O Ovo ou a Galinha

Sabe aqueles problemas de matemáca com fórmulas enormes por resolver? Mas que quando a gente vai aplicando algumas regrinhas simples percebe que o problema era muito menor do que parecia? Há discussões que caminham da mesma forma. O exemplo clássico é a clássica "Quem nasceu primeiro, o ovo ou a galinha?". Pode não parecer, mas trata-se de um caso emblemático de discussão do tipo sexo dos anjos. Se você analisar bem, ovo X galinha se resume a evolucionismo X existencialismo.

O mesmo acontece quando se discute o apoio ou não ao software proprietário para GNU/Linux, trata-se da discussão FSF X OSI. Muitas polêmicas clássicas se vestem de maneira mais sutil e parecem ser novas polêmicas.

É interessante estarmos atentos a esse tipo de situação para evitarmos gastar muita energia em discussões sem fim e inúteis. Nesses casos é questão de fé mesmo, e discussões assim só valem a pena se nenhum dos dois lados estiver empenhado em convencer o outro de que está certo, o que é um tanto raro.

Blog tem hora que cansa

É interessante essa nova forma de interagir (não tão nova assim), mas esses dias tenho sentido as conseqüências da overdose de informação. Projetos que eu tinha simplesmente não andam há longos e vários meses. Isso porque meu tempo livre foi reduzido e vem sendo empregado quase exclusivamente na leitura de outros blogs. Raras vezes consigo escrever neste.

Bom, acho que vou deixar desse negócio de blog-bardo e vou cuidar da minha vida. Sabe? Deixar o site aqui só como um portfolio de poesias, contos e um ou outro artigo sobre Software Livre, atualidades e coisa e tal. Sem compromisso de acompanhar ninguém nem de escrever periodicamente.

A bem da verdade, já eliminei um bocado de feeds da minha lista e é surpreendente como isso me fez bem. :-D É quase uma paz de espírito do Budismo. Claro, foram só uma parte, mas já apareceu uma parte do tempo que há tanto tempo eu não via. Vamos ver, talvez eu mude alguma coisa por aqui até o fim do mês que vem...

Special: 

Os mais populares do Debian

Primeiro, que Debian é uma distribuição GNU/Linux, uma das mais fortes. É a que utilizo há anos e anos e, mesmo testando divertas outras (inclusive o badalado Ubuntu), sempre volto a utilizá-la como minha principal escolha. Outro dia ainda falo mais sobre ela por aqui...

Bom, mas quem já instalou o Debian alguma vez talvez já tenha reparado que, durante a instalação, em algum momento, ele fala sobre um tal "Concurso de Popularidade de Pacotes" e pergunta se queremos participar anonimamente deste concurso.

Este concurso existe, salvo engano, há muito tempo. É utilizado pela equipe do Debian para ajudar a eleger quais pacotes colocar no primeiro CD da distribuição. O interessante é que toda a situação do concurso é transparente, divulgada no site http://popcon.debian.org/. Aqui eu coloco o Top10 de hoje em cada categoria.

Pacotes Instalados

Este critério relaciona os pacotes instalados pelo maior número de usuários.

  1. base-passwd
  2. debianutils
  3. dpkg
  4. ncurses-bin
  5. perl-base
  6. sed
  7. zlib1g
  8. apt
  9. bsdutils
  10. libpam-modules

Lista completa em http://popcon.debian.org/by_inst.

Pacotes Mais Utilizados

Este ranking relaciona os pacotes que são utilizados com freqüência por mais usuários.

  1. bash
  2. base-files
  3. dpkg
  4. sed
  5. debianutils
  6. login
  7. libpam-modules
  8. perl-base
  9. gzip
  10. coreutils

Lista completa em http://popcon.debian.org/by_vote.

Pacotes Esquecidos

Outra lista apresenta aqueles pacotes que os usuários costuma instalar mas fica sem utilizá-los, praticamente esquecidos deles. São os pacotes com os quais isso mais acontece.

  1. dselect
  2. console-data
  3. ed
  4. console-common
  5. info
  6. sharutils
  7. strace
  8. time
  9. traceroute
  10. iptables

Lista completa em http://popcon.debian.org/by_old.

Pacotes Recentemente Atualizados

Estes são os pacotes que foram atualizados recentemente nos computadores do maior número de usuários.

  1. initramfs-tools
  2. klibc-utils
  3. busybox
  4. grub
  5. libncursesw5
  6. locales
  7. libklibc
  8. reportbug
  9. netcat
  10. patch

Lista completa em http://popcon.debian.org/by_recent.

