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Uma Questão de Nome

O que é GNU?

Tudo começou com projeto de Richard Stallman. Um projeto que visava a criar um Sistema Operacional que fosse totalmente livre, que permitisse a um usuário desenvolver atividades em um computador sem que tivesse que se submeter a licenças nocivas para a sociedade. Licenças que cerceam, que negam o conhecimento e nos dizem que ajudar nosso vizinho não é uma coisa boa. Para isso surgiu o projeto GNU.

Como o habitat natural dos hackers naquele tempo eram sistemas Unix, o projeto de Sistema Operacional totalmente livre o adotou como guia. Então a ideia passou a ser a de recriar o Unix. Mas uma vez recriado, não seria mais Unix, seria “um outro Unix”, que seria livre. Então Stallman resolveu fazer uma piada nerd, que já era feita naquele tempo. Criou um chamado “acrônimo recursivo”, que nada mais é do que uma sigla que se repete dentro da própria definição. Alguém cria um software chamado Sure, outro cria um “INéS Não é Sure”, outro cria um “BUSAM é Um Sure Altamente Melhorado”... Esses dois seriam “acrônimos recursivos”. No nosso caso, o Sistema Operacional se tornou o “GNU Não é Unix”.

Mas não é só essa a brincadeira do nome GNU: há mais curiosidades a seu respeito e razões para a escolha desse nome. Uma delas é a pronúncia em inglês, que se aproxima de “New”. Outras razões se referem ao animal Gnu.

Gnu é um quadrúpede estranho que vive na África. Uma mistura de cavalo com mini-búfalo ou qualquer coisa parecida. Enfim, é um animal esquisito, o que tornou a escolha do nome ainda mais interessante. Como se não bastasse tudo isso, gnús se agrupam em manadas enormes, das maiores do reino animal, o que é bem conveniente para reforçar o conceito de Comunidade, que é tão importante em projetos de Software Livre.

O GNU e o Linux

O Sistema Operacional GNU estava quase pronto, mas a equipe terminou cometendo um erro ao tentar ser vanguardista demais. O kernel que escolheram desenvolver – o Hurd – seria baseado em microkernel. Imagine várias pequenas partes sendo executadas independentemente, trocando mensagens entre si. A ideia é muito boa, mas o problema estava justamente nessas mensagens. A equipe só veio notar quanto era difícil depurar essas mensagens quando já era bem tarde.

Tarde porque apareceu um outro kernel de Sistema Operacional Unix antes que o Hurd ficasse minimamente utilizável: o Linux. Isso terminou sendo muito bom, pois se não fosse o Linux, o GNU provavelmente demoraria ainda uns anos para se tornar utilizável. Mas houve um efeito colateral no fortalecimento do Linux: o nome.

Notem que o Projeto GNU foi idealizado por Richard Stallman, mas contou com uma equipe, tornando-se um projeto fundamental da Free Software Foundation (fundação também criada por Stallman). O nome GNU se refere ao projeto e toda a equipe que nele trabalhou, resultando em um Sistema Operacional quase completo. Então nos chega um kernel como quem não quer nada e assume todos os méritos. E o que era o Sistema Operacional GNU rodando em kernel Linux passa a ser chamado simplesmente de Linux.

Parece uma disputa de ego, não é? Mas a situação não é tão simples. O Projeto GNU está inteiramente fundamentado nas bases do Movimento Social do Software Livre, na visão de que o software ético é o software livre e que software privativo não é uma boa para ninguém, exceto financeiramente para seus próprios criadores. Do outro lado, o projeto Linux remete à imagem de seu criador e líder: Linus Torvalds. E o que Linus Torvalds pensa sobre tudo isso? Bem, para Linus, o importante é se divertir.

Resumindo a ópera: um usuário utiliza o sistema e se admira com ele. Então procura saber mais sobre ele. Dizem que o sistema que ele está utilizando é “o Linux”, então ele busca sobre Software Livre e Linux. O que descobre? Nada sobre as causas sociais, e toda a luta da Free Software Foundation termina comprometida por conta de uma palavra...

A “Licença GNU”

Além do Sistema Operacional, o Projeto GNU terminou criando muitas outras coisas. Desde o GNOME até... licenças de uso. Já vi recentemente um site que falava da GPL como “Licença Pública GNU”. Gente, não! Não existe uma “Licença GNU”! Não podemos nos referir desta forma. Simplesmente porque o projeto GNU oferece várias licenças. O “G” da GPL é de “General” e o GNU você coloca antes, sem abreviar: GNU GPL. Além desta ainda temos a GNU LGPL, a GNU FDL, dentre algumas outras. GNU General Public License quer dizer: Licença Pública Geral do projeto GNU, daí a necessidade de sermos específicos.

Conclusão

GNU é mais que um projeto, é um estado de espírito. Pense bem quando chamar o sistema somente de Linux, tenha cuidado para não estar deixando de lado tudo o que motivou essa importante luta. Falam que GNU/Linux é longo e que Linux é uma forma de resumir, mas não se pode deixar o principal fora do resumo...

P.S.: Foto Gnus in Ngorongoro, de appenz.

Special: 

BeBook Club e os E-book Readers

Ler no computador é um saco. Esta é a verdade, e o que tem dificultado por anos a popularização de livros digitais. Formatos, já existem vários. Softwares leitores, também. Mas aquela tela brilhante intimida qualquer um. A leitura de texto oriundo de uma fonte luminosa é cansativa e já temos que lidar com isso o tempo todo para e-mails e blogs... Como popularizar livros digitais? Bem, a realidade está mudando, e a causa disso, a meu ver, não são os tablets e iPads (que não passam de "computadores portáteis", com o mesmo LCD dos monitores), mas os Leitores de Livros Digitais e a tecnologia e-Ink.

Então, chegando fim de 2010, resolvi que, como escritor, já era hora de conhecer na prática esses tais leitores de livros digitais. Na ideia mesmo de estar por dentro do que está havendo no mundo nessa área. Fui pesquisar os modelos que havia por aí.

