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Arapiraca+Software Livre

Arapiraca está em projeto de migração para Software Livre! Minha terra natal mandando ver!

Não há só bois entre os gnús

Parece que não há apenas bois rondando entre os gnús, mas já há indícios de hienas, coiotes ou bestas ainda mais terríveis...

À metade de 2004, no Fórum Internacional Software Livre, Júlio Neves declarou: "Tem muito boi querendo se passar por gnú". Não foi gratúita a afirmação: era um alerta contra pessoas que tentam "pegar carona" no bonde do Software Livre. Que não entendem a proposta e só querem publicidade.

Entenda, não são bois os políticos necessariamente, os "apenas palestrantes" necessariamente e por aí vai. Escrever programas em C não é a única forma de apoiar o Software Livre, afinal. Mas havia quem defendia Software Livre levantando as bandeiras erradas (partidos, "gratuidade"...). É aí que mora o perigo.

Hoje paira no ar uma certa apatia entre a comunidade livre brasileira (até onde pude ver). Amadeu saiu (justificou, mas saiu), o PT foi alvo de escândalos terríveis...

Enfim, hoje, mesmo com o PC Conectado já pronto (com GNU/Linux), com o papel desempenhado pelo Brasil na Cúpula da Informação, com a proposta do "Laptop de Cem Dólares" (lembra o "Homem de Um Milhão de Dólares"). Mesmo com tanta coisa acontecendo, paira uma apatia.

A Caixa tem uma versão do Kurumin, mas poucos sabem que há centenas de CDs com esta versão que terminaram não sendo distribuídos, afogados em burocracia. Hoje visitei a Dataprev daqui e vi mais desse clima, ela que ano passado estava tão empolgada.

Eduardo Maçan se cansou da frente de batalha, o Verde também. E hoje é o Gandhi quem fecha o baú, deixando nele suas armas: fechado o Quilombo Digital.

Este último não partiu sem nos deixar uma pista. Em suas palavras: "Uma pessoa retirou completamente a minha fé na justiça e na sociedade, e até que outra pessoa me devolva esta fé, estou encerrando os trabalhos no Quilombo.".

Tudo isso está relacionado? Não sei, mas não duvido. Para nós que ficamos, entretanto, a luta continua.

Estamos em um momento de penumbra no Software Livre nacional. Mas lembrem-se, amigos, quando o céu fica totalmente escuro é que não tardará o amanhecer.

Abraços aos que ficam e aos que vão,

Stallman e o termo Propriedade Intelectual

O artigo publicado no site da Free Software Foundation, sob o título “Você disse ‘propriedade intelectual’? Esta é uma miragem sedutora”, vem chamar a atenção para erros conceituais que reduzem minha capacidade de julgamento a respeito de questões ligadas às patentes, copyrights e marcas registradas.

Publicado por André Moraes, do Linux Daily Log.

O termo Propriedade Intelectual não é um termo natural, e sim mais uma ferramenta de confusão movida pelas grandes empresas desejosas de monopólios cada vez mais eficazes...

Veja o artigo original do Stallman aqui e o artigo do André sobre o anterior aqui.

Banrisul: cansado de andar pra frente

Há alguns dias circulou a entristecedora notícia de uma licitação do Banrisul que, além de ilegal, aparentemente visava a destruir sua maior conquista na área informática: a liberdade e independência tecnológica.

Pioneiro na adoção de Software Livre (conduzida no início desta década), o Banco economizou milhões de reais, e estava até então quase totalmente livre da obrigatoriedade de gastos com renovação de licenças e equipamentos (apenas para suportar novas versões de softwares proprietários): havia ainda algumas máquinas não migradas, por serem muito antigas. A expectativa era que a migração se concluísse quando fossem adquiridas novas máquinas. Mas não foi assim que ocorreu.

Quem acompanha informações da área (Software Livre) sabe bem que a PROCERGS, na gestão anterior, desenvolveu uma ferramenta integrada para trabalhos em grupo: o Direto. Deve-se saber também que esta ferramenta foi liberada como Software Livre. E que uma das primeiras atitudes do novo Governador do RS foi tentar impedir a continuidade do projeto como Software Livre, alegando "evasão de recursos" (??).

