O Segredo da Floresta

Estava em minha forma humana quando recebi um chamado. Pena, o mensageiro de nosso grupo, chegou a mim e disse que precisavam de minha ajuda em uma importante missão. Não podendo abandonar meu amigos, parti. Penetrando na floresta, abandonei minha identidade humana, Antônio Mateus, e tornei-me Vento Mortal, o hoep que na verdade sou. Segui, então, com meu amigo habe, Pena, as dezenas de metros que nos separavam do acampamento.

Chegando finalmente ao espaço determinado, encontrei os ejens Stóf’lif e Kint’s-Telt e os hutos Estrela Cadente e Fogo Negro. Disseram-me que havia um hoxen nas proximidades da minha tribo. Devíamos detê-lo a qualquer custo, principalmente agora que meu povo resolveu acolher um grupo de pesquisadores. A essa altura o sol já estava se pondo. Resolvemos esperar algumas horas para agir, dar tempo suficiente para que os pesquisadores dormissem. Pena, Estrela Cadente e Fogo Negro ficaram conversando sobre assuntos inúteis durante todo esse tempo, enquanto eu, junto com Stóf’lif e Kint’s-Telt, tentei fazer algum plano. A hora, a tática que seria usada na batalha: tudo foi pensado e analisado.

Onze horas: deveríamos partir, mas antes mandamos Pena localizar o hoxen. Ele voltou dois minutos depois e então partimos. Não demorou muito para que nós víssemos os dentes mortais em sua horrenda cabeça. Agimos como havia sido combinado. Pena voou para o alto para vigiar o lugar enquanto nós três - Estrela Cadente, Fogo Negro e eu - o atacávamos com força total: disparei espinhos e os hutos lançaram relâmpagos. Mas, como havia sido previsto, isso não foi suficiente para detê-lo. Partimos, os cinco, para uma luta corporal. Acertamos alguns golpes e recebemos outros. Depois de alguns minutos o hoxen nos atacou criando em nós um cubo de fogo. Isso certamente nos enfraqueceu, mas mesmo assim não desistimos. Continuamos lutando. Ele pouco me acertava, mas não posso dizer o mesmo dos meus companheiros. Stóf’lif foi atingido várias vezes. Tanto que, passados alguns minutos, não conseguiu se desviar de um golpe de calda. O pobre ejen voou e sumiu entre os arbustos. Continuamos a lutar. O hoxen, até o momento, parecia imortal. Só alguns minutos depois de Stóf’lif ter se chocado com a calda do monstro, nossos golpes mais poderosos pareceram fazer efeito.

A batalha seguia quando vi, de relance, um humano a nos espreitar detrás de uma moita. Só faltava isso. Na busca de o que fazer lembrei-me que Pena deveria estar sobrevoando a região. O jeito seria passar essa batata quente para ele. Apontei na direção do humano e gritei. Pena entendeu rapidamente a mensagem e fez seu ataque paralisante. A luta continuou por vários minutos. Estrela Cadente também sucumbiu. Vencido o inimigo, com o último golpe dado por Kint’s-Telt, fomos até a Estrela Cadente. Ela estava viva, só que inconsciente. O humano também estava vivo, claro, o ataque foi apenas paralisante. Mas, de qualquer modo, ele não podia saber nada sobre nós, embora eu fosse contra seu extermínio. Mandei Kint’s-Telt, com Pena, localizar e resgatar Stóf’lif, enquanto Fogo Negro e eu voltávamos para o nosso acampamento, trazendo Estrela Cadente e o humano. Lá chegando, começamos a cuidar de nossos ferimentos e, principalmente, dos de Estrela Cadente. As ervas já haviam sido coletadas, como sempre, facilitando muito as nossas vidas. Mas havia um problema: o efeito paralisante sobre o humano iria terminar em pouco tempo. Pensando um pouco, ocorreu-me uma ótima idéia. Saí do acampamento procurando uma planta em especial. Uma planta venenosa aos humanos, que causa febres altíssimas. Depois de alguns minutos de busca, enfim, a encontrei. Retornei ao acampamento. Com o humano em estado febril, ninguém irá acreditar nele. Todos pensarão que ele só viu ilusões. Ao chegar de volta ao acampamento, Kint’s-Telt e Pena já haviam chegado com Stóf’lif, que estava inconsciente. Dei as ervas ao humano, despedi-me do grupo, prometendo visitá-los pela manhã, e parti levando o pesquisador.

Já era muito tarde: estava próximo o amanhecer. Cheguei à tribo na forma humana, trazendo o pesquisador, que ainda estava inconsciente. Quando cheguei, o restante da tribo cercou-me e logo vieram os outros pesquisadores e mandaram-me colocá-lo na oca. Ele esteve com febre alta e inconsciente por muito tempo. Achei isso muito estranho, pois o efeito normalmente dura pouco. Fiquei sempre nas proximidades. Estava um pouco preocupado pois, apesar de tudo, não desejava sua morte.

Depois de algumas horas, isolei-me em minha oca. Passei um bom tempo meditando, até que Pena apareceu-me, perguntando-me o porquê de não os ter visitado como havia prometido. Disse-lhe que fosse, pois eu partiria logo em seguida. Ele saiu. Levantei-me, saí da oca e dirigi-me ao acampamento dos meus amigos defensores das matas. Pobre pesquisador, aquele. Pensa que não o vi seguindo-me durante a minha transformação. A maioria dos homens urbanos não aprendeu a aceitar o desconhecido. Aquele pobre homem logo estará louco e então o segredo da floresta permanecerá guardado...

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