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Prefeitura de Arapiraca Oficializa Software Livre

Depois de um longo projeto de migração, finalmente a Prefeitura de Arapiraca, minha terra natal, oficializa através de portaria o uso preferencial de Software Livre.

Parabéns ao Lucas Leão pela condução do projeto e ao prefeito Luciano Barbosa pela visão e entendimento da importância social da opção pelo Software Livre na área de gestão pública.

Segue abaixo transcrição da Portaria correspondente, conforme publicada no BR-Linux:

 

PORTARIA N° 313 De 03 de maio de 2006

O PREFEITO DO MUNICIPIO DE ARAPIRACA, no uso das atribuições que lhes são conferidas por Lei,

Considerando a economia gerada pela não aquisição de licenças proprietárias e a livre ampliação do parque computacional.

RESOLVE:

I.Determinar a utilização do Sistema Operacional Linux e da suíte de aplicativos de escritório OpenOffice.org 2 ambos de licença gratuita, abertos e livres de restrições proprietárias quanto à sua cessão, alteração e distribuição.

II.Determinar a utilização preferencial de sistemas de informática cujas licenças sejam gratuitas, abertas e livres de restrições proprietárias quanto à sua cessão, alteração e distribuição.

III.Permitir apenas a contratação e utilização de programas de computador com restrições proprietárias ou cujas licenças não estejam de acordo com esta Portaria, nos seguintes casos:

a)Quando analisado, atender a contendo o objetivo licitado ou contratado, com reconhecidas vantagens sobre os demais softwares concorrentes, caracterizando um melhor investimento para o setor público;

b)Quando da Impossibilidade de utilização de programa livre e/ou com código fonte aberto, impossibilidade esta que deverá ser constatada mediante parecer da coordenação de informática.

4 . Determinar que os aplicativos instalados cujas licenças não sejam devidamente apresentadas deverão imediatamente ser desinstalados, exceto aqueles que comprovadamente sejam essenciais ao funcionamento do setor. Somente estes terão suas licenças regularizadas pela administração municipal.

5 . Visando coibir a pratica de pirataria, aqueles que, arbitrariamente, fizerem instalação e uso de aplicativos sem licença incidirão em falta funcional. Dê-se Ciência e Cumpra-se.

José Luciano Barbosa da Silva Prefeito

Maria Cícera Pinheiro Secretária Municipal de Administração e Recursos Humanos

A presente Portaria foi publicada na forma como estabelece o art 9° do Ato das Disposições Transitórias da Lei Orgânica Municipal e registrada no Departamento Administrativo da Secretaria Municipal de Administração e Recursos Humanos, aos 03 dias do mês de maio do ano de 2006.

MARIA ROSÂNGELA BRITO SILVA Diretora do Departamento Administrativo

Concluindo...

A imagem aqui mostrada (disponível mais abaixo em 1024×768) mostra a Concatedral Nossa Senhora do Bom Conselho, cartão-postal da cidade. Claro, com alguns efeitos e mesclada à bandeira do município (que é composta por três faixas - verde, branca e amarela - e um brasão central).

Na faixa esquerda está o começo do texto da Portaria e à direita vemos os Tux e o Gnú em versão super-heróis (é claro, ou alguém achou que os dois faziam parte da bandeira?).

Mais uma vez parabéns ao Lucas! E aguardemos pois teremos ainda mais boas notícias sobre Software Livre e Arapiraca...

Terra Chat Monitor

CPAN é mesmo uma maravilha... Quem programa em Perl é abençoado com uma ótima ferramenta de instalação de recursos para usar em seus programas... Sempre me admiro com o CPAN.

Antes de mais nada, este artigo é um tanto técnico. Para quem programa soluções simples para o dia-a-dia. Programa no sentido de criação de código-fonte mesmo.

O Problema

Comecei a frequentar sala do Chat do Terra. É legal, mas tem alguns problemas para quem acessa fazendo outras coisas.

  • Você não sabe quando alguém entrou no chat, se você estiver em outra janela;
  • Você não sabe quando alguém no chat falou com você.

Claro, isso não é um problema só do serviço de Chat do Terra, mas de todo webchat que eu conheço.

A Idéia

Resolvi o primeiro problema em algumas horas. O segundo é mais complicado...

A idéia é bem simples: sabe a bandeja? Também chamada de System Tray? Onde ficam o Gaim e outros programinhas quando abertos? Isso, a bandeja. Criar um programa que entre no Terra e veja quantas pessoas tem na sua sala favorita e então colocar na bandeja.

