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Feliz DIM'2008

Como já é tradição aqui no Bardo, hoje faço uma homenagem às mulheres. A homenagem deste ano, entretanto, é diferente das feitas em 2006 e 2007.

No Dia Internacional da Mulher deste ano eu lanço uma série de contos (ou novela, ou algum outro nome que até o momento desconheço). Inspirada no estilo Anime, mas na forma de contos (ou novela, ou... ah, vocês sabem).

Esta série, como animes, tem um enredo central. Porém, embora não seja o principal objetivo, um objetivo periférico é falar de machismo e luta feminista no decorrer da história.

Comecei a escrever pelo episódio 22, o que pode parecer (ou até mesmo ser) estranho. Após escrever os primeiros episódios, optei por publicar a série no formato tradicional, ou seja, começando por publicar o episódio 1 e não o 22. De qualquer maneira, gostaria de agradecer a Douglas "Scott", Kívia Vanessa e minha irmã Evelyn, que tiveram acesso ao episódio 22 e fizeram valiosa contribuição na forma de críticas, comentários e sugestões.

Ainda não sei a freqüência exata com que publicarei os cerca de 50 episódios que pretendo escrever. Talvez seja mensal, ou quinzenal, ou mesmo semanal, a depender de como arrumo tempo. De qualquer forma, espero até o episódio 3 já ter uma definição quanto a isso.

A série se chama Jasmim, nome da protagonista. Porque nem tudo que é belo é frágil. Espero que gostem! E feliz Dia Internacional da Mulher a todas vocês! E que todos, homens e mulheres, se lembrem de que este dia não é um dia de festa ("que bonitinho, a mulher tem um dia, vamos dar uma flor pra ela ficar feliz"), mas um dia de questionamentos. Nunca se esqueçam: existe um dia para lembrar que mulheres sofrem injustiça simplesmente por serem mulheres. Apenas dar um "feliz dim" ou uma flor não ajuda. Vamos ver o que podemos fazer para ajudar a construir um novo mundo de direitos iguais onde impere o equilíbrio.

Enfim, conheçam Jasmim.

Special: 

Seu próprio Blogroll usando Delicious

Antes de mais nada, blogroll é uma coleção de links para outros blogs. Este termo é como é conhecido internacionalmente, apesar de eu colocar em meu blog com o título Blogs amigos, tentando parecer mais amigável ao leigo (bom trocadilho, né?).

Já faz um bom tempo que mantenho esse Blogroll em meu blog. Para fazer esse blogroll antigo, eu usava dois serviços: o delicious com sua exportação para RSS e o módulo Drupal agregador de conteúdo, que é capaz de criar um bloco para um certo RSS.

Eu criei uma tag "blog" no Delicious e comecei a jogar lá todos os blogs que achava interessantes (freqüentemente, os blogs cujo RSS eu também assino). É daí que vêm minha lista de blogs amigos.

Mas havia alguns inconvenientes nessa estratégia, dentre os quais posso citar dois como principais: a dificuldade de personalizar o blogroll apenas, sem interferir em outros blocos gerados pelo mesmo esquema; e, o principal, a ordem em que aparecem os blogs ser a partir dos mais novos.

É interessante mostrar a partir dos mais novos, mas quando se trata de um blogroll com muitos blogs na fila, começa a ficar bem injusto, pois os blogs mais antigos terminam nunca mais aparecendo.

Como sera o ideal? Uma forma de pegar todos os blogs que cadastrei, escolher alguns deles (10, por exemplo) ao acaso e mostrá-los. Assim todos teriam chances iguais de aparecer.

Passei hoje no Delicious e descobri que ele oferece uma forma de manipular essas informações para apresentarmos da forma que quisermos. Sim, um arquivinho JavaScript com todo o conteúdo facilmente acessível.

A partir do exemplo que o Delicious apresenta, fiz um blogroll do jeitinho que eu queria, e mais: com o ícone de cada site!

Quem quiser usar essa idéia, fique à vontade! Aqui está o código, e você só precisa mudar o endereço http://del.icio.us/feeds/json/bardo/blog?count=100 no código, trocando bardo por seu login e blog pela tag que você usa, e definir em qtShow para a quantidade de blogs que você quer mostrar no seu blogroll. Claro que, desde que saibam o que estão fazendo, estão livres para mudar bem mais que isso no código...

