No episódio anterior, o grupo do mal SATAV invade as instalações da empresa Nuke³ Web Solutions, na intenção de sequestrar funcionários, mas seus planos são frustrados por não encontrarem absolutamente ninguém por lá.
Tungstênio: Vocês ouviram, não é? Estão zombando de nós! “seus planos foram frustrados por não encontrarem absolutamente ninguém”, ora! Como pudemos deixar isso acontecer?
Hilux: Chefia, a gente não teve escolha, né? Não tinha ninguém!
Montanha: Talvez alguém tenha dedurado a gente.
Seamonkey: E quem seria? O narrador?!
Tungstênio: O narrador... Sabe que pode muito bem ter sido ele?
Seamonkey, com raiva sai da sala e vai para o seu quarto.
Montanha: Melhor assim. Mulher só atrapalha mesmo.
Tungstênio: Vamos pensar. Quem sabe dos nossos planos?
Montanha: Hmmm... O narrador?
Tungstênio: Esquece o narrador! Eu lembro que não conversamos sobre esses planos diante dele.
Montanha: E quem então?
Hilux: Acho que tinha ninguém não, véi! Só se fosse um de nós, mas quem? E como, se a gente nem tem celular nem internet mais?
Tungstênio: Tem razão. Deve ter sido mera coincidência. Afinal de contas, é o preço do sucesso. Estamos ficando famosos e as pessoas estão com medo de se confrontar conosco.
Montanha: Então, mesmo parecendo o fracasso da missão, no fundo foi um sinal de sucesso. Estamos chamando atenção das pessoas!
Hilux: Ei, eu li uma vez que tem empresa que escraviza bolivianos. A gente podia dar um pulinho na Bolívia, né?
Tungstênio: Do que está falando?
Montanha: Cada ideia esse chifrudo tem...
Hilux: É sério, pô!
Tungstênio: Não quero saber de onde é o pessoal. Quero apenas alguém que mexa com computadores. Pouco importa a nacionalidade.
Montanha: É mesmo, chefe. Mas acho que a essa altura ninguém vai querer saber de trabalhar nessas empresas, com medo de nós.
Hilux: Se mão de obra fosse importada dos cantos, a gente bem que podia pegar uma encomenda. Assaltar o correio.
Tungstênio: Mas não é!
Hilux: Ia ser massa assaltar os correios! A gente ia pegar tanta coisa legal! Essas encomendas que vem da China, notebooks...
Montanha: Pra quê? Esqueceu que não conseguimos digitar? Sua memória é muito curta.
Hilux: Que nada, véi! Tou lembrado. Mas a gente podia assaltar um porto então! Com certeza teria mais encomendas da China do que nos correios. Já pensou se a gente pega um pacote de iPads?
Tungstênio: É isso!
Montanha: Chefe?
Tungstênio: Vamos assaltar o porto! Encontrei a solução para o nosso problema!
Hilux: Tá vendo? Eu digo! Esse negócio de mão de obra escrava... Aposto como mandam mesmo em navios e a gente podia pegar algum, né não?
Tungstênio: Vamos ao porto. Não todos. A maioria vai ao porto assaltar um carregamento. A gente rouba coisas legais que estiverem por lá. Mas um de nós ficará aqui em Stringtown. Com a notícia do assalto ao porto, os funcionários das empresas de tecnologia vão aparecer, nem que seja rapidamente, e aí aquele de nós que ficou para trás faz uma ronda nas empresas para sequestrar alguém.
Montanha: Chefe, isso é genial! Como vamos fazer?
Tungstênio: Hilux, você vai ficar por aqui. Nós vamos no Satãmóvel.
Hilux: Hahaha! No quẽ?
Tungstênio: Decidi mudarmos de SATAV para Satã. É um nome mais imponente.
Hilux: É mesmo, né, é mais do mal!
Tungstênio: Pois bem. Montanha e eu vamos ao porto. Seamonkey vai conosco porque precisamos de motorista. Como Montanha e eu somos mais fortes, vamos nós e, Hilux, você fica para procurar profissionais a recrutar aqui no polo tecnológico.
Hilux: Tudo bem.
Tungstênio: Pois está decidido! Vamos fazer isso! E você, narrador, nada de entregar nossos planos!
Hilux: Chefe?
Tungstênio: Diga.
Hilux: Já que a gente vai se chamar Satã e eu nem vou no Satãmóvel dessa vez, vou mudar de nome.
Tungstênio: Qual agora?
Hilux: Agora eu vou ser Diablo! Tá ligado? Aquele jogo de RPG...
P. S.: Publicado inicialmente na Revista Espírito Livre.
Comentar