De la Naturo

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Dezenove e trinta e já estou na ativa. "Os deuses ajudam a quem cedo madruga." Por que falo isso? Nem acredito mais em deuses, mas alguma coisa me faz acreditar que é bom acordar cedo. Estranho, não? Nem lembro mais o que eu pensava antigamente sobre isso. Os deuses ajudavam? Talvez, mas isso não devia me servir hoje. É bom á saúde? Pra quê se sou "imortal"?

A noite já caiu há um bom tempo e cá estou, em um armazem abandonado a esperar pelos outros, pelos meus aliados para mais uma arriscada missão. Ouço o barulho e o portão se abre. Sabe, ainda não me acostumei com um telecinético no grupo. Por mais que tente entender, não consigo aceitar o que ele faz. Eu sei que é verdade, pois eu vejo! Mas isso rompe as fronteiras da realidade. E eles insistem que não é magia...

- Está pronto? - pergunta o próprio, descendo do carro branco pelo lado do motorista. Do lado do passageiro a porta abre lentamente e ela desce.

- Estou. - respondo e olho pra ela. - Você vai? Vai ser perigoso.

- Será que já se esqueceu do que sou capaz?

- Ela quis dizer "sim". Vamos logo que não temos tempo pra conversa.

- Claro que me lembro. Vamos, então. - eu a admiro bastante. Sua coragem, seus poderes... Para uma simples humana, ela é uma heroína. Em outros tempos não a deixaria ir conosco, mas hoje, creio que o tempo me tenha tornado mais "flexível". Eu ando em direção ao carro. - Mas, e o Vendaval?

- Ele foi na frente.

- Ótimo, fez bem. Vamos. - entrei no carro e fomos aonde deveríamos.

Um carro branco com um grupo de pessoas passando à noite pela cidade. Quem poderia desconfiar de alguma coisa?

Afastamo-nos da cidade até a reserva florestal. Estacionamos quase dentro da floresta. Descemos os três do carro e paramos por algum tempo. O defensor inato da natureza saiu dentre as árvores, com sua monstruosa aparência de porco-espinho-gente. Retornando à sua aparência humana quando começou a falar.

- Eles estão na Intraterra. Planejam invadir a floresta muito em breve.

- Na Intraterra? Ótimo... - fala o telecinético. - Só assim Giulant pode usar seu poder em totalidade. Vamos agora?

Caminhamos floresta adentro até que...

- É aqui. - falou Vendaval. - Pode abrir o portal agora.

Afastamo-nos do local, enquanto ela fazia um complexo e magnívico ritual. Sim, ela era maga. Na verdade, Vendaval não precisa de portal para ir à Intraterra, pois é um hoep, ser extranatural. O acesso a tal mundo é fácil, basta localizar o lugar da passagem. Aberto o portal.

- Pronto. - dizia ela, enquanto uma luz esverdeada se formava no chão, formando a figura de uma estrela.

- Esperem. - disse eu, o imortal Giulant, antes que alguém tomasse a iniciativa. - Eu vou na frente.

Todos parecem ter concordado, afinal, já conhecem meu poder. Eu caminhei em direção à estrela verde-luminosa. No instante em que coloco os dois pés sobre tal ícone, já estava na Intraterra, rodeado de huxacs. O que é isso? Nada demais, só uns homens-chacais. Esses nomes parecem esquisitos, não? Quanto aos huxacs, não são problema para mim: em zilionésimos de segundo, todo o lugar é preenchido por uma explosão de chamas vermelhas e sedentas por sangue e carne. Alguns segundos depois meus companheiros ressurgem.

- Como sempre, formidável! - cumprimenta o psicocinético aliado, ao ver um deserto de cinzas e sentir o bafo quente que preenche o lugar.

- Já? Nem precisávamos ter vindo! - exclama a manipuladora das energias mágicas. Sim, uma manipuladora. Já eu tenho elo direto e permanente com a magia, por isso posso o que posso. Mas, de qualquer forma, devo admitir que ela é muito dedicada, e está longe de ser um aliado frágil. Além do mais, eu não conseguiria fazer um portal. Ela estudou magia, eu uso todo o seu poder ao meu critério e gosto.

