Warning Zone #26 - Lágrimas no Porto

No episódio anterior, Darrel havia despistado Montanha e Seamonkey para surpreender Tungstênio. Ao ter sua atenção distraída por Montanha, que arremessava a moto Choquita em sua direção, é pego de surpresa pelo líder do Grupo Satã. Tungstênio arremessa no chão o container sobre o qual Darrel estava. Montanha recebe ordem de eliminar Pandora, mas ao se aproximar dela, é recebido com um relâmpago que o derruba, permitindo que fuja. O Grupo Satã deixa o local.

Entre as paredes de um galpão, Pandora chora, sentada no chão, abraçando as próprias pernas. E se queixa, com a voz fraca, mas ainda produzindo o estranho efeito de distorção.

Pandora: E agora o que vai ser de mim? Não tenho mais ninguém nessa vida... Nem posso voltar pra mainha, não com a voz desse... Desse jeito! Que droga de vida é essa!?

Ela tira as mãos da cabeça e se encosta melhor na parede, erguendo o rosto molhado de lágrimas.

Pandora: Meu Darrel... Não acredito que o Oliver foi mesmo capaz disso!

Sem força, ela se abaixa novamente e começa a soluçar.


 

É só quando os últimos raios de Sol deixam a capital bahiana que finalmente Pandora arruma forças para se levantar. Ainda chora.

Pandora: Como é que vou pra casa agora? Também perdi a Choquita. E Darrel tava certo: Oliver é capaz de qualquer coisa. Por que só fui acreditar nele agora que ele... Já...

Falta força em suas pernas e ela se apoia na parede.

Pandora: Que é que eu faço... Vou ter que ir ver mainha mesmo, já que estamos em Salvador... Não tem como eu ir a Floatibá desse jeito. Não agora. E Darrel...

“Amanhã eu pego um ônibus pra Floatibá... Mas pra quê? Que sentido tem eu voltar praquele hotel?”

“Sabe? Eu queria ser mais forte. Eu tinha que ter voltado pra ver se Darrel tava bem. A gente é parceiro também, né? E eu deixei o bichinho lá. A, e se ele ainda tava vivo? Eu deixei ele na mão do doido do Oliver!”

“Mas eu sou fraca... Eu nunca que daria uma doutora. Gosto nem de ver sangue. Queria tanto que o meu amor tivesse aqui comigo agora...”

Ela se senta novamente, incapaz de continuar.


 

Pandora: Sabe de uma coisa? Eu não posso deixar Darrel assim não. Terminar como um indigente. Ele também só tinha a mim pra contar. Me resolvi. Vou lá ver como ele está.

Ela se levanta e enxuga as lágrimas.

Pandora: Você tem que ser forte, Pandora. Chega de ser essa menina dependente de todo mundo. O mundo é cruel e você tem que encarar as coisas sozinha! Chega de ser besta!

“Mas e o que vou fazer da minha vida daqui pra frente sem meu dengo?”

“Tenho que seguir em frente. Trabalhar e...”

“Droga! Droga! Droga! A SysAtom nem existe mais! Trabalhar onde?”

“Posso arrumar um emprego em Salvador mesmo, né?”

“Mas e o Oliver? Se ele vem atrás de mim? Ai...”

“Darrel tava é certo. Ele não vai parar. E alguém vai ter que dar um jeito nele. E não tem mais ninguém pra fazer isso, só sobrou eu.”

“...”

“Como é que eu vou fazer pra enfrentar aqueles trogloditas sozinha? Sem Darrel?”

“Não importa. Tenho que dar um jeito, né? Eu disse que tenho que ser forte. Se tiver que enfrentar esse povo eu vou ter que enfrentar.”

“De qualquer forma o que eu tenho a perder mesmo? O que tinha pra perder eu já perdi... Meu emprego, meu dengo, minha voz... Meu cabelo também tá uma droga...”

“Ah, vou começar a ser mais adulta. Vou começar indo ver o corpo de... De Darrel...”


 

Pandora se aproxima local onde houve o confronto à tarde. Caminha com receio até o container caído.

Pandora: Darrel?

Ela caminha ao redor do container, que está um pouco amassado nas quinas, e não vê corpo, nem sangue.

Pandora: Ai, que meu Darrel escapou?! Só se a caixa cai bem... Não, Pandora, ainda tem esperança... Se a caixa tivesse caído em cima dele aqui ia tá tudinho melado de sangue... DARREL!?

Ela vai até a porta do container ao notá-la destrancada.

Pandora: Será? Não é possível...

Ela faz força e consegue abrir uma porta o suficiente para entrar, mas a porta pesada a fecha dentro.

“Muita calma... Está muito escuro aqui e quase que eu caio tropeçando nessas coisas. A caixa é de metal então não dá pra dar choque, mas eu posso usar só um tiquinho e...”

De repente seus olhos começam a brilhar devido à pouca eletricidade que ela ativa. Pouco mas o suficiente para ver um corpo sobre as caixas.

Pandora: DARREL!!!

P. S.: Publicado inicialmente na Revista Espírito Livre.

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