Antes, porém, já havia sondado os formatos de livros digitais da atualidade. O mais interessante parece ser o ePub, um formato aberto baseado em XML, que torna os livros fluidos. Tá, tem o PDF, tem o TXT, tem o HTML... Mas um formato pra e-book mesmo é mais apropriado. Mais flexível que o PDF, adapta-se à tela sem ficar desconfortável de ler (letra pequena demais). Bem, vamos aos candidatos.

Kindle - O mais famoso da atualidade, lançado pela Amazon. A partir de 139 dólares, preço ótimo! E com suporte a internet sem fio. Não se adequava para mim por não suportar o ePub. Ao invés disso, a Amazon prefere investir em um formato privativo, exclusivo dela. Isso pode ser um "e daí?" para a maioria dos usuários, mas não é quando a gente analisa o cenário global, para quem entende da importância de padrões abertos para a sociedade. O Kindle é hoje, em menor proporção, o "AutoCAD dos e-books" ou o "Corel Draw dos e-books", tentando se firmar com seu formato privativo, para ficarmos dependentes dele.

Ao cortar o Kindle por conta do ePub, pode lhe parecer que estou sendo radical, que estou procurando um equipamento alienígena, mas não. A ampla maioria dos modelos no mercado suportam sim ePub. O Kindle é que está na contra-mão e, por ter muita gente indo na dele, é que se sustenta. Os da Sony, por exemplo, suportam ePub.

No momento da pesquisa que fiz, o único modelo disponível no Brasil era o Positivo Alpha. Pareceu-me muito bom, inclusive por trazer o dicionário Aurélio integrado, mas R$ 700,00 reais considerei um valor um tanto alto e fora da realidade para o dispositivo (na prática, o que comprei ficou até um pouco mais caro que isso, depois de Fedex e alfândega). Ah, o Positivo Alpha também suporta ePub.

Dentre os modelos que pesquisei por aí afora terminei finalmente encontrando um que vendia para o Brasil e que não estava tão caro. BeBook. A Endless Ideas - o fabricante - é uma empresa holandesa e tem alguns variantes de leitores de livros digitais: BeBook Club, BeBook Neo, BeBook One e BeBook Mini. Comprei o BeBook Club, que estava a um bom preço e tinha alguns recursos interessantes. Por 179 dólares (e nem tem wi-fi).

Especificações Técnicas

Primeiro, o BeBook Club tem tela de 6 polegadas em tecnologia e-Ink. Essa tecnologia é uma maravilha, pois desenha a tela sem usar luz, de modo que a tela do aparelho realmente se assemelha muito a papel, não cansando a vista. É o que faz toda a diferença. Além de consumir pouquíssima energia: a duração de bateria de um e-book reader é medida em viradas de página! A do BeBook Club dura 12.000.

Suporta os formatos ePub e PDF, além de ler arquivos .doc, .txt, .HTML, .djvu, .chm, .fb2 e mobipocket. Para quem não conhece, Djvu é um formato aberto "concorrente" do PDF, enquanto fb2 e mobipocket são formatos próprios para e-book. O chm é da Microsoft, utilizado para montar ajuda nos programas para Windows. Bem, o BeBook Club suporta todos esses. Não gosto da ideia de proteção de arquivos por DRM (Digital Right Management), mas se você se interessa pro isso, o BeBook Club suporta DRM da Adobe nos formatos ePub e PDF.

Também suporta arquivos de imagem nos formatos JPG,Tiff, Gif, Png e Bmp. Claro, pela tecnologia adotada, a gradação de tonalidades não é perfeita, além de ser monocromático. Mas suporta.

Também reproduz audio em MP3 e Wave, podendo tocar músicas enquanto lemos algum livro. Não possui caixa de som, mas sim saída P2 para fones de ouvido.

Suporta cartão SD, a alimentação é feita via uma porta mini-USB e um cabo que liga na USB (o cabo é desses comuns e o produto vem com um deles de boa qualidade).

Impressões

Agora vamos às minhas impressões sobre o produto. Acho que já deixei claro o quanto gostei da tecnologia e-Ink. Realmente faz toda a diferença. O lado ruim é que não dá pra ler se você estiver em um ambiente escuro, mas isso é o de menos, quando consideramos o conforto visual equiparável ao do papel.

Não dá pra ler no escuro: o e-Ink é tecnologia muito diferente do LCD.

Não apenas papel, mas papel reciclável, já que a tela também não é tão branca assim. É realmente muito confortável.

Não sei a razão, mas o meu BeBook não se deu muito bem com cartão MiniSD dentro daqueles adaptadores para slot SD. O cartão fica desmontando o acesso e remontando, constantemente. Usar um cartão genuinamente SD resolve o problema. Sua capacidade interna é de 512 mega.

É simples o seu uso. A barra de progresso de leitura no rodapé da tela ajuda a gente a se posicionar. Ele é fino e praticamente não esquenta nada (ao contrário do tablet que eu tenho).

O interessante é que só depois notei que a Endless Idea disponibiliza o código-fonte do sistema dos seus leitores digitais (menos do Club, mas não deve ser muito diferente do One e do Neo). É uma implementação baseada em Linux. Mais um ponto a favor do produto.

Problemas

Agora o lado ruim. Como eu disse no começo do artigo, eu comprei para o Natal. O fato de estar escrevendo este artigo apenas agora já dá uma suspeita de que houve problemas, não é? Pois houve.

Primeiro, a entrega é realmente rápida. Menos de quinze dias. Em compensação, eles enviam via Fedex. A taxa é alta e a alfândega é paga antecipadamente por eles, justamente para agilizar. Assim, no fim das contas, contando com a capinha, que comprei também, um BeBook Club de 179 dólares saiu por mais de R$ 700,00. Seria mais negócio talvez ter comprado um Positivo Alpha, economicamente falando, mas o BeBook Club é um bom produto.