O projeto é o seguinte. No Chat do Terra tem uma página que lista as salas e diz quantas pessoas têm em cada sala naquele momento. Criamos um código que pegue essa página e extraia esse número dela.

Teoria

Vamos supor que você goste de Astronomia. O chat de Astronomia fica na sessão Diversos.

Se você vir o código deste arquivo, notará que há um Select de onde podemos pegar facilmente esta informação.

Assim, a estratégia é fazer download desse arquivo, filtrar especificamente este select e então atualizar o ícone na bandeja. Isso deve ocorrer a cada 25s, por exemplo.

Código

Para o código funcionar, você deve instalar o suporte a Gtk2::TrayIcon, Event e Glib::Event. Instalei isso tudo via CPAN, com o comando *cpan* para chamar o shell e comandos install para instalar isso efetivamente. Lembrando que usei Debian GNU/Linux, versão Sarge.

#!/usr/bin/perl
use Gtk2::TrayIcon;
use Glib::Event;
use Event;
# any order Gtk2->init;

Aqui você coloca a página onde está a sala de chat que te interessa.

my $terra_page = "diversos.htm";

Este código funciona só no Terra, mas para facilitar adaptações, uma variável com o endereço do servidor é um bom começo...

my $terra_server = "http://chat.terra.com.br:9781";

Aqui você coloca o nome exato da sala, com todos os espaços e maiúsculos que tem direito.

my $terra_room = "Arte";
my $icon= Gtk2::TrayIcon->new("test");
my $label= Gtk2::Label->new("#");
$icon->add($label);
$icon->show_all;

Este código é que faz o principal: pegar o arquivo e verificar quantas pessoas tem na sala de tempos em tempos. Aqui, a cada 25 segundos.

Event->timer (after => 1, interval => 25, cb => sub {

Se já houver arquivo, ele é apagado.

if ( -f $terra_page ) {
`rm $terra_page`;
}

Estou usando o wget para pegar o arquivo. Ele tem que estar instalado, portanto.

`wget $terra_server/$terra_page &> /dev/null`;
open(FILE, "< $terra_page");
$num = "#";

Esta é a sessão que pega mesmo o número de pessoas no arquivo. Parece complicado mas é bem simples. Nem usa tanta expressão regular quanto deveria... (daria pra fazer isso em bem menos linhas)

foreach $line() {
if ($line =~ /$terra_room /) {
@aux1 = split(/(/, $line);
@aux2 = split(/)/, $aux1[1]);
$num = int($aux2[0]);
}
}
close(FILE);

Aqui a gente atualiza o mostrador na bandeja.

$label->set_label($num);
});
Gtk2->main;

Pronto! E aqui está o resultado, no WindowMaker! Não é legal?!

Special: 

Empresas e a Comunidade Software Livre

O brain do BR-Linux nos trouxe no dia primeiro uma análise do artigo da O'Reilly Network sobre a importância da Comunidade Software Livre no negócio das empresas que querem participar desse mercado, e como isso é negligenciado pela maioria das empresas, que simplesmente ignoram a Comunidade e agem como se "o Linux" fosse só mais um ambiente à disposição.

É importante que empresas percebam a Comunidade. E acredito que isso diga respeito diretamente às responsabilidades que uma empresa tem. O buraco é ainda mais embaixo...

Uma empresa responsável tem que se relacionar conscientemente com várias entidades. O "conscientemente" servirá para que atenda às espectativas da maioria das entidades relacionadas. E quem são essas entidades? Freqüentemente, em uma empresa genérica, alguns deles são:

  • Consumidores diretos - a empresa tem que fazer bons produtos ou prestar bons serviços, para assegurar a fidelidade dos clientes;
  • Fornecedores - honrar compromissos e buscar parcerias, dentre outras formas de se manter bem-relacionada com quem fornece à empresa os produtos necessários ao negócio;
  • Governo - em alguns níveis. Manter-se em dia com impostos e evitar confusões em geral é basicamente simples, se a empresa é bem administrada. Em caso de empresas grandes, pode-se buscar parcerias com o setor público, sempre na idéia de ganha-ganha;
  • Meio-Ambiente - evitar poluição e tomar medidas claras e quase sempre simples para evitar que ainda mais danos sejam feito ao Planeta.