<div id="myblogroll"></div>
<script type="text/javascript" src="http://del.icio.us/feeds/json/bardo/blog?count=100"></script>
<script type="text/javascript">
qtShow =13
function showImage(img){
return (function(){
img.style.display='inline'
})
}
function randOrd(a,b){
return (Math.round(Math.random()) -0.5)
}
ul =document.createElement('ul')
ul.style.listStyle ="none"
allp =new Array()
for (i in Delicious.posts){
allp.push(Delicious.posts[i])
}
allp.sort(randOrd)
last =(allp.length >qtShow) ?qtShow :allp.length -1
for(i =0; i <=last; i++){
post =allp[i]
li =document.createElement('li')
a =document.createElement('a')
a.style.marginLeft ='20px'
img =document.createElement('img')
img.style.position ='absolute'
img.style.display ='none'
img.height =img.width =16
img.src =post.u.split('/').splice(0,3).join('/')+ '/favicon.ico'
img.onload =showImage(img)
a.setAttribute('href',post.u)
a.appendChild(document.createTextNode(post.d))
li.appendChild(img)
li.appendChild(a)
ul.appendChild(li)
}
document.getElementById('myblogroll').appendChild(ul)
</script>

E pronto! É só colocar em um bloco no template do seu site e você tem o seu próprio blogroll, de facílima manutenção (é só adicionar links pelo Delicious).

Notas Anexas

Primeiro, o especialista em JavaScript aqui simplesmente não sabia que esta linguagem tinha uma estrutura de dados similar a Array (simplificado) sem usar a classe Array. Alguém sabe mais a respeito? Sabe um jeito mais prático de converter para Array ou contar seus elementos? Se alguém souber, eu agradeço!

Outra: se você tem um blog e tem acesso aos arquivos do blog, por favor coloque um favicon.ico na raiz do PATH do seu blog! Com isso, seu blog aparecerá com ícone nos blogs que usarem este código e te adicionarem.

O Poder das Barras Laterais

Se você utiliza um programa de navegador moderno e eficiente, provavelmente ele oferece um recurso que ultimamente tem sido esquecido pela maioria dos usuários e webdesigners: as barras laterais.

O que são sidebars

Você usa o Mozilla Firefox? Vá em Exibir, Painel e verá a lista de barras laterais disponíveis. Clique em qualquer uma delas pra vê-la funcionando.

Você usa o Opera? No canto esquerdo há uma lista de botõesinhos, um acima do outro (é muito botão pra um navegador só!). Clicando em cada um deles você ativa sua barra lateral para a função correspondente.

Você usa o Mozilla? O completo, e não o Firefox? Então simplesmente aperte a tecla *F9*. Você verá a lista de algumas barras laterais disponíveis.

Enfim, uma barra lateral (ou painel) nada mais é do que uma área retangular estreita e comprida que aparece na área à esquerda no navegador, ao lado da área de apresentação de páginas. Essa área pode apresentar conteúdo interessante, como é o caso da barra lateral What's Related do Mozilla, que encontra páginas que têm a ver com a página que você está vendo agora na área principal.

O que coloco nisso? (como uso isso pra melhorar meu site)

Um sidebar na verdade é apenas uma página HTML simples. No caso do Mozilla e do Mozilla Firefox, pode ser uma página utilizando XUL (linguagem própria de interface das aplicações Mozilla). Ou seja, você pode adicionar funcionalidades criando um pequeno programa que fique ao lado da página principal: uma calculadora, um chat simplório sempre presente, um formulário para publicação em blogs... São diversas as possibilidades, mas vejamos apenas os casos simples, que já oferecem bastante poder (e também funcionam no Opera). Você pode:

  • listar as últimas notícias - com contador de comentários entre parênteses ao lado de cada uma delas;
  • oferecer links diretos para as principais seções do seu site;
  • oferecer um formulário minúsculo para busca direta no seu site;
  • oferecer um sinalizador para seu status de online (aquela imagem pequenininha que diz se você está ou não online no momento) de ICQ ou Yahoo!;
  • colocar a previsão do tempo e cotação do dólar discretamente, embaixo de tudo isso;
  • o que mais você achar interessante.

Você pode fazer do sidebar um RSS com super-poderes, com muitas informações além das últimas notícias publicadas. Pense nele como um recurso adicional a se oferecer: se usuário quiser um RSS, usa um RSS; se quiser um Sidebar, instala o sidebar.

Um exemplo de aplicação para Sidebars é o instalador de Sidebars do The One Ring, sugerido pelo Hugo nos comentários. Fica em http://www.theonering.net/staff/corvar/cgi-bin/sidebar-inst.pl.

Criando um arquivo estático

Vamos então a um exemplo simples. Como fazer um sidebar estático com uma lista de links? Simples! Escreva um HTML normal (pensando no espaço reduzido) com única diferença: todo link que você pretende que abra na área de conteúdo do navegador deve ter target="_content".