- Não, não acabou ainda. - responde o hoep, olhando ao redor. - Há inimigos ainda mais poderosos aqui.

Como eles poderiam ter sobrevivido ao fogo de minha ira?

- ...navegando em planos. - fala o hoep, voltando-se para nossa maga.

Ela acena com a cabeça, confirmando a decodificação da mensagem: abaixa-se e começa a riscar no solo com um pedaço de carvão. Bom, talvez demore um bocado... Para que não morrêssemos de tédio, do nada surgiram três cobras de fogo: enormes serpentes de chamas vivas, que levitam e partem contra suas vítimas.

Enquanto isso, como uma fera alucinada, Vendaval parte para cima de uma delas; o psíquico se abaixa próximo da maga, para lhe dar cobertura. É, parece que os outros dois são responsabilidade minha. Utilizando meu magnífico poder - pra que ser modesto? Eu sei que sou o máximo! -, deslizo rapidamente sobre o solo, passando diante de uma das cobras em uma fração de segundo. Como previ, tempo suficiente para que errasse o ataque. Fui em direção à segunda serpente, enquanto era seguido pela primeira. Quando as duas estavam prontas para atacar, deslizei bruscamente, a alguns centímetros do chão, deixando as duas se atacarem. Também como previ, após se atacarem uma vez, as duas ficaram furiosas e continuaram se atacando. Simples, não? Manjado, mas simples... Depois, quando uma vencer, eu volto para acabar o trabalho.

O hoep aplica agora o último golpe. A serpente cai. Volto-me para os dois que estão no centro da sala. O psíquico faz um círculo a meio metro do solo, cercando-se com pedras e bolinhas coloridas... Que irônico... Olha para Vendaval: ele começa a se virar para os dois. Interessante... Já sei exatamente o que vai acontecer agora...

- Ei! Pare de brincar com isso! - grita o hoep, ao ver o que exatamente está flutuando. Ele corre até o lugar e pega uma das bolinhas para ver melhor. - Por acaso você sabe o que é isso?

- Uma bola verde, e daí?

- Não, seu... - Ele se contém, pois lembra que essa não é uma boa hora para brigas. - Isso são Jishiks.

Já sei, já sei, esferas do poder. Não tinha tempo para ouvir isso. Deixo que faça seu discurso para o que não conhece. Vou cuidar de uns assuntos. Viro-me para as cobras de fogo. Continuam brigando. Mas será possível? Será que vou ter mesmo que matar as duas?

Aproximo-me e grito. Elas continuam brigando. Por que não pensei nisso antes? Elas devem ser imunes a fogo. Mas pelas leis naturais, se alguém é imune a algo, se houver um oposto, causará dano dobrado. Cone de frio ia pôr fim a essas vidas imbecis. Concentro minhas energias e aponto os dois braços para elas. Só se vê uma nuvem branca subindo, com a figura de uma cobra olhando a outra de cima, com a boca aberta, enquanto a de baixo estava recuada e seu olhar denunciava que tentaria um bote.

- Que frio, de repente! - É a maga. Ela se levanta e guarda o pedaço de carvão. Certamente está a meio passo do fim do ritual.

- Você de novo, não foi, Giulant? - pergunta o convencido telecinético.

- Sim, mas usei só para apagar uma tocha. Podia ter usado para congelar, por isso não reclame do frio.

- Mas será que não dá pra aquecer um pouco? - pergunta a maga, enquanto se senta no centro da estranha figura.

- Claro que sim, senhorita. Se assim desejar... - crio três pequenas chamas, pouco maiores que as das extintas tochas. Faço com que flutuem e vão para perto dela, formando um triângulo a quarenta centímetros do chão, com extremos nos extremos da figura que ela desenhara.

- Ah, obrigada! Obrigada mesmo. - fala enquanto posiciona as mãos para a conclusão do ritual. - E, por favor, a partir de agora não me interrompam.

Três chamas, cada uma em um dos extremos de uma figura mágica ajudam na execução do ritual. Digo com base na minha experiência, creiam-me, não é pequena. Por isso ela ficou tão agradecida.