Logo que chegou, em pouco tempo, tive um problema com a memória interna de armazenamento. O leitor começava a reiniciar sozinho. Conectando-o no computador via USB e rodando o fsck.vfat, recebi erros de Entrada/Saída. É, flash defeitudoso...

Entrei em contato por e-mail e eles pediram para enviar o produto de volta. Usei a conta Fedex da Endless Ideas para envio, de modo que não houve gastos adicionais de minha parte no envio daqui para lá.

Após contatos por email e tentativas deles, eles não encontraram erro. :-/ Felizmente, mandaram-me um novo e este novo está funcionando bem por enquanto. Só o envio, que teve uma taxa que tive que pagar. Acho que é imposto de importação sobre o frete ou alguma viagem do tipo... Povo explorador! Em compensação, o trajeto de lá até aqui levou menos de uma semana!

Conclusão

Acredito realmente que os leitores de livros digitais vieram para ficar. Vão finalmente trazer para a Indústria Editorial o drama que a Indústria Fonográfia vive. Basta baratear os produtos. Isso é ruim? De modo algum! Sempre se reclama que as pessoas por aqui leem pouco! Espero que esse novo brinquedo termine por estimular a leitura. O e-Ink realmente faz diferença.

Hoje eu compraria um Positivo Alpha, ou mesmo um tal de Gato Sabido (que na verdade é apenas o Cool-ER lançado no Brasil com outro nome). Porém, não me arrependo de ter comprado o BeBook Club. No fim das contas, é questão de escolha mesmo de sua parte. O custo fica quase o mesmo e a entrega é muito ágil, mesmo sendo em outro país. Ah, detalhe! O Gato Sabido tambémePub (até parece que só o Kindle não lê).

Se for comprar um tablet ou um iPad pensando principalmente em livros digitais, recomendo que repense essa decisão. Se for para email e outras funções mais, tudo bem, é a melhor opção.

Em sites chineses que acompanho, ainda não chegou a tecnologia e-Ink, este é o alerta que dou! Tem alguns e-book readers por lá, mas todos usam LCD. Não é a mesma coisa e não sei se vale a pena. Entre um leitor com LCD e um tablet, preferia o segundo.

Enfim, vamos em frente! Cada vez mais compartilhar conhecimento e cultura!

Special: 

BrOffice Farm - A Revolução dos Bichos

Antes de mais nada, preciso dizer que não sou membro efetivo nem da comunidade BrOffice, nem da ONG BrOffice.org. Conheço o trabalho do Claudio Ferreira Filho (por alto, de longe, mas conheço) desde a época em que a comunidade se chamava OpenOffice.org e nem se pensava em ONG. Hoje contribuo apenas com o projeto da Revista BrOffice, através da série Redblade, que vem sendo publicada lá. Penso eu que é mais uma contribuição deles me cedendo espaço do que uma contribuição minha fornecendo material, mas enfim...

Tive o prazer de conhecer pessoalmente essa personalidade do Software Livre nacional, inclusive o entrevistei há vários anos na Semana Azul (um evento online que fiz na época que tentava difundir a tecnologia Mozilla de desenvolvimento de aplicações). Tenho uma grande admiração pelo Claudio. Ultimamente conversamos pouco, mas a gente sempre trocava ideias via Jabber. Não foi à toa que o meu segundo cordel na área de militância foi justamente o Cordel do BrOffice.

Para resumir a história...

  1. Claudio conheceu alguns softwares livres e começou a utilizar, constatando sua qualidade.

  2. Ao pesquisar mais sobre o porque de esses aplicativos estarem ali disponíveis a qualquer um, ele descobriu o movimento pelo Software Livre e ficou maravilhado.

  3. Seu espírito escoteiro desejou de alguma forma contribuir com os projetos. Logo encontrou um modo: iria manter a tradução de alguns programas para Português Brasileiro.

  4. Nasceu o Complexo Claudio Ferreira. Um site no Geocities onde o Claudio mantinha tradução do GIMP, Mozilla Suite (Firefox nem sonhava ainda em nascer) e, claro, o OpenOffice.org.

  5. Daí nasceram as comunidades nacionais para os três programas. Com o crescimento dessas comunidades, o Claudio foi deixando as "filhotas" caminharem sozinhas e concentrou seus esforços mais no grupo que traduzia o OpenOffice.org. O grupo se chamava OpenOffice.org.br.

  6. Na luta para que o OpenOffice.org fosse adotado por empresas e na esfera pública, Claudio notava uma dificuldade cada vez mais evidente: empresas públicas têm processos (e grandes empresas particulares também) e é muito difícil que se contrate serviços de pessoas físicas. Era necessário alguma entidade burocrática que desse segurança no relacionamento com esse pessoal.

  7. Paralelamente, uma empresa brasileira questionava o nome da comunidade. "OpenOffice.org.br" não poderia ser utilizado porque essa empresa havia registrado (alguns anos antes) a marca "Open Office".

  8. Unindo os dois problemas, Claudio decidiu criar o BrOffice.org. Seria uma marca nova, encapsulando a marca "OpenOffice.org" no Brasil (evitando confronto jurídico com a tal empresa da marca "Open Office") e, aproveitando a situação, nascia também uma ONG. Uma pessoa jurídica cujo principal propósito seria o de apoiar a comunidade brasileira que havia em torno do então BrOffice.org.

Talvez haja uma ou outra imprecisão. Talvez pareça uma história muito romântica, mas com base no que me lembro dos fatos, o que aconteceu não foi distante disso. Desde sempre Claudio é uma pessoa preocupada com os aspectos sociais e com a comunidade. Este é o presidente da ONG BrOffice.org.

Acontece que este ano o Claudio publicou uma carta aberta, esclarecendo qual o papel da ONG e trazendo à tona um problema: um novo conselho administrativo estava desvirtuando tudo, tentando controlar a comunidade para satisfazer interesses pessoais. A carta de Claudio é uma denúncia.

