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A Estreia da Infinnita

No último domingo, há quase uma semana, tivemos aqui na cidade a Janela do Rock, evento onde se apresentaram seis bandas, incluindo a nossa. Este artigo escrevi para meu blog no site da banda e reproduzo agora aqui.


Agora minhas impressões pessoais sobre a Janela do Rock.

O evento estava marcado para começar 16:30, mas como é normal (por aqui, pelo menos), só foi começar lá pras 18h.

A primeira banda a se apresentar foi a banda Arranha-Céus, da Vívian Marcella. Fizeram uma ótima apresentação. O engraçado é que a Vívian sempre foi controversa. Até hoje tem gente que diz que não suporta ouvir sua voz, enquanto tem gente que diz que adorou a apresentação. Fico pensando comigo se essa visão negativa do trabalho dela que algumas pessoas têm não são resquícios dos tempos mais distantes, quando ela começou a cantar. Porque o problema que vejo com ela desde sempre são os agudos e pelo que pude ver ela evoluiu muito e está controlando muito bem isso. Nas duas últimas apresentações que vi, saiu tudo bem. Vai entender...

A segunda banda foi a nossa. O Slash, que tinha acabado de tocar guitarra na Arranha-Céus, veio pra tocar contrabaixo com a Infinnita. Preparativos pra lá e pra cá... Então a gente começa. Toda forma de poder, mesclando uma versão minha com a versão original dos Engenheiros. Uma música forte, conhecida, pra já começarmos animando a galera. Um grupinho se forma na frente do palco pra curtir o som, enquanto o restante da platéia está parado. Ora, a banda é desconhecida e eu tinha retorno duplo e ouvia tudo muito bem: como ia adivinhar que o som estava saindo só no retorno. "A música que vocês tocaram agora estava só no retorno". "Tá... Fazer o que mais?"

Fomos pra segunda música: Damião. Uma das duas nossas animadas. O pessoal parece ter gostado. O Alan diz que ouviu o povo cantando junto "Veeeeem nos libertaaaar!", mas o Pedro estava sem retorno. Foi bem, de qualquer forma. Em seguida, uma apresentação rápida de minha parte e mais outra nossa: Quem Dera. Peguei o povo de surpresa, pois era a vez de outra música e não dessa, mas deu tudo certo (tirando que agora era o Alan que tava sem retorno, desta até mais à frente).

Agora Guantánamo, dos Engenheiros. Tocamos bem mais lento que nos ensaios, mas deu pra levar. Uma das minhas preocupações nessa apresentação era o uso da gaita nesta música, mas acho que ficou legal também. Fomos pra "Dias Gentis" e então para "Infinita Highway", mais uma conhecida pra ver se a galera se anima. Estava tudo indo bem, quando o Alan volta a ter retorno, se anima ouvindo o contrabaixo e quebra o bumbo, que já estava com um pé na cova desde antes do show começar. Paramos, anunciaram que voltaríamos pra continuar, mas não tinha como então paramos mesmo. Havia dois momentos ainda em que eu falaria com a platéia. Apresentar melhor a banda, falar do site da gente, agradecimentos, mas mas...

Queria muito ter ouvido a Senhora Rita, que tocou depois de nós, mas estava com fome depois disso tudo e fomos o grupo procurar o que comer. O atendimento demorou tanto que quando voltamos já havia tocado Senhora Rita e uma outra banda que não conheço. Já era a turma da Other Side que estava se organizando no palco. Os caras estão num nível monstruoso. Mascus Mausan, que se formou em Canto pela UFAL e lançou recentemente um CD solo, cantando com perfeição de todo jeito (gutural, lírico...)... Enfim, os caras deviam cair na estrada mesmo, a banda está num nível incrível.

Antes de a apresentação da Other Side terminar, fui embora. Ainda tinha a Metamorfose, do Júnior Cocerinha, quem tava organizando o evento, mas nem pude ficar pra assistir. No fim, foi bom o resultado. Particularmente eu poderia ter cantado melhor lá, mas era a primeira apresentação. O fato de ter sido um evento de médio porte pra cidade e eu ter metido a cara a tocar violão de 12 cordas e gaita e, mesmo com tanto obstáculo, ter cumprido o ponto já acho uma vitória.

A Infinnita está de férias e voltaremos a ensaiar em janeiro. De novo sem baixista, mas vamos seguir em frente. Ensaiar mais e tal e nos preparar para futuras apresentações (e gravar de novo pra trocar as músicas da gente que estão publicadas, porque nós sabemos que estão péssimas. "é pouco, mas é tudo o que eu posso oferecer" :-P)

Muito obrigado a quem foi prestigiar e a quem não pôde ir mas torceu por nós! Valeu!

