nacional, inclusive o entrevistei há vários anos na Semana Azul (um evento online que fiz na época que tentava difundir a tecnologia Mozilla de desenvolvimento de aplicações). Tenho uma grande admiração pelo Claudio. Ultimamente conversamos pouco, mas a gente sempre trocava ideias via Jabber. Não foi à toa que o meu segundo cordel na área de militância foi justamente o Cordel do BrOffice.

Para resumir a história...

  1. Claudio conheceu alguns softwares livres e começou a utilizar, constatando sua qualidade.

  2. Ao pesquisar mais sobre o porque de esses aplicativos estarem ali disponíveis a qualquer um, ele descobriu o movimento pelo Software Livre e ficou maravilhado.

  3. Seu espírito escoteiro desejou de alguma forma contribuir com os projetos. Logo encontrou um modo: iria manter a tradução de alguns programas para Português Brasileiro.

  4. Nasceu o Complexo Claudio Ferreira. Um site no Geocities onde o Claudio mantinha tradução do GIMP, Mozilla Suite (Firefox nem sonhava ainda em nascer) e, claro, o OpenOffice.org.

  5. Daí nasceram as comunidades nacionais para os três programas. Com o crescimento dessas comunidades, o Claudio foi deixando as "filhotas" caminharem sozinhas e concentrou seus esforços mais no grupo que traduzia o OpenOffice.org. O grupo se chamava OpenOffice.org.br.

  6. Na luta para que o OpenOffice.org fosse adotado por empresas e na esfera pública, Claudio notava uma dificuldade cada vez mais evidente: empresas públicas têm processos (e grandes empresas particulares também) e é muito difícil que se contrate serviços de pessoas físicas. Era necessário alguma entidade burocrática que desse segurança no relacionamento com esse pessoal.

  7. Paralelamente, uma empresa brasileira questionava o nome da comunidade. "OpenOffice.org.br" não poderia ser utilizado porque essa empresa havia registrado (alguns anos antes) a marca "Open Office".

  8. Unindo os dois problemas, Claudio decidiu criar o BrOffice.org. Seria uma marca nova, encapsulando a marca "OpenOffice.org" no Brasil (evitando confronto jurídico com a tal empresa da marca "Open Office") e, aproveitando a situação, nascia também uma ONG. Uma pessoa jurídica cujo principal propósito seria o de apoiar a comunidade brasileira que havia em torno do então BrOffice.org.

Talvez haja uma ou outra imprecisão. Talvez pareça uma história muito romântica, mas com base no que me lembro dos fatos, o que aconteceu não foi distante disso. Desde sempre Claudio é uma pessoa preocupada com os aspectos sociais e com a comunidade. Este é o presidente da ONG BrOffice.org.

Acontece que este ano o Claudio publicou uma carta aberta, esclarecendo qual o papel da ONG e trazendo à tona um problema: um novo conselho administrativo estava desvirtuando tudo, tentando controlar a comunidade para satisfazer interesses pessoais. A carta de Claudio é uma denúncia.

E agora temos um abaixo assinado pela comunidade exigindo algumas ações, na esperança de se reverter tudo isso e que a ONG BrOffice.org volte a ser uma ferramenta de apoio à comunidade e não ao umbigo de alguns. No manifesto deste abaixo-assinado, falam até em perseguições ao Claudio por membros do novo conselho.

Visitem lá e ajudem a mostrar a força da comunidade, que merece respeito; do presidente Claudio, que merece respeito; contra esse grupo de aproveitadores!

Agora, só para concluir. Assisti recentemente ao filme A Revolução dos Bichos, baseado na obra de George Orwell. Recomendo que assistam. É absurdamente fácil traçar um paralelo entre o teatro criado pelo autor e a realidade do BrOffice. Os porcos tomaram o poder e fico feliz ao ver que os outros animais perceberam que Snowball é que está certo e ver que estão se juntando do lado dele contra Napoleão. Ainda há esperança! Vamos reverter essa presepada!

Conheça o BrOffice.org

Houve um tempo em que o mercado estava cheio de ferramentas de escritório. Várias empresas grandes tinham opções.

Mas os tempos mudaram e a diversidade se foi... Restou apenas um conjunto de programas de escritório. Era mais um monopólio para a mega corporação, que já detinha monopólio do mercado de Sistemas Operacionais...

No ano 2000 nasceu um projeto com base em um pacote para escritório que ganhava alguma força (por funcionar em GNU/Linux e ser gratuito). O antigo projeto era o StarOffice; e o novo, OpenOffice.org.

No Brasil, o grupo OpenOffice.org.br precisou mudar de nome. Foi um contratempo, é verdade, mas ele se fortaleceu. Em 2006 se tornou uma ONG e avançou em várias frentes, com muitas novidades (confira a retrospectiva). Tem projetos hoje para correção gramatical, dicionários, apostilas e muitos outros.