Ainda há concorrentes, empresas parceiras, área acadêmica, dentre muitos outros prováveis. ...e a Sociedade. As empresas que visam apenas lucro a qualquer preço tendem a ser altamente danosas e antipáticas. Ser responsável significa, então, buscar lucro respeitando as regras de relacionamento. Uma empresa construída assim deve levar mais tempo para atingir um nível bom de sucesso, mas chegue onde chegar, estará sólida.

O relacionamento da empresa com tais entidades deve levar em conta que cada uma dessas entidades tem uma expectativa de comportamento. Uma empresa responsável deve atender a essas expectativas, não decepcionando seus relacionados. Uma empresa pró-ativa, além de responsável, procurará ainda surpreender, indo além do que seus relacionados esperam dela.

Quando se trata de empresas de Tecnologia que querem investir em Software Livre, uma nova entidade ganha força: a Comunidade FLOSS (Free/Libre/Open-Source Software). O relacionamento com esta, em especial, se torna fundamental para a empresa. Sim, pois esta entidade simples desempenha papel de fornecedor e sociedade. Se bem trabalhado pela empresa, o relacionamento pode elevar a Comunidade ao grau de parceira no modelo de negócios. Como? Ganha-ganha, lembra? De uma forma em que a empresa possa melhorar seus resultados financeiros e que a Comunidade se beneficie também com isso.

Os Ideais do Software Livre

Esta sessão é em resposta ao texto do Sérgio sobre o assunto, tratando de alguns pontos específicos.

"Como citado no texto de Jono Bacon empresas como Canonical, Novell, Red Hat, Linspire e eu acrescentaria a SUN nesta lista"

A Sun é polêmica. Principalmente, porque podem pensar que você se refere ao Java e não, o Java não é Software Livre. Se você quer citar a Sun como exemplo de quem trabalha bem com uma Comunidade, sim, é válido. Mas não com a Comunidade do Software Livre.

Não penso, porém, que a idéia do Software Livre seja "faça isso sem querer nada em troca, apenas ajude", mas sim algo como "conhecimento tem que ser compartilhado. Se você não faz isso, você é um cara mau".

Por que a distinção? Bom, fazer por fazer sem querer nada em troca pode abrir espaço pra que se apoderem do que fazemos. E sim, claro que queremos algo em troca: queremos pelo menos ter acesso ao nosso próprio programa no futuro, ou ao programa com o qual contribuímos. Isso é o Copyleft. ;-)

Na verdade, sempre vai além disso. Alguns de nós estão no Software Livre querendo melhorar talentos, a imagem, ajudar a mudar o mundo, enfim, por vaidade, idealismo, planos de entrar no mercado no futuro ou qualquer outra razão, a Comunidade quer sim algo em troca. Se não houver esse algo em troca, não é mutualismo e sim parasitismo. Mas esse algo em troca que a Comunidade deseja pode ser simples como um patch...

A Cor dos Blogs

Sergio Clemente tratou do assunto blogosférico que está em alta ultimamente. Aqui vão alguns comentários ao seu Blog nosso de cada dia , à brasileira.

Sobre blogs bons e blogs ruins, deixe-me tentar definir um pouco melhor as qualidades que um blog técnico merece ter (na minha opinião, claro):

  • Corretude: independente da área de foco, um bom blog deve ser bem escrito, evitando-se ao máximo erros gramaticais;
  • Opinião: convém o autor apresentar sua própria visão dos fatos/tecnologias (nem sempre aplicável a blogs de práticas, rotinas);
  • Relevância: tratar de assuntos que são realmente interessantes ou úteis para o público a que se destina. Falhas nesse quesito são especialmente comuns quando nos metemos a falar sobre o que não entendemos;

Considerando estes três aspectos a base de um bom blog técnico, poderia dizer que um blog técnico que falhe em algum desses pontos, é um blog sem COR. ;-)

Mas entenda: isso não é uma realidade permanente. Assim como as pessoas, os blogs podem ir melhorando suas virtudes gradualmente (é o que geralmente acontece).

Sobre comentários, o Sergio fala:

"Não que eu esteja desmerecendo o comentário dos meus amigos, porém, não adianta a blogosfera Tecnológica brasileira ficar restrita apenas a blogosfera Tecnológica brasileira."

É bom ter opiniões sim, um retorno, e quando diversificado tanto melhor. Mas pensemos um pouco. Como o próprio post diz no começo, o Brasileiro, por padrão, parece não gostar de ler.