E agora temos um abaixo assinado pela comunidade exigindo algumas ações, na esperança de se reverter tudo isso e que a ONG BrOffice.org volte a ser uma ferramenta de apoio à comunidade e não ao umbigo de alguns. No manifesto deste abaixo-assinado, falam até em perseguições ao Claudio por membros do novo conselho.

Visitem lá e ajudem a mostrar a força da comunidade, que merece respeito; do presidente Claudio, que merece respeito; contra esse grupo de aproveitadores!

Agora, só para concluir. Assisti recentemente ao filme A Revolução dos Bichos, baseado na obra de George Orwell. Recomendo que assistam. É absurdamente fácil traçar um paralelo entre o teatro criado pelo autor e a realidade do BrOffice. Os porcos tomaram o poder e fico feliz ao ver que os outros animais perceberam que Snowball é que está certo e ver que estão se juntando do lado dele contra Napoleão. Ainda há esperança! Vamos reverter essa presepada!

Splitweet - para quem tem muitas contas

Digamos que você tenha uma banda, um grupo de usuários de Sotware Livre e uma empresa, e desenvolve um software que é ao menos umpouco conhecido por aí afora. Tá, nem precisa tanto. Digamos que você esteja em apenas uma destas situações ou em qualquer outra que justifique você ter mais de uma conta no Twitter.

Aconteceu algo assim comigo há uns meses e eu testei clientes para Twitter que suportassem múltiplas contas. Na época nenhum me atendeu. Então terminei encontrando o Splitweet e venho utilizando este serviço até hoje. É um serviço muito bom e que vem se aperfeiçoando pouco a pouco. Hoje mesmo vi que já permite seguir/deixar de seguir contatos a partir dele (antes não fazia isso). Bem, vamos falar um pouco dele...

O site dele é http://www. splitweet.com/.

Como você pode ver, a tela inicial dele já traz um formulário simples para cadastro de nova conta. Isso é bacana por um lado, mas por outro a gente se confunde no começo. Terminamos colocando login e senha no formulário de cadastro quando estamos querendo apenas efetuar login. É o mal da simplicidade do formulário de cadastro e de sua presença na tela inicial. Mas nada muito grave.

O interessante é que ele suporta diversos idiomas e já se modifica para Português automaticamente. Se não, basta selecionar manualmente a nossa língua no menu superior.

Viu? Até Esperanto ele suporta!

A interface do Splitweet é bastante simples. No bloco similar ao do Twitter, podemos escrever nossos microposts e twittar, inclusive twittar ao mesmo tempo para mais de uma conta cadastrada. Os três botões embaixo da área de edição são links rápidos para serviços de mapa, foto e redução deURL. Os dois primeiros confesso que nunca utilizei, mas o de redução de URL eu utilizo direto.

Ele também mostra a estimativa da audiência do seu post com base nas contas Twitter nas quais você vai postar.

Embaixo temos os tweets do pessoal que nós seguimos, misturados os das contas cadastradas. Isso, podemos ver os tweets do pessoal que seguimos em todas as contas, ver tudo em um canto só. Inclusive, se seguimos alguém com mais de uma conta, o tweet aparece uma vez só. Uma bolinha no canto direito de cada tweet diz com qual das contas cadastradas nós seguimos aquela pessoa.

O painel lateral traz duas situações: um monitor de marcas e as últimas respostas que recebemos (tweets nos quais fomos citados).

Adicionar uma conta é bem simples. Não sei quantas podemos ter. Eu tenho três e pelo menos com estas três tudo tem funcionado muito bem por aqui.

Para adicionar uma conta, basta clicar em autenticar e...

...Somos redirecionados para o Twitter, onde podemos colocar login e senha para permitirmos que o Splitweet acesse nossa conta. Assim não precisamos fornecer senhas ao Splitweet. Precisamos só autorizá-lo.

Claro que antes disso você já deve ter criado a conta que quer adicionar, dentro do próprio Twitter.

Outra coisa bacana do Splitweet é o acompanhamento de marcas. Nada mais é do que colocar palavras-chave para o Splitweet ficar monitorando. Sempre que uma dessas palavras-chave for citada por alguém, ela aparecerá lá naquele bloquinho lateral, lembra? Na página principal? Pois é...

Enfim, eu estou gostando muito do Splitweet e o utilizo há meses! Realmente é o tipo de serviço gratuito que recomendo!

Aproveitando... Os três twitters que mantenho lá, para quem se interessar em acompanhar, são @carlisson (o meu principal), @infinnita (da minha banda) e o @guslabot (do GUSLA - Grupo de Usuários de Software Livre de Arapiraca).

Um pouco sobre Ufologia

Ocorreu ano passado algo interessante nas assembleias da ACALA (Academia Arapiraquense de Letras e Artes) e acho que nem cheguei a comentar por aqui. Antes de mais nada, vale dizer que as nossas assembleias, nós dividimos em dois momentos: o momento para discussão de assuntos administrativos, projetos e atividades gerais de uma Academia de Letras; depois um dos acadêmicos apresenta um tema, como uma palestra interna.

O palestrante é escolhido previamente, até para que se prepare para a palestra. Pois bem, o Dr. Judá Fernandes há alguns anos começou a escrever cordéis e, em uma palestra, ele expôs seu novo cordel falando que a Terra era o centro do Universo. O argumento para essa afirmação é que não haveria outros planetas com vida, então, as coisas giram em torno de nós porque os acontecimentos mais importantes para alguém seriam por aqui mesmo.

Um argumento interessante, mas... Dizer que não existe em definitivo vida fora da Terra é um tanto radical. Então terminei comprando a "briga" e me colocando como palestrante posterior para tratar de Ufologia.

Não dá para dizer que com certeza existe vida fora da Terra, mas também não dá para dizer que com certeza não existe. Quem afirma que tem certeza na existência ou tem razões no seu próprio universo de experiências pessoais ou está fazendo um salto de fé. Quem nega categoricamente está fazendo um salto de fé. Como em religião e na postura radical cientocrata.

