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GNU/Linux também é para os sem-rede e diversidade é algo bom

Tudo começou às 14:46 do dia 3 de maio, quando o Sérgio Tucano do Livre Pensamento publicou em seu blog que Linux não é para pobre. Nele é dito que o Linux tem 100% de dependência de uso da Internet para se poder tirar benefício deles. O argumento foi criado com base nos sistemas de instalação de pacotes por rede.

O Mandriva One 2007 Spring, por exemplo, com apenas 1 clique ativamos o seu desktop 3D. É um desktop maravilhoso com efeitos de deixar de boca aberta qualquer usuário de Windows...

Mas a verdade é que o Pinguim não é para quem é pobre.

O Grande problema ainda existe, somos 100% dependentes da internet para poder instalar programas ou qualquer coisa que desejamos.

Instalar um programa em uma conexão de 56K com apt-get é no mínimo falta de senso...

Maravilhoso para quem tem uma conexão ADLS, Wireless etc. O GNU/Linux se comporta extremamente bem, é o Sistema dos Sonhos de qualquer usuário.

Mas para nós pobres mortais que usamos conexão discada ele se torna um mero Sistema Operacional com qualidades inegaveis porém sem uso.

Por isso eu digo, Linux não é para pobre.

Isso é uma impressão errada. Dá pra instalar GNU/Linux e seus pacotes a partir de CD ou DVD. Se você for à página do Linux Mall vai encontrar distribuições em CD-R com mais de um CD, já para poder instalar pacotes além dos básicos sem precisar de rede.

No caso do Debian, o famoso apt-get também funciona a partir de CDs. Foi assim que eu comecei a utilizar GNU/Linux, sem Internet e com 3 CDs gravados à disposição. Ainda hoje utilizo desta forma nos laboratórios de informática que administro em outras cidades, em prédios onde ainda não temos Internet por enquanto.

O Debian oferece 21 CDs para que você tenha acesso a todos os pacotes. Mas - isso o Sérgio parece não ter entendido direito na ocasião - é uma possibilidade, não necessidade. Com o primeiro CD, você já tem o sistema básico. Com o segundo, a tradução de quase tudo para vários idiomas, incluindo o Português. Isso porque o Debian tem um projeto de popularidade de pacotes, juntando os pacotes mais utilizados nos primeiros CDs.

Ou seja, dificilmente você precisará de mais do que meia dúzia de CDs. Para instalar nos laboratórios de que falei, uso até o CD 5 e por causa de um pacote só que é pouco utilizado e está justamente no quinto CD. Você não vai precisar de muitos CDs, mas se precisar, os arquivos ISO estão lá, para todos os pacotes que constam no repositório. Não me parece coerente reclamar que não tem acesso aos pacotes por CD e depois que eu falo dos CDs dizer "ah, mas 21 CDs é muita coisa"!

Ainda no caso do Debian, em seu site oficial há até mesmo uma lista de quem vende os CDs no Brasil.

Citar o Debian não prova que todo Linux pode ser instalado com todos os acessórios sem precisar de Internet, mas creio que a existência de uma distribuição assim (e logo uma com tantos pacotes) invalide a afirmação categórica mostrada no artigo do Sergio.

Round 2

No dia 9, o Sérgio publicou o artigo Desenvolvedores teimosos e usuários sem noção, onde diz:

Eu ainda não entendo por que os desenvolvedores de Softwares Livres, pessoas que ajudam na evolução do GNU, enfim, todos que trabalham de alguma forma com GNU ainda teimam em achar lindo e maravilhoso o Sistema ter várias formas de se instalar um único aplicativo e cada distribuição ter o seu tipo de extensão para instalação.

Vejam bem, não é prático, não é usável e torna o GNU/Linux mais complicado do que deveria ser.

Aqui a crítica é direcionada aos vários modos de se instalar um pacote de programa. A crítica aparentemente nasceu da impressão de que é por isso que distribuidores não fornecem programas para GNU/Linux em CD. Bem, neste caso prefiro publicar na íntegra os comentários que trocamos no artigo do Sérgio:

Bardo

Primeiro, no Windows não existe um padrão para instalação de novos programas. Isso é fato. Cada fabricante cria seu próprio instalador, o que leva a problemas de uns programas não desinstalarem completamente e cada um poder ter interface totalmente diferente do outro.

