O Poeta da Colina

Era um poeta que morava no topo de uma colina. Thadeu Wanddle. Era uma casa simples, com uma chaminé na sala, um sofá, uma escrivaninha e uma poltrona marrom.

Thadeu Wanddle escrevia todas as manhãs um soneto para Beatrice, uma jovem loira de jeito delicado e sensual. Pele suave como veludo, perfume de rosas e olhos azuis como o mar numa manhã ensolarada e quente. Thadeu já a comparou com o mar, o céu, as rosas e com tudo o que podia imaginar, mas ela não existe mais neste mundo. Embora tenha existido algum dia, hoje não faz mais parte da vida de Thadeu.

A campainha toca. É o carteiro para trazer as encomendas e correspondências de Thadeu. Nada de novo, como sempre. Ele caminha até a janela e avista a paisagem.

- Ah, doce Beatrice... Por onde andas? O que tens feito na vida? Conseguiste, será, encontrar a tal da Felicidade? Este sentimento vil que nos atormenta e quer que partamos alucinados à sua procura... Ah Beatrice... Como andarás?

"Oh, Beatrice, como é doce o querer-te
Te quero hoje como dez anos atrás
Como queria uma vez de novo ver-te
Oh, Beatrice, linda musa dos meus ais

Oh, Beatrice, por mais que essa Vida aperte
Cá estou eu a te esperar, sei que virás
Ainda que encontre não Thadeu, mas um inerte
Cadáver, morto de Amor que não acaba mais

Te esperarei a cada dia de minha vida
Como a noite sempre espera o nascer do Sol
Como quem vive e espera a hora da partida

Te esperarei, oh Beatrice, aqui tão só
E valerá cada tristeza aqui sentida"

- O que coloco no último verso... Poderia falar que fui fisgado por seu anzol...

Thadeu coça a barba do queixo. Aos trinta anos parece ter quarenta. Os anos o maltratam, mas ele não desiste da sua Beatrice. Continua a escrever. Ele olha mais uma vez o horizonte.

- "Oh Beatrice, és meu único farol" Não, já usei a metáfora da embarcação em outro soneto... O que resta então...

- E que tal "Que venha antes que eu enfim me torne pó"?

Thadeu procura surpreso a voz feminina que falou. Logo a encontra ali, aproximando-se da casa. Para sua tristeza, seus cabelos eram castanhos escuros e curtos; seus olhos e sobrancelhas não tinham o mesmo desenho que ele esperava encontrar. De óculos, ela o encarava enquanto vinha para a casa.

- Quem é você?

- Iolanda, e você?

- Thadeu Wanddle, mas o que faz aqui?

- Ah, estou de férias, vim te fazer uma visita.

- Eu conheço você? - Thadeu pergunta, sem jeito, após uma pausa.

Uma gargalhada gostosa de Iolanda é a resposta. Ela o encara com ar misterioso, então complementa.

- Não, seu besta! Eu apenas soube que no alto da colina havia um poeta e vim visitar.

- Queria saber como é um poeta, é? Pois veja: eis aqui um farrapo de gente! Eu vivo os meus dias a escrever e ninguém se importa. Nem Beatrice. Mas já que já viu como é um poeta, poderia me deixar em paz com meus pensamentos e minha arte?

- Não. - Ela responde, já adentrando a casa.

- Como assim?

- Você está errado. Só está certo numa coisa: é um farrapo de gente. Se eu fosse essa Beatrice, ia querer mesmo não nada com você.

Thadeu não tem palavras para reagir. Como uma pessoa desconhecida entra em sua casa, fala mal da sua aparência e...

- Onde está indo?

- Estou com sede. - Iolanda responde, dirigindo-se à cozinha logo após ter deixado a bolsa sobre o sofá.

- Quem disse que...

- Ora, vamos, um pouco de companhia não faz mal a ninguém. Ainda mais quando se vive uma eternidade sozinho.

- Como sabe há quanto tempo estou aqui?

- Hahahaha! Meu filho, pra ter se tornado esse farrapo de gente que é hoje, deve estar aqui há pelo menos cinco anos. Ninguém fica do jeito que você está de uma hora pra outra não.

Iolanda chega à sala com um copo de água na mão. Thadeu permanece sentado na poltrona, próximo à janela. Iolanda se senta no sofá ao lado da bolsa, com a perna dobrada sobre o outro lugar do acento, para poder olhar para Thadeu, que está atrás dela. O sofá fica de frente para a lareira e de costas para o birô. Encontra a expressão pensativa e ainda surpresa do poeta.

- Você é jornalista, é isso?

- Errado.

- Uma estudante de letras?

- Não.

- Uma leitora dos meus livros é que não é, suponho...

- Finalmente acertou!

- Você é...