E é só isso! Notícia 01 Mas é claro que você dificilmente vai querer algo estático. Da mesma forma que uma página normal, o sidebar pode ser também uma página PHP, JSP, Perl/CGI... O que você quiser.

Instalando a Sidebar no navegador

O próximo passo é criar um link para instalar o sidebar que você fez para o seu site. Conheço até o momento dois tipos de link: um para instalar nos navegadores Mozilla e outro para o Opera. Ainda não descobri um link para o Konqueror, se alguém souber comenta aqui!

Para instalar em um navegador mozilla, coloque um qualquer coisa que ative a seguinte função JavaScript (pode ser um link, um botão...): sidebar.addPanel("Site Teste", "http://www.tes.te/sidebar.php", "") Substitua o título do sidebar e o endereço para o arquivo pelos valores que desejar.

Para o Opera, você deve fazer um link normal para o arquivo, adicionando o atributo rel, desta forma: Instalar Sidebar ----

Concluindo

Espero que este texto traga um pouco de esclarecimento sobre o assunto. São poucas linhas, mas a coisa é realmente simples. O que espanta é a falta de popularidade de um recurso tão útil. Mas ainda há tempo para revertermos o quadro! Principalmente agora, com a ascensão do Firefox...

Abra sua mente

O mundo está repleto de tabus e convenções. Quando assumimos realidades forjadas como verdades absolutas limitamos muito nosso potencial criativo e nossas formas de interagir com o mundo.

Quase tudo são apenas convenções. Quanto é 7+7? 14?

7+7=2

Se analisamos um relógio analógico, este é o resultado obtido.

7+7=16

Em número octais, 7+7= (7+1)+6=10+6. Octais não têm os números 8 e 9.

7+7=E

De maneira similar aos números octais, mas desta vez falando de números hexadecimais.

7+7=...

Isso tudo foi considerando 7 como oitavo símbolo de representação de um dígito (0..7) e o sinal + como sinal indicativo de soma. Mas mesmo esses valores ainda são convenções e 7+7 pode ser muitas outras coisas.

Claro que convenções são muito úteis para que todos falemos a mesma língua, mas estejamos atentos a elas em nome de uma maior compreensão de tudo.

Special: 

Nova versão do Português em 2008

Segundo o Alessandro Martins, aquela velha mudança na nossa língua ocorre no início de 2008.

Segue a lista que ele publicou com as mudanças que ocorrem (em itálico), seguindas de meus comentários a respeito (sem itálico).

  • paroxitonas terminadas em o duplo perdem o acento circunflexo: voo, abençoo - este sinal realmente não tinha muita função a não ser estética. Pode-se dizer que se trata de uma correção bem-vinda, apesar da perda estética.
  • uso do hífen vai mudar (tudo bem, nunca aprendi direito mesmo) - nossa, essa é complexa! No recanto das letras há mais informações sobre esta mudança.
  • o acento circunflexo de conjugações como creem, deem, leem e veem deixa de existir - mesmo caso da primeira mudança desta lista...
  • fim dos acentos de diferenciação? Errado cara pálida. Vão surgir alguns casos de dupla grafia para fazer isso, como o uso do acento agudo na primeira pessoa do plural do pretérito perfeito dos verbos da primeira conjugação, tais como louvámos em oposição a “louvamos” e “amámos” em oposição a “amamos”. Isso eu achei besteira - O acento diferencial é um recurso interessante para garantir que a palavra desejada é esta e não aquela. Porém, no momento acho até aceitável que suma. Não entendi como eles tiram diferenciais e acrescentam outros. Pelo menos os novos seguem uma regra mais exata.
  • o trema desaparece completamente. Porém, conheço pouca gente que ainda escrevia lingüiça - O trema é necessário para que se saiba como pronunciar a palavra, o que pode parecer besteira para nós que estamos acostumados ao idioma, mas dificultará ainda mais o aprendizado da nossa língua por outros povos.
  • as letras k, w e y entram para as felizes integrantes do alfabeto: yoga, wasari e karatê - Não entendo a real necessidade do k, w e y na língua, já que suas funções têm sido muito bem substituídas por correspondentes. Não há uso das palavras adaptadas? Mas isso é porque o pessoal não valoriza o Português.
  • o acento deixa de ser usado para diferenciar pára (verbo) de para (preposição) - considero relacionado ao caso do acento diferencial (acima).
  • o acento agudo em ditongos abertos desaparece: jiboia, assembleia, claraboia,arariboia - Esta é a melhor de todas as mudanças e a mais esperada por mim. Ela corrige um bug no idioma.Vamos falar mais sobre isso...