Então, hoje temos uma licitação correndo para o Banrisul. E esta pretende adquirir computadores com licenças de MS Windows. Todos eles. Um gasto atualmente não apenas desnecessário (a migração deles para GNU Linux já é um sucesso), mas que também trará outros gastos futuros (novas versões das ferramentas MS, claro, exigirão inve$timento).

E justo hoje, quando Banco do Brasil e Caixa já usam Software Livre, e outros como o HSBC e o Bradesco seguem o mesmo caminho, aquele que foi pioneiro "muda de idéia".

Parece que se cansaram da carreira de sucesso recente do Banrisul. E depois de tantos passos calculados para a frente, querem que o banco dê um passo rápido e cego para trás...

Mais informações a respeito no artigo de Mario Teza:

Hélio Costa e a falácia aprendida

O novo ministro das Comunicações está com uma pulga atrás da orelha quando o assunto é Software Livre. Sua preocupação é, em suas próprias palavras: "Não adianta nada receber um instrumento gratuito e que depois, na manutenção, eu vou gastar mais".

Mas isso é ainda mais falho que dizer que Software Livre é menos seguro porque vemos o código-fonte.

Por quê? Bem, Software Livre significa, na maioria dos casos, software cujo código será sempre disponível para todos. Assim sendo, muito me estranha a idéia de que um software assim exija gastos com manutenção.

O que ocorre em prática (confirmando o que ocorre em teoria) é exatamente o contrário do que teme Hélio Costa: softwares livres tendem a oferecer meios semi-automáticos de atualização e dispor atualizações com uma freqüência bastante alta, sem custos.

Versões de (GNU/) Linux como o Debian oferecem há anos uma ferramenta de atualização automática (no caso do Debian é o apt-get, que é também utilizado pelo Kurumin). E essa atualização automática vai muito além do que sonha qualquer atualização automática dos softwares em Windows. Isso porque é uma atualização automática para todos os softwares instalados, dos serviços mais indispensáveis da máquina à suíte de escritório, passando por ferramentas web, jogos: tudo!.

Se você não conhece software livre tão de perto pode achar que isso é um tanto estranho, ou bom demais pra ser verdade + gratuito, mas a verdade é que é assim mesmo. Conheço o Debian há muitos anos e esse recurso foi, por muito tempo, um dos seus principais diferenciais frente a outras versôes de (GNU/) Linux. Hoje quase qualquer outra distribuição de (GNU/) Linux tem um recurso parecido: a famosa RedHat, a Mandriva, a Conectiva, o Gentoo...

O que aconteceu para que o ministro ficasse com medo em relação a um aspecto tão infundado? A resposta que me parece mais plausível é a do Sergio Amadeu: o novo ministro está sendo persuadido por representantes de empresas do velho modelo. E daí viriam esses argumentos, tentando confundir na cabeça do ministro as idéias de Software Livre com as de um mero Freeware.

Desde que Hélio Costa assumiu o Ministério das Comunicações, Sérgio Amadeu (então presidente do ITI) tenta agendar uma reunião para discutir Software Livre e esclarecer dúvidas. Até o momento, sem sucesso.

-- Cárlisson Galdino

Quem quer patente de software

Há muito rebuliço sobre Patentes de Software. Os Estados Unidos já aceitam esse tipo de patente em sua legislação. Na União Européia há uma briga travada: de um lado os que defendem esse tipo de patente; do outro, os que vão contra. Mas patente de software é uma boa idéia? Não é. E nesse artigo você verá porque.

Conceito de Patente

Antes que possamos começar... Você sabe o que é uma patente? Sabe distinguir patente de direitos autorais?

De acordo com a Wikipedia, uma patente é um documento legal que representa um conjunto de direitos exclusivos concedidos por um governo a um inventor ou a um pretendente por tempo limitado.

O INPI, órgão responsável pelo registro de patentes no Brasil, define a patente como "um título de propriedade temporária sobre uma invenção ou modelo de utilidade, outorgados pelo Estado aos inventores ou autores ou outras pessoas físicas ou jurídicas detentoras de direitos sobre a criação. Em contrapartida, o inventor se obriga a revelar detalhadamente todo o conteúdo técnico da matéria protegida pela patente."