Mas ora! Todo esse alvoroço em Bloglópolis é uma forma de integrar a nós mesmo. E por quê?! Porque nós já navegamos, tratamos de assuntos por vezes comuns e lemos (líamos menos antes de essas questões serem levantadas}.

Claro que é bom ser comentado por universitários, estudantes secundaristas, gente de todo tipo, mas isso se torna um pouco mais complicado hoje. Sim. pois implica em um passo de divulgação para que primeiro (antes de nos comentarem) sejamos lidos por esse público. E lidos no sentido real e completo, não só os títulos.

Cuidado com Webmail

Em mais um artigo da série A Internet não é tão segura assim, hoje vamos ver porque pode não ser uma boa idéia depender de webmail.

A Cobertura do Sétimo Fórum Internacional Software Livre (e também o BR-Linux) divulgou:

"Não confiem seu email para uma companhia dos EUA", alertou Richard Stallman em evento durante o Fisl 7.0. O hacker relatou o caso de seu colega, um advogado estadunidense, que teve seu email e contatos cancelados a pedido do governo George W. Bush. Os serviços eram prestados por uma companhia privada dos EUA. Stallman afirmou que não usa desses serviços de armazenamento de dados e os mantém apenas em bancos de dados pessoais.

Por que usar Webmail?

O webmail traz como principal vantagem a facilidade de acesso às suas mensagens. Com um webmail (serviço de e-mail através da Internet), você pode acessar as mensagens recebidas a partir de qualquer lugar. Também pode facilmente enviar mensagens. É parte da idéia de você ter seu ambiente de trabalho na Internet.

E se der problema no seu HD, você não perde suas mensagens e seus contatos.

E qual o problema?

Stallman fala de Webmail porque foi o que ele lembrou na hora (tinha a ver com o exemplo que ele citava), mas o problema não se resume a isso, mas envolve sim a idéia de ter seu ambiente de trabalho na web.

O que você tem que perceber é: quando você usa um programa de e-mail, as mensagens ficam no seu computador. Se você perder conexão com a Internet ou até mesmo se um homem-bomba explodir a sede da empresa de onde você tem o e-mail, mesmo assim você tem acesso a todas as suas mensagens enviadas ou recebidas.

A partir do momento em que você coloca suas coisas na web, você deixa de ter controle sobre seus arquivos importantes. Se seu e-mail está em um site e você o acessa através da web, qualquer coisa que se coloque entre você e o seu servidor trará um dano agravado.

No exemplo que o Stallman cita, uma decisão arbitrária de um líder político sem bom-senso terminou privando alguém do seu servidor de e-mail. Se o amigo do Stallman usasse um programa de e-mail em seu próprio computador, tudo o que ele perderia era o "endereço". Teria que arrumar outro serviço de e-mail, mas todas as suas mensagens e todos os seus contatos estariam salvos em lugar seguro.

Mas ele não usava um programa de e-mail e sim um serviço de e-mail acessado pelo site (o que chamamos de webmail). Neste caso, bem, ele perdeu toda sua lista de contatos e todas as mensagens que tinha.

E o que mais pode acontecer a um servidor de e-mail? Ele pode:

  • ser invadido e ficar fora do ar em momentos em que você precisaria de uma informação importante que está no seu e-mail;
  • descontinuar o serviço (a empresa pode falir em alguns casos);
  • decidir espionar e-mail de hora pra outra;
  • abrir sigilo de todas as suas mensagens para alguém com um mandato judicial.

Assim, a partir do momento em que você usa um programa de e-mail e não deixa mais mensagens no servidor, você está livre dessas coisas. Pelo menos o dano será mínimo caso alguma catástrofe aconteça.

Adicionalmente, você pode fazer de vez as pazes com o limite da sua caixa de mensagem, pois programando para que, a cada vez que o programa pega os e-mails, eles deixam de existir no servidor, libera seu espaço no e-mail para novas mensagens vindouras.

E se usar uma opção como o Thunderbird, você ainda ganha um excelente filtro anti-SPAM e a possibilidade de instalar diversos outros recursos.

Solução Intermediária

A idéia de colocar tudo na Internet para ser acessível de qualquer lugar é muito interessante, mas você tem que se preocupar com o que faz. Não se pode confiar em todas as empresas, em todas as situações.

Como vimos, há vantagens em se usar webmail e vantagens em usar programa de e-mail. Como balancear isso?