Special: 

Improvisando Checklist e Informação Visual

Download do Firefox

Quando a gente tem que lidar com tarefas divididas em etapas, é interessante utilizar alguma forma de checklist pra facilitar nosso próprio controle. Principalmente quando temos que desempenhar uma mesma tarefa em vários casos.

Exemplo simples é quando você precisa atualizar programas e desempenhar várias tarefas manualmente em vários computadores. Monte uma matriz do que precisa ser feito com as máquinas que precisam ser trabalhadas. Aí, basta ir colocando "V" quando for desempenhando as tarefas.

Interessante também é que você não precisa sempre ter um checklist físico. Pode utilizar o conceito de checklist e improvizar com as ferramentas que tem à mão.

Por exemplo, quando precisei instalar Debian a partir de 6 CDs em um laboratório de informática, fiz o seguinte: comecei a instalação em uma delas colocando a pilha dos 6 CDs na ordem, sobre a máquina e quando o CD 1 era liberado, iniciava a instalação na máquina seguinte. Caso o segundo CD fosse liberado pela primeira máquina antes que o CD 1 fosse liberado pela segunda, eu colocava o CD 2 sobre a segunda máquina, como marcador do próximo passo. Felizmente isso funcionou muito bem na época.

No caso de clonagens, as máquinas do nossos laboratórios têm tampa que protege o drive de CD. Eu deixava todas essas tampas abertas no início, fechando apenas aquelas para as máquinas onde o procedimento estivesse concluído; eis outra forma simples de "marcar" para facilitar controle.

Já no caso de instalação de vários programas em Windows, um "checklist" que costumo utilizar é o Firefox, Simples: primeiro limpo a lista de arquivos baixados. Em seguida, faço download de todas as ferramentas necessárias de serem instaladas. Com a lista de downloads populada com o que preciso, começo a instalar de baixo para cima. Ao concluir cada instalação, removo da lista. Isso facilita muito a operação, principalmente em mais de uma máquina ao mesmo tempo. Alguns programas exigem reiniciar a máquina e o controle do que já foi instalado e do que falta se torna complexo de outra maneira...

Informação visual é outra ferramenta bastante útil para organização. Você conhece o CyanCD? Ele reúne os programas que utilizamos na UFAL - Campus Arapiraca (pelo menos os programas gratuitos que permitem redistribuição). Cada edição deste CD traz um papel de parede próprio. Isso não é só enfeite. Seu uso é como informação visual. Sempre que atualizamos uma máquina - todos os programas necessários - com base em uma edição do CyanCD, colocamos o papel de parede do CD como papel de parede do usuário administrador. Desta forma, quando formos até a máquina no futuro, procurando saber até que CyanCD ela está atualizada, temos a informação visual bem ali, acessível. ;-)

Isso de papel de parede já utilizei também para marcar "versão" do conjunto de programas instalados no Debian. Tipo, professores e alunos pedem para instalar alguns programas que são livres e estão nos repositórios, mas não foram instalados inicialmente. Crio então um script simples que, além de instalar esses programas novos, mudam o papel de parede do GDM. Desta forma, tanto nós que administramos os sistemas como os alunos e professores têm acesso à informação de que uma máquina tem algo novo em relação à outra. Fica fácil até mapearmos e concluírmos o trabalho de atualização quando, por uma razão ou por outra, deixamos a tarefa pela metade.

Certo nível de organização é possível, mesmo sem papéis e coisas muito burocráticas. É só olhar bem a questão e usar as ferramentas que você tem! ;-)

bc: Calculadora Shell ou Linguagem?

De acordo com o arquivo README do GNU bc, em tradução livre, GNU bc é uma linguagem de processamento numérico de precisão arbitrária. Sua sintaxe é similar ao C, mas difere em muitas áreas substanciais. Ela suporta execução interativa de comandos. O bc é um utilitário incluído no padrão POSIX P1003.2/D11.

Até hoje eu conhecia o bc como "aquela ferramentazinha legal que quebra galho na hora de fazer contas simples". Por exemplo, quanto dá em bytes 3G? Claro, 3*1024*1024*1024! Mas como calcular isso dá trabalho, eu simplesmente chamava o bc pelo shell, escrevia essas contas simples, mas trabalhosas e ele mostrava prontamente o resultado: "3221225472" (3.221.225.472, pra quem, como eu, prefere ler números com pontos :-P).

Mas a novidade (ao menos para mim) é que o bc não é só uma "calculadora no shell", ele permite fazer muito mais coisas!