Considerações Finais

Somente um ranking não publiquei por não ter compreendido bem seu significado, o no-files.

Mas, enfim. Coloquei isso hoje mais a título de curiosidade do que para concluir qualquer coisa. Mas já que estou aqui...

  • Achei interessante o posicionamento do Perl, no Top10 dos dois rankings principais;
  • Sobre pacotes esquecidos, o dselect liderá-la não é surpresa já que existe o excelente concorrente aptitude;
  • O ed é um editor que nem conheço, mas acho que não tem lugar na guerra dos grandes editores de texto para Unix, que são vi e emacs. Quem não usa os dois, usa o nano ou o mcedit, que são menos sofisticados e mais intuitivos.
  • O info é um manual com links entre suas páginas. Apesar de ter mais recursos que o antigo man, acho que ninguém recorre a ele mesmo quando precisa de informações sobre um certo programa. O bom e velho man ainda é o cara.

Bem, é isso. O Debian às vezes se enrola um pouco em burocracia, mas tem muita coisa incrivelmente bacana dentro do projeto.

P.S.: O papel de parede utilizado como imagem ilustrativa deste post pode ser encontrado no GNOME-Look.org.

Special: 

O Preço do Aprisionamento

Um projeto chamado OLPC (Um Laptop por Criança, em Inglês) está se desenhando e progredindo há longos meses. Muitos artigos no BR-Linux e do Sérgio já trataram do tema.

Trata-se do projeto de criação de um laptop voltado para a área educacional, a ser comprado pelos Governos e distribuídos entre as crianças do Ensino Fundamental

A novidade é que a Microsoft se propôs a cobrar "apenas" R$ 7,00/máquina pelo pacote de licenças Windows Starter (aquele totalmente limitado) + Office 2007 educacional. É um momento de muita atenção ao que o Governo vai fazer quanto a isso. De um lado temos um ambiente gráfico totalmente feito para o OLPC, baseado em Linux, leve e intuitivo, totalmente direcionado a crianças; do outro temos uma "versão demo" de um Sistema Operacional cheio de falhas e para uso geral, não específico. Será que vale a pena pagar R$7,00 por máquina por um sistema que não atende perfeitamente, é limitado e pode incentivar ainda mais a já complicada dependência tecnológica? Ainda vamos pagar para ser prisioneiros?

Isso, sem dúvida, lembra o X-Bill, jogo do qual tirei o bonequinho pra colocar na imagem que ilustra este post. Aguardo ansioso o continuar desta saga e espero que consigamos impedir que os bonequinhos de óculos instalem seu S.O. onde não devem...

Special: 

O Revolucionário Wii

Se me permitem, vou fazer um "off-topic" aqui. Hoje falarei de videogames. E não é de qualquer videogame não, é da Nintendo.

Havia um tempo em que os jogos de videogame não tinham lá um grande enredo. Era tudo muito simples, mas a diversão estava presente. Um efeito da simplicidade é que não era tão fácil enjoar de jogar jogos dessa fase, mesmo sendo simples, mesmo não tendo a estrutura de grandes chefões. Estou falando de Atari. Jogos como o Pac-Man, o River Rider e o Enduro estão nessa lista. Depois daquela fase, os jogos foram ficando mais e mais sofisticados...

Os anos seguintes seriam marcados na indústria dos jogos eletrônicos pelas grandes rivais Nintendo e Sega. Com foco diferente, mas desde aquele tempo a Nintendo já mostrava que para ela a diversão era o mais importante. Tentava fazer do seu console um ambiente bom para toda a família. Assim, consagraram-se títulos como Zelda e os jogos dos irmãos Mário. O polêmico jogo Mortal Kombat - jogo de luta que se tornou polêmico na época por mostrar sangue na tela - teve que esconder o sangue em sua versão para Super Nintendo...

Mas o tempo passou e muita coisa aconteceu. Três letrinhas mudaram no concorrente e hoje é a Sony que está no páreo. A disputa está quase igual, não fosse a entrada da Microsoft no mercado dos jogos. Agora são três. Uma das características mais marcantes a mudar nesse período, porém, foi o foco do mercado. Os jogos estão cada vez mais violentos. Por esse caminho, o objetivo dos jogos passou a ser o realismo. Ao invés daquele ambiente "leve e divertido" da maioria dos jogos, tem-se visto jogos que valorizam sim o clima tenso.

Nessa corrida pelo realismo, Sony e Microsoft lançaram seus produtos. A Nintendo, por outro lado, reforçando seu modo de ver jogos eletrônicos, lançou o Wii, um videogame que não oferece tantos recursos de renderização quanto os concorrentes, mas mesmo assim revoluciona o mercado de jogos. Como? Usabilidade é a palavra.