Uma boa saída é adotar um serviço de e-mail que ofereça tanto comunicação com um programa cliente de e-mail como também acesso pelo site. Assim, você pode acessar de outro computador e-mails que esteja esperando receber com urgência, mas ao chegar em casa, transfere tudo para o programa de e-mail que você usa. Esta é a estratégia que tenho usado, e tem funcionado muito bem.

Ah, mas usar Outlook não vale: é um dos programas da Microsoft de piores históricos quanto a falhas de segurança. Ao invés dele, por que não tentar o Mozilla Thunderbird?

Não se esqueça também de fazer cópias de segurança periodicamente. Faça para CDs, que estão muito baratos hoje em dia.

E evite perder o controle dos seus arquivos, pois cada vez mais nossas vidas dependem de computadores. Se esses computadores de que nossa vida depende são os nossos, tanto melhor.

Golpes por email: vale a pena dizer de novo

Exemplo de Golpe

Cada vez mais me surpreendo com a criatividade dos golpistas da Internet brasileira. Mais especificamente, praticantes do golpe que vem sendo chamado de phishing. Os e-mails a serviço de golpes estão ficando mais e mais sofisticados (apesar dos erros de Português, que teimam ainda em aparecer). E sempre há pessoas que acreditam no que recebem e abrem esses e-mails falsos. Aí já era...

Pela enésima vez: Não, a Internet não é um local seguro e confiável. E nunca será! Você pode criar meios sofisticados de segurança, mas enquanto houver pessoas mal intencionadas, há perigo.

Mais alarmante é que não há mais uma receita de bolo pra identificar fraudes que funcione sempre. Você pode nunca clicar em links que levem a arquivos .exe, ou .com, ou .pif, ou .scr, mas e se o malandro usar um meio de mascarar o link (quem programa pra web sabe como isso é fácil de fazer)? Como fica?

A estratégia que está valendo hoje é a do link sedutor. Tentando despertar curiosidade, preocupação ou outros sentimentos, o malandro da web quer que você clique em seu link. Um click e você vai baixar um programa espião. Vão ver o que você digita, conhecer as suas senhas, inclusive de bancos.

Saída rápida? Não clicar em links dos tipos citados acima, usar um navegador confiável ou um Sistema Operacional seguro. Isso te deixa livre dessas coisas. Mas isso basta?

Título Eleitoral e outros truques

Venho recebendo um e-mail falso que diz que meu título eleitoral foi cancelado. Reproduzo agora seu conteúdo:

Brasília, 20 de abril de 2006
Informamos que seu titulo eleitoral foi CANCELADO apartir de hoje.

O motivo do cancelamento foi uma irregularidade no seu Cadastro de Pessoa Física (CPF) a qual motivou o cancelamento do mesmo, e também do seu titulo eleitoral.

Para saber mais detalhes sobre esta irregularidade, e quais providências tomar, abra o regulamento no link a seguir.

Após clicar no link,será exibida uma nova janela,aonde deve ser escolhida a opção "Abrir",para que o regulamento seja exibido corretamente e sem necessidade de ser salvo em seu computador.

CLIQUE AQUI PARA ABRIR O REGULAMENTO

Todos os direitos reservados ao Tribunal Superior Eleitoral

Claro que não vou colocar o link para isso, mas adianto que boa parte dos e-mails de golpe que tenho recebido referenciam páginas em http://www.gratisweb.com. Mas há muitos outros.

Perceba que até faz uma observação sobre o procedimento para que o regulamento seja exibido corretamente (na verdade, a janela é se Abrir/Salvar. Seguindo estas instruções, você vai instalar com sucesso o programa espião no seu computador).

Assim como o caso de cancelamento de Título eleitoral e de CPF, convém citar outros:

  • E-mail de alguém que te conhece e você não se lembra quem é;
  • Cartão virtual;
  • Pedido de voto em concurso de beleza;
  • Declaração de amor secreto;
  • Filmes e fotos pornô ou eróticas;
  • Vale presente;
  • Estão te traindo
  • E-mail colorido de jogos ou coisas assim, para crianças clicarem.

Isso tudo já está sendo praticado hoje.

Futuro não tão bom

Ok, muita gente vai começar a prestar mais atenção nesses detalhes... E aí?