No GNU/Linux o Sistema Operacional tem um modo de instalação para suas partes internas e aplica esse modo a todos os aplicativos. Não existe o "instalador do programa tal", só o "pacote" que instalado usando ferramentas padrão da própria distribuição em uso. Assim, quando falamos de uma distribuição específica, temos um padrão de fato. Quem souber instalar um programa naquela distribuição saberá instalar todos os outros, pois o procedimento é estável e não muda.

Para resolver esse problema, cada distribuição seguiu seu caminho, pois são problemas não triviais. Hoje a projetos que tentam padronizar isso. E a bem da verdade, a maioria das distribuições hoje usa RPM ou DEB.

Como eu falei ao citar os 21 CDs, o Debian coloca os pacotes mais utilizados nos primeiros CDs, até o primeiro CD pode ser suficiente em alguns casos. Fico curioso sobre como atualizar um sistema em GNU/Linux pode ser muito mis difícil que Windows. No Debian, por exemplo, você pode usar uns três CDs como fonte principal de informações e usar apenas repositórios de segurança.

A diversidade é um preço da liberdade. Do lado dos usuários, não se pode ter liberdade se você não quer decidir as coisas. Liberdade está diretamente ligada a oportunidades de você decidir por si só. Se existem várias distribuições e você não quer aprender como fazer em cada uma delas, escolha uma, ué! Reclamar disso é como ir numa lanchonete e reclamar com o garçon que tem muitos tipos de refrigerantes diferentes, e que tem em lata e em garrafa, e que tudo isso confunde... :-P

Sérgio

Bardo, eu não estou comprarando a instalacão de aplicativos do Pinguim com o do Windows..

Temos metodos diferentes no debian, red hat, suse, gentoo , o resto das distribuicões são derivadas dessas então...

O que eu queria passar é que é muito mais simples eu ter um programa para qualquer distribuicão do que várias versões para cada tipo de GNU/Linux que utilizo.

Veja bem, eu não tenho problemas nenhum em apenas utilizar pacotes do Debian ou do Red Hat, .deb, ,rpm, mas eu desde que iniciei minhas discussões sobre GNU/Linux com o evento Desktop Livre etc, sempre pensei na facilitade de uso para um usuário qualquer.

Uma instalacão gráfica para todo e qualquer programa, programas vendidos em CDs etc.

Simples, para que complicar? Pode ser muito mais fácil do que já é...

FALOW

Bardo

Mas é possível ter um programa que se instale em qualquer distribuição. Os programas Mozilla, por exemplo, são distribuídos oficialmente assim. O problema é que isso traz desvantagens, como a questão de atualizações, por exemplo.

É muito simples para os usuários instalarem software em uma certa distribuição, quando aprendem uma vez, porque será sempre do mesmo jeito. A única dificuldade seria para quem vai distribuir o software, mas ora, existem formas de automatizar criação de pacotes. Quem distribui pode muito bem usar scripts que facilitem essa criação e, após preparar uma nova versão para liberação, rodar um só comando e ter a mão um .deb, um .rpm, um .tgz... Continua sendo simples pro usuário. Para o fabricante, bastam poucos padrões, afinal, quem usa uma distribuição mais hardcore está acostumado a se virar com os fontes. ;-)

Se a sua idéia for padronizar o sistema de pacotes, bem... Cada sistema de pacotes tem suas vantagens e desvantagens (relevantes apenas em discussões técnicas, tanto faz para um leigo), de modo que acho difícil algum dos principais ceder e abandonar seu sistema de pacotes tradicional em detrimento de outro que não supre as necessidades que se considera importantes.

Sobre o Debian, hoje precisei checar a posição de algumas coisas nos CDs e aproveitei a viagem pra constatar algo interessante, que só confirma o que eu disse antes: no CD 1 já vem GNOME, OpenOffice.org e Iceweasel, dentre outros pacotes; no CD 2, vem tradução pra todos eles e o pacote do BrOffice.org. Quando eu comecei a utilizar o Debian, eu usava CDs. Três CDs, para ser mais preciso. E era muito simples e funcional.