E para quê utilizar um pacote para escritório que custa mais de R$ 1.000,00 por máquina (ou um software pirata) se você pode ter um livre, que:

  • Suporta vários formatos, incluindo os da Microsoft;
  • Exporta para PDF sem qualquer complicação;
  • Além de editor de textos, planilha e apresentações, traz banco de dados e desenho vetorial;
  • Tem versão para Windows, GNU/Linux, BSD e MacOS 10;
  • Utiliza formatos abertos, padrão internacional ISO 26.300.

Se você ainda não conhece o OpenOffice.org/BrOffice.org, já está na hora!

Cada vez mais pessoas, empresas e instituições estão utilizando OpenOffice.org/BrOffice.org. É um dos mais fortes projetos Software Livre para usuários finais. Experimente! As melhores coisas da vida não têm preço.

Relato do Primeiro Encontro Nacional BrOffice.org

Ocorreu ontem, 2 de junho, o Primeiro Encontro Nacional BrOffice.org, um encontro em videoconferência usando a Infovia do CNI. O ponto central da transmissão foi em Fortaleza. Tudo correu muito bem. Alagoas também fez parte, e teve cerca de metade dos inscritos presentes em nosso auditório. Aqui segue um breve relato do evento.

Novidades do BrOffice.org

Após o Pronunciamento de Abertura, transmitido de Fortaleza, de lá mesmo tivemos a palestra do Claudio Filho sobre as novidades do BrOffice.org.

O BrOffice.org teve que adotar esse nome como um nome diferenciado de OpenOffice.org devido a uma complicação envolvendo patente de marca e uma empresa brasileira. Além de mudar o nome, foi criada também a ONG BrOffice.org, da qual o Claudio é o presidente.

O novo logotipo foi feito por Daniel Confortin, que já foi bastante elogiado. Ele falou que a "estilização das gaivotas" terminou visualmente similar a um pássaro da fauna brasileira, o Trinta-réis. A foto neste post é de um trinta-réis (Sterna fuscata) e se quiser, você pode ver mais fotos do pássaro.

O Corretor Ortográfico foi citado também, que já contém mais de 1.400.000 palavras graças ao trabalho de equipe coordenada pelo sergipano Raimundo Santos Moura. E aí há um outro projeto, o Corretor Gramatical, financiado pelo FINEP e liderado por Paulo Menezes, que já está funcionando. O CoGrOo (Corretor Gramatical) é um software à parte que, ao ser instalado, se integra automaticamente ao OpenOffice.org 1, 2 ou ao BrOffice.org.

Só um parêntese: como o próprio Claudio falou na apresentação, correção ortográfica diz respeito à escrita de cada palavra: "nóiz fomus" tem erro ortográfico; já correção gramatical diz respeito a concordâncias e corretude das construções de orações: "nós foi" não tem erro ortográfico nenhum, mas tem um erro gramatical de concordância verbal.

Claudio também citou Edidoc, um Gerador Automático de Documentos que é mantido por Gustavo Pacheco; e o Escritório Aberto, do Sincero Zeferino Filho, que está reunindo modelos para uso no BrOffice.org.

Dentre as novidades anunciadas, temos:

  • OpenOffice.org 2.0.3 será lançado na próxima semana. Desta vez, o BrOffice.org 2.0.3 será lançado ao mesmo tempo que a versão internacional;
  • Projeto Invista Nessa Idéia servirá para criar um canal de interação entre a ONG BrOffice.org e empresas;

Um aspecto também interessante foi que o BrOffice.org já permite uso de assinatura digital em seus documentos. Há interesse que permita assinatura digital também nos PDFs gerados pelo BrOffice.org, mas no momento é apenas uma idéia.

Open Document Format

Salomon, do BrOffice.org, falou sobre ODF. ODF é um conjunto de padrões abertos para documentos de escritório. É mantido pelo consórcio OASIS e já foi aprovado adotado pela ISO como padrão. É o ISO 26300.

"Padrões são abertos, formatos são fechados"

O que chamou a atenção foi o número de softwares que já suporta ODF. Dentre eles, temos, além do OpenOffice.org e do BrOffice.org:

  • IBM Workplace
  • Lotus Notes
  • Abiword
  • KOffice
  • WordPerfect
  • Editores online

Sobre a Microsoft, apesar de falarem de interoperabilidade, eles teimam em não querer adotar o ODF. Mas não há problemas, pois um plugin para adicionar ao MS Office suporte completo ao ODF já está pronto e será testado em breve em Massachusetts.

Suporte a Idioma

Um Dicionário de Sinônimos está sendo feito de modo a permitir interação através da Web e importação da web para o BrOffice.org.