Aí que muita coisa ainda pode ser feita por malandros desse tipo:

  • Uso de bate-papos e redes sociais para simular personalidades simpáticas na tentativa de obter informações úteis (como o primeiro passo para o que desejam). O Orkut já vem sendo usado para ajudar na execução de seqüestros, por exemplo;
  • Uso de defacement em golpes. O que quer dizer essa sopa de letrinhas?! Sujeito invade um site conhecido e muda só o destino de alguns links, para que apontem para arquivos de instalação de programas espiões. Mudando-se pouco - só uns links -, pode demorar até que os responsáveis pelo site descubram a invasão;
  • Uso de servidores DNS para fazer com que sites falsos sejam carregados ao invés dos verdadeiros, mesmo você digitando o endereço corretamente.

Coisas desse tipo são bem difíceis de se fazer, mas como o crime on-line parece que vem dando retorno, eles podem tentar algo assim a qualquer momento.

E o que podemos fazer?! A dica mais importante é: mantenha um mínimo de paranóia. Não confie totalmente em nada. Perceber como esses malandros pensam e como podem agir é nossa única arma de proteção realmente confiável.

Para Phishing, especificamente, recomendo primeiro que adote o Mozilla Firefox como navegador, visto que o Explorer, além de não suportar corretamente os padrões web, é uma peneira.

Você pode instalar também alguma extensão anti-phishing. Encontrei estas:

E boa sorte nesse mundo hostil.

Usuários e a preguiça de pensar

Cícero Monthiel em seu Blog sobre Linux relatou que está se tornando comum usuários leigos de GNU/Linux ligarem tentando esclarecer dúvidas. O ponto sensível da questão, que discuto aqui, diz respeito à velha questão de o usuário ter ou não o dever de conhecer certas coisas sobre seu próprio ambiente de trabalho.

"Que sem acanhamento nenhum, continuarão por todo o sempre a nos pedir um help, a nos sugar conhecimentos. Por que eles apenas mudaram de plataforma, mas, não mudaram seu comportamento e seu sedentarismo no quesito aprender."

Primeiro, usuários não precisam, de fato, conhecer informática a fundo. Mas têm a obrigação de honrar seus próprios cérebros e saber ao menos decidir com base em mensagens do tipo "Você quer desligar o computador, reiniciar ou só sair da sua conta?".

Não acho que os usuários tenham a obrigação de saber o que é um terminal, mesmo que sejam usuários de GNU/Linux. Achar isso, de minha parte, vai contra o exemplo citado, mas não contra o que o fez evocar tal exemplo: as pessoas têm tido cada vez mais preguiça de pensar.

Não vamos nos enganar e comparar informática com mecânica. Preguiça de pensar é um problema sim. Você pode comparar conhecimento de hardware, redes e programação com mecânica, mas não "conhecimentos básicos de operação". Além do que, em grande parte dos casos, o bloqueio mental na operação do usuário não advém de dúvida técnica, mas sim de dificuldade na interpretação da mensagem que o programa apresenta.

Infelizmente para os leigos, computador não é uma "máquina de escrever com telinha". E ignorar sua complexidade não vai apenas tornar o usuário dependente de técnicos para coisas simples. Também vai deixar o usuário vulnerável a vírus, crackers e, principalmente nos dias de hoje, golpistas virtuais.

Special: 

A Blogosfera Brasileira

O cérne da blogosfera tecnológica brasileira hoje está discutindo alguns pontos interessantes:

  1. Por que muitos blogueiros brasileiros de tecnologia não colocam link quando falam de assuntos relacionados a publicações nos blogs dos outros?
  2. Por que na blogosfera brasileira, blogueiros não respondem posts de outros blogueiros através dos blogs?
  3. Por que muitos blogueiros brasileiros não respondem e-mail ou comentários?
  4. O que motiva os autores de blogs recentes?
  5. É baixa a qualidade dos blogs técnicos brasileiros.

A discussão envolveu Henrique Costa, do Revolução Etc, o Leo Faoro, do 1/2 Bit, o do Contraditorium (blog que conheci esta semana, cujo autor desconheço quem seja) e, enfim, o pessoal do podcast Blogbits. E, provavelmente, outros blogs mais não citados aqui.

Apesar de não estar incluído neste cérne e de ter um híbrido (site/blog de tecnologia/arte), aqui segue minha opinião a respeito.

Faltam links

Da importância dos links, concordo plenamente. Não tenho visitado tanto blogs de tecnologia a ponto de notar falta de links (falta de links essa que muito me irrita em sites de notícias como o do Terra).