Até aí ainda vá lá agora dizer que todos os casos de relatos de discos voadores são besteira é um pouco demais. Foi o que me motivou a pesquisar e tratar do tema na assembleia seguinte. Quantos relatos existem? Todas as pessoas que relataram são loucas ou mentirosas? Até a ciência aceita a existência de Objetos Voadores Não Identificados (sem julgar o que são, se são naves, fenômenos atmosféricos ou o que mais, afinal, são não identificados).

É interessante que eu lia um pouco de Ufologia antigamente e tinha a recordação de que Ufologia era algo sério, que eles tinham bons métodos, por exemplo, para identificar fraudes em fotos (e que realmente a grande maioria das fotos de discos voadores que apareciam eram fraudes). Pois bem, vamos começar...

Segundo a Wikipedia, a Ufologia é o estudo de relatos, registros visuais, evidências físicas e demais fenômenos relacionados a objetos voadores não identificados, ou OVNIs. Há algumas teorias para explicar OVNIs, que se agrupam assim:

  1. Hipótese de serem algo relacionado a vida extraterrestre (geralmente naves, tripuladas ou não);
  2. Hipótese de naves humanas avançadas (como aconteceu no passado com alguns veículos experimentais bélicos estadunidenses);
  3. Hipótese interdimensional, segundo a qual OVNIs seriam naves vindas de um universo paralelo ou que são naves humanas vindas do futuro.
  4. Hipótese da explicação natural, que prega que os fenômenos são fenômenos perfeitamente naturais, porém ainda não conhecidos em profundidade pela Ciência;
  5. Alucinação e histeria coletiva
  6. Que são frutos de alguma atividade paranormal
  7. Fraude

Estas são as principais teorias e nada impede que mais de uma esteja certa, a depender do caso. Quem somos nós para sabermos hoje o que ocorre de fato?

Explicação Natural

Na linha de explicação natural, achei interessantes alguns fenômenos atmosféricos.

Podem se formar na atmosfera, não se sabe exatamente como, círculos de plasma ou de gás ionizado em cor vermelho-alaranjada, capaz de atingir 100 km/h e interferir em comunicações de rádio. O fenômeno existe mesmo, ainda não se sabe muito sobre ele. Chamam-se raios globais.

Há também o clássico fogo corredor ou fogo fátuo. Este ocorre em pântanos, brejos... É fruto da combustão da fosfina (tá, não sei o que é isso), gerando uma luz azulada. O curioso é que esse fenômeno atmosférico é sensível a deslocamento de ar, de modo que se alguém vê isso e foge pode ter a sensação de estar sendo seguido.

Durante a Segunda Guerra Mundial, um fenômeno foi muito comum. Esferas alaranjadas perseguiam aviões. De início, pensaram que poderia ser alguma arma nova dos alemães, mas depois se revelou que os pilotos alemães relatavam o mesmo fenômeno, que ficou conhecido como Foo Fighter e para o qual até hoje ainda não há uma explicação satisfatória.

Na Wikipedia há diversos casos de relatos de OVNI. Os dois mais interessantes que encontrei foram o de Travis Walton e o que ficou conhecido como a Noite Oficial dos OVNIs. Aqui apresento os dois casos conforme encontrados na Wikipedia no dia em que pesquisei, mas transformados em tópicos.

Caso de Travis Walton

  • 5 de novembro de 1975

  • Travis Walton era lenhador e mais 5 amigos

  • 5 de novembro

  • Subitamente perceberam uma estranha luz no meio das árvores e resolveram investigar. Ao se aproximarem de carro o bastante para ver a fonte da luminosidade, perceberam que esta emanava de um objeto discóide parado a uns 6 metros de altura e dividido por linhas verticais escuras.

  • Rogers estava parando a caminhonete quando Walton saltou do veículo para ir em direção ao objeto. Quando seus amigos viram o que ele estava fazendo gritaram para que voltasse. Walton parou por um momento, e depois continuou. Mais tarde ele explicaria a sua atitude: "Eu fiquei com medo do óvni ir embora e eu perder a chance da minha vida de ver um disco voador."

  • Colocando-se bem abaixo do óvni, Walton ouviu uma série de ruídos mecânicos. Seus amigos, ao pé da picape, continuaram a chamá-lo, quando de repente a espaçonave começou a rodopiar. Walton se abaixou atrás de uma pedra e ao se levantar para voltar à picape sentiu como que uma alta descarga elétrica e desmaiou. Ele não viu o que o acertou, mas seus amigos sim: um forte raio de luz azul saído do óvni.

  • Walton foi jogado para o alto e caiu a 3 metros de distância, totalmente inconsciente. Aterrorizados, seus amigos fugiram em disparada na picape, sem saber se o objeto os perseguia. Quando já estavam distantes do local, Rogers olhou para trás e viu que nada os seguia. As discussões começaram sem demora. Peterson e Rogers disseram que eles deveriam voltar e pegar Walton, mas alguns rejeitaram a idéia. Nesse momento, Rogers parou a caminhonete e disse com firmeza: "Quem não quiser voltar saia do carro agora e espere! Agimos como um bando de covardes, é verdade, mas precisamos fazer o que devíamos ter feito em primeiro lugar!"

  • Todos concordaram em voltar. Ainda estavam se aproximando do local do incidente quando Rogers, o motorista, conseguiu ver rapidamente entre as árvores, ao longe, o objeto luminoso subindo e afastando-se a alta velocidade para nordeste.

  • Quando chegaram ao lugar onde haviam abandonado Walton, estava tudo quieto. Ainda receosos, saíram do veículo juntos, mas acabaram por se separar para vasculhar melhor a área, chamando pelo amigo. Inicialmente eles ficaram aliviados por não encontrar nenhum corpo, achando que Walton havia escapado. Mas depois de procurarem bastante e nada encontrarem, pensaram com horror na hipótese que restava: ele havia sido levado pelo disco voador!