Sobre o CoGrOo, já citado no início deste relato, foi feito de modo a reduzir ao mínimo o número de falsos positivos, que é quando a ferramenta classifica como erro uma passagem correta. Foi traçado um comparativo do CoGrOo com o Regra (usado pelo MS Office) e a qualidade na correção gramatical já está bem superior. Só quando se trata de erros estilísticos é que ainda não há suporte no CoGrOo, mas já está previsto para a próxima versão.

Erros estilísticos são mais simples do que erros gramaticais. São ocorrências como: tem que haver um espaço depois de vírgula, não pode haver espaço antes da vírgula, e por aí vai...

Atualmente, para o CoGrOo funcionar é preciso suporte a Perl e JDK da Sun. Isso é relativamente simples de se conseguir em GNU/Linux (apesar de a dependência de uma implementação específica de Java não ser algo tão bom), mas em Windows complica um pouco. Felizmente para todos, além do tratamento de erros estilísticos, a versão 2.0 do CoGrOo será inteiramente em Java e provavelmente funcionará também com as implementações livres de Java. Deve ser lançada até o final do ano.

Macros

O pernambucano Noelson Duarte apresentou o recurso de Macros do BrOffice.org, inclusive com alguns exemplos.

O mais interessante é que para macros, tem-se um mapeamento de recursos da ferramenta e várias linguagens possíveis para lidar com isso:

  • Java
  • Bean Shell
  • JavaScript
  • Python
  • BrOffice.org Basic

Dá pra fazer rotinas que modifiquem o documento, criem partes, acessem arquivos, escrevam janelas de diálogo para interação com usuário... Enfim, é um recurso bastante poderoso.

Projeto OpenOffice.org

Louis Suarez-Potts, do Canadá, falou sobre a importância do ODF. A tradução foi feita por Salomon.

A idéia principal é que no passado, quando escrevíamos documentos precisavamos apenas de papel e tinta, e de conhecimento da língua e da escrita. Quem quisesse ter acesso a este documento, bastava ter conhecimento da língua e da escrita e ter acesso ao papel, ter a leitura autorizada.

O que acontece hoje é que, quando escrevemos um documento no computador, nós adicionamos uma outra variante: o formato do arquivo. Se esse formato é de alguma empresa, secreto, significa que todos estamos dependentes dessa empresa. A partir desse ponto, dominar a língua e a escrita, e ter autorização para ler o documento não bastam mais, pois passamos a precisar de uma ferramenta específica. Os documentos que você escreve não são tão seus quanto você pensa.

O ODF surge para se tornar um padrão aberto, permitindo que qualquer programa implemente acesso perfeito a documentos que seguem esse padrão. Assim, deixamos de depender de uma empresa, já que vários programas e serviços serão capazes de ler corretamente os arquivos.

Em especial, falou-se de Governo. Governos democráticos devem colocar informações disponíveis para sua população. Utilizar um formato proprietário para isso é restringir de maneira injusta aqueles que terão acesso a tais informações. Por isso é tão importante que Governos adotem ODF, como o Governo do Estado de Massachusetts o fez formalmente.

Cases e Mesa Redonda

Foram apresentados os casos de migração para BrOffice.org que foram levados adiante pelo Banco do Brasil, pelo Exército Brasileiro e pelo Sistema FIEC.

Também tivemos uma Mesa Redonda bem interessante. Ponto de destaque: cobrança por retorno para a Comunidade. Estão migrando e economizando muito dinheiro, mas e a Comunidade? E sobre a dificuldade de contratação para pequenas empresas e profissionais autônomos? Claudio perguntou sobre possibilidade de convênios entre entidades do Governo e a ONG BrOffice.org. A representação do Banco do Brasil afirmou que iria informão quem lida com esse assunto, já que não era de sua própria competência.

Sobre cases e mesa redonda, mais assuntos foram tratados, porém não anotei nada. Complementos nesse sentido seriam úteis. Alguém mais que participou que falar a respeito? É só deixar um comentário.

Conclusão

O evento foi muito bom e inaugura na comunidade brasileiro do Software Livre uma nova modalidade de "Evento distribuído". Há empolgação e certamente teremos uma segunda edição no próximo ano.

Às 20h deixamos a transmissão foi encerrada e deixamos o local. Agradecimentos à organização do evento, em especial ao Claudio Filho e ao Marcus Diogo, do SENAI-CE.

Localmente, agradecemos ao apoio do SENAI-AL e ao Escritório de Advocacia Motta & Soares pelo patrocínio local.

Obrigado à equipe: Jalves Nicácio (do SENAI-AL, que liderou a organização), Pascale Maliconico (também do SENAI-AL), Antônio Luiz (do nosso grupo Guerreiros pelo Software Livre) e Fernando Carlos (da Motta & Soares).

Agradecimentos também aos que compareceram e até a próxima!

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