Quem vem de área acadêmica sabe que a bibliografia é importantíssima. É questão de etiqueta colocar link para os assuntos usados como base.

Resposta a Post com Post

Por que não se responde com freqüência usando posts também? Pois é... Uma boa pergunta... Acho que vou tentar reponder mais desta forma.

De qualquer maneira, há momentos em que o que se tem a dizer é muito pouco, bastando um comentário. Por outro lado, não há sentido em comentários de 10 parágrafos... Melhor posts...

Enfim, acho que tem-se que dosar estes casos. Mas que a resposta a post usando post é um recurso interessante e pouco usado (ao menos por mim), não resta dúvida.

Resposta a E-mails e Comentários

Todos querem a fórmula mágica pronta sem ter que aprender como fazê-la. E não é só na área de tecnologia não, infelizmente.

É um enorme bem social vocês atentarem para pedidos assim, de quem só quer o peixe pronto sem saber nada de pescaria e culinária (e sem querer pagar). e terem cuidado para não alimentar este ciclo vicioso.

Deixei de participar de algumas listas de discussão super-populadas porque toda semana aparecia alguém perguntando as mesmas coisas e sempre tinha gente respondendo as mesmas coisas...

Sobre não responder a comentários do próprio blog porque não leu, não sou a pessoa mais indicada para falar a respeito, especialmente por receber pouquíssimos comentários aqui. Mas convém filtrar e responder ao menos os de bom senso que deixem um questionamento válido.

Para e-mails, acho importante responder sempre. Se muita gente manda um código e diz "resolve pra mim", por que não bolar um texto padrão pra essas pessoas e responder sempre nesses casos? Não perde tanto tempo e quem mandou o e-mail vai saber que a mensagem chegou e ver porque não foi atendido. Afinal, ignorar não explica muita coisa...

Motivação

Ainda acho que muita gente faz blog só pra passar o tempo (raras vezes surge um bom) e para compartilhar conhecimento.

O retorno financeiro como objetivo final até de um blog - como citado no post do Blogbits - é algo lamentável. Claro que se pode tentar obter retorno financeiro de um blog, mas não ter isso como objetivo. Como disse o Caetano em Sampa, "da força da grana que ergue e destrói coisas belas".

Blogs de Baixa Qualidade

Conheço poucos blogs brasileiros de tecnologia (estrangeiros, menos ainda).

Reclamou-se nesses dias do que chamaram de reblog: ato de colocar só posts que saíram em outros cantos. Bom, acho que é válido também. É complicado querermos que todos os blogueiro se tornem profundos conhecedores de um determinado assunto, formadores de opinião e exímios redatores. Principalmente no momento em que se critica a falta do interesse pela leitura no brasileiro. Torna-se bastante contraditório isso.

Há quem prefira escrever ensaios filosóficos, outros notas comentadas, outros fast-food... E há quem goste de cada um desses tipos de escrita. Ademais, tal pode ser encarado como um passo inicial. Não se torna um expert formador de opinião da noite para o dia...

Conclusão

E o problema da blogosfera é o mesmo da sociedade, de modo geral: falta leitura. Falta interesse pela leitura. Não só de artigos técnicos, mas de textos que façam pensar.

Alguém sabe quando termina essa nova Idade das Trevas? Não peguei a programação na entrada...

Creative o Quê?

Este site está disponível sob uma licença Creative Commons... Legal! ...mas que tipo de troço é isso?!

Copyright e o CC

A Lei de copyright surgiu com um propósito principal e um meio para cumprí-lo:

  • O propósito: Incentivar a produção literária;
  • O meio: Concentrar na mão dos *autores* o direito de impressão (cópia).

Desta forma, as editoras não poderiam simplesmente imprimir livros sem um acordo com os autores. O direito de cópia era, inicialmente, a única garantia do copyright. E esse direito era uma garantia para o autor, não para empresas.

Lawrence Lessig expõe muito bem em sua obra Free Culture (traduzida para Português brasileiro sob o nome Cultura Livre) como as leis de copyright se transmutaram nessas décadas de evolução e lobby desenfreado.

O resultado é que temos hoje uma lei de Copyright que dá controle até mesmo sobre modificações e traduções, e que não são mais direitos autorais em sua maioria, e sim direitos editoriais. Quem detém os direitos são as editoras, e são quem realmente ganha dinheiro os explorando.