Ou seja, uma concessão de monopólio pelo estado para uma empresa.

Essa concessão normalmente é feita por um período de tempo limitado para proteger tanto o inventor (que pode obter retorno sobre seu investimento inicial), quanto a sociedade (que após algum tempo, terá garantido o poder de fazer uso do invento - entenda como domínio público). Dessa forma, a idéia de patente foi criada para garantir um retorno econômico aos inventores: quem quiser usar o invento, paga uma taxa ao inventor e o utiliza. Esperava-se, com isso. incentivar a criação.

Softwares e Patentes

O software é tradicionalmente regido pela lei de direitos autorais (copyright).

Assim, o software é protegido como linhas de código, de forma análoga à proteção que é dada a uma poesia, por exemplo. Assim, normalmente as patentes não são aplicáveis ao software, que é tratado como obra intelectual. O problema maior é que difunde-se a idéia de que as patentes cobrem o software, o que não é preciso. Pois patentes cobrem idéias. E esse é o problema na questão da patente de software.

O fundador do projeto GNU, Richard Stallman, em seu artigo The Danger of Software Patents, incluso em sua obra Free Software, Free Society (PDF), apresenta um dos perigos sobre as patentes, principalmente na ótica do software:

A patent is an absolute monopoly on using an idea. Even if you could prove you had the idea on your own, that would be entirely irrelevant if the idea is patented by somebody else. (STALLMAN, 2002)

Traduzindo: não importa se você chega à mesma idéia que o seu autor original por meios completamente diferentes. Uma vez que ela tenha sido patenteada, o dono da patente tem direitos sobre ela, independentemente de tudo o mais.

Este é o drama. Imagine-se trancado em uma garagem sem Internet e sem mais nada pra fazer, com um computador, um editor de textos e conhecimentos de programação. Você começa a escrever um programinha qualquer pra passar o tempo. Você pode ter idéias que alguém já havia tido, sem que você soubesse, e ser processado por isso.

Em um mundo com patentes, antes de fazer qualquer projeto, você precisaria averiguar se existem patentes cobrindo as funcionalidades que você pretende incluir em seu projeto, e o problema é: você não tem como levantar isso.

Os Transtornos

Para entendermos melhor: uma vez que você queira pedir uma patente, você a solicita em um orgão nacional competente (no caso do Brasil, o INPI - Instituto Nacional de Propriedade Industrial), que averigua se a mesma já não existia anteriormente (conceito do prior art, ou seja, de obra pregressa). Tal averiguação, lhe custará centenas de reais, corre em segredo e em alguns casos pode levar até mesmo 18 meses. Ou seja: existe muito tempo para criar-se um projeto que futuramente colida com uma patente.

Um problema sério também está relacionado ao advogadês: como todo documento legal, patentes são redigidas de uma forma específica para o jurismo. O problema disso é que para a maioria das pessoas normais essa é praticamente uma outra língua, ou seja, é praticamente impossível para a pessoa com conhecimentos normais de direito (incluindo aí boa parte dos programadores) entender o que é dito nos documentos de patente.

Citando o exemplo dado no artigo acima: uma antiga patente (aparentemente expirada) alvejava o chamado recálculo em ordem natural de planilhas eletrônicas. Esse algoritmo visava a manter uma seqüencia natural de que célula precisava dos dados de qual outra (um mapeamento), permitindo o recálculo de todas as células que dependessem dos dados de uma determinada célula. Sem isso, as modificações nos valores das células seguiam uma seqüência de leitura de cima para baixo e da esquerda para a direita, obrigando vários recálculos da planilha até que ela refletisse a realidade, já que células do início podem depender do resultado de células do final da planilha.

O problema é que se você procurasse dentro da patente por "planilhas eletrônicas", você não iria achar nenhuma referência. Se você procurasse por "ordem natural", você também não acharia nada. No documento de patente, ela é descrita como um método para "compilação de fórmulas em código objeto".

Atente para o detalhe: compílação de fórmulas em código objeto.