  • Por cinco dias Travis Walton ficou desaparecido. Até mesmo os seus amigos foram suspeitos de tê-lo assassinado e inventado toda a história. Foram insistentemente interrogados pela polícia e todos tiveram as suas casas reviradas. Para provar que não mentiam, aceitaram se submeter ao detector de mentiras, que não acusou qualquer inverdade. Durante os três primeiros dias do sumiço de Walton, dezenas de policiais e centenas de voluntários vasculharam a floresta. Foram usados até helicópteros e cães farejadores, sem resultado.

  • 10 de novembro, Travis liga para o cunhado pedindo ajuda.

  • Quando voltou a si, estava cheio de dores pelo corpo, num enorme mal-estar físico. Nos primeiros instantes não se atreveu a abrir os olhos, tal era a dor. Finalmente os abriu e começou a distinguir as primeiras formas. Percebeu que estava deitado sobre uma mesa e viu um retângulo no teto do qual saía uma luz difusa que iluminava a sala. Pensando estar num hospital e ainda com a visão debilitada, ele sentiu uma pressão no abdômen e percebeu que três figuras, provavelmente médicos, vestidos de vermelho, colocaram um estranho aparelho metálico na sua barriga.

  • Walton começava a achar estranha a cor das roupas dos "médicos" que o examinavam quando recuperou a visão abruptamente. Olhou então melhor e ficou chocado: não eram médicos que o observavam, mas sim pequenas criaturas com olhos escuros enormes! As suas cabeças eram desproporcionais em relação ao corpo e não apresentavam cabelos nem nariz ou orelhas salientes. As suas roupas eram constituídas por uma peça única, sem cintos nem qualquer tipo de adereços. "Pareciam com fetos", diria mais tarde.

  • Assustado, Walton levantou-se rapidamente da mesa empurrando uma das criaturas e fazendo o aparelho que estava na sua barriga cair no chão. Ele percebeu que os seres eram bem leves e fáceis de derrubar. No entanto, Walton ainda estava muito enfraquecido e não conseguiu se agüentar nas pernas, apoiando-se na mesa. Ao ver que as criaturas aproximavam-se para agarrá-lo, tentou então vencer a sua fraqueza, pondo-se de pé e agarrando um tubo transparente de cima da mesa. Tentou quebrar a parte de cima para poder ameaçar os seres, mas o objeto era inquebrável. Os seres faziam sinais de "não" ou "pare" para ele. Walton começou a gritar para as criaturas se afastarem. Depois de o encararem por alguns instantes, os seres saíram por uma porta atrás de si rapidamente, em direção a um corredor à direita.

  • Walton, nervoso, e apoiando-se numa bancada, começou a observar os estranhos objetos do aposento à procura de algo melhor para se defender caso as criaturas voltassem.

  • Vendo que nada acontecia, decidiu também ele sair pela porta em direção ao corredor, onde não se via ninguém. Passou por uma porta à esquerda que dava para o que parecia ser uma sala, mas não se atreveu a olhar lá para dentro, tal era o medo. Mais à frente, outra porta, desta vez à direita. Walton abrandou o passo, na esperança de encontrar ali uma saída.

  • Entrou numa sala redonda com três retângulos nas paredes, semelhantes a três portas fechadas. No centro da sala estava uma cadeira voltada de costas para a entrada. Walton decidiu entrar devagar, receando que alguém estivesse sentado na cadeira. Vendo que estava desocupada, aproximou-se. Observou um estranho fenômeno: à medida que se aproximava da cadeira, as paredes da sala iam escurecendo. Pontos brilhantes apareciam, como estrelas. Quando chegou à cadeira, era como se as paredes tivessem ficado transparentes e ele pudesse ver o céu noturno. No braço esquerdo da cadeira ficava uma pequena alavanca e no direito um display luminoso com filas de botões coloridos. Pensando que um daqueles botões podia abrir alguma porta, Walton começou a apertá-los, sendo a única reação uma alteração dos ângulos e da posição das linhas que surgiam no display luminoso. Decidiu então sentar-se na cadeira, obviamente feita para alguém com um corpo menor que o seu. Pegando na alavanca à direita e pressionando-a para a frente, viu as estrelas todas moverem-se rapidamente para baixo, como se ele estivesse a conduzir a nave! Receoso de causar um acidente, de desviar o curso da nave e não saber voltar, decidiu não tocar em mais nada.

  • Voltando para a extremidade da sala, as paredes voltaram a ficar como estavam ao princípio e ele tentou encontrar algo que abrisse uma das três portas na parede, sem sucesso. Voltou à cadeira e novamente as paredes escureceram. De repente, Walton ficou surpreendido pelo que viu na porta de acesso: outro ser humano! O humanóide tinha uns 2 metros e vestia um capacete transparente; era musculoso, tinha cabelos loiros compridos e vestia uma roupa justa azul.

  • Walton correu até ele e começou a fazer várias perguntas, mas o homem manteve-se calado. Depois, agarrou Walton pelo braço. Ele achou que o homem não respondeu nada por causa do seu capacete e pensou que ele o levaria para um lugar onde ele poderia tirar o capacete e conversar.

  • Eles finalmente foram a uma outra sala, onde Walton viu uma mulher e dois homens sentados na sala. Eles estavam vestidos iguais ao ser que o acompanhava e como ele tinham feições e corpo perfeitos. A mulher tinha um cabelo mais comprido do que os dos homens. Eles não usavam capacetes.

  • Walton chegou a perguntar "onde diabos estava". Os seres somente olharam para ele com uma expressão serena. O ser que estava de capacete sentou Walton numa cadeira e saiu da sala.

  • Walton continuava a falar, e a mulher e um dos homens pegaram seus braços e colocaram numa mesa próxima, mas ainda com aquela expressão de compaixão e serenidade. Ele viu que eles não iriam responder a nada e então começou a gritar com eles. A mulher pegou um objeto que parecia uma máscara de oxigênio, mas sem tubo, e colocou no nariz e boca de Walton que perdeu a consciência e só acordou quando estava deitado perto de uma rua em Heber.