Em suma, ainda não entendi a simplicidade proposta por você. Seria um padrão de pacotes único? Cada fabricante ter seu próprio instalador? Se o problema é quem distribui programas em CD, não tem problema, faz como o Mozilla, a Adobe (com o Flash) e a Sun (com o Java), que desenvolveram seus instaladores: fica uma porcaria para organização (com um bocado de desvantagens), mas funciona... :-/

Sérgio

Sim, seria um padrão de pacotes únicos e também aplicativos vindo em CDs e não apenas baixados pela internet.

Agora, só reforçando: isso já acontece de alguns distribuírem software sem utilizar o padrão da distribuição, mas há muita desvantagem nisso para o meu gosto, dentre as quais se destaca uma: você perde a noção de quando foi publicada uma atualização (inclusive de segurança) para o programa.

Round 3

Ontem o Sérgio publicou o terceiro artigo da série, este entitulado A dificuldade de um usuário, do qual reproduzo a passagem:

São tantas distribuições, tantas escolhas que usuários ficam perdidos, muitos tentam uma convergencia para um único sistema chamado UBUNTU, outros desistem de usar Pingüim e os que sobram experimentão a angustia de escolher uma distro com a "sua cara".

A possibilidade de termos um sistema aberto, modular e que nos permite infinitas modificações, customizações etc apresenta um ponto crítico para quem tenta utiliza-lo pela primeira vez.

A escolha do Sistema a ser instalado na máquina.

Para um usuário 300 sabores de GNU/Pingüim não facilita em nada a escolha.

Conheço usuários que escolheram usar o Kalango por que acharam o logotipo uma gracinha...

Outros usam o UBUNTU simplesmente porque ele é muito usado ou usam o Mandriva porque é bonitinho.

Foi a partir deste ponto que preferi escrever um artigo no meu próprio blog ao invés de continuar discutindo nos comentários. Vamos lá.

Primeiro, sim, o fato de haver muitas opções pode assustar o usuário iniciante, realmente. Principalmente hoje em dia, quando as pessoas não querem mais liberdade e preferem que terceiros decidam por suas próprias vidas. Mas devemos evitar a situação eliminando as opções?

Quando alguém não conhece o ambiente e vê que há muitas possibilidades, tem duas opções:

  1. Estudar um pouco sobre;
  2. Procurar ajuda e pedir a sugestão de um amigo que entenda.

Quem estudar um pouco sobre vai ver que o Ubuntu é atualmente o mais utilizado e provavelmente vai querer começar com ele. É a melhor opção para aquele usuário? Não sei, mas é um começo. Algo importante que as pessoas ainda não perceberam é que o computador não é mais "aquele negócio pra passar o tempo". Faz tempo que se tornou uma ferramenta de grande importância na vida de cada um de nós. Saber compilar o kernel pode não ter utilidade nenhuma para um profissional de saúde, por exemplo, mas conhecer um pouco o cenário de possiblidades é sempre útil.

Bem, aí vem a parte mais delicada do novo artigo do Sérgio, que reproduzo:

Uma convergencia entre as Distribuições?

O Ego dos desenvolvedores são grandes de mais para permitir isso. Eles são os verdadeiros culpados pelo GNU/Pingüim não ser o preferido da grande massa de usuários.

Muitos vão argumentar, para usar Linux o usuário já tem que saber que isso ou aquilo.
bq. Quem quer usar já sabe disso ou daquilo outro... etc etc.

Hipócritas mais uma vez...

Desenvolvedores de GNU/Pingüim não conseguem atingir o grande público simplesmente por que não pensam como eles, criam e pensam para Nerds, Xiitas e Entusiastas.

Mas me falam que GNU/Linux não é para todo mundo, que ele não deve ser usado pelo grande público.

Bando de bobos....

Bem, vamos lá:

  • Slackware é uma distribuição que tem como filosofia que você tem que ter controle sobre o seu sistema. Com base nessa filosofia, ela anda.
  • Debian é uma distribuição que tem um compromisso social e uma série de metas: rodar em várias arquiteturas, oferecer um conjunto enorme de pacotes livres, etc.
  • Ubuntu é uma distribuição com a filosofia "Linux para seres humanos".
  • Kurumin tem como meta rodar a partir do CD-ROM e oferecer suporte ao hardware que é vendido no Brasil.
  • Movix é uma distribuição que foca única e exclusivamente multimídia.
  • Gentoo é uma distribuição que tem como objetivo permitir que (ou "esperar que") o usuário compile toda a sua distribuição para assim ficar otimizada para o seu computador.
  • DSL é uma distribuição com o objetivo de caber em pouquíssimo espaço (50M) e fornecer um SO com interface gráfica leve para computadores antigos.
  • E por aí vai...