Não temos tempo a perder, pois surgem dois hoxens. Talvez você nunca tenha ouvido falar esse nome, pois é nome local, eles são mais conhecidos em outras partes do mundo como dragões. Não há problemas. Aliás, eles não são dragões verdadeiros. Podem ser grandes, mas parecem jacarés superdesenvolvidos. Confie em mim: não são dragões. Por isso prefiro chamá-los de hoxens.

Eles estão vindo para cá, não podemos permitir, pois podem quebrar a concentração necessária ao ritual.

Bem, eu poderia utilizar a velha tática de fazer com que eles briguem, mas não temos muito tempo e eles poderiam destruir tudo por aqui. Então, seguinte: conjuro uma espada vorpal de fogo e dô cabo deles... Fácil, né?

Bem, vou nessa!

- Aióóóó!!! - Por que que o Vendaval está me olhando com essa cara?! Por que gritei? Ora... Esses seres da natureza... Pronto, um já foi. Agora o outro... Pronto. Só cinco golpes! Ótimo, agora... Ei, por que é que todo mundo está me olhando?

Ela acabou o ritual. É isso, mas o que há de errado.

- Olá. - que voz é...

- Quem? Não pode ser... - Sim, mas é! Sou eu! - Que droga está havendo aqui? Você não sabe com quem está brincando... Volte à sua forma original agora! - A espada ainda está aqui. Preparo-me para saltar sobre ele e...

- Ahhh!!!

- Eu sou você amanhã. - Ele fala após disparar uma bola de fogo em minha direção. Isso dói!

- Quê?

Ele salta sobre mim e instintivamente luto contra ele, mas a coisa tá feia. Fogo, água, gelo, raios... Ahhh... Ele me acer...


Está tudo escuro... Não sinto mais nada! Será que é isso o que chamam de "morrer"? Não pode ser... Eu sou imortal. Mas aquele lá... Ele era eu? Como pode?

Eu lembro como vim, parece que foi ontem... Débora e eu estávamos voltando de uma missão no castelo do famoso Lorde Dloxàd Rickha. Tínhamos acabado com ele de uma vez e salvo o mundo do grande mal que ele trazia.,,

Estávamos passando à margem do rio Ihugue quando vimos uma imagem. Uma visão. Eram dois olhos vermelhos em chamas ferozes. Imagem legal, se quer saber, mas pareciam ser de uma entidade malígna. Um rodamoinho nos mostrou uma passagem e seguimos.

Resultado? Fomos parar naquele mundo esquisito, que parece viver em função de bugigangas... Pelo menos por lá não havia nenhum mago e a Débora pôde se sentir um pouco como eu.

É... Eu já era estranho naquele meu mundo, o que dizer nesse outro... Demorou pra eu me acostumar e - não me pergunte como - conseguimos, em um confronto, encontrar uns aliados. Um com alguma coisa que eles chamam de "Poder psíquico" - gostei do nome - e um "hoep" - não gostei do nome, mas é como eles se chamam.

Quem sou eu é uma pergunta interessante... Ainda não descobri... Vivo há mais de mil anos e não sei ainda quem sou... Que fazer se não parece existir ninguém do meu tipo pra me explicar isso... Mas há sim! Aquele que apareceu com meu rosto... O que será que ele sabe sobre nós? Será que é como eu ou só parece comigo?

Não sei não, mas acho que morto não estou, ainda sinto as asas.

Não, não sou um passarinho ou algo assim. Meu aspecto é esse aqui mesmo: quase normal. Só minha pele que é um bocado clara. As asas que me refiro você não pode ver. Elas estão aqui. Não me ajudam a voar, mas eu sinto sua presença aqui. Nunca podem tocar nenhum objeto, mas existem. Eu sei, é confuso, mas é assim mesmo.

Ah, não acredito que o infeliz me derrubou. Eu, Giulant, o Imortal! Cair assim tão fácil? Mas isso não fica assim mesmo! Tenho que acordar, nem que precise de magia pra isso...

Espere... Um zumbido... Que será isso? Besouros? Estão chegando perto e eu aqui caído...

Mas...

Que besouro coisa nenhuma, são eles! Estão conversando! Parecem estar falando sobre a Débora. A irmã dela se chama Mownya e tem cabelos verdes... Eu sei disso! Por que... Não!

- Pare! Ele não sou eu!!!

- Como não? O que está havendo afinal?