  • Walton ainda pôde ver o objeto se distanciando quando ele acordou no meio da estrada. Depois ele correu até um posto de gasolina e telefonou para a sua irmã para pedir que alguém fosse pegá-lo, mas foi o cunhado, Grant, quem o atendeu. Grant foi com o irmão de Walton, Duane, apanhá-lo, e quando o encontraram, Walton começou a falar dos seres com quem estivera durante cerca de uma hora e meia. Grant imediatamente lhe disse que ele estivera desaparecido por cinco dias, ao que Walton reagiu com grande surpresa e só acreditou quando passou a mão no próprio rosto e percebeu como a sua barba estava crescida.

  • Depois Walton também foi examinado no detector de mentiras, que não acusou qualquer inverdade. O analista do polígrafo, Dr. Gene Rosenbaum, afirmou: "Este jovem não está mentindo… ele realmente acredita naquilo."

A Noite Oficial dos OVNIs

  • 19 de maio de 1986

  • Esta revoada de óvnis durou cerca de três horas, e foi observada nos estados de Goiás, São Paulo, Rio de Janeiro e Paraná. A situação chegou a tal ponto que o Comando de Defesa Aeroespacial Brasileiro (COMDABRA) considerou a segurança de voo ameaçada, principalmente em São Paulo, onde se concentra o maior número de rotas aéreas do país, e onde os óvnis estavam mais ativos.

  • Isso levou o alto comando da Força Aérea Brasileira a deflagrar duas operações de interceptação e perseguição dos OVNIs por caças F-5E e Mirage, uma partindo da Base Aérea de Santa Cruz (RJ) e outra de Anápolis (GO).

  • No dia seguinte, o então Ministro da Aeronáutica, brigadeiro Octávio Júlio Moreira Lima, deu uma entrevista coletiva à imprensa, juntamente com os pilotos dos caças, confirmando os acontecimentos, por isso os eventos daquela noite ficaram conhecidos como a Noite Oficial dos OVNIs. [1]

  • Em 25 de setembro de 2009 foi divulgado o relatório oficial da Força Aérea Brasileira sobre o caso, que diz: "Como conclusão dos fatos constantes observados, em quase todas as apresentações, este Comando é de parecer que os fenômenos são sólidos e refletem de certa forma inteligência, pela capacidade de acompanhar e manter distância dos observadores, como também voar em formação, não forçosamente tripulados."

Conclusões

Admiro muito o Dr. Judá, mas neste ponto discordo totalmente. Não quero dizer que haja necessariamente vida além da Terra (creio que haja, mas não tenho nada além da crença para te mostrar). O que quero aqui é que você pense um pouco nesse assunto antes de torcer o nariz e berrar que vida só existe aqui na Terra. Afinal, se tanta coisa ainda não foi explicada de maneira satisfatória (e tantos tentaram explicar), não há margens para certeza no sentido oposto. A menos que você tenha nisso.

P.S.: Ilustra este post uma foto de DuncanCV.

Special: 

O Que Inspira

De onde vem a inspiração do poeta? Depende do poeta. Poeta é um sujeito engraçado que precisa de algum componente externo para transformar em arte.

Há os que transformam informação em arte. Vertentes filosófica recém-aprendidas, notícias do cotidiano, descobertas científicas... E a poesia pode se tornar uma forma de facilitar a memorização desse conhecimento. Qualquer coisa que empolgue e passe por seus olhos ou ouvidos.

Há os colecionadores de histórias, que narram romances em versos. Histórias de amor impossível, batalhas perdidas, viagens e aventuras. Sempre histórias de outros, sejam de carne e osso ou sejam personagens.

Há os guerrilheiros, que transformam a Poesia num rifle e partem para a batalha, denunciando injustiças, expondo ao mundo problemas que poucos conhecem ou que todos conhecem, mas poucos querem reconhecer. Fazendo da arte uma ferramenta de transformação social.

E há os que transformam sofrimento. Um imenso amor não correspondido, a perda terrível, a dor, meramente a dor. E a arte se torna uma terapia: falar da dor minimiza a dor sentida. Quantas obras divinas foram feitas desta forma, vindas das profundezas de um poeta que sofre?

Quantos tipos de poeta há mais? Os religiosos? Os cômicos, que usam a poesia como mero entrenimento? Há também os que misturam diversos gêneros. E há quem domine o dom da Poesia, podendo escrever o tipo de poesia que bem entender quando bem entender. Estes são poetas que dominaram seu talento e são capazes de fazer arte, mas sempre se surpreenderão com a inigualável grandeza daqueles outros poetas que ainda não "evoluíram". Aqueles poetas nos quais a Arte vive livre para ir e vir quando bem entender. E daí se às vezes demora a vir? Se quando vem, sempre traz toda a cor da primavera ou a fúria de um inverno glacial ou de um verão sertanejo? Bem melhor do que viver um eterno outono...

Special: 

ACTA - Golpe dos Atravessadores

Existe um documento que está circulando internacionalmente, originado pelas empresas atravessadoras, os exploradores de direito autoral.

Como não conseguem convencer a sociedade de que compartilhar conhecimento é crime, eles tentam mudar as leis e punir quem compartilhe. Desta vez os esforços dos famosos atravessadores, que exploram os direitos autorais de artistas em todo o mundo para garantir lucros exorbitantes, resultaram em um documento governamental sigiloso. ACTA (Anti Counterfeiting Trade Agreement) é um acordo sendo discutido entre governos mundiais por debaixo dos panos, na intenção de impor políticas e legislações mais severas contra o que eles chamam de "pirataria".

Trata-se de uma ação orquestrada bem estruturada que trará enorme prejuízo pra sociedade caso seja concretizada com sucesso, meramente para garantir os lucros desse povo. O mundo mudou e os modelos de negócio que eles usam não são mais tão lucrativos. Ao invés de se adaptarem aos novos tempos e buscarem novos modelos de negócios, os dinossauros querem leis que classifiquem muito mais que a metade da população como "criminosos".