Definitivamente, não é questão de ego, é questão de que cada distribuição tem suas próprias metas. Algumas delas convergem, tanto que há projetos de padronização e algumas utilizam um mesmo tipo de pacote, por exemplo. É justo querer que todos eles virem uma coisa só?

Quantas pessoas gostariam que houvesse um "Windows otimizado para jogo" ou um "Windows já pronto para Cyber Café", etc. Do tipo que basta instalar e usar que está tudo pronto? O fato de não existirem variantes do Windows não quer dizer que seja a situação ideal para os usuários de Windows. No caso de Windows, a Lei simplesmente não permite que terceiros criem derivações e a MS não tem interesse em manter derivações (e está certíssima: note que cada distribuição GNU/Linux tem seu próprio mantenedor ou equipe).

Também me desagrada seu teor hostil. Note que ao invés de tentar dar mais consistência a seus argumentos, o que vimos são ataques preventivos, onde o Sérgio classifica antecipadamente todos os que dele discordarem de xiitas, hipócritas e outras coisas mais.

Conclusão

Há pessoas que não estão preparadas para serem livres, como pássaros que viveram na gaiola toda a vida. Isso não quer dizer que o conceito de Liberdade é que está equivocado.

Liberdade exige decisão. Se você quer medir rapidamente quão livre você é, tente ver com quantas situações de decisão você se depara no seu dia a dia e por quantas situações você passa porque outros decidiram por você antes.

É inevitável que haja muitas distribuições diferentes de GNU/Linux (embora elas possam se tornar mais próximas do mais do que estão hoje), assim como é inevitável que usuários não acostumados a ter que decidir sintam dificuldade no início, é aí que entram os grupos locais de usuários, que devem tentar dar direções para os novatos. A questão final é não existe Liberdade sem o poder escolha.

Software Livre em Alagoas

Saiu hoje no jornal de maior veiculação no Estado - Gazeta de Alagoas - uma matéria falando sobre aquele velho caso da "pesquisa" da ABES dizendo que o Computador para Todos incentiva a pirataria ao colocar GNU/Linux ao invés de Windows.

E se esquecem do valor do Windows, e também de pesquisar quantos compraram o computador com Windows Start Edition e mudaram para uma versão utilizável, porém pirata. Isso eles não questionam, pois não é de seu interesse.

Mas, enfim, a matéria de capa da Gazeta Digital trata do antigo caso, tentando mostrar o lado da ABES e o do Governo. Finaliza falando dos grupos estaduais de Software Livre. É a primeira vez, salvo engano, que temos uma divulgação dos grupos estaduais neste veículo do comunicação, o que é digno de nota.

Parabéns pro Alex e Antônio pela procura por espaço e por terem feito essa contribuição ao FLOSS (Free/Livre/OpenSource Software) em nosso Estado.

Valeu!

Burningdog!?!?

Hoje testei a distribuição gNewSense, a nova distribuição GNU/Linux derivada do Ubuntu que, com o patrocínio da Free Software Foundation, tenta ser 100% livre.

A idéia de uma distribuição 100% livre é excelente e tem meu apoio. Porém, prefiro que o Debian seja ajustado gradualmente para atender a esta que, inclusive, creio ter sido a proposta inicial.

E esses ajustes vêm acontecendo... Por exemplo, o Iceweasel veio para corrigir uma situação chata frente à Mozilla Foundation que colocava em cheque seu próprio contrato social.

Agora vem a situação estranha. O pessoal do gNewSense certamente viu o mesmo problema. E a solução deles não foi adotar o Iceweasel (o projeto Iceweasel deve ter vindo depois). Eles chamaram o Firefox de... BurningDog!?

Pior que isso só a tradução do Altavista pra Burning Dog. "Cão ardente"?

Special: 

ODF no Word

Saiu no blog Como Faço: o projeto ODF Converter chegou à versão 1.0.

O que isso quer dizer precisamente é que agora é possível abrir e fechar arquivos ODF ( Open Document Format - utilizados, entre outros, pelo OpenOffice.org e BrOffice.org) no MS Word.

O software funciona como uma extensão do MS Word e está disponível como um Software Livre sem Copyleft.