De posse dessas informações, escrevi para bc aquele velho algoritmo de achar raízes de equações de segundo grau. Fiz em 16 linhas sem me preocupar com nenhum possível recorde nem nada. O arquivo está em anexo para servir como exemplo para mais pessoas que não conheçam o bc.

É claro que o bc não vai resolver todos os problemas de programação. Mesmo sendo uma linguagem, é uma linguagem muito restrita, mas dá pra brincar, principalmente se você curte Matemática...

Special: 

Digam que a Globo não é tendenciosa...

O artigo se chama Zelaya e governo interino confirmam início de diálogo em Honduras e mostra o jeito Globo de fazer notícias. Li o artigo e achei muita coisa irônica, analisando criticamente. Ao final, percebi que toda análise crítica veio de mim mesmo: o artigo não contrapõe versões nem nada disso.

Fato número um: o artigo estampa "Da BBC", porém em poucos parágrafos começa a falar de correspondentes da Globo, denunciando-se: a BBC foi só a fonte para o começo do artigo.

O artigo se refere sempre a Micheletti como "governo interino" e a Zelaya como "presidente deposto" e já começa com a versão do "governo interino" de que "a comunidade internacional de "intimidar" Honduras e de não compreender que o governo interino, liderado por Roberto Micheletti, agiu de acordo com a Constituição do país ao depor Zelaya". Sem mais esclarecimentos sobre o que levou a comunidade internacional a repudiar o golpe de estado. Quem lê e está acompanhando a questão superficialmente vai dizer: é mesmo, os países todos querem se meter em Honduras sem entender como está lá.

A primeira linha depois que cita "Repórter da Globo" já começa com "Em outro comunicado, o regime interino comemorou o anúncio do retorno dos embaixadores dos países da OEA e da União Europeia a Tegucigalpa, e disse que isso "significa o reconhecimento expresso do governo de Roberto Micheletti"." A imprensa internacional publicou que Zelaya pediu a volta dos embaixadores, inclusive a destituição de alguns mundo afora. As nações mundiais agiram em reconhecimento a Zelaya como presidente de direito. Micheletti se faz de doido e a Globo coloca como fato.

O artigo fala: "Também nesta quinta-feira, regime de fato de Honduras acusou o governo brasileiro de "promover" a volta do presidente deposto, Manuel Zelaya, ao país e afirmou que a embaixada do Brasil em Tegucigalpa se transformou "em uma concentração de pessoas armadas que ameaçam a paz e a ordem pública em Honduras"." Em todas as fotos e relatos, o que vi foi um exército de um país cercando uma embaixada e agredindo aglomerações que se formassem às suas proximidades que não fossem de soldados. Um artigo que li fala que havia apenas um guarda lá dentro, claro, embaixada não é escritório de guerra. Ou o Governo Brasileiro é violento e lota as embaixadas de armas químicas e soldados? O artigo não pára pra questionar a afirmação e, além disso, em momento algum cita os abusos do exército hondurenho ao redor da embaixada: ataques diversos, corte de luz. Não vou me repetir aqui. Quem quiser saber mais, leia meu quadro geral sobre a crise ou consulte qualquer jornal que tenha um mínimo de ética.

Micheletti, diz o artigo, atribuiu a Lula a responsabilidade pelo caos e pelas mortes. Simples assim. Esse argumento vem justamente apoiando a versão da Globo de que o Brasil não deveria se meter. Veja bem, enquanto Lula tem apoio internacional - ONU, USA, países europeus... - em sua ação, a Globo mostra apenas a versão do presidente golpista, que é a única até agora que bate com sua própria versão da história.

O artigo fala de uma manifestação pró-Micheletti e nem sequer deixa entender que existiram tantas manifestações pró-Zelaya, que foram atacadas por policiais e resultaram em tantos presos e feridos. Não fala. Para o artigo globista, é como se o povo hondurenho apoiasse totalmente o regime ditatorial que se instalou.

Como se escreve artigos mostrando o lado de quem está no poder e ignorando a versão do lado mais fraco, que no momento está sob apoio das maiores nações do mundo? Agora venham me dizer que a Globo não é tendenciosa...

-- Cárlisson Galdino

P.S.: Não sou petista, mas nos últimos dias em especial estou muito orgulhoso do nosso presidente e da postura internacional que o país está adotando. E me desagrada muito ver o quarto poder, mais uma vez, distorcer tudo para as massas.

P.S. 2: Como não sei se de repente eles vão tirar o artigo do ar ou editá-lo, veja nos anexos a página completa tal qual está no momento em que escrevi este post.