O que é um acento? Não um tio ou um acento grave, que são de uma outra categoria... O que é um acento agudo ou cincunflexo? É um sinal que modifica a sílaba tônica da palavra. Simplesmente isso. Por exemplo, imagine a palavra inexistente "eblisuvo". Lendo-a assim, ela é paroxítona, naturalmente paroxítona. Se quisermos chamar diferente, usamos um acento. Por exemplo, "eblísuvo" ou "eblisuvô".

Partindo para palavras reais... Como você leria a palavra voo, se existisse? Certamente do mesmo jeito que "vôo". O acento nesse caso é um apêndice inútil. O mesmo ocorre com idéia, cuja pronúncia já é a mesma da ainda inexistente palavra "ideia". Pra quê acento nesses casos?

É, acho que teremos uma perda no trema, mas no final há boas correções nessa nova versão do idioma. Vamos esperar as primeiras gramáticas oficiais pra nos readaptarmos corretamente, né?

Paradoxos da Viagem no Tempo

Há duas formas de considerar viagem no tempo: uma possível e outra incerta. A possível significa fazer com que o tempo passe de maneira diferente para você em relação à sua terra. Esse tipo de viagem no tempo é feita por pilotos de avião, que ao fim de carreira somam uma diferença de seu próprio tempo para o da Terra de talvez alguns segundos. Esta é simples e o máximo que gera é o paradoxo dos gêmeos , que leva à condição de dois irmãos gêmeos, sendo um mais velho que o outro. O segundo tipo significa efetivamente deixar uma posição no tempo e saltar para outra, adiante ou atrás. Este sim é um assunto problemático.

Uma pergunta clássica para esse tipo de viagem no tempo é O que acontece se eu voltar no tempo e matar meu avô ? Claro, se eu matei meu avô antes de meu pai nascer, eu não nasci; se não nasci, como posso ter voltado no tempo e matado meu avô? Se você está escrevendo uma história de ficção, há formas de contornar o paradoxo, amarrando os acontecimentos e impedindo que modificações aconteçam, mas se você já ouviu falar da Teoria do Caos, sabe que isso na prática seria meio impossível... Você também pode ativar gatilhos, ou uma revolta natural levando a acontecerem absurdos mais inimagináveis naturalmente só para regular o tempo. Ou então, simplesmente, dizer que o paradoxo leva a um colapso no espaço-tempo e destrói tudo.

Mas acontece que essa não é a abordagem mais coerente pra viagem no tempo, pelo menos no meu modo de ver. Admitir a existência de universos paralelos resolve esses paradoxos.

Imagine a nossa linha do tempo. Agora imagine que em algum momento há uma bifurcação nessa linha do tempo. O Bush não é eleito e o que acontece? Muda tudo na história da humanidade! E a nossa história seria exatamente igual até o momento em que houve a mudança no acontecimento, a partir dali tudo anda de modo diferente, o tempo bifurca, gerando um Universo Paralelo.

Cada um que saltar no tempo, nessa abordagem, irá para um futuro onde ele próprio não existe. Se você viaja hoje 10 anos no futuro, imagine que nesse período de 10 anos você estava desaparecido. Agora, se você volta, você cria um universo paralelo onde você não estava desaparecido. Isso significa que nem tudo o que você soube do futuro vai ser diretamente útil, dependendo de uma série de fatores, sua simples existência muda a linha do tempo.

De maneira similar, se você volta no tempo e mata seu avô, não vai mais existir um você dessa linha do tempo, mas você está preso nela. Se você tentar voltar para o seu tempo original, tudo o que conseguirá é saltar para o futuro dessa época do seu avô, um presente sem sua família. Qualquer um que volte no tempo cria um universo paralelo.

Não sei se me fiz entender, mas é isso. Viajar para o passado é um caminho sem volta se considerarmos universos paralelos. E todos os paradoxos acabam.

Special: 

GNU/Linux também é para os sem-rede e diversidade é algo bom

Tudo começou às 14:46 do dia 3 de maio, quando o Sérgio Tucano do Livre Pensamento publicou em seu blog que Linux não é para pobre. Nele é dito que o Linux tem 100% de dependência de uso da Internet para se poder tirar benefício deles. O argumento foi criado com base nos sistemas de instalação de pacotes por rede.

O Mandriva One 2007 Spring, por exemplo, com apenas 1 clique ativamos o seu desktop 3D. É um desktop maravilhoso com efeitos de deixar de boca aberta qualquer usuário de Windows...

Mas a verdade é que o Pinguim não é para quem é pobre.