Em que isso ajuda? Bom, agora quando precisarmos recorrer a máquinas que não possuem instalado o OpenOffice.org, mas sim MS Office (possivelmente em situação ilegal); e quando não nos for permitido instalar software nessas máquinas; poderemos acessar nossos documentos ODF sem problema algum!

Não acho essa a melhor solução, claro! O OpenOffice.org tem uma forma ótima de lidar com estilos, não é só uma versão genérica do Office. Eu prefiro o OpenOffice.org/BrOffice.org, mesmo. Assim, se você tem um pen drive à mão, pode usar uma versão portável do OpenOffice.org. Pessoalmente, acho bem mais interessante...

P.S.: Alguém já viu uma foto dessa extensão (ODF Converter) funcionando? Ainda não vi a cor do bicho... (nem uso MS Office em canto nenhum)

As Artimanhas Continuam

Há muito tempo, escrevi um artigo ( As Pedras se Movem) falando como a Microsoft desenvolveu uma "inteligência de guerra". Pois é, pois eles continuam mexendo suas pedras.

Depois de lançarem uma nova versão do Windows que incorpora diversas idéias de seus concorrentes (o que seria 100% bom se eles também permitissem que seus concorrentes fizessem o mesmo) e que implementa DRM (Gerenciamento de Restrições Digitais), agora estamos prestes a ver o resultado de seu envio do formato OpenXML para se tornar um padrão ISO.

Há diversas objeções técnicas a essa nova iniciativa. Além de ser um padrão adaptado a uma ferramenta específica proprietária (pensando mais em dificultar concorrentes do que trazer compatibilidades reais e sinceras) e de se tratar de um segundo padrão ISO para a mesma coisa para o qual já existe o ISO 26.300, o Open Document Format.

Confira alguns bons artigos sobre o assunto:

E alguns artigos anteriores:

Concluo, então, com uma frase de Salomon constante no último artigo supra-citado: "A proposta de padronização do Open XML é apenas mais um lance comercial na tentativa de manutenção da hegemonia de um produto de uma empresa.".

Special: 

GSIS - Grub SplashImage Selector

GSIS

Em 26 de janeiro de 2007, publiquei no Bardo um seletor de splashimages do grub (a imagem de fundo do GRUB, que é o seletor de sistema operacional utilizado por diversas distribuições GNU/Linux). Bem, hoje publico a primeira versão dele como um nano-projeto. Agora em Perl, tem ícone, um splashimage padrão (para quem ainda não tiver nenhum) e é capaz de alterar o arquivo /etc/grub/menu.lst mesmo que ainda não esteja sendo utilizado nenhum splashimage. Ah, e faz backup!

Infelizmente ainda não coloquei pra funcionar com gksu ou sudo, então precisa ser realmente executado como root para funcionar corretamente

Parte relevante do artigo original:

Você conhece o Grub? GRand Unified Bootloader é o programa mais utilizado hoje para montar o menu de Sistemas Operacionais instalados no computador, nos permitindo escolher em qual vamos trabalhar, a cada inicialização da máquina. Especialmente comum em sistemas GNU/Linux.

Pois bem, que o Grub já suporta uma imagenzinha de fundo não é novidade. Você vai encontrar vários artigos falando do assunto (um bom exemplo é este, para Ubuntu, em Português), Mas vamos resumir...

Basicamente, para colocar uma imagem no fundo do menu gerado pelo Grub, tudo de que você precisa é de uma imagem em 640×480 pixels, com 14 cores, no formato "xpm.gz" ( X-Pixmap compactada com o Gzip. Tendo a imagem, basta alterar o arquivo de configuração do grub, o /boot/grub/menu.lst, garantindo que existe uma linha referenciando "splashimage" e fazendo esta linha apontar para o seu arquivo escolhido.

É muito legal isso, mas tem um problema. Se você quer mudar a imagem de uma hora pra outra, é chato ter que ir lá no arquivo e editá-lo, não? Pois foi para evitar isso que criei um script que permite selecionar a imagem e já a troca automaticamente se você quiser.

Gnuzilla está solto

Já faz quase uma semana que notei a mudança no Debian Etch do Mozilla Suite para o IceApe. Por falta de tempo, terminei não conseguindo falar nada a respeito aqui no blog.

E não é que de ontem pra hoje no Debian Etch o Firefox foi substituído pelo Iceweasel?