Special: 

Quadro Geral de Honduras

#Honduras: El país donde una consulta popular es ilegal y un golpe de estado es "constitucional" #crisisHN #titerecheletti  @jorgeluispaz

Tegucigalpa vive um inferno há alguns meses. Um inferno que se intensificou esta semana, com o retorno de Zelaya. A história me interessou por claramente ser algo relevante na História Mundial, que temos a oportunidade de ver acontecendo. E mais, com Twitter e outros recursos, a "versão do quarto poder" se dilui facilmente e podemos enxergar as coisas com mais clareza.

Trata-se de uma longa história, mas para resumir:

  • Manoel Zelaya foi eleito presidente de Honduras, assumindo em 2006.
  • A constituição de Honduras proibe que se fale sobre reeleição. - Que democracia é essa que proibe tratar de um assunto? Até quem defende a legalização das drogas tem o direito de falar sobre seus pontos de vista, mesmo que o que eles defendem argumentativamente seja ilegal na prática, pelas regras atuais.
  • Zelaya subiu pela Direita e virou Esquerda no poder, desagradando a classe média e alta de Honduras.
  • A imprensa distorcia informações e Zelaya decretou espaço para que ele falasse sua versão dos fatos. Como diziam os Titãs, "Miséria é miséria em qualquer canto".
  • Zelaya propôs um referendo fazendo à população com a seguinte pergunta: Você está de acordo que, nas eleições gerais de novembro de 2009, se instale uma quarta urna para decidir sobre a convocação de uma Assembleia Nacional Constituinte, que aprove uma nova Constituição política?
  • No dia em que o referendo ia ser feito, houve um golpe militar de tomada do poder. Zelaya foi deposto e expulso para Costa Rica.
  • E assim começou a nova Ditadura, com Roberto Micheletti assumindo a presidência provisória, até as eleições de novembro.

Muita coisa aconteceu. Muitos países romperam laços provisoriamente com Honduras (inclusive o Brasil, Estados Unidos e países europeus). A ONU repudiou o golpe. Honduras já saiu da Organização dos Estados Americanos. O mundo quer que Zelaya seja readmitido no poder, simplesmente por não aceitar mais que um presidente democraticamente eleito seja assim derrubado, num Golpe de Estado. Os golpistas recusam qualquer acordo que envolva Zelaya voltar ao poder. E assim vai, muita gente presa, muitas ações ditatoriais: toque de recolher, quebra de direitos garantidos pela constituição...

Esta semana, segunda-feira, Zelaya apareceu em Tegucigalpa (nome engraçado! parece um nome aleatório gerado por algoritmos meus :-P), capital hondurenha, do nada. Está agora na embaixada brasileira. Desde que ele chegou lá, o governo ditatorial decretou toque de recolher, criou barricadas pra impedir chegada de partidários de Zelaya vindos de outras cidades, usou balas de borracha, gás e água contra partidários de Zelaya que já estavam por lá e prendeu e feriu muita gente. Fecharam o Canal 36. Atacaram a embaixada brasileira. Corte de energia elétrica, bombas, inibidor de sinais, máquina geradora de ruído (que provoca surdez) estão entre as ferramentas utilizadas desde então. Um estádio está sendo utilizado como prisão e mais de 150 "amigos de Zelaya" estão detidos. O toque de recolher somente hoje foi liberado. mas por apenas 4h, no intuito de que as famílias hondurenhas possam reabastecer suas dispensas. Mesmo assim, ficou proibida a reunião em grupos de mais de 20 pessoas. Embaixada brasileira também se reabasteceu, com ajuda da ONU e de diplomatas de outras embaixadas.

Ontem havia rumores de que o Supremo Tribunal de Honduras estava preparando um documento que legitimaria a invasão da embaixada brasileira. Outros rumores diziam que o exército brasileiro estava de prontidão. Felizmente, nenhuma das ações se concretizou ainda.

No Brasil, li que a imprensa não tem dado a devida atenção ao caso. E ao narrar o caso, questiona mais o apoio dado pelo Brasil a Zelaya do que a barbárie de um golpe de estado nos dias de hoje. Como todos devem saber, nossa imprensa se fortaleceu muito na época da nossa própria ditadura, e com ela aprendeu a controlar as massas. Vai ver tem um pouco disso nessa postura da nossa mídia. Ou talvez com o medo de Zelaya ser um novo Hugo Chaves no mundo, quem sabe o que pensa o quarto poder? Incrível como ainda hoje tem gente dizendo que seria bom voltarmos à ditadura... Fala sério!