Ele olha para um grupo fazendo cara de "sei lá". Deve estar pensando em tomar meu lugar, não sei pra que.

- Olha. Eu sou Giulant. Eu!!! Entenderam? "Ele" é o impostor. - grito mas eles não parecem dar muita bola não.

- Certo... - Debora intervem. - Então diga qual o nome do filho mais novo do meu mestre.

- Ora, era o Glaiu, que só tinha três anos quando voce foi embora! - Respondo prontamente. Pulo para perto deles. - Você adora falar deles!

O grupo se olha surpreso e se afastando de nós dois: o meu sósia e eu. E ele fala.

- Mas isso não é hora para quiz!

- Para o quê? - A Débora pergunta. Mas que é que ele quer dizer?

- Um jogo de perguntas. - Scott responde e olha já suspeitando de quem é o falso por aqui.

- Malditos! Eu odeio vocês! Sempre odiei! - "Esse cara não fala coisa com coisa..." - Mas tudo bem...

Certamente que ninguém entendia nada do que aquele ser estranho e tão parecido - apenas em aspecto - comigo dizia. Enquanto todos tentavam entender, ele dispara um feixe de eletricidade condensada em nossa direção. Feixe este que desvio facilmente o caminho através de um escudo de Espelho de Tulcux.

A eletricidade condensada é algo realmente difícil de entender para quem não está acostumado com magias. Trata-se de um feixe de um metro de diâmetro de energia elétrica pura. É realmente poderoso e os que estão acostumados com relâmpagos sempre se perguntam: Por que não vai para o chão? A resposta sempre mostra um poder ainda mais aterrorizante do que esses pensavam: Ela vai.

É possível ver o feixe se desfazendo no caminho, mas é lançado com uma energia tão grande e com uma técnica mágica tão apurada que percorre ainda metros e metros antes de ser totalmente consumido pelo solo do planeta.

Mas a luta prossegue violentamente. Isso foi apenas o início. Logo estamos trocando bolas de fogo, cones de gelo, pedras, teias, ácido e tudo o que nossa imaginação manda. A luta é ainda mais dura que a anterior: claro, na outra eu o subestimei e agora sei exatamente qual o alcance do seu poder: é grande.

- O quê? - O grupo está reunido em uma cúpula de vidro certamente criada por Débora. Ela está muito fraca, eu preciso...

- Não!!!

O maldito fez a coisa mais terrível que poderia fazer no momento. Agora ele me paga.

- Tome isso! - Fogo, gelo, pedras, Tucux, luz, evocação de lâminas, chuva ácida, descarga elétrica...

Uma explosão! E que explosão!!! Ele respondeu a todos os ataques e justo na descarga elétrica escolheu mal a resposta. Agora, sim, ele...


- Enfim, você perdeu.

O cara se levanta e se dirige em direção a Giulant, que está deitado no chão, ainda se recuperando da explosão. Em meio ao resto de fumaça ele se aproxima.

- Seu idiota. Estragou tudo. Mas resolvo isso daqui a pouco. Este mundo é só até onde posso chegar. Preciso chegar ao mundo mais interior para ganhar poder, mas por que droga estou lhe dizendo isso?! Tudo bem, é o seguinte: eu sou você amanhã.

Ele ergue o braço e dispara uma simples flecha de gelo rumo ao coração de Giulant. Giulant some e a flecha se quebra na parede.

- Maldito seja!!! - Virando-se rapidamente, o sósia vê a aproximação de Giulant em disparada, com uma espada e um escudo de energia cósmica. Reunindo força, o adversario joga um feixe de fogo contra o último do grupo.

- Não, você perdeu.

O sósia, já desesperado, dispara para cima de onde vinha Giulant com uma lança, mas este some antes de o tiro atingí-lo.

Ele conhece os golpes de Giulant, mas ha uma esfera proximo a seu pe. Giulant a pega em sua mao.

Giulant aperta com força a pequena esfera marrom e imediatamente parte um raio luminoso e ondulado em direção ao sósia. O raio o atinge e ele cai imóvel em meio a tudo o que destruiu.

- Você... - Está fraco.

- Não acredito mais em truques.

- Ha... Eu te trouxe aqui, "Giulant". E este é meu... - e se vai.

"Nome"?

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