Sonhos

À noite. Ele anda pelo corredor após beber um copo de água. Abre a porta. O quarto está escuro. Ele anda, acende a luz do abajur para aproveitar a luz que vem do corredor antes de fechar a porta. Deixa suas chinelas largadas ao lado da cama e se deita. Logo dorme alegre, mas seus sonhos nem sempre são tão felizes.

Lá está ele. Agora não parece mais um velho cansado. Agora é um jovem musculoso, brandindo uma espada tão pesada quanto a maior das pedras da Terra. Ao seu lado está um homem sem face, translúcido. Nada o atinge, nem ele a ninguém. Mas não são só dois. Há um terceiro, um quarto e um quinto. Um em roupas colantes que parece ter superpoderes e o outro, aparentando uma pessoa normal, empunha duas pistolas automáticas. Ele nunca erra. O último, um homem jovem, com força normal e alado, também parece ter poderes especiais.

Os cinco se encontram nas ruínas de algum templo antigo, perdido na história, nos rastros do tempo. Eles se aproximam. Os restos do templo parecem respirar. Dele surgem demônios armados, atirando nos heróis. O grupo age. O homem translúcido, vulgo Fantasma, atrai a atenção deles para que os outros os acertem. O Pistoleiro atira de longe. Logo os demônios oriundos das pedras voltam a elas.

O grupo prossegue. O templo transpira. Um bafo quente brota das paredes. O grupo segue, sem temer, sem parar. Dele surge um homem alado, com máscaras e espada, fugindo para o lado oposto ao do grupo. O grupo o segue para fora do templo. Vencido o inimigo, o templo urra. Torna-se um dragão num estrondo voraz. O fantasma desaparece. O grupo ataca como nunca o fez. O dragão cospe fogo em todos. O herói se vai, enquanto os outros se protegem. Em ataques rápidos o dragão se enfraquece e, ao erguer a garra para um possível último golpe, mesmo sem usá-la, faz o pistoleiro sumir. O dragão sucumbe ao centro da Terra, e dela ascende um templo inteiro. Os dois que restaram o invadem. Com um golpe de espada, o Mago some, como se nunca houvesse existido. O Bravo ataca a estátua que fez isso. A estátua cai perante seu poder. Escadarias. Ele as sobe. No topo da torre, uma gargalhada. Um mago ataca o guerreiro. O guerreiro fraqueja, mas não desiste e corta o mago ao meio em um único golpe. O templo cai, o bravo some.

Ele abre os olhos. Olha o despertador desligado em sua cabeceira. É tarde da noite, quase dia. Ele coça a cabeça e se levanta. Calça as sandálias e se dirige à janela. Contempla o jardim e o nascer do sol. Em passos difíceis, chega à porta e segue pelo corredor até a cozinha, onde encontra seus amigos, também idosos, a quem sempre narra seus sonhos. E ele o faz também hoje. À tarde, olha o céu, ansioso pela noite, onde tudo se fará de outra forma. Como sempre foi, como sempre será.

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