Os golpistas em Honduras cercaram Zelaya na embaixada brasileira, mas são eles que estão sem saída. O mundo todo está contra eles. A ONU e países isoladamente (incluindo o Brasil) já declararam que não vão nem aceitar um presidente eleito em novembro sob o governo golpista. Então o que eles querem mais? Zelaya contrariou a constituição de Honduras algumas vezes, mas nada como um rival muito mal-caráter pra contrastar com você e fazer você virar santo. Agora é irreversível: ou Zelaya vira mais um herói da américa central, ou um mártir. Os golpistas escolhem.

Estúpida Direita

Ainda sobre a crise em Honduras, é interessante notar a postura de muita gente por aqui. Seria cômico, não fosse o alcance e a influência que têm sobre a nossa população, ver esse povo esperneando.

Defendendo a ditadura hondurenha simplesmente porque temem "um segundo Hugo Chaves". Ora, seja um novo Chaves, um novo Kiko ou o que for, nada justifica o uso da força. Não adianta a direita espernear e defender os militares, nesse papo de que não foi um golpe. Toque de recolher, quebra de direitos como o da inviolabilidade de residências, prisões a torto e a direito: é uma ditadura e todo mundo vê. Uns é que fingem não ver isso.

Mas o que esperar desse povo? É o mesmo que concordou quando FHC inventou sua própria reeleição e depois condenou publicamente Lula, acusando-o de querer se reeleger novamente (coisa que, ao que me lembro, ele nunca havia dito). Não dá pra esperar coerência desse povo.

Falam do erro de o Brasil dar refúgio ao presidente hondurenho de direito, quando há tantos fatos históricos em que embaixadas refugiaram perseguidos. Não que haver um precedente baste, mas é que o ataque parece resumir-se ao ato em si, sem considerar as razões e a forma como está sendo feito.

Criticam a ação do Brasil, quando praticamente o mundo todo está apoiando tal ação, quando Lula abre uma sessão da ONU e se senta com Obama para discutir a situação. Quando Lula ureconhecido como o político mais popular do mundo pela Newsweek. Sinto muito, reacionários, mas é praticamente unânime o desejo de que o direito adquirido por eleição seja restituído ao presidente hondurenho, pelo menos entre as lideranças mundiais. O tempo de ditadura já passou e o mundo está inclinado a rejeitar esse tipo de absurdo.

Mas o que esperar dessa direita mesmo? São os mesmo elitistas de sempre! Com a mídia sob seu poder e sua legião de analfabetos políticos que só assistem a Globo e só leem a Veja, que insistem em chamar Lula de "analfabeto" como se um diploma de nível superior fosse um indicativo único de competência...

-- Cárlisson Galdino

P.S.: O que traço aqui é um quadro geral. Muito mais coisa está acontecendo! Acompanhe as notícias pelos links.

Special: 

Palhaços no Senado

Mais um pouco sobre a grande palhaçada que acontece na política brasileira. Enquanto eles permitem anonimato de doações em campanhas políticas (imagine o perigo que isso traz! afinal quem "doa" vai querer contra-partida depois, e quem "pagará" não será o político, mas o Estado, ou seja, nós!); eles acabam de votar pelo fim do anonimato na internet. Tem sentido? Isso bem que merece um cordel... Enquanto isso, vejam:

quem defende essa palhaçada de doações anônimas em campanha:

Adelmir Santana (DEM-DF)    - adelmir.santana@senador.gov.br
Alvaro Dias(PSDB-PR)- alvarodias@senador.gov.br
Arthur Virgílio (PSDB-AM) - arthur.virgilio@senador.gov.br
César Borges (PR-BA) - cesarborges@senador.gov.br
Cícero Lucena (PSDB-PB) - cicero.lucena@senador.gov.br
Eduardo Azeredo (PSDB-MG) - eduardoazeredo@senador.gov.br
Efraim Morais (DEM-PB) - efraim.morais@senador.gov.br
Epitácio Cafeteira (PTB-MA) - ecafeteira@senador.gov.br
Expedito Júnior (PR-RO) - expedito.junior@senador.gov.br
Fernando Collor (PTB-AL) - fernando.collor@senador.gov.br
Flexa Ribeiro (PSDB-PA) - flexaribeiro@senador.gov.br
Francisco Dornelles (PP-RJ) - francisco.dornelles@senador.gov.br
Garibaldi Alves Filho (PMDB-RN) - garibaldi.alves@senador.gov.br
Geraldo Mesquita Júnior (PMDB-AC) - geraldo.mesquita@senador.gov.br
Gerson Camata (PMDB-ES) - gecamata@senador.gov.br
Gilberto Goellner (DEM-MT) - gilberto.goellner@senador.gov.br
Gilvam Borges (PMDB-AP) - gilvamborges@senador.gov.br
Heráclito Fortes (DEM-PI) - heraclito.fortes@senador.gov.br
Jarbas Vasconcelos (PMDB-PE) - jarbas.vasconcelos@senador.gov.br
João Tenório (PSDB-AL) - jtenorio@senador.gov.br
João Vicente Claudino (PTB-PI) - j.v.claudino@senador.gov.br
José Agripino (DEM-RN) - jose.agripino@senador.gov.br
Kátia Abreu (DEM-TO) - katia.abreu@senadora.gov.br
Lobão Filho (PMDB-MA) - lobaofilho@senador.gov.br
Lúcia Vânia (PSDB-GO) - lucia.vania@senadora.gov.br
Mão Santa (PMDB-PI) - maosanta@senador.gov.br
Marco Maciel (DEM-PE) - marco.maciel@senador.gov.br
Marconi Perillo (PSDB-GO) - marconi.perillo@senador.gov.br
Marisa Serrano (PSDB-MS) - marisa.serrano@senadora.gov.br
Mozarildo Cavalcanti (PTB-RR) - mozarildo@senador.gov.br
Papaléo Paes (PSDB-AP) - gab.papaleopaes@senado.gov.br
Raimundo Colombo (DEM-SC) - raimundocolombo@senador.gov.br
Renan Calheiros (PMDB-AL) - renan.calheiros@senador.gov.br
Roberto Cavalcanti (PRB-PB) - robertocavalcanti@senador.gov.br
Romeu Tuma (PTB-SP) - romeu.tuma@senador.gov.br
Rosalba Ciarlini (DEM-RN) - rosalba.ciarlini@senadora.gov.br
Sérgio Guerra (PSDB-PE) - sergio.guerra@senador.gov.br
Tasso Jereissati (PSDB-CE) - tasso.jereissati@senador.gov.br
Valdir Raupp (PMDB-RO) - valdir.raupp@senador.gov.br

Agora, a excelente carta aberta ao senador Mercadante, escrita por Raphael Tsavkko:


Prezado senador Mercadante,

Escrevo estas linhas para parabenizá-lo e agradecê-lo por ter, em caráter irrevogável - e pela segunda vez seguida - voltado atrás em uma de suas decisões, enfim, em ter mentido para seus eleitores e demais brasileiros de bem.

Tudo bem, compreendo - ou tento compreender - a primeira traição, afinal, ao abdicar - em caráter irrevogável - da liderança do partido, "Vossa Eçelência" talvez perdesse a chance de passar a mão em excelentes oportunidades de neg..., quer dizer, em excelentes emendas parlamentares e talvez ficasse um pouco afastado, alienado até, da "boquinha" parlamentar. Eu jamais poderia exigir tal coisa! Sei que "ética" não é algo bem visto entre seus colegas de parlamento.

É compreensível, talvez até aceitável, afinal todos sabemos como funcionam as coisas aí no Senado. Ser honesto, para seus pares, é mal visto e não poderíamos pedir para "Vossa Eçelência" que fosse intencionalmente mal visto. Dizem que mal olhado é realmente ruim! Aliás, veja o que aconteceu com Celso Daniel por tentar ser honesto ou, ao menos, denunciar algumas falcatruas inocentes, não funciona, não é mesmo?

Pois bem, tentamos aceitar a primeira traição, mas esta? A censura à internet é inaceitável. "Vossa Eçelência" nos impediu de saber quem são os Senadores que votam pela nossa censura, senador Mercadante!

"Vossa Eçelência" nos impediu de conhecer, através do voto nominal, quem tem a cara de pau de censurar a voz do povo, a internet. Os saudosistas da ditadura, os que se perpetuam indefinidamente no poder, os que ganham pelo voto de cabresto e pela ignorância do povo, submetidos eternamente à esta situação por suas "representações"!

Desculpe, Senador, mas esta traição não pode ser perdoada. Acreditamos em "Vossa Eçelência" quando dizia que iria levar nossa voz, a de centenas, milhares de ciberativistas, até o Senado e iria barrar o projeto do AI5 Digital do Senador Azeredo.

Não esperávamos mais esta traição, o ato de compactuar com a falácia do direito de resposta no ambiente virtual! Senador, me explique, como acreditas ser possível o direito de resposta no twitter? Serei eu obrigado a escrever algo que um Senado ou Deputado queira por eu tê-lo supostamente ofendido? E onde fica minha liberdade de expressão, meu direito de não escrever o que não acredito?