O Grande problema ainda existe, somos 100% dependentes da internet para poder instalar programas ou qualquer coisa que desejamos.

Instalar um programa em uma conexão de 56K com apt-get é no mínimo falta de senso...

Maravilhoso para quem tem uma conexão ADLS, Wireless etc. O GNU/Linux se comporta extremamente bem, é o Sistema dos Sonhos de qualquer usuário.

Mas para nós pobres mortais que usamos conexão discada ele se torna um mero Sistema Operacional com qualidades inegaveis porém sem uso.

Por isso eu digo, Linux não é para pobre.

Isso é uma impressão errada. Dá pra instalar GNU/Linux e seus pacotes a partir de CD ou DVD. Se você for à página do Linux Mall vai encontrar distribuições em CD-R com mais de um CD, já para poder instalar pacotes além dos básicos sem precisar de rede.

No caso do Debian, o famoso apt-get também funciona a partir de CDs. Foi assim que eu comecei a utilizar GNU/Linux, sem Internet e com 3 CDs gravados à disposição. Ainda hoje utilizo desta forma nos laboratórios de informática que administro em outras cidades, em prédios onde ainda não temos Internet por enquanto.

O Debian oferece 21 CDs para que você tenha acesso a todos os pacotes. Mas - isso o Sérgio parece não ter entendido direito na ocasião - é uma possibilidade, não necessidade. Com o primeiro CD, você já tem o sistema básico. Com o segundo, a tradução de quase tudo para vários idiomas, incluindo o Português. Isso porque o Debian tem um projeto de popularidade de pacotes, juntando os pacotes mais utilizados nos primeiros CDs.

Ou seja, dificilmente você precisará de mais do que meia dúzia de CDs. Para instalar nos laboratórios de que falei, uso até o CD 5 e por causa de um pacote só que é pouco utilizado e está justamente no quinto CD. Você não vai precisar de muitos CDs, mas se precisar, os arquivos ISO estão lá, para todos os pacotes que constam no repositório. Não me parece coerente reclamar que não tem acesso aos pacotes por CD e depois que eu falo dos CDs dizer "ah, mas 21 CDs é muita coisa"!

Ainda no caso do Debian, em seu site oficial há até mesmo uma lista de quem vende os CDs no Brasil.

Citar o Debian não prova que todo Linux pode ser instalado com todos os acessórios sem precisar de Internet, mas creio que a existência de uma distribuição assim (e logo uma com tantos pacotes) invalide a afirmação categórica mostrada no artigo do Sergio.

Round 2

No dia 9, o Sérgio publicou o artigo Desenvolvedores teimosos e usuários sem noção, onde diz:

Eu ainda não entendo por que os desenvolvedores de Softwares Livres, pessoas que ajudam na evolução do GNU, enfim, todos que trabalham de alguma forma com GNU ainda teimam em achar lindo e maravilhoso o Sistema ter várias formas de se instalar um único aplicativo e cada distribuição ter o seu tipo de extensão para instalação.

Vejam bem, não é prático, não é usável e torna o GNU/Linux mais complicado do que deveria ser.

Aqui a crítica é direcionada aos vários modos de se instalar um pacote de programa. A crítica aparentemente nasceu da impressão de que é por isso que distribuidores não fornecem programas para GNU/Linux em CD. Bem, neste caso prefiro publicar na íntegra os comentários que trocamos no artigo do Sérgio:

Bardo

Primeiro, no Windows não existe um padrão para instalação de novos programas. Isso é fato. Cada fabricante cria seu próprio instalador, o que leva a problemas de uns programas não desinstalarem completamente e cada um poder ter interface totalmente diferente do outro.

No GNU/Linux o Sistema Operacional tem um modo de instalação para suas partes internas e aplica esse modo a todos os aplicativos. Não existe o "instalador do programa tal", só o "pacote" que instalado usando ferramentas padrão da própria distribuição em uso. Assim, quando falamos de uma distribuição específica, temos um padrão de fato. Quem souber instalar um programa naquela distribuição saberá instalar todos os outros, pois o procedimento é estável e não muda.

Para resolver esse problema, cada distribuição seguiu seu caminho, pois são problemas não triviais. Hoje a projetos que tentam padronizar isso. E a bem da verdade, a maioria das distribuições hoje usa RPM ou DEB.

Como eu falei ao citar os 21 CDs, o Debian coloca os pacotes mais utilizados nos primeiros CDs, até o primeiro CD pode ser suficiente em alguns casos. Fico curioso sobre como atualizar um sistema em GNU/Linux pode ser muito mis difícil que Windows. No Debian, por exemplo, você pode usar uns três CDs como fonte principal de informações e usar apenas repositórios de segurança.