- Não! Eu também não sou uma leitora dos seus livros. A propósito, me mostraram seu trabalho lá na cidade. Francamente, todos os livros falando da mesma mulher as mesmas coisas... Ninguém merece, eu não compraria um livro desses não.

- Como...

- Que foi? Ficou com raiva? Ninguém nunca te disse isso não? Desculpe, meu filho, estou apenas sendo sincera. A verdade pode ser dura, mas é melhor que qualquer enrolação. Quem é essa Beatrice afinal?

- Beatrice... É a luz que ilumina minha vida todas as manhãs, ela é...

- Tá, tá... Tou falando da outra Beatrice!

- Outra?

- Claro! Da Beatrice de carne e osso! Ou vai dizer que você se apaixonou por um vaga-lume?

- A Beatrice... É uma linda moça que conheci na adolescência. Era minha vizinha, até que um dia ela teve que ir embora pra longe.

- Entendo... Isso faz tempo, né?

- Faz...

- E você gosta mesmo dela?

- É claro! Por que acha que eu vivo meus dias falando dela.

- Não sei... Acho que não gosta tanto assim dela.

- Como ousa duvidar do meu imenso amor?

- Ora, penso que se gostasse realmente dela tinha ido à sua procura e não ficado aqui escrevendo um monte de sonetos bregas.

- Você é louca... - Thadeu franze a testa, voltando a olhar através da janela.

- Diga-me uma coisa que eu não saiba. ... Sabe de uma coisa? Você tem que superar isso. Já faz mais de dez anos! Ela já deve ter se casado, virado freira, batido as botas, sei lá! Muita coisa pode ter acontecido nesse tempo todo, não acha? Olha, quando eu me apaixonei pela primeira vez eu fui lá e me declarei. Levei um belo de um fora e continuei minha vida. Simples assim.

- Mas é impossível que eu esqueça a Beatrice, ela é tudo na minha vida.

- É nada! Você já desistiu dela faz mais de dez anos! Quando resolveu ficar aqui você desistia dela e cada poesia não passa de uma farsa do seu lado covarde, que engana a si próprio fingindo que ainda luta. Mas você já entregou os pontos. O jogo acabou e faz é tempo!

- Quem é você afinal?

- Me chame de Iolanda que está de bom grado.

- Você sabe que não foi isso o que eu quis dizer...

- Você nunca sabe o que quer dizer, por isso repete sempre as mesmas coisas.

- E você? Veio aqui só me azucrinar, foi?

- Adivinhou! Bom, o papo está legal mas tenho que ir. Fiquei de visitar a capela, que eu não conheci ainda. Até outro dia!


As águas se espalham sobre a areia. O mar é mesmo lindo e imenso. Thadeu vê o mar lá longe, da janela de sua casa na colina. No papel à sua frente, o mesmo soneto inacabado. Desta vez, só no papel. Na sua mente, ecoam as palavras de Iolanda. Desde ontem.

Que maldição! Toda sua vida é por Beatrice e aparece essa mulher do nada para tentar destruir seu castelo de cartas. Será que ela está certa? E se estiver certa, ao menos um pouquinho que seja? E se..

- Não! Besteira!

"Ainda lembro: os teus olhos têm a luz
Que ilumina o meu dia e meu viver
É dentro desses teus olhos azuis
Que o que não era possível passa a ser

Nos loiros fios, nos gestos, me seduz
Nos lábios, em tudo o que há em você
Jamais a tal beleza farei jus
Mas tal beleza sonho em merecer

Sonho um dia virá, sei que virá
E nada importará, só tu e eu
Seremos só nós dois a nos amar

Sonho, ainda um dia, oh sonho meu!
Todos dizerem ao te ver passar"

- "Essa era Beatrice? Então fodeu..." - É a mesma voz de Iolanda, que interrompe o pobre poeta

- Faz tempo que está aí?

- Cheguei agora.

- Este soneto já estava escrito, não é novidade. O último verso é "Ali vai Beatrice de Thadeu".

- Hmmmm... Prefiro o meu final.

- E o soneto se chama Beatrice de Thadeu.

- É, sonhar é bom às vezes, né?

- O que quer dizer com isso?

- Ora, "Beatrice de Thadeu"... Faça-me o favor! Uma mulher que você nem tem notícias há uns dez anos! Um dia eu vi um violino lindo!

- Como é?

- É, um violino perfeito, de som maravilhoso!

- E o que tem a ver? Você está doida?

- Foi na adolescência. Estava à venda numa cidade grande. Eu queria muito aquele violino, mas não puderam comprá-lo para mim.

- Que pena...

- Que louca que não tem juízo seria eu se até hoje estivesse falando desse violino como se fosse meu e só escrevesse sobre ele?