Senador, realmente acreditas que os dinossauros do Senado sabem o que é o Facebook, o Twitter, quiçá o Orkut? Estas figuras nefastas ainda pedem às suas secretárias para imprimir os e-mails que lhes chegam diariamente! E "Vossa Eçelência" foi tão facilmente enganado!

Pense apenas por um minuto, como o TSE irá julgar os milhões de pedidos de resposta que sem dúvida surgirão? Como verificar o twitter, os milhões de blogs? Quem vai realizar todo este trabalho?

Não me diga que já está programada a contratação por debaixo dos panos de milhares de trabalhadores - filhos, sobrinhos, netos, namorados das primas de oitavo grau dos senadores - para especificamente censurarem a internet? Teremos milhares de funcionários temporários recebendo megasalários verificando 24 horas o conteúdo de todo e cada blog, perfil de mídia social e twitter dos brasileiros atrás de possíveis direitos de resposta?

Mas não só isso, Senador, você aprovou o fim do anonimato! Veja bem, "Tsavkko" é apenas um apelido, por mais que eu assine também com meu nome verdadeiro serei privado do meu direito a usar um nome qualquer? De assinar só com uma alcunha? E quem simplesmente posta anonimamente para não sofrer pressões familiares ou no ambiente de trabalho? Será proibido de se expressar, deixou de ser sujeito, cidadão?

Compreenda, Senador, eu não apóio o anonimato para livrar a cara de criminosos ou de "trolls", mas tampouco posso compactuar com a proibição completa desta opção que tem sua validade, seu sentido. Aliás, existe uma coisa muito simples chamada IP, é fácil descobrir quem está por trás de qualquer postagem sem que esta precise assinar como tal. Mas seria pedir demais aos Dinos do Senado para sequer tentar compreender como a internet funciona.

O engraçado nessa história é que o Senado não hesitou em aprovar o anonimato para doações de campanha! Um Senador pode receber dinheiro sujo, dinheiro de origem duvidosa e não terá de prestar contas em momento algum! Mas quanto ao nosso direito de nos expressar sem nos identificar... Censura! O que é mais perigoso, um blog anônimo falando da chuva que cai lá fora ou um Senador recebendo milhões de dinheiro de corrupção? O Senado deu seu veredito!

Fernando Rodrigues nos chama à atenção para um fato interessante:

"Não deram a devida atenção a um outro contrabando no texto feito por Azeredo. Ele e Marco Maciel (DEM-PE) só concordaram em desidratar o 57-D porque tinha incluídoo todas as restrições para vídeo e áudio em debates na web (que estavam no artigo 57-D) em outro trecho da lei. Dessa forma, a principal, repito, principal restrição normativa à web foi totalmente mantida para o período eleitoral do ano que vem. Não há como conceber a cobertura da eleição pela internet sem usar imagem e áudio de debates. No Brasil, essa será a regra --a menos que o portal, site, blog etc. se disponha a dar espaço igual a todos. Uma anomalia.
Mercadante depois disse que tinha entendido que havia um acordo para que, com a definição de internet livre no artigo 57-D, ficaria “prejudicada” a equiparação da web ao rádio e à TV para debates. Azeredo desdenhou. Deu de ombros. E nada.
Fica a lição. Em votações importantes no Congresso não se pode entender nada. É preciso fazer acordos muito claros."

Resumindo, a censura permanece.

Senador, como "Vossa Eçelência" foi tão facilmente enganado? E digo "enganado" apenas para ser simpático, porque não há desculpas para a aprovação deste projeto nefasto e ridículo. Para os Senadores e políticos em geral, doações anônimas, que não deixam rastros, corrupção ativa e legalizada, para os ciberativistas e usuários de internet no geral, a censura, a proibição.

Os tempos negros da ditadura, pelo visto, não chegaram ao fim, o Senado encarna o que há de pior, perpetua a censura.

Mas admito, depositamos muita fé em um político e nos esquecemos que, por definição, político não é de confiança. Também erramos. Imagina então quando depositamos alguma confiança em um político que já tinha tão descaradamente mudado de opinião em troca de deus sabe o que.

Obrigado senador, não nos esqueceremos de sua ajuda nas próximas eleições.

E isto sim é em caráter irrevogável.

Special: 

Sobre Perdão

Lendo um texto antigo do Oswaldo Montenegro sobre perdão, terminei me lembrando das conclusões a que eu mesmo havia chegado sobre o tema, há um bom tempo.