Em geral, as patentes são juridicamente construídas de uma maneira estranha, que, propositalmente ou não, acabam por torná-las assustadoramente amplas. No caso citado, pode parecer loucura, mas teoricamente, qualquer meio de se compilar fórmulas em código objeto, mas qualquer meio mesmo, está sujeita a esta patente, mesmo que a compilação nada tenha a ver com recálculo em ordem natural de planilhas eletrônicas (objetivo original da patente).

Agora considere que:

  • patentes protegem idéias, muito abstratas em geral;
  • softwares geralmente usam dezenas de idéias (cada software: como se monta a interface gráfica, banco de dados, cálculos de impostos, organização dos dados na memória...);
  • nos EUA, onde patentes de software são permitidas, empresas como IBM e Microsoft submetem para criação dezenas desse tipo de patentes por mês;
  • patentes são avaliadas secretamente, e muitos mantém suas patentes em segredo da concorrência.

A que conclusão chegamos?

Quem é Favorecido por Patentes de Software

O argumento mais comum dos defensores de patentes de software é que elas incentivam a inovação, mas as coisas hoje não funcionam bem assim...

Em um mundo de patentes de software, empresas grandes investem muito na criação de novas patentes. Em geral, para proteger seus próprios produtos, já que o mundo de patentes de software, como se pode notar, é um mundo selvagem e de altos riscos. Quem tem muito dinheiro e cria softwares não quer correr esses riscos.

Mas algo inevitável acontece: as patentes de software acabam virando formas de inibição de concorrência. Quando uma dessas grandes empresas detem certas patentes, e quando algumas delas são infringidas por uma empresa rival, elas podem não querer acordo para autorizar o uso dessas patentes. Ao invés disso, podem exigir que a concorrente mude o produto ou encerre seu desenvolvimento. Resta à concorrente entregar o jogo e fechar ou investir em uma nova forma de fazer as mesmas coisas, que pode já ter sido inventada por uma outra empresa e o problema pode se repetir.

Assim, uma pequena empresa que crie um sistema de vendas com seu próprio esforço e sua própria equipe de desenvolvimento estará totalmente indefesa diante de algumas poucas grandes empresas que detém milhares de patentes cada.

Quando descobrir que infringiu algumas patentes, só restará tentar reimplementar tudo de outra forma, para fugir das patentes ou se submeter como serva gentil dos detentores das patentes em questão. Afinal, eles têm o poder de dizer o que a pequena empresa precisa fazer pra eles permitirem o uso das tais patentes.

Como exemplo recente do retrabalho apenas para se desviar de patentes, pode-se citar o fato de os desenvolvedores do banco de dados PostgreSQL. Eles reprogramaram seus sistemas de caching de dados (um recurso bastante utilizado para melhorar a performance dos programas), que antes usava um algoritmo patenteado pela IBM. O problema é que a IBM poderia querer impedir o uso do código do sistema de maneira livre.

Software Patents Social Club

Pode parecer estranho, mas muitas empresas grandes, principalmente empresas líderes em seus setores como IBM, Microsoft ou Nokia, investem em pesquisas de patentes para as coisas mais absurdas dentro de seus setores. Por quê? Vejamos como Stallman nos responde:

(...)the patent system is a lot like a lottery, because only a tiny fraction of patents actually bring any benefit to those who hold the patents. In fact, The Economist once compared it to a "time-consuming lottery." If you have seen ads for lotteries, they always invite you to think about winning. They don't invite you to think about losing, even though losing is far more likely. It is the same with ads for the patent system: they always invite you to think about being the one who wins. (Stallman,2002)

Ou seja, a maior parte das patentes produzidas não possuem, ao menos de imediato, valor comercial. Ou seja, é apenas "dinheiro jogado fora".

Agora, com um pouco de sorte você pode conseguir uma patente que ofereça potencial para ser explorada. Uma patente que *realmente* tenha valor comercial.

Mas ainda assim pode haver o risco de sua patente trespassar ou exigir idéias de *outras* patentes. Nesse caso o risco continua, e pode piorar ainda mais, pois a empresa dona, principalmente se for uma grande empresa, pode exigir o cross-licencing, ou seja, ter acesso às idéias patenteadas por você sem custo nenhum para não levar você às cortes. Stallman cita que em uma edição do catálogo da IBM Think! um artigo dizia que (para a IBM, é claro), as vantagens das patentes eram:

  1. receber royalties (o que é normal no caso de patentes);
  2. ter acesso às patentes dos outros.