Ao invés de apenas um joystick que é apertado, temos agora um dispositivo com sensor de movimento. É essa forma de interagir com os jogos que está revolucionando. Mesmo não tendo toda a tecnologia de renderização dos concorrentes, o Wii é o videogame que eu gostaria de ter hoje.

O Wii me chamou a atenção desde o início, mas não é exatamente novidade: foi lançado há meses. Lembrei-me deste console ao ver uma notícia de lançamento justamente de um jogo do Mário para Wii: o Super Paper Mario.

Alguns vídeos de jogos para Wii:

Alguns links:

  • Site da Nintendo
  • SuperTux - Jogo Software Livre que reimplementa o Super Mário Bros. 1, com alguns acréscimos.
  • Nintendo 8 - Site que permite jogar online vários jogos para Nintendo 8 bits.
  • Logo 54 - Se quiser fazer um logo no estilo Nintendo...
Special: 

Blogópolis em luto: Adeus, Aldemir

A despedida é sempre um momento triste. Hoje nosso amigo Aldemir Silva, que estava internado há algumas semanas em São Paulo, faleceu. É sempre estranho quando alguém jovem e cheio de vida e idéias nos deixa assim de repente. É como se estivesse algo errado acontecendo. Por que alguém se vai tão jovem?

Aldemir, lamento não ter te conhecido pessoalmente, já que moramos no mesmo estado. Mas são coisas da vida... Poderia dizer tanta coisa, mas nessas horas não é tão simples assim.

Ainda espero um post de alguém dizendo que foi mal entendido, que Aldemir ainda está vivo e está se recuperando, mas o Sergio e o Bruno não publicariam algo assim tão sério sem ter conhecimento dos fatos...

Haja o que houver além da vida, espero que esteja feliz. Um dia a gente ainda se vê, em outra vida ou antes. Um abraço, Aldemir, vá em paz e com muita energia positiva!

Mais blogs: Infowester e Doufer. O Valongueiro também publicou e está mantendo uma lista de blogs, então deixo a bola com ele.

Special: 

Quadrinhos Brasileiros

Hoje saiu na Folha uma matéria sobre uma certa paródia do Big Brother Brasil. O interessante é que é um trabalho de Fábio Yabu. Ora, Yabu, para quem não conhece, é (ou era, não sei) um roteirista de quadrinhos infanto-juvenis muito criativo, que gosta(va) de uma linha cheia de homenagens. Aquelas histórias que sempre têm algumas referências a obras ou personagens consagrados, mas sem serem meras cópias.

Eu conheci seu trabalho há anos, nos Combo Rangers, um grupo de heróis tipo Power Rangers, mas com equipe formada por pré-adolescentes. Era publicada como animações em Flash e depois viraram quadrinhos impressos e vendidos em bancas de revista, e foram lançado até bonecos!

Aparentemente, hoje Yabu escreve livros infantis. Sobre o Big Brother? Bem, ele lançou em seu blog o Big Brother Bonequinho, que vale a pena dar uma olhada.

Outro talento brasileiro em quadrinhos é Marcelo Cassaro. Seja na linha de Ficção Científica, humor ou mangá.

Na área de Ficção, ele criou duas espécies alienígenas bem interessantes: os Metalianos, seres inteligentes de biometal que têm uma estrutura social similar a colônias de insetos; e os Traktorianos, seres inteligentes e hostis que abandonaram os próprios corpos em nome do poder bélico, tornando-se robores com cérebro.

O Capitão Ninja é um personagem das forças especiais americanas, apresentando-se vestindo uma mistura de traje ninja com uniforme militar, e um boné sobre a máscara. Era um personagem cômico, mas depois foi reeditado para integrar o UFO Team, equipe de super-horóis no melhor estilo HQ ocidental.

Na área de mangá, foi responsável pelo roteiro de Holy Avenger, uma série de quadrinhos no estilo japonês ambientada em um mundo de RPG - Tormenta, que também ajudou a criar. É uma história fascinante e recomendo a quem gosta do gênero.

O Brasil tem talento para roteiro. O problema é que o mercado para quadrinhos em geral é muito desvalorizado no Brasil. Aqui, quadrinhos é algo tido como infantil, pobre, quando na verdade é uma forma de expressão, assim como o Teatro, o Cinema e o Romance. Tá, a cultura de quadrinhos ocidentais - Marvel e DC - com seu excesso de histórias recorrentes sem pé nem cabeça ajuda a manter essa impressão negativa...

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