Tenho a impressão de que o perdão fácil é egoísta. É mais fácil você viver a vida perdoando, poor incrível que pareça. É preciso talvez um pouco de coragem pra isso, já que a sociedade pode cismar que você é idiota, mas é mais fácil, você tem menos coisas com o que se preocupar, fica mais leve. Mas o perdão pronto não é a melhor coisa a ser feita.

Como você cria uma criança com "perdão pronto" pra cada traquinagem? Sem nem um segundo de bronca, sem nada. Ela quebra o celular da visita, diz "desculpe" e você responde "tudo bem". Isso não funciona! Porque o perdão sem arrependimento é uma das piores coisas que tem, você está convidando a pessoa a errar mais uma vez.

Penso que é importantíssimo perdoar e agindo assim, a própria pessoa que deixou de perdoar está se cobrindo de sombras, mas se realmente se importa com quem errou tem que perdoar quando sentir que quem errou se arrependeu, de outro modo vai estar só "tirando o seu da reta".

E mesmo de uma maneira resumida, eu comentei o post lá na época...

Special: 

Mineiras

O Monte Gasppa publicou um texto sobre mineiras. Um texto atribuído a Carlos Drummonde de Andrade. Aparentemente, seu autor na verdade é Felipe Peixoto Braga Netto. Então vamos a dois assuntos.

Primeiro, que o texto é excelente e eu não o conhecia. Comecei a ler pelo conteúdo e não pelo autor a que é atribuído. Por que tem gente por aí que muda a autoria de textos? Acham que o texto fica mais atrativo assim? Isso é de uma infantilidade enorme, e é o pior crime que se pode cometer contra o autor de uma obra qualquer: negar-lhe a paternidade da obra. É o inalienável Direito Moral.

Quanto às mineiras, realmente concordo com o autor: mineiras são um perigo. Eu tinha um antigo projeto de salvação pessoal contra o aquecimento global que se constituiria em uma série de mudanças de moradia em direção ao Sul até, depois de uns vinte anos, chegar à Antártida. Depois eu fiquei pensando e cheguei a conclusão de que esse plano não poderia dar certo. A razão é simples: no caminho para o Sul, eu "passaria" (leia-se: terminaria ficando lá) por Minas.

Pra finalizar, voltando ao suposto autor real, em um outro blog encontrei o seguinte texto no final do artigo em questão: Felipe Peixoto Braga Netto (1973) afirma que não é jornalista, não é publicitário, nunca publicou crônicas ou contos, não é, enfim, literariamente falando, muita coisa, segundo suas palavras. Mora em Belo Horizonte e ama Minas Gerais. Ele diz que nunca publicou nada, mas a crônica que apresentamos foi extraída do livro "As coisas simpáticas da vida", Landy Editora, São Paulo (SP) - 2005, pág. 82.

Special: 

Pára o mundo que eu quero descer

Parece que a moda agora é fazer leis para prejudicar os cidadãos sob pretexto de combater crimes digitais! Todos sabemos que por trás dessas supostas boas intenções de combater fraudes e pedofilia, existe na verdade a pressão de grandes empresas do modelo antigo de Copyright, desesperadas para impedir que a Internet continue a prejudicar seu arcaico e injusto modelo de negócios.

Não dá pra impedir uma tecnologia porque ela está prejudicando alguém. Toda tecnologia sempre prejudica alguém, é inevitável. Robôs diminuem a necessidade de pessoas nas linhas de montagem, não dá pra negar. Claro que nesses casos se recomenda reaproveitamento dos funcionários ao invés da demissão em massa... Se fosse proibido o uso de robôs porque aumentaria o desemprego? Se fosse proibida a fabricação de postes com luz elétrica porque tiraria o emprego de acendedores de lampião? Se fosse proibida a fabricação de impressoras a laser e a jato de tinta porque tirariam o emprego de calígrafos e gráficas?

As regras do jogo mudam e todos devem se adaptar. Alguns se prejudicam para a esmagadora maioria se beneficiar. É assim que a evolução é.

Hoje na França há uma lei que pune internautas que baixarem arquivos protegidos por copyright, impedindo-os de acessar a Internet por longos períodos. No Brasil, temos o AI-5 Digital querendo nos tirar meio mundo de direitos. E mais uma lei parecida com a francesa está em cogitação por aqui. Na China, o Governo quer obrigar fabricantes de PC a colocarem filtros de conteúdo nos próprios computadores Desktop. E tanta coisa acontecendo lá fora... O que tá havendo com o mundo!? Alguém me explica por favor!

Empresas fazem qualquer coisa por dinheiro. Destroem florestas,destroem vidas, subvertem leis... Não há como não temer o futuro...(será que podemos confiar que há uma luz no fim do túnel?)

Cross-posting: Trezentos.

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