A diversidade é um preço da liberdade. Do lado dos usuários, não se pode ter liberdade se você não quer decidir as coisas. Liberdade está diretamente ligada a oportunidades de você decidir por si só. Se existem várias distribuições e você não quer aprender como fazer em cada uma delas, escolha uma, ué! Reclamar disso é como ir numa lanchonete e reclamar com o garçon que tem muitos tipos de refrigerantes diferentes, e que tem em lata e em garrafa, e que tudo isso confunde... :-P

Sérgio

Bardo, eu não estou comprarando a instalacão de aplicativos do Pinguim com o do Windows..

Temos metodos diferentes no debian, red hat, suse, gentoo , o resto das distribuicões são derivadas dessas então...

O que eu queria passar é que é muito mais simples eu ter um programa para qualquer distribuicão do que várias versões para cada tipo de GNU/Linux que utilizo.

Veja bem, eu não tenho problemas nenhum em apenas utilizar pacotes do Debian ou do Red Hat, .deb, ,rpm, mas eu desde que iniciei minhas discussões sobre GNU/Linux com o evento Desktop Livre etc, sempre pensei na facilitade de uso para um usuário qualquer.

Uma instalacão gráfica para todo e qualquer programa, programas vendidos em CDs etc.

Simples, para que complicar? Pode ser muito mais fácil do que já é...

FALOW

Bardo

Mas é possível ter um programa que se instale em qualquer distribuição. Os programas Mozilla, por exemplo, são distribuídos oficialmente assim. O problema é que isso traz desvantagens, como a questão de atualizações, por exemplo.

É muito simples para os usuários instalarem software em uma certa distribuição, quando aprendem uma vez, porque será sempre do mesmo jeito. A única dificuldade seria para quem vai distribuir o software, mas ora, existem formas de automatizar criação de pacotes. Quem distribui pode muito bem usar scripts que facilitem essa criação e, após preparar uma nova versão para liberação, rodar um só comando e ter a mão um .deb, um .rpm, um .tgz... Continua sendo simples pro usuário. Para o fabricante, bastam poucos padrões, afinal, quem usa uma distribuição mais hardcore está acostumado a se virar com os fontes. ;-)

Se a sua idéia for padronizar o sistema de pacotes, bem... Cada sistema de pacotes tem suas vantagens e desvantagens (relevantes apenas em discussões técnicas, tanto faz para um leigo), de modo que acho difícil algum dos principais ceder e abandonar seu sistema de pacotes tradicional em detrimento de outro que não supre as necessidades que se considera importantes.

Sobre o Debian, hoje precisei checar a posição de algumas coisas nos CDs e aproveitei a viagem pra constatar algo interessante, que só confirma o que eu disse antes: no CD 1 já vem GNOME, OpenOffice.org e Iceweasel, dentre outros pacotes; no CD 2, vem tradução pra todos eles e o pacote do BrOffice.org. Quando eu comecei a utilizar o Debian, eu usava CDs. Três CDs, para ser mais preciso. E era muito simples e funcional.

Em suma, ainda não entendi a simplicidade proposta por você. Seria um padrão de pacotes único? Cada fabricante ter seu próprio instalador? Se o problema é quem distribui programas em CD, não tem problema, faz como o Mozilla, a Adobe (com o Flash) e a Sun (com o Java), que desenvolveram seus instaladores: fica uma porcaria para organização (com um bocado de desvantagens), mas funciona... :-/

Sérgio

Sim, seria um padrão de pacotes únicos e também aplicativos vindo em CDs e não apenas baixados pela internet.

Agora, só reforçando: isso já acontece de alguns distribuírem software sem utilizar o padrão da distribuição, mas há muita desvantagem nisso para o meu gosto, dentre as quais se destaca uma: você perde a noção de quando foi publicada uma atualização (inclusive de segurança) para o programa.

Round 3

Ontem o Sérgio publicou o terceiro artigo da série, este entitulado A dificuldade de um usuário, do qual reproduzo a passagem:

São tantas distribuições, tantas escolhas que usuários ficam perdidos, muitos tentam uma convergencia para um único sistema chamado UBUNTU, outros desistem de usar Pingüim e os que sobram experimentão a angustia de escolher uma distro com a "sua cara".

A possibilidade de termos um sistema aberto, modular e que nos permite infinitas modificações, customizações etc apresenta um ponto crítico para quem tenta utiliza-lo pela primeira vez.

A escolha do Sistema a ser instalado na máquina.

Para um usuário 300 sabores de GNU/Pingüim não facilita em nada a escolha.