O arquivo foi conseguido por alguém e está disponível em PDF. Confesso que ainda não li (nem sei o quanto poderei ler, nem até quando), mas se o documento faz o que tem se dito, mas é o mais provável, pelas ações desse grupo que temos acompanhado nos últimos anos.

Não sei vocês, mas isso tudo me dá nojo.

P.S.: Soube disso pelo Yorik no blog Trezentos.

Leia mais sobre a ACTA em português aqui.

Special: 

Feliz DIM'2010

Antigamente a cultura dizia que o homem deveria sustentar a casa e que a mulher teria como trabalho cuidar dos afazeres domésticos e da criação dos filhos. Um cenário altamente limitante e que colocava como maior meta feminina realizar um bom casamento para não passar fome. Afinal, ela seria sustentada.

Sobrevivemos melhor aos obstáculos da vida por termos várias vidas. Uma vida profissional, uma familiar, uma social, uma amorosa e outras mais, dependendo da pessoa. Assim, quando uma dessas vidas vai mal, as outras estão ali para nos ajudar a superar a fase. Por isso é tão terrível uma mulher viver para o casamento: qualquer problema nessa vida era o fim, pois ela não tem outra em que se apoiar. Assim era que mulheres infelizes no casamento não tinham mais nada pela frente: geralmente se matavam ou viravam freiras.

Os tempos mudaram e essa visão de que mulheres devem viver apenas para o casamento está muito fraca. Isso é ótimo, mas o irônico é que o que contribui para que assim seja não é apenas a visão de que mulheres deveriam ter direitos iguais, mas o capitalismo. Antigamente era comum um dos dois conseguir sustentar um lar, mas hoje em dia tal tarefa está cada vez mais difícil. Claro que é melhor assim, homens e mulheres precisam viver mais vidas, mas a vida é mesmo irônica e o Senhor Dinheiro nunca deixa de dar sua mordida. São conquistas que vêm a preços inesperados.

Tanto é assim que até hoje mulheres ainda têm tendência de ter salários inferiores aos dos homens para executar as mesmas funções. Não faz sentido, mas ainda acontece.

Feliz Dia Internacional da Mulher! E que a cada dia estejamos mais próximos dos desejados direitos iguais.

Foto original

Special: 

Ano Novo, Ideias Novas

Este artigo foi publicado na edição de janeiro da Revista Espírito Livre.


Ano novo, ideias novas (ou loucas, ou os dois)... Sempre tive ideias mirabolantes. Desde meta-linguagem de programação especializada para criação de módulos até... Até... Deixa pra lá... Pra vocês terem uma ideia, meu Trabalho de Conclusão de Curso de graduação foi IaraJS, que nada mais era do que um gerenciador de interface web baseado em componentes em JavaScript, orientado a objetos, com suporte a temas. Detalhe que na época nem se falava em WebStandards e Tableless e o IaraJs não fazia as coisas da maneira certa... Meu TCC de pós-graduação foi um processo para desenvolvimento de aplicações web atômicas, ou seja, aplicações web que funcionem bem tanto isoladamente como na forma de módulos. O AWA (o nome do processo) também tinha como característica o uso exclusivo de artefatos textuais: nada de diagramas e coisa e tal.

Algumas ideias que tive se tornaram realidade por outras mãos... Outras ainda nada. Perguntas que me fazia incluem: por que um Forge não pode ser também um Groupware e uma Rede Social? Por que não aproveitar as máquinas vizinhas durante uma atualização de segurança, criando-se um “apt-torrent”? Por que não botar código-fonte inteiro de um projeto dentro de um wiki, com editor realçando a sintaxe, permitindo compilar direto no servidor, baixando o snapshot binário? (essa última discussão inclusive nasceu junto com o Aurium, e alguém começou a fazer algo parecido por aí afora).

Uma rede social como o Noosfero podia funcionar de uma maneira um tanto parecida com Jabber: integrando várias instalações e permitindo compartilhamento de contatos... Inclusive esta sugestão já passei pro pessoal do Noosfero, mas não tenho como investir tempo na ideia e, embora interessante, este recurso não é a prioridade no momento.

Um servidor de arquivos de uma intranet (arquivos de uma empresa, por exemplo) poderia não existir fisicamente. Hoje temos computadores com discos enormes que terminam subutilizados quando concentramos os dados em um servidor. Por que não o servidor ser na verdade um grid das máquinas clientes, com algum grau de redundância nos dados para evitar riscos de não-disponibilidade?

Em 2009 fiz apenas um software minimamente interessante: o Prazems. É um software/serviço para ajudar blogueiros a manterem uma periodicidade na publicação nos seus blogs. Cadastra-se um blog, defini-se de quanto em quanto tempo se pretende publicar, fornece-se um usuário Twitter e pronto: sempre que atrasar na publicação, o blogueiro será lembrado via Twitter pelo Prazems. É uma necessidade que eu próprio tinha (já que mantenho mais de 3 blogs) e me tem sido útil (embora ninguém mais tenha testado: testadores são bem-vindos!)

Uma outra ideia que tive há pouco e que me fez pensar nessas ideias todas e escrever este artigo foi a criação de uma “rede de usuários”. Uma boa forma de estudar uma ferramenta é mantendo contato com outros usuários da mesma ferramenta. Imaginem então um cliente IRC que funcione quase como um “painel lateral” no desktop e que entre automaticamente nas salas correspondentes às aplicações que o usuário iniciou, mostrando a sala correspondente à aplicação em uso no momento. Imagine poder tirar dúvidas em tempo real e compartilhar curiosidades sobre o Audacity, o BrOffice ou o Inkscape com outros usuários. Cansou do recurso? Desativa o programa. Me pareceu mais uma ideia interessante.

Não tenho como investir na realização de ideias assim e por isso estou compartilhando com vocês. Vai que alguém com tempo livre goste e queira por adiante... Às vezes fico pensando... Eu devia arrumar um emprego onde eu só precise ter ideias novas e mirabolantes, até que seria uma boa.

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