Já faz algum tempo que foi noticiada no BR-Linux a criação do Iceweasel como forma de usar o Firefox minimamente modificado (a Mozilla Foundation não permite mudanças no Firefox mantendo o nome. "É Software Livre - mude se quiser - mas se mudar, escolha outro nome e não chame mais de Firefox")

Pois bem, o Gnuzilla (veja logotipos propostos) já está funcionando e os três projetos aparentemente já substituem seus equivalentes no Debian Etch:

  • Iceweasel - substitui o Mozilla Firefox;
  • Icedove - substitui o Mozilla Thunderbird;
  • IceApe - substitui o SeaMonkey (antigo Mozilla Browser).

Quem será o próximo? Bugzilla virará Icebeatle? Sunbird virará Icecream? :-P

Apesar de se parecer com a situação do OpenOffice.org e BrOffice.org, é um tanto diferente o que acontece. O que a Mozilla Foundation está fazendo é o mesmo que a RedHat fez no passado, onde a CentOS era a distribuição derivada.

Embora coisas assim sejam negativas para a divulgação dos projetos (um mesmo projeto com mudanças sutis e nomes totalmente diferentes), considero que seja extremamente justa sua criação e manutenção, enquanto a Mozilla mantiver tal postura.

E por falar em Mozillas, saiu o SeaMonkey 1.1.

O Misterioso Copyleft

A essa altura você já deve saber o que é Software Livre (se não sabe, que tal uma olhada no Cordel do Software Livre?). A idéia geral de Software Livre é bem próxima de Domínio Público: quem recebe o software tem direito de modificar, utilizar e redistribuir. Tanto que software de Domínio Público é considerado como Software Livre. Mas não o contrário.

Domínio Público

Não somente obras artísticas, mas também softwares, quando em domínio público, estão sem proteção de copyright. Segundo a Wikipedia: "Domínio público, no Direito da Propriedade Intelectual, é o conjunto de bens culturais, de tecnologia ou de informação - livros, artigos, músicas, invenções e outros - em relação aos quais não existem titulares de direitos econômicos de exclusividade. Tais bens são de livre uso de todos, eis que integrando a herança cultural da humanidade."

Somente uma ressalva é feita no caso de Domínio Público: não há copyright, mas pode haver Direitos Morais associado à obra. Ou seja, você pode fazer o que quiser com a obra, mas o autor da publicação tem que ser citado e reconhecido como tal.

Existem algumas circunstâncias para que um trabalho se torne de Domínio Público. As mais notáveis aqui são:

  1. Quando o período de Copyright expira. No Brasil, por exemplo, isso ocorre 70 anos após a morte do autor. Dificilmente algum software entrou em Domínio Público desta forma até hoje. :-P
  2. Quando o autor voluntariamente publica a obra como de Domínio Público, explicitamente anunciado na obra.

Uma obra em Domínio Público pode ser utilizada à vontade: distribuída, consumida, modificada, vendida... Qualquer um pode modificar a obra e requerer copyright sobre a sua versão. Foi o que a Disney fez com clássicos registrados pelos Irmãos Grimm, que estavam em Domínio Público.

No caso de software, para ser mais específico, uma obra em Domínio Público pode ser aprimorada e transformada em Software Proprietário por qualquer um.

O Copyleft

A Free Software Foundation queria softwares livres, como em Domínio Público, por uma razão bem simples: software é ciência e ciência não deve ser apropriada em benefício de alguns. O software tem que estar amplamente disponível para que todos os que desejem possam estudá-lo e melhorá-lo. É o ciclo da ciência correndo em benefício da Humanidade. Ou seja, em função do "bem comum". Software Livre não é só tecnologia, é melhoria social.

Se o Software Livre puder ser tornado em Software Proprietário por algum meio, então esse ciclo de benefício social é quebrado e todo esforço é em vão. Por isso, na Free Software Foundation, nasceu o conceito de Copyleft.

Copyleft não é uma licença, tampouco é sinônimo de Software Livre. Copyleft é um conceito que licenças de Software Livre podem seguir ou não. É uma regra bem simples que diz: se você passar adiante (mudando ou não), dê os mesmos direitos que você recebeu!

