Desde que aconteceu aquele terrível acidente envolvendo os funcionários da SysAtom Technology e seu projeto AtionVir, conferindo-lhes estranhos poderes, Oliver – autorrenomeado Tungstênio – tem liderado ataques no pólo tecnológico de Stringtown. Devido a isso, funcionários das empresas de tecnologia têm evitado frequentar o local. O grupo, autointitulado Grupo Satã, que agora pretende “contratar” algum designer, elaborou um plano mirabolante: enquanto a equipe vai a Salvador, um deles permanece no pólo, à espreita, esperando algum funcionário que, ao ver a notícia do ataque ao porto nos jornais, crie coragem para ir à empresa onde trabalha. Pandora está no salão de beleza com Darrel, quando veem no noticiário o ataque. Quando finalmente os dois, que também já foram funcionários da SysAtom e sofreram com o mesmo acidente, chegam para interromper as atividades do grupo.
No episódio anterior, Diablo, que até pouco tempo atrás se chamava Hilux, perde a oportunidade de atacar dois funcionários da QuironHost e um da FARIG. Hoje, voltamos ao porto.
Tungstênio: Olhem só quem resolveu nos fazer uma visitinha.
Darrel: Você não acha que está indo longe demais?
Tungstênio: ha ha ha, não! Ainda estamos na mesma Bahia de sempre.
Montanha: Tudo bem que a Bahia é grande, mas ainda é a Bahia.
Pandora: Bem, não tou gostando...
Tungstênio: Vocês é que estão indo longe demais aparecendo na nossa frente outra vez! Deem um jeito neles!
Darrel se afasta com Pandora rapidamente, enquanto Montanha e Seamonkey correm em sua direção.
Montanha: Vamos cercá-los!
Montanha aponta para um lado e corre para o outro, na esperança de cercar os dois.
Ao contornarem o prédio, Montanha vê Seamonkey se aproximando.
Montanha: Cadê eles dois!?
Seamonkey: Como ele faz isso!?
Darrel: Terminou, Oliver!
Tungstênio: Arghhhh! Já te disse, Cigano! Agora me chamo Tungstênio!
Darrel: Que seja.
Darrel está em um dos containers que estão em cima do caminhão-cegonha.
Tungstênio: Vocês me atrapalharam vezes demais. Pra vocês é que terminou!
Pandora: Bem!
Darrel olha para Pandora e a vê assustada apontando para o outro lado. Ele mal pode se abaixar quando Montanha arremessa a moto em sua direção.
A moto bate no container que estremece. De repente, um outro movimento. É o container que é rapidamente erguido e arremessado contra o chão, sob gritos de Tungstênio e Pandora. Tungstênio pelo esforço, Pandora pela preocupação.
Seamonkey e Montanha é que veem, como em um sonho, um vulto ou uma sombra deslizando pelo container, passando por baixo dele, no curto intervalo de tempo em que o container se desloca até o chão.
Tungstênio: Hahaha!
Tungstênio gargalha de cima do caminhão-cegonha.
Tungstênio: Montanha, dê um jeito nela!
Pandora: Não!
Ela fecha os olhos, inundados de lágrimas, enquanto Montanha chega cada vez mais perto. De repente, abre.
Seus olhos estão brancos e as lágrimas se desprendem como um leite luminoo. Pequenas teias de raios saltam entre eles. Em um soco, ela arremessa um relâmpago contra o Montanha, que cai de costas no chão. Então, ela corre dali.
Seamonkey: Montanha?
Ainda deitado, ele começa a se mexer.
Montanha: Uau! O que foi isso?
Tungstênio: Ei, vamos?
Seamonkey: Mas e a Stormdancer? Ela vai...
Tungstênio: Está tudo terminado. Ela não pode fazer nada: é só uma mulher.
Montanha: É sério, o que houve exatamente?
Tungstênio: Todos a bordo no Satãmóvel!
Seamonkey caminha em direção ao veículo, com os dentes cerrados de raiva, com a certeza de que não terminou.
Montanha: Eu lembro que a gente veio pro porto e...
O caminhão-cegonha vai embora deixando um container no chão, entreaberto.
P. S.: Publicado inicialmente na Revista Espírito Livre.
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