- Sei onde quer chegar, mas não tem nada a ver...

- Claro que tem, poeta! Beatrice é seu violino da adolescência! Quem sabe sequer se ainda existe?

- Você toca violino?

- E você? Toca as mulheres? - Ela responde com olhar sarcástico. Então continua caminhando passando pela casa.

- Ei! Já vai? Não vai tomar água hoje?

- Não, poeta. Vou ver o que há além dessa sua colina.

- Hmmm...

- Quer vir comigo? Pode vir.

Seria masoquismo o que movia Thadeu? Em pouco tempo, ele deixa os papéis sob um peso na mesa e vai junto com Iolanda, deixando sua casa aberta.

- Deixe-me adivinhar... Você nunca caminhou muito além da sua casa!

- Não, eu andei um bocado nos primeiros anos. Caminhar é uma boa terapia.

- Terapia... Não tem terapia que resolva seu problema, poeta, se você não quer que o problema seja resolvido.

- Amor não é exatamente um problema.

- Não, não é... Mas nem sempre o que pensamos que é amor é de fato amor.

- O que você quer dizer? Acha que sou louco por amar Beatrice?

- Ninguém é louco por amar outra pessoa, mas amor exige entrega. Quando a gente ama, faz de tudo pela pessoa que a gente ama. Vai atrás. Faz loucuras. Não fica num quarto trancado isolado do mundo escrevendo poemas.

- Sabe, cansei dessa conversa. Por que não paramos de falar de mim e Beatrice e falamos de você? O que faz na vida?

- Sou advogada.

- Hahahahaha! Sério? Não brinca!

- Sério. Por que a graça?

- Por isso você argumenta tão bem tentando me fazer acreditar no que quer que eu acredite.

- E no que quero que acredite?

- Que estou perdendo meu tempo.

- Não, poeta, não faz a menor diferença pra mim se acredita ou não. Mas se vejo um problema, é meu dever apontá-lo. Se vai acreditar ou não, fazer alguma coisa a respeito ou não, já não é mais problema meu.

- Você é estranha.

- E quem não é estranho neste mundo?

Eles caminham entre pedras e pouca vegetação. Alguns animais se espalham na paisagem sob o céu azul. Enfim, uma cerca branca.

- Quantas poesias você fez pra essa Beatrice?

- Não sei... Geralmente faço uma por dia... Mas tem dias que não tenho inspiração. Em compensação, há dias em que faço até cinco.

- Em uns dez anos, isso deve dar... Nossa! Mais de três mil!

- Não sei... Pode até ser, sabe?

- Patético...

Ela se vira e começa o caminho de volta, balançando a cabeça em negação.

- Por que patético?

- Porque ela não existe mais pra você. Tudo isso foi em memória de alguns momentos de adolescência entre os dois? Patético, simplesmente. Não conheço ninguém que tenha feito cem poemas para uma mesma pessoa. Chega um tempo em que a convivência basta. Poemas como provas de amor deixam de ser necessários, porque não são mais necessárias provas de amor. Sem contar que na maioria dos casos simplesmente o romance termina de hora pra outra, sufocado pelo dia a dia.

Iolanda pára e se vira para trás, e vê Thadeu cabisbaixo e pensativo.

- Que foi agora, poeta?

- Estou pensando na vida.

- Na sua Beatrice? Se você a encontrasse hoje ela seria outra. Não teria os mesmos lábios que você beijou, nem os mesmo assuntos. Afinal, dez anos são muito tempo! Vamos voltar? Agora estou com sede.

Eles caminham de volta para a cabana. Iolanda sem cerimônia vai até a cozinha mais uma vez pegar um copo de água e se senta no sofá. Thadeu se senta na poltrona. Calado e mudo, perdido em pensamentos angustiantes, olha o chão em busca de alguma resposta entre a poeira da casa.

Duas mãos deslizam por seu rosto. É Iolanda que o beija de surpresa.

- Você é um homem bonito. Acorde pra vida! Não perca seus dias por alguém que se foi. Como tanto dizem, quem vive de passado é museu.

Ela se ergue, pega a bolsa sobre a mesa e sai de volta à cidade.


Thadeu está sentado à escrivaninha, pensando na vida, com o mesmo poema inacabado.

- Até que Iolanda é um nome bonito... Tem sete letras, meu nome tem seis. Dá pra fazer um soneto com os versos começando com Thadeu e Iolanda! Deixa ver como ficaria...