Repare no segundo item! Com isso, a IBM e as outras grandes empresas conseguem reduzir o impacto negativo da loteria. De certa forma, é como se elas jogassem usando dados viciados.

Ainda não entendeu? Veja abaixo a idéia:

But it is conceivable that somebody could have an idea and this idea along with 100 or 200 other ideas can be the basis of making some kind of product, and that big companies might want to compete with him. So let's see what happens if he tries to use a patent to stop them. He says "Oh no, IBM, You cannot compete with me. I've got this patent." IBM says, "Let's see. Let's look at your product. Hmmm. I've got this patent, and this one, and this one and this one and this one and this one, which parts of your product infringe. If you think you can fight against all of them in court, I will just go back and find some more. So, why don't you cross-license with me"? And then the brilliant small inventor says "Well, OK, I'll cross-license." So he can go back and make these wonderful whatever-it-is, but so can IBM. IBM gets "access" to his patent, and gets the right to compete with him, which means this patent didn't "protect" him at all. The patent system doesn't really do that.

Resumindo: suas idéias podem trespassar ou depender de idéias já patenteadas por uma empresa do porte da Nokia ou IBM. Aí você só terá duas opções: ir à justiça (e se arrebentar todo); ou aceitar um cross-licencing, sendo que aí ela poderá competir contra você (lembrando que ela sempre dispõe de mais recursos que você).

Isso derruba o mito de que as patentes protegem os inventores. Na prática, atualmente, as patentes protegem as grandes empresas que podem:

  • comprar patentes;
  • patentear tudo que puder, por mais absurdo que seja, dentro de sua área;
  • praticar com facilidade o cross-licencing.

Considerações

Tanto na Europa como na própria legislação americana, programas de computador e fórmulas matemáticas faziam parte daquele conjunto protegido, que não poderia ser patenteado. Infelizmente, nos EUA alguém conseguiu ter atendido um pedido de patente de software, e assim se criou um precedente.

Agora que eles têm patentes de software nos EUA, querem que o resto do mundo adote também leis que permitam a concessão desse tipo de patentes. Não porque acham isso legal ou bonito, claro. O sonho deles é que as patentes deles valham em todo o mundo automaticamente, sem nenhum custo adicional.

Por longos meses foi travada uma luta na União Européia envolvendo patentes de software, inclusive com medidas do Conselho que iam contra decisões do parlamento, o que levou a UE a ser apelidada de "Banana Republic". Por vezes a votação foi cancelada estrategicamente por membros contrários à diretiva.

Felizmente, este mês de julho de 2005 tivemos uma grande vitória. Em votação, o Parlamento Europeu rejeitou a diretiva de patentes de software, por 648 a 14 e, enfim, não existem patentes de software na Europa.

Mas isso não quer dizer que não tentarão de novo e que não existirá patentes do software na Europa daqui a, digamos, cinco anos. Eles não vão desistir e devemos estar atentos caso queiram nos sugerir esse tipo de controle intelectual também. Patentes foram criadas como uma ferramenta de ajuda e incentivo à invenção. Mas sabe como é o mundo de capitalismo hostil... Vão-se os propósitos, ficam as ferramentas.

Referência


©2005 BrainCommons (http://wiki.cyaneus.net/braincommons/)
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Agricultura e Software Livres

Quando escolhi ver esta palestra ( FISL6), pensei que fossem falar de projetos de Software Livre para agricultura, como é o caso do agroLivre. Fiquei surpreso com o assunto tratado na palestra, mas não decepcionado. A palestra seguiu com propriedade e coerência, sobre o Movimento do Software Livre e o Movimento Sem Terra.

Que o MST é um movimento social de peso, todo mundo sabe. Que sua idéia inicial é justa, também. Eu tinha uma visão que, nos últimos anos, o projeto havia se desvirtuado e se tornado incoerente e hostil. Parece que essa é mais uma obra da imprensa e seu poder de transformar verdades em loucura...