Conheço usuários que escolheram usar o Kalango por que acharam o logotipo uma gracinha...

Outros usam o UBUNTU simplesmente porque ele é muito usado ou usam o Mandriva porque é bonitinho.

Foi a partir deste ponto que preferi escrever um artigo no meu próprio blog ao invés de continuar discutindo nos comentários. Vamos lá.

Primeiro, sim, o fato de haver muitas opções pode assustar o usuário iniciante, realmente. Principalmente hoje em dia, quando as pessoas não querem mais liberdade e preferem que terceiros decidam por suas próprias vidas. Mas devemos evitar a situação eliminando as opções?

Quando alguém não conhece o ambiente e vê que há muitas possibilidades, tem duas opções:

  1. Estudar um pouco sobre;
  2. Procurar ajuda e pedir a sugestão de um amigo que entenda.

Quem estudar um pouco sobre vai ver que o Ubuntu é atualmente o mais utilizado e provavelmente vai querer começar com ele. É a melhor opção para aquele usuário? Não sei, mas é um começo. Algo importante que as pessoas ainda não perceberam é que o computador não é mais "aquele negócio pra passar o tempo". Faz tempo que se tornou uma ferramenta de grande importância na vida de cada um de nós. Saber compilar o kernel pode não ter utilidade nenhuma para um profissional de saúde, por exemplo, mas conhecer um pouco o cenário de possiblidades é sempre útil.

Bem, aí vem a parte mais delicada do novo artigo do Sérgio, que reproduzo:

Uma convergencia entre as Distribuições?

O Ego dos desenvolvedores são grandes de mais para permitir isso. Eles são os verdadeiros culpados pelo GNU/Pingüim não ser o preferido da grande massa de usuários.

Muitos vão argumentar, para usar Linux o usuário já tem que saber que isso ou aquilo.
bq. Quem quer usar já sabe disso ou daquilo outro... etc etc.

Hipócritas mais uma vez...

Desenvolvedores de GNU/Pingüim não conseguem atingir o grande público simplesmente por que não pensam como eles, criam e pensam para Nerds, Xiitas e Entusiastas.

Mas me falam que GNU/Linux não é para todo mundo, que ele não deve ser usado pelo grande público.

Bando de bobos....

Bem, vamos lá:

  • Slackware é uma distribuição que tem como filosofia que você tem que ter controle sobre o seu sistema. Com base nessa filosofia, ela anda.
  • Debian é uma distribuição que tem um compromisso social e uma série de metas: rodar em várias arquiteturas, oferecer um conjunto enorme de pacotes livres, etc.
  • Ubuntu é uma distribuição com a filosofia "Linux para seres humanos".
  • Kurumin tem como meta rodar a partir do CD-ROM e oferecer suporte ao hardware que é vendido no Brasil.
  • Movix é uma distribuição que foca única e exclusivamente multimídia.
  • Gentoo é uma distribuição que tem como objetivo permitir que (ou "esperar que") o usuário compile toda a sua distribuição para assim ficar otimizada para o seu computador.
  • DSL é uma distribuição com o objetivo de caber em pouquíssimo espaço (50M) e fornecer um SO com interface gráfica leve para computadores antigos.
  • E por aí vai...

Definitivamente, não é questão de ego, é questão de que cada distribuição tem suas próprias metas. Algumas delas convergem, tanto que há projetos de padronização e algumas utilizam um mesmo tipo de pacote, por exemplo. É justo querer que todos eles virem uma coisa só?

Quantas pessoas gostariam que houvesse um "Windows otimizado para jogo" ou um "Windows já pronto para Cyber Café", etc. Do tipo que basta instalar e usar que está tudo pronto? O fato de não existirem variantes do Windows não quer dizer que seja a situação ideal para os usuários de Windows. No caso de Windows, a Lei simplesmente não permite que terceiros criem derivações e a MS não tem interesse em manter derivações (e está certíssima: note que cada distribuição GNU/Linux tem seu próprio mantenedor ou equipe).

Também me desagrada seu teor hostil. Note que ao invés de tentar dar mais consistência a seus argumentos, o que vimos são ataques preventivos, onde o Sérgio classifica antecipadamente todos os que dele discordarem de xiitas, hipócritas e outras coisas mais.

Conclusão

Há pessoas que não estão preparadas para serem livres, como pássaros que viveram na gaiola toda a vida. Isso não quer dizer que o conceito de Liberdade é que está equivocado.

Liberdade exige decisão. Se você quer medir rapidamente quão livre você é, tente ver com quantas situações de decisão você se depara no seu dia a dia e por quantas situações você passa porque outros decidiram por você antes.