Para contornar isso, surgiram as licenças permissivas para distribuição de conteúdo. Dentre elas, convém citar, por sua importância histórica, a OPL (Open Publication License), que já não é mais usada em novos trabalhos, e a GFDL (GNU Free Documentation License). A GFDL foi inicialmente planejada para ser usada em documentações mas muitas páginas na internet a usam para outros documentos e, entre essas páginas, toda a Wikipedia (http://pt.wikipedia.org).

Em 2001, Lessig lançou oficialmente a CC (Creative Commons).

Seja Criativo!

O licenciamento Creative Commons funciona como um serviço de auto-atendimento, onde podemos escolher que direitos daremos aos leitores (ou só consumidores) de nossas obras.

Quando você acessa a página para escolha da licença, no site da Creative Commons, é perguntado que direitos você deseja conceder.

  • Você permite o uso comercial da sua obra?
  • Permite modificação em sua obra?
    • Se permite, permite irrestritamente, ou só se repassarem para os outros leitores (ou consumidores) os mesmos direitos recebidos de você?
  • Qual o tipo obra liberada?
    • Áudio
    • Vídeo
    • Imagem
    • Texto

Respondendo a essas perguntas, você será levado a uma página com a licença ideal para o seu caso, juntamente com instruções sobre como aplicar a licença à sua obra.

Pois é, existem formas diferentes de se licenciar o material. Há licenças que permitem a ampla divulgação da obra, mas vedam seu uso comercial. Outras permitem o aproveitamento da obra em outras obras. Há também licenças que permitem o "sampleamento", remixagem, colagem e outras formas criativas de reconstrução da obra. Ou seja: "Alguns direitos reservados". E há também licenciamentos que permitem a utilização da obra de qualquer forma, desde que o autor das obras derivadas também permita a utilização nas mesmas linhas, o que é chamado de share-alike (podemos traduzir por alto como: compartilhar da mesma forma). E a licença é escolhida, como vimos acima, através de um simples formulário.

CC? E daí?

Daí que você pode autorizar o crescimento do conhecimento. A principal diferença entre o copyright tradicional e o Creative Commons é o fato que usando o CC você está deixando claro que você concede certos direitos sob certas condições.

Podemos citar como exemplo o caso do livro Free Culture, que foi traduzida para Português brasileiro por Fábio Costa e lançado na Internet sob o nome Cultura Livre (mas sem deixar de fazer referência ao título e criador do original). Ele pôde fazer isso porque o autor, Lawrence Lessig, colocou o livro sob Creative Commons, segundo Atribuição e Uso Não-Comercial. Para entender melhor, vejamos os tipos-padrão de licenciamento da Creative Commons.

Atribuição:

O autor oferece a você todos os direitos, desde que seja mantida a ressalva de que o autor da obra original foi ele (ou seja, seja mantido o direito moral)

Uso Não-Comercial:

O autor permite qualquer uso que não envolva lucro financeiro. Por exemplo: usar uma apostila Creative Commons Não-Comercial para dar aulas em uma escola é OK. Vender essa apostila, não!

Note que aqui o que está em questão é o objetivo de lucro ou exploração comercial: vender a apostila, mas apenas para cobrir os custos da mesma, pode ser considerado OK.

Sem obras derivadas:

O autor autoriza que a obra seja consultada e usada para qualquer fim que não resulte em uma obra derivada (por exemplo, um filme ou uma tradução). Perceba que citações (como as feitas para uma faculdade) *não* são consideradas formalmente obras derivadas, portanto ainda podem ser usadas para distribuídas sem permitir derivadas.

Compatilhamento pela mesma licença:

O autor oferece os direitos a você, mas se você quiser criar uma obra derivada, você precisa conceder aos consumidores do seu trabalho os mesmos direitos que o autor ofereceu a você.

Por exemplo: imaginemos que você está fazendo um filme e acha interessante usar nele a música http://mirrors.creativecommons.org/ccmixter/contrib/Wired/Gilberto%20Gil%20-%20Oslodum.mp3, disponível no ~WiredCD (um CD que a revista americana Wired distribuiu seguindo a Creative Commons). Bem, muito provavelmente você terá que liberar seu filme também segundo uma licença Creative Commons. (Nota: Na verdade você não precisará fazer isso, desde que utilize apenas um pequeno trecho da música, graças a um licenciamento específico para música disponível no sistema CC. Mas utilizamos esse exemplo apenas para... digamos assim... fins didáticos. :p)

Referências

--Cárlisson Galdino e Fábio Costa

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