"Toda manhã acordo e é igual
Hoje, porém, mudou minha rotina
Apareceu alguém especial
De uma beleza estranha, rude e fina

E todos os brilhos que eu tinha e tal
Um a um se quebraram, triste sina!
Essa mulher estranha e fatal
Iolanda se chama essa menina

Ontem demos a volta no terreno
Lá onde costumava percorrer
Até aquela fazenda do Breno

Não sei o que entre nós veio nascer
Diria eu ser grande? Ser pequeno?
Ainda não sei ao certo o que há de ser"

- É, acho que não tem o menor sentido uma poesia pra Iolanda. Ela só veio aqui e o que quer é só me aborrecer! Além do mais, ela é doida mesmo, não deve ter nenhum interesse por mim.

"Oh, Beatrice, a vida que eu pedia
Era somente tendo-te ao meu lado
Não importava ser, pois, noite ou dia
Sol escaldante ou inferno gelado

Oh, Beatrice, toda a alegria"

- "Seria te deixar no meu passado. Que praga és, Beatrice, quem diria! És praga e eu, o pobre condenado!"

- Iolanda?

- Bom dia!

Thadeu vê boquiaberto Iolanda entrar na casa e ir se sentar no sofá.

- Como fez isso?

- Isso o quê?

- Completou essa estrofe assim! Na hora?!

- Eu sou poetisa também, meu bem.

- Eu levo mais de hora pra fazer um soneto!

- Não tenho culpa se você se acostumou ao raciocínio lento. Porque escrever mais de três mil sonetos e não saber fazer na hora, sinceramente... - Ela se levanta e caminha até ele. Segura sua mão. - Agora deixa as palavras de lado, há poesias muito mais belas a se fazer e não precisamos de palavras pra essas.

Ela o conduz até o sofá e o beija com ardor. Mãos deslizam por seu corpo e em pouco tempo estão os dois envolvidos e nús naquele sofá de dois lugares...

- Thadeu... Thadeu... Agora me diga: vale a pena deixar a vida passar por causa da sua Beatrice?

- Eu... Não sei... - Ele se levanta, veste as calças e caminha até a janela.

- Pobre poeta... - Iolanda o abraça pelas costas e olha a janela também. - Não te disse tudo o que disse para te prejudicar, só quero o seu bem. Viva a vida, esqueça Beatrice.

- Eu não sei...


- Iolanda?

Desta vez é Thadeu quem a surpreende. Não conseguira dormir por toda a noite, pensando no que aconteceu e nos sentimentos conflitantes que preenchem seu coração. Foi deste jeito que desde antes de o Sol despertar para o novo dia, lá estava Thadeu sentado à entrada de sua casa.

- Bom dia, poeta!

- Bom dia, Iolanda! Olha, estive pensando em tudo o que você falou. Sobre esquecer Beatrice... Sim, talvez você tenha razão. Sabe de uma coisa? Eu esqueço sim Beatrice! Por você eu esqueço!

- Ah, não acredito... - Iolanda abaixa a cabeça. - Thadeu, não era de mim que eu falava esse tempo todo. Era de você! Você tem que viver! Independente de qualquer Beatrice ou Iolanda!

- Mas eu pensei que...

- Olha, sabe o que mais? Eu vim aqui me despedir.

Só então Thadeu percebe na mão de Iolanda um papel.

- Foi um imenso prazer conhecê-lo, poeta. Mas estou voltando hoje mesmo pra minha terra. E como sei que você dá muito valor a essas coisas, escrevi uma poesia de despedida. Aqui está, vou indo. Boa sorte na vida! E claro que não quero que me esqueça, mas por favor não me transforme numa nova Beatrice, tá legal? Isso não é... confortável.

- Você vai mesmo? Mas...

- Vou, poeta. É a vida. A minha vida. E você tem que cuidar mais da sua própria, sem se importar com quem não pode ver. Adeus!

E assim partia Iolanda, com chapéu branco ia embora descendo a colina para a cidade, e Thadeu nunca mais a veria. Entre as lágrimas, quando Iolanda já não era mais visível ao longe, ele abre o papel que recebera e lê:

"O Poeta da Colina

No topo da colina há um poeta
Que todo dia sonhava com sua musa
Uma Beatrice que já faz dez anos
Sequer notícias suas ele tinha

No topo da colina o vento vinha
Toda manhã chamando-o para a vida
Mas ele preso à musa tão querida
Não percebia esse lindo chamado

No topo da colina acorrentado
Estava aquele pobre poetinha
Nas dores de um tosco cotidiano
Por alguém que nem sabe que ele existe

No topo da colina estava triste
E eu pude comprovar que vida havia
No peito do poeta e nos seus lábios
Escondida sob esse sofrimento

No topo da colina, o sentimento
Poeta, viva a vida como deve!
Invista quando sabe que recebe
Não jogue tudo num poço sem fundo

O topo da colina é o seu mundo
Liberte-se pra vida enquanto é tempo
Na vida, conheci muitas Beatrices
Nenhuma delas vale esse tormento

Iolanda Twillow"

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