É inevitável que haja muitas distribuições diferentes de GNU/Linux (embora elas possam se tornar mais próximas do mais do que estão hoje), assim como é inevitável que usuários não acostumados a ter que decidir sintam dificuldade no início, é aí que entram os grupos locais de usuários, que devem tentar dar direções para os novatos. A questão final é não existe Liberdade sem o poder escolha.

Os mais populares do Debian

Primeiro, que Debian é uma distribuição GNU/Linux, uma das mais fortes. É a que utilizo há anos e anos e, mesmo testando divertas outras (inclusive o badalado Ubuntu), sempre volto a utilizá-la como minha principal escolha. Outro dia ainda falo mais sobre ela por aqui...

Bom, mas quem já instalou o Debian alguma vez talvez já tenha reparado que, durante a instalação, em algum momento, ele fala sobre um tal "Concurso de Popularidade de Pacotes" e pergunta se queremos participar anonimamente deste concurso.

Este concurso existe, salvo engano, há muito tempo. É utilizado pela equipe do Debian para ajudar a eleger quais pacotes colocar no primeiro CD da distribuição. O interessante é que toda a situação do concurso é transparente, divulgada no site http://popcon.debian.org/. Aqui eu coloco o Top10 de hoje em cada categoria.

Pacotes Instalados

Este critério relaciona os pacotes instalados pelo maior número de usuários.

  1. base-passwd
  2. debianutils
  3. dpkg
  4. ncurses-bin
  5. perl-base
  6. sed
  7. zlib1g
  8. apt
  9. bsdutils
  10. libpam-modules

Lista completa em http://popcon.debian.org/by_inst.

Pacotes Mais Utilizados

Este ranking relaciona os pacotes que são utilizados com freqüência por mais usuários.

  1. bash
  2. base-files
  3. dpkg
  4. sed
  5. debianutils
  6. login
  7. libpam-modules
  8. perl-base
  9. gzip
  10. coreutils

Lista completa em http://popcon.debian.org/by_vote.

Pacotes Esquecidos

Outra lista apresenta aqueles pacotes que os usuários costuma instalar mas fica sem utilizá-los, praticamente esquecidos deles. São os pacotes com os quais isso mais acontece.

  1. dselect
  2. console-data
  3. ed
  4. console-common
  5. info
  6. sharutils
  7. strace
  8. time
  9. traceroute
  10. iptables

Lista completa em http://popcon.debian.org/by_old.

Pacotes Recentemente Atualizados

Estes são os pacotes que foram atualizados recentemente nos computadores do maior número de usuários.

  1. initramfs-tools
  2. klibc-utils
  3. busybox
  4. grub
  5. libncursesw5
  6. locales
  7. libklibc
  8. reportbug
  9. netcat
  10. patch

Lista completa em http://popcon.debian.org/by_recent.

Considerações Finais

Somente um ranking não publiquei por não ter compreendido bem seu significado, o no-files.

Mas, enfim. Coloquei isso hoje mais a título de curiosidade do que para concluir qualquer coisa. Mas já que estou aqui...

  • Achei interessante o posicionamento do Perl, no Top10 dos dois rankings principais;
  • Sobre pacotes esquecidos, o dselect liderá-la não é surpresa já que existe o excelente concorrente aptitude;
  • O ed é um editor que nem conheço, mas acho que não tem lugar na guerra dos grandes editores de texto para Unix, que são vi e emacs. Quem não usa os dois, usa o nano ou o mcedit, que são menos sofisticados e mais intuitivos.
  • O info é um manual com links entre suas páginas. Apesar de ter mais recursos que o antigo man, acho que ninguém recorre a ele mesmo quando precisa de informações sobre um certo programa. O bom e velho man ainda é o cara.

Bem, é isso. O Debian às vezes se enrola um pouco em burocracia, mas tem muita coisa incrivelmente bacana dentro do projeto.

P.S.: O papel de parede utilizado como imagem ilustrativa deste post pode ser encontrado no GNOME-Look.org.

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Warning: PHP Startup: Unable to load dynamic library '/opt/php56/lib/php/extensions/no-debug-non-zts-20131226/pdo_mysql.so' - /opt/php56/lib/php/extensions/no-debug-non-zts-20131226/pdo_mysql.so: cannot open shared object file: No such file or directory in Unknown on line 0

Warning: PHP Startup: Unable to load dynamic library '/opt/php56/lib/php/extensions/no-debug-non-zts-20131226/php_pdo_odbc.dll' - /opt/php56/lib/php/extensions/no-debug-non-zts-20131226/php_pdo_odbc.dll: cannot open shared object file: No such file or directory in Unknown on line 0