  1. Você não precisa distribuir uma obra sob Copyleft que você receba. Mesmo que você modifique, você não precisa passar isso pra ninguém. Se precisasse, não seria livre e sim uma corrente. :-P
  2. Se você quiser passar adiante, você tem que passar o trabalho sob a mesma licença com a qual recebeu;
  3. Se você modificar e quizer passar adiante, tem que usar a mesma licença;
  4. Se você criar um trabalho, mas integrar ao seu trabalho uma parte significativa (mais do que o que seria considerado "Uso Justo") de uma obra sob uma licença com Copyleft, você precisa licenciar sua obra sob essa licença;
  5. Se você quiser vender uma obra que é fornecida sob uma licença com Copyleft (mesmo que você modifique a obra antes), você pode. Mas também tem que passar para o comprador os mesmos direitos que você recebeu (incluindo, no caso de software, o direito de acesso ao código-fonte e todos os direitos conseqüentes que a licença garante).

Resumindo, Copyleft quer dizer Não seja egoísta ou, em alguns casos, Não seja aproveitador.

A Licença Mais Livre

Licenças de Software Livre protegidas por Copyleft têm restrição. Esta restrição por vezes é apontada como "indício de que o Software Livre não é tão livre". Quem diz isso geralmente defende licenças que se aproximam da idéia de Domínio Público, pois "dão mais liberdade para o programador".

O que tais pessoas não percebem é que a Liberdade pregada pelo Movimento do Software Livre, pela Free Software Foundation, etc, é uma Liberdade para todos, por isso existe o Copyleft. O livre do "Software Livre" não diz respeito a "liberdade individual", mas sim "liberdade coletiva". Se o software livre não tem Copyleft, mais à frente alguém pode se apropriar dele e passar a vendê-lo. Aquelas linhas de código não são mais livres.

Além disso, muito do que temos hoje existe por causa do Copyleft. Ideal seria se todos tivessem noção do prejuízo social ao se apropriar de um código-fonte, mas é difícil. O Copyleft foi muito importante historicamente como motivador para que contribuições feitas em softwares livres fossem aproveitadas em benefício de todos. É o caso do GCC, só para citar um exemplo.

Finalizando...

O conceito de Copyleft também existe para outras obras protegidas por Direitos Autorais. O exemplo mais forte é a característica "Compartilhamento pela mesma licença" (Share Alike) do Creative Commons.

No site da FSF há um artigo muito bom - traduzido - justificando o uso do Copyleft: Copyleft: Idealismo Pragmático.

A Arma Secreta

Sabe aqueles jogos de videogame 2D com fases e hierarquia de chefes? Sabe aquelas situações em que chegamos ao chefe final e simplesmente é impossível derrotá-lo porque não achamos uma arma secreta no meio do jogo?! (isso é bem idiota, por parte dos fabricantes de jogos) Não temos como vencer por não termos a arma, e não dá pra voltar por estarmos no chefe. Tem tutoriais que nos deixam assim...

Tutoriais deviam seguir o Método Ciêntifico. Mais precisamente, deveriam trazer instruções claras e sempre ser testados por quem não o elaborou antes de distribuídos.

Uma das formas de centralizar informações dos usuários (login e senha) em GNU/Linux é usando o serviço NIS. Quando precisei configurar o servidor NIS no trabalho, passei mais de uma semana tentando, por vários tutoriais, nos momentos em que podia. Configurava tudo corretamente, mas nada de funcionar. Só muito depois descobri que havia um arquivo etc/defaults/nis com uma opção dizendo se o NIS é servidor ou cliente. Nenhum daqueles tutoriais falava desse arquivo e só o achei em um tutorial em Inglês, depois de todas essas tentativas.

Recentemente, o problema foi com o CUPS, o servidor de impressão. Dessa vez, entretanto, problema na origem, não nos tutoriais.

Após uma atualização no Debian Etch, o CUPS mudou tanto que a sintaxe do arquivo de configuração mudou também. Pensei "Bom, vou colocar o arquivo novo fornecido pelos desenvolvedores e depois faço as modificações necessárias". A idéia era simples, só teve um problema: a opção "Port 631" não vem por padrão (e não, a "porta padrão" do CUPS não é ativada por omissão), nem ao menos como comentário! Demorou até a gente descobrir que era isso que estava faltando...

Pois é, então, lembrem-se sempre: tem coisas que os tutoriais não contam (e nem os comentários da configuração)...

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