O MST tem assentamentos organizados, em 23 estados brasilis. Cerca de 350 mil famílias assentadas. Eles se organizam e se preocupam com a sustentabilidade dos assentados. Assim, organizam, por exemplo, cooperativas. São:

  • 70 de agricultura;
  • 32 de prestação de serviços;
  • 12 regionais (o que isso significa, não sei);
  • 2 de crédito;
  • 96 pequenas e médias de agro indústria.

Eles têm escolas. São mais de mil escolas com 100 mil crianças estudando. Têm até mesmo um curso superior, com o apoio do MEC, em Agricultura.

Eles têm canal de informações. Um jornal com tiragem de 20.000 exemplares e uma revista com 10.000. Além do site http://www.mst.org.br, boletim por e-mail e programas de rádio nas rádios comunitárias.

Eles têm Inclusão Digital

Após mudanças e atualizações em seus parques computacionais, o Banco do Brasil doou ao Movimento 2.300 máquinas, das quais 1.100 foram utilizadas para a criação de Telecentros. E o que eles usam? Software livre!

A partir da distribuição Sacix eles criaram sua própria distribuição, adaptada às necessidades que tinham: a MSTIX. Seus telecentros usam a tecnologia LTSP, e alguns deles não têm ainda acesso à Internet.

No que diz respeito a treinamentos, eles têm dois modelos. Um para logo que um telecentro seja criado, ensinando o básico (focando conceitos em detrimento à mera manipulação de ferramentas). O outro modelo é centralizado e instrui tanto sobre a distribuição adotada quanto sobre a gestão dos telecentros.

Ou seja, há um compromisso real com inclusão sócio-digital. Eles incentivam também a produção de conteúdo para que seus aprendizes expressem a forma como vêem o mundo.

Falou-se de patentes agrícolas também. Que a seleção de sementes é utilizada há tempos pela humanidade em busca de sementes melhores. As pessoas se esquecem disso. Hoje empresas querem se apropriar do resultado de séculos de aplicação de técnicas agrícolas. E falou-se, com o que só tenho que concordar, que a biotecnologia não está aí para resolver o problema da fome, mas como forma de gerar muita riquesa para poucas pessoas.

Como bem disse o palestrante Pascal Angst, Nenhum país pode pensar em soberania se não produz seus próprios alimentos.

Pascal também falou que líderes indígenas demonstram interesse em utilizar software livre para promoverem inclusão digital. E a grande moral da história foi: como movimentos sociais, podemos nos ajudar.

E eu fico pensando. Quanto poder não tem a imprensa...

À Metade do FISL 6

Já vai na metade a sexta edição do Fórum Internacional de Software Livre. Já houve o dia de pré-evento e o primeiro dia de palestras. Aqui vai um resumo do que está havendo para quem está totalmente por fora (embora este ano eu não tenha ido).

Como é possível falar do evento sem ter ido? A época de FISL tem uma energia toda especial. Pode-se sentir essa força facilmente. Há a cada ano mais informações sobre o que está acontecendo. Utilizarei dessas fontes de informações para montar um resumo prático de consulta rápida.

BR-Linux.org

Como já é tradição, Augusto Campos está no evento e organizando uma forma de transmitir cada detalhe do evento. Já temos, entretanto, notícias desde antes da abertura:

Palestras do Primeiro Dia

Estes são os relatos de algumas das palestras do primeiro dia:

Acompanhe!

Ano que vem devo comparecer à sétima edição. Realmente vale a pena ir. Mas se você também não foi esse ano, calma! O evento ainda não acabou! Temos mais dois dias! Acompanhe por vídeo ou pelas notícias!

Não pense em cerveja grátis

Stallman sempre diz para não pensar em Software Livre como em Free Beer (cerveja grátis). Não sei se foi só pra complicar a vida do RS, mas alguém acabou pensando em Free Beer como em Freedom. E agora, Stallman?

Texto publicado em Notícias Linux:

Um grupo de estudantes universitários dinamarqueses criou a primeira cerveja open-source, chamada "Vores Øl" (que significa "Nossa cerveja" em dinamarquês).

É basicamente uma cerveja tradicional com um toque de guaraná (pelo ganho energético).

A licença da receita está sob